Ano 3 | nº 687 | 07 de fevereiro de 2018
NOTÍCIAS
Boi gordo: preço da arroba deve reagir nos próximos dias
O mercado físico do boi gordo teve preços mistos na terça-feira, dia 6
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, as cotações devem ganhar força nos próximos dias diante de uma boa reposição entre atacado e varejo. Ao mesmo tempo, os pecuaristas ainda relutam em renegociar, esperando uma reação mais forte nos preços, estratégia que pode contribuir para isso efetivamente acontecer.
Boi gordo no mercado físico – R$ por arroba
Araçatuba (SP): 145,00
Belo Horizonte (MG): 136,00
Goiânia (GO): 134,00
Dourados (MS): 133,00
Mato Grosso: 126,00 – 132,00
Marabá (PA): 126,00
Rio Grande do Sul (oeste): 4,90 (kg)
Paraná (noroeste): 140,00
Tocantins (norte): 126,00
CANAL RURAL
Brasil como principal fornecedor de carne bovina para o mundo nos próximos 10 anos
Oferta de carne bovina cresce mais que demanda em 2018, mas margens para pecuária seguem positivas
Adolfo Fontes, analista do Rabobank, conversou com o Notícias Agrícolas na terça-feira (06) para destacar que, assim como apontavam as expectativas, o ano de 2018 tende a ser mais positivo para o mercado de boi no Brasil. Em janeiro deste ano, as exportações tiveram um salto de 15% em relação ao mesmo período de 2017, fruto de uma necessidade de aquisição dos compradores internacionais, sobretudo a China, Hong Kong e o Egito, este último que teve uma recuperação no segundo semestre e dobrou as compras. A Rússia, contudo, ainda é um problema relevante para o mercado de proteína animal do país como um todo. Segundo Fontes, por este fator se tratar de uma questão geopolítica, é difícil traçar com certeza o momento no qual este ponto sofrerá uma alteração, mas o Brasil deve receber uma Comissão Sanitária do país para buscar uma resolução para o caso. Tudo indica que o crescimento das exportações pode ser de mais de 10% no ano. Juntamente com o crescimento da produção mais lento, a representatividade brasileira no mercado exportador também pode ser ampliada. Ainda há negócios pendentes a serem firmados com os Estados Unidos, bem como o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. No mercado interno, a inversão do ciclo pecuário fará com que a oferta continue a crescer ao mesmo tempo em que a demanda por carnes também aumenta, refletindo a recuperação econômica presente no país. Nos últimos anos, o consumo per capita teve uma queda de 3kg, resultando em 36kg per capita. 2018, juntamente com 2019, deve ser fundamental para fazer com que os patamares voltem a estar próximos de 39kg per capita. Os frigoríficos reabrem plantas e aumentam a sua capacidade de abate porque a oferta não é só uma previsão: ela ocorre no mercado de fato. Do lado dos produtores, por mais que os preços da arroba se mostrem mais baixos do que foram vistos anteriormente, o poder de compra é maior.
NOTÍCIAS AGRÍCOLAS
Calmaria no mercado do boi gordo
O mercado do boi gordo estava um marasmo na última terça-feira (6/2). As ofertas de compra aconteceram acima e abaixo da referência
A escala de abate de bovinos está curta. O consumo, por sua vez, está fraco, o que não estimula os compradores. Em São Paulo, a arroba do bovino ficou cotada em R$145,00, à vista, livre de Funrural, segundo levantamento da Scot Consultoria. No mercado atacadista de carne bovina com osso o boi casado de animais castrados ficou cotado, em média, em R$8,96/kg.
SCOT CONSULTORIA
Apesar da baixa movimentação, as cotações estão firmes no mercado de bovinos para reposição
Seguindo a tônica das últimas semanas, o mercado de reposição está travado
Isso porque, apesar de as pastagens estarem com boa qualidade, o que é típico para o período das águas, as recentes quedas no mercado do boi gordo desanimam os compradores e o volume de negócios tem sido menor. O que vale ressaltar é que, mesmo com menor movimentação, as cotações para a reposição estão firmes. Com maior capacidade de suporte dos pastos, os criadores têm condições de segurar seus animais e ofertam preços acima da referência, o que dá firmeza às cotações. No balanço geral de janeiro/18, considerando a média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados pesquisadas pela Scot Consultoria, as cotações fecharam o mês em alta de 0,6%. Diante desta firmeza nas cotações para a reposição e das quedas na cotação da arroba do boi gordo, o poder de compra do recriador e invernista diminuiu. Na comparação de janeiro/18 com dezembro último, em São Paulo, a quantidade de arrobas de boi gordo necessária para a compra de um bezerro desmamado (6@) anelorado foi 1,9% maior. Para o curto prazo, a tendência é de que a ponta vendedora não ceda nos preços pedidos, e se não houver uma reação positiva no mercado do boi gordo, o poder de compra da ponta compradora poderá diminuir.
SCOT CONSULTORIA
Imea: Custo no sistema de cria aumentou em 1,03% o custo operacional das propriedades do MT
Atenção ao custo: O Imea divulgou na última semana o custo de produção da bovinocultura de corte do 4° trimestre de 2017, o qual exibe os dados dos três sistemas de produção do Estado
Ao analisar-se o custo de produção no sistema de cria vê-se uma elevação de 1,03% no custo operacional das propriedades modais em Mato Grosso, partindo de um gasto de R$ 110,08/@ no 3o trim./17 para R$ 111,22/@ no 4o trim./17. Este aumento foi puxado sobretudo pelos gastos com custeio do sistema, com destaque para a suplementação (sal mineral) e aquisição de animais (tourinho e vaca solteira), que subiram 3,19% e 11,52%, respectivamente, no período analisado. Dito isto, ainda que a variação no custo operacional tenha sido leve, o criador deve permanecer atento com os seus gastos, para estar sempre preparado para possíveis solavancos que possam vir a acontecer.
– A cotação do boi gordo registrou redução de 0,36% e o preço médio semanal fixou-se em R$ 131,24/@. Já a vaca gorda fechou próximo à estabilidade, com cotação média de R$ 123,11/@.
– Ainda com boa procura, o bezerro de 12 meses apresentou leve alta no seu preço e a cotação semanal ficou em R$ 1.189,53/cab, variando positivamente 0,46%.
– O equivalente físico desvalorizou 2,34% na semana, influenciado pela baixa no preço dos cortes com osso do atacado, especialmente o traseiro com osso, corte que detém grande representatividade no peso do animal. A cotação deste fechou em R$ 124,07/@.
– Houve queda semanal de 0,27 p.p. no diferencial de base MT–SP, saindo de -11,71% na última semana para -11,98% na semana atual.
MELHOROU: Assim como na cria, o sistema de recria/engorda registrou alta do custo operacional na comparação entre o 4o trim./17 e o 3o trim./17. O aumento registrado foi de 1,32%, com o pecuarista que realiza a fase de terminação em sua propriedade gastando em torno de R$ 121,08 para produzir uma arroba de boi gordo. Esse maior dispêndio do recriador/“engordador” foi puxado principalmente pela valorização no preço do bezerro desmama, que subiu 2,99% no período analisado. Apesar de ter gastado mais para produzir seu animal, esse pecuarista observou no 4o trim./17 um alívio em suas contas, visto que o preço de venda do boi gordo valorizou 6,06% no período, melhorando assim suas margens de comercialização. Dito isto, o recriador/”engordador” termina o ano de 2017 extraindo conhecimentos dos impactos de uma grande crise externa em seu fluxo de caixa, e já pode iniciar a busca por maneiras de mitigar a exposição a esses riscos.
IMEA
EMPRESAS
Governo de MS negocia reabertura de frigorífico da Minerva em Batayporã
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informou na terça-feira (06) que está negociando a reativação do frigorífico da Minerva Foods na cidade de Batayporã, segundo nota publicada no site do portal do governo estadual
O frigorífico está fechado desde meados de 2015, quando o setor enfrentou escassez de animais prontos para abate. A planta em Batayporã, que fica a 313 quilômetros da capital Campo Grande, chegou a empregar mais de 600 funcionários quando estava em operação. O governo de MS está disposto a conceder incentivos fiscais em troca da geração de empregos com a reabertura da unidade, segundo Jaime Verruck, Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar. Contatada pelo CarneTec, a assessoria de imprensa da Minerva não se manifestou sobre o tema até o fim da tarde de terça-feira (06). Para retomar a operação, o frigorífico em Batayporã precisará de investimentos e readequação. Se as negociações prosperarem e forem concluídas nos próximos 30 a 60 dias, o frigorífico poderia ser reaberto em 12 meses, considerando o tempo necessário para reconstrução da unidade, segundo estimativas do governo de MS. A unidade poderia abater até mil animais/dia.
CARNETEC
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