CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 684 DE 02 DE FEVEREIRO DE 2018

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Ano 3 | nº 684 02 de fevereiro de 2018

NOTÍCIAS

Indicador oscila no mercado do boi gordo

Resultada da menor oferta de animais e vendas de carne enfraquecidas

Os preços da arroba têm oscilado neste início de ano, refletindo dificuldades relacionadas à oferta e à demanda. Do lado da oferta, segundo colaboradores do Cepea, o volume de animais prontos para abate tem sido limitado, fazendo com que a indústria aumente pontualmente os valores ofertados aos pecuaristas, sobretudo para a compra de lotes maiores ou de animais que visam atender a certos mercados. As vendas de carne, por sua vez, estão enfraquecidas, abaixo do esperado para o período. Com isso, em alguns momentos, frigoríficos se posicionam mais recuados, diminuindo os preços de compra. No acumulado de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo permaneceu estável, fechando a R$ 146 nessa quarta-feira, 31. 

Cepea

Vendas enfraquecidas de carnes pressionam frigoríficos e preço do boi

A demanda doméstica por carnes está fraca neste início de ano, período em que o brasileiro está mais endividado com outros gastos, pressionando margens dos produtores e da indústria frigorífica, segundo informações divulgadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta semana

As vendas de carne bovina estão abaixo do esperado para o período, resultando numa postura mais recuada por parte dos frigoríficos, informou o Cepea. Do lado da oferta, o volume de animais prontos para abate também está limitado, e o indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo permaneceu estável no acumulado de janeiro, fechando a R$ 146. Já o Imea apurou “quedas consideráveis” no preço da carne bovina ao longo de janeiro, principalmente para o atacado com osso. “Com isso a margem dos frigoríficos foi espremida, pressionando o preço do boi gordo e da vaca gorda nos últimos dias”, afirmaram os analistas do instituto mato-grossense em relatório. O Imea estima que a perspectiva de crescimento econômico do Brasil em 2018, aliada a eleições e Copa do Mundo, poderá estimular a demanda por carne bovina no restante do ano.

CARNETEC

Liminar impede saída de navio com 9,5 mil bois da Minerva em Santos

Após entrar com uma ação civil pública, a ONG Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal conseguiu suspender a saída de um navio da Minerva do Porto de Santos, que embarcara cerca de 9.500 cabeças de gado para exportação

A liminar foi concedida pelo Juiz Federal Djalma Moreira Gomes, da 25a Vara Cível Federal de São Paulo. O juiz acatou a alegação de que o transporte marítimo de animais vivos caracteriza uma situação de maus-tratos, conferindo uma inconstitucionalidade no Brasil, e autorizou vistoria do navio para elaboração de laudo técnico, a fim de atestar as condições às quais os animais são submetidos. “Nos longos trajetos percorridos em alto mar, não é possível garantir nem mesmo os requisitos mínimos de bem-estar animal, e muito menos os padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), à qual o Brasil é signatário”, afirma Patrycia Sato, médica veterinária e coordenadora de bem-estar de animais de produção do Fórum Animal. “Estamos atuando contra a exportação de gado vivo desde 2016, apontando as diversas irregularidades dessa atividade, para que não passe mais despercebido pelos brasileiros”. Em dezembro, um carregamento de 27 mil cabeças de gado foi embarcado em Santos com destino a Turquia, o que gerou críticas de grupos defensores dos animais. Segundo a ativista, ações similares têm sido realizadas com apoio de ONGs locais em outros portos de saída de animais vivos do país, no Pará, Maranhão e Rio Grande do Sul. Na terça-feira, a empresa já havia sido multada em R$ 1,4 milhão por supostos maus-tratos aos animais.

Valor Econômico.

Mercado do boi gordo pressionado

Mesmo a proximidade do Carnaval e o início de mês, quando sazonalmente há uma melhora da demanda, as indústrias não têm ofertado preços maiores para o boi gordo

E, apesar da oferta de boiadas limitada, o que se vê na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria é um mercado pressionado negativamente, guiado pelo baixo consumo de carne bovina. Na comparação semanal, na média de todas as praças pesquisadas, a arroba do boi gordo caiu 0,8%. Com o lento escoamento da carne bovina, não há interesse dos frigoríficos em alongar as escalas de abate, mesmo com o Carnaval se aproximando. No mercado atacadista de carne bovina com osso, houve queda de 10,3% nos últimos trinta dias, enquanto, no mesmo período, em São Paulo a arroba do boi gordo cedeu 1,0%, considerando o preço à vista, livre de Funrural. Para o curto prazo a expectativa fica quanto à demanda, que é o fator que pode mudar o rumo do mercado do boi gordo.

SCOT CONSULTORIA

Vendas de carne bovina não reagem

No mercado varejista de carne bovina, o cenário foi de estabilidade a queda nos preços nesta semana

Em São Paulo e no Paraná, segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços caíram, em média, 0,4% nos últimos sete dias. Em Minas Gerais, houve redução de 1,5%. Já no Rio de Janeiro, as cotações ficaram praticamente estáveis, com ajuste positivo de 0,1%. A semana ainda foi marcada por vendas ruins devido ao período do mês, mas para os próximos dias a expectativa é de melhora e valorizações não estão descartadas. 

SCOT CONSULTORIA

Demanda fraca e queda no preço do sebo bovino

No Brasil Central, a menor demanda por sebo bovino resultou em queda nos preços pela segunda semana consecutiva

A maior competitividade do óleo de soja frente ao sebo bovino explica o cenário atual. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a gordura animal está cotada, em média, em R$2,20/kg, livre de imposto. Houve desvalorização de 4,3% desde o início do ano. No Rio Grande do Sul, o sebo está cotado, em média, em R$2,25/kg, livre de imposto. No estado, apesar da demanda em baixa, os preços ficaram estáveis na última semana.

SCOT CONSULTORIA

Estudo vê potencial de elevação do embarque de carne no Arco Norte

A força do rebanho bovino brasileiro no Centro-Norte e a tendência de melhoria da infraestrutura logística na região poderão provocar uma mudança importante de eixo nas exportações brasileiras de carne congelada

Estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (EsalqLog) aponta que, com mais investimentos na melhoria de estradas e portos, a economia de frigoríficos habilitados a exportar localizados – ou que desejarem se instalar – em alguns municípios de Estados do Norte em relação à tradicional rota até o porto de Santos (SP) pode superar 50%. A partir de entrevistas com profissionais de empresas exportadoras e portos, Fernando Vinícius da Rocha, pesquisador da EsalqLog, percebeu que outro grande entrave para a ampliação do uso de alguns portos no Arco Norte para a exportação de carne é a periodicidade dos navios. Em Belém e Vila do Conde, no Pará, apenas de 15 em 15 dias chegam navios com capacidade para transportar contêineres refrigerados. Essa baixa frequência gera travas simples como o número reduzido de tomadas, necessárias para manter os contêineres ligados até o embarque. Nesses portos também não há áreas secundárias para o armazenamento de contêineres refrigerados e a mão de obra operacional é escassa. “Assim, o tempo de carregamento de um navio é de até quatro dias, quase inviável para um produto congelado”, afirma Rocha. Além de elevar o custo, essa espera também amplia o risco de perda de qualidade no produto. O pesquisador também lembra que as rodovias que ligam áreas produtoras de carne até os portos do Norte ainda são precárias. “Se já é complicado para um transportador de grãos ficar dois ou três dias atolado na BR-163, para quem transporta carne é impossível. A carga iria para o lixo”, diz. É por essas e outras que, mesmo distante dos grandes frigoríficos do Centro-Norte, o porto de Santos é a porta de saída para 43% das exportações de carne bovina congelada brasileira, segundo a EsalqLog. Em seguida, graças aos frigoríficos do Sul, aparecem São Francisco do Sul (SC), com 29%, Paranaguá (PR), com 13%, e Itajaí (SC), com 8%. Por Vila do Conde são escoadas apenas 4%, e por Belém, 1%. A EsalqLog fez uma análise de 2.506 combinações de origem e destino envolvendo 358 municípios, e a conclusão é que, não fossem os problemas descritos nas entrevistas, o uso dos portos de Belém e Vila do Conde reduziria os custos logísticos para todos os frigoríficos localizados – ou que desejarem se instalar – no Acre e no Pará. Também seria vantajoso para boa parte das unidades de Rondônia e de Mato Grosso. Para frigoríficos de Rio Branco (AC), por exemplo, a utilização dos portos de Belém e Vila do Conde poderia gerar uma economia da ordem de R$ 100 por tonelada (aproximadamente 15% dos custos de transporte) em relação a Santos. “A redução de custos para as microrregiões de Santarém, Óbidos e Belém pode chegar a 90% se levados em conta os gastos com transporte rodoviário”, diz Rocha. No caso de Mato Grosso, os portos do Arco Norte seriam soluções logísticas mais econômicas para o escoamento de carne bovina para 48 municípios. Unidades nas cidades de Vila Rica, Santa Terezinha e Confresa, por exemplo, poderiam ter redução de custos de até 41%. Para frigoríficos eventualmente situados na região centro-sul de Mato Grosso, no entanto, o porto de Santos continuaria a ser a melhor solução para venda de carne bovina congelada em todos os cenários traçados pela EsalqLog. Segundo o estudo, portos onde ainda não há exportação de congelados, caso de Santarém (PA) e Itacoatiara (AM), também podem se mostrar interessantes, desde que preparados para a operação. A redução de custos desde algumas cidades do Acre seria de até 49% na operação de transporte rodoviário se comparado a Vila do Conde. Em Rondônia, ganhos econômicos de até 56% são estimados para o município de Porto Velho no caso da utilização de Itacoatiara para a saída da carne. No Pará, os benefícios potencialmente oferecidos por esses portos analisados seriam ainda superiores – até 78% de economia com o transporte rodoviário, no caso das localidades mais próximas do porto de Santarém. Os portos de Santarém e Itacoatiara também contribuiriam para a redução dos custos de transporte rodoviário se a origem da exportação for em algum dos municípios da região norte do Mato Grosso, principalmente Guarantã do Norte, Matupá e Peixoto Azevedo, afirma Rocha. Para esses locais, a economia em frete é estimada em R$ 100 por tonelada (aproximadamente 22% a menos do que na rota de exportação pelo porto de Vila do Conde). “Podemos perceber que investir nesses portos traria uma economia significativa para os exportadores de carne bovina. Mas eles resistem em arcar com a infraestrutura desses locais porque também há dificuldades operacionais e de pessoal, além de transtornos no caminho para esses locais”, acrescenta. O pesquisador observa que o porto de Santos tem 7.179 tomadas para contêineres refrigerados e cinco câmaras frigoríficas que somam 24 mil metros cúbicos de capacidade de armazenagem. Em São Francisco do Sul, há 2.690 tomadas e uma câmara para 20 mil toneladas. Já Belém conta com apenas 56 tomadas para os contêineres e uma câmara frigorífica com capacidade para apenas dois contêineres, enquanto Vila do Conde tem em sua área arrendada 50 tomadas e uma câmara frigorífica de 100 metros quadrados.

VALOR ECONÔMICO

EMPRESAS

JBS USA capta US$ 900 mi com emissão de dívida

A JBS USA, subsidiária da JBS S.A. nos Estados Unidos, levantou US$ 900 milhões com a emissão de notas seniores com vencimento em 2028 e cupom de 6,75%, informou a empresa na noite de quinta-feira (1º)

A operação visa alongar os prazos médios dos passivos da companhia, com redução da despesa financeira e reforço do caixa. Os recursos obtidos serão utilizados para resgatar integralmente as notas seniores da JBS USA com vencimento em 2020 e taxa de 8,25% ao ano. “O resultado reforça o bom momento da empresa, já que o seu retorno ao mercado de dívida superou todas as expectativas”, disse o Presidente da JBS USA, André Nogueira, em comunicado divulgado à imprensa.

CARNETEC

Minerva contrata executivo da Klabin como novo diretor de Finanças

O Conselho de Administração da Minerva S.A. elegeu o ex-executivo da empresa de papel e celulose Klabin, Eduardo de Toledo, como novo diretor de Finanças da companhia, informou em comunicado na quinta-feira (1º)

Toledo assumirá o cargo na Minerva a partir de 1º de março. Até lá, o Presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, acumulará essa função. “Com vasta experiência nas áreas de Tesouraria, Controladoria, Contabilidade, Fusões e Aquisições, Tecnologia da Informação, Recursos Humanos e Logística, o sr. Eduardo terá um papel importante nos processos de integração das novas unidades adquiridas no Mercosul e na estratégia de desalavancagem da companhia”, informou a Minerva. O executivo já atuou nos cargos de Diretor Superintendente da Ultracargo, empresa de logística de granéis especiais do Grupo Ultra; diretor executivo da Ultrapar; principal executivo profissional do Grupo MSP; e diretor responsável por Supply Chain e diretor de Finanças na Klabin. Toledo é também conselheiro de administração da Odontoprev e da Omega Geração. Ele é formado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e em economia pela Faculdade de Economia e Administração da USP, com pós-graduação e cursos de extensão de Entrepreunership and Competitiveness (Columbia University – NYC) e International Executive Programme (INSEAD – Fontainebleau). A Minerva já havia anunciado a saída de Edison Ticle do cargo de diretor de Finanças em meados de janeiro.

CARNETEC

INTERNACIONAL

Exportações de carne crescem mais em Argentina e Austrália

Exportações argentinas devem seguir crescendo forte

Novos dados do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revelam que os Estados Unidos terão suas exportações de carne com aumento de 35 mil toneladas enquanto que a produção alcançaria 12,4 milhões de toneladas. No entanto, os americanos perderiam mercado para outros competidores. Se as estimativas forem precisas, os Estados Unidos permaneceriam em quarto lugar com 1,3 milhão de toneladas exportadas, atrás de Índia (1,85 milhão), Brasil (1,82 milhão) e Austrália (1,52 milhão). A reportagem foi publicada no site Agriculture.com. O país que teria o maior aumento de market share seria a Austrália com 75 mil toneladas a mais exportadas, enquanto seria seguido pela Argentina com 70 mil toneladas e o Brasil, mesmo depois da Operação Carne Fraca, acrescentando 65 mil toneladas. A União Europeia terá um crescimento dos envios de carne de 20 mil toneladas. Para Kevin Good, analista sênior da Cattle Fax, em Centennial, Colorado, a situação não é preocupante porque a produção americana crescerá 5% e as exportações 6%. “Nós acreditamos que a melhora da economia mundial vai sustentar o aumento das exportações para todos os grandes produtores de carne”, opinou Good para o Agriculture.com. Na opinião de Alcides Torres, analista da Scot Consultoria, a Operação Carne Fraca afetou mais as exportações de suínos e aves. “O setor de carne bovina também foi afetado, mas a situação se normalizou rapidamente”, disse Torres. “Argentina e Austrália são competidores de fato, mas o mundo pecuário brasileiro é muito maior. A Austrália está chegando a um limite de produção e a Argentina está se recuperando depois de anos desastrosos”, acrescentou o analista. Sobre a previsão do USDA para a argentina, o analista local Victor Tonelli prevê que o país deve bater as estimativas do USDA. “Se deve tomar em conta que historicamente a Argentina exportou entre 450 mil e 500 mil toneladas e aguardar entre 380 mil e 400 mil toneladas neste ano é razoável”, previu Tonelli em entrevista. As exportações argentinas de carne chegaram a um recorde de 770 mil toneladas em 2005, mas caíram depois que o governo limitou as exportações e criou impostos de exportação. As restrições foram eliminadas no fim de 2015. “Em três anos, deveremos ter uma participação de mercado de 6% no mercado mundial e um volume entre 600 e 650 mil toneladas de exportações”, disse o analista em Buenos Aires. Os países com maior crescimento de importação de carne serão Egito (12%), China (10%), União Europeia (5,88%), Japão (4,49%) e Estados Unidos (2,46%). Uma queda nas importações é estimada para a Rússia (7,69%) e Hong Kong (3,53%), mantendo uma tendência de redução de consumo de carne nesses países.

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