CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 683 DE 01 DE FEVEREIRO DE 2018

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Ano 3 | nº 683 01 de fevereiro de 2018

NOTÍCIAS

Cenário é bom para pecuária, mas pode haver risco, diz analista de banco

O cenário para a pecuária é bom neste ano, mas não deixa de apresentar alguns riscos, segundo Guilherme Melo, analista-sênior de agronegócio do Itaú BBA

Melo acredita que os sinais de recuperação da economia podem estimular o consumo interno de carne bovina, que está em queda há três anos. A redução na taxa de desemprego e a inflação baixa vão devolver renda ao consumidor. Do lado externo, ele prevê que a oferta de carne dos principais competidores do Brasil não cresça, o que garante espaço para o produto brasileiro. A esperada reabertura de alguns mercados —como o da Rússia e o dos Estados Unidos— e a possível abertura da Coreia do Sul podem elevar o volume exportado e abrir espaço para a venda de carnes com maior valor agregado. Melo destaca, ainda, o aumento de unidades liberadas para exportar para a China e uma possível ampliação de cotas para a União Europeia. As exportações são crescentes e poderão superar as de 2017. As taxas elevadas de crescimento do ano passado, porém, não deverão se repetir. O produtor deverá ter no radar, no entanto, que, apesar do cenário melhor, 2018 será também um ano de risco para os preços. Haverá uma oferta maior de bois, devido à redução de abates de fêmeas em 2015 e 2016. Em 2018, ao contrário do que ocorreu naqueles anos, o abate de fêmeas poderá aumentar porque há uma margem menor na cria de gado. Já os preços mais moderados dos animais de reposição e os custos menores das rações —milho e farelo de soja estão mais baratos— permitirão um aumento de gado retido em confinamentos. Melo acredita, ainda, que os animais não confinados no ano passado deverão estar à disposição do mercado neste primeiro semestre. O produtor deverá ficar atento ao comportamento do dólar, devido às eleições. Uma apreciação da moeda dos Estados Unidos deixará o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado externo. O importador, porém, vai tentar reduzir essa margem de ganho do exportador brasileiro, oferecendo preço menor. As margens de manobra do importador, contudo, não são grandes devido à oferta menor de carne de outras regiões. Já uma apreciação do real vai gerar menos receitas para os pecuaristas. Nesse caso, a tendência é de uma oferta maior de gado para suprir pagamento de despesas. Diante desses fatores de risco, o pecuarista deverá ficar atento às oportunidades de mercado para a fixação de preços, a fim de se proteger de eventuais quedas no valor da arroba, alerta Melo.

Folha de São Paulo

Mapa define que vacina de 2 ml’s contra aftosa será usada em 2019

Mas aplicação deverá ser preferencialmente subcutânea já a partir deste ano. Fim da vacinação de animais com mais de 30 meses ainda será decidida

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiu na quarta-feira (31) que em maio de 2019 começará a ser aplicada a vacina contra a febre aftosa de 2 ml’s. Todo o calendário de vacinação deste ano segue sem mudanças, em maio e em novembro, com a vacina de 5 ml’s. A forma de aplicação do produto, no entanto, deverá ser preferencialmente subcutânea (abaixo do couro do animal) e não intramuscular, já a partir da primeira fase de vacinação em maio próximo, para maior eficiência do produto e para evitar perdas no abate. Integrantes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e da iniciativa privada avançaram nos entendimentos sobre mudanças na vacina. Segundo o Secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, é preciso cautela, medidas técnicas e estudos científicos, pois o Brasil está em fase final de erradicação da aftosa e de reconhecimento de país livre da doença com vacinação, status que deverá ser obtido internacionalmente, no próximo mês de maio, junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “A ambição do Mapa é ousada e faremos tudo para atingir os objetivos, apesar do tamanho do território brasileiro e do grande número de animais”, afirmou o Secretário. O Diretor de Departamento de Saúde Animal (DSA), Guilherme Marques, disse que o setor produtivo mostra maturidade e a convicção de que tudo deverá ser feito dentro de critérios técnicos. “Não se trata apenas de redução de uma dose da vacina, pois implica em mudança do processo de produção, exigindo, além dos testes laboratoriais, testes de eficácia no campo”, explica. Marques informou que existe o pleito do setor privado de que animais com mais de 30 meses não sejam vacinados, o que depende de decisões técnicas e científicas. “O setor deve apresentar seus argumentos para a mudança”. E explicou que o pleito pode ser incluído ainda neste ano na revisão da Instrução Normativa 44, que fixa normas do programa da febre aftosa, para viabilizar mudança na vacina e para que estados revisem suas legislações. A retirada completa da vacinação deverá acontecer a partir de 2023, processo que será finalizado em 2026, conforme prevê o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).

MAPA

Mercado do boi gordo com viés de baixa

Apesar da oferta de boiadas limitada, o que ditou o rumo do mercado no primeiro mês do ano foi a baixa demanda por carne bovina

Até o momento, nem mesmo a proximidade do início de mês e Carnaval tem feito as indústrias buscarem alongar as escalas de abate com mais afinco. Em São Paulo, as programações de abate giram em torno de quatro dias, apesar de não ser uma escala “apertada”, seria natural que, em um cenário com boa demanda, as empresas buscassem por alongar as programações, considerando a época de início de mês e a proximidade do feriado. Na média de todas as praças pesquisadas pela Scot Consultoria, desde o início do ano houve recuo de 2,4% da arroba do boi gordo, considerando o preço à vista, livre de Funrural. No mercado atacadista de carne bovina com osso, o boi casado de animais castrados ficou cotado, em média, em R$8,96/kg (31/1), queda de 10,3% frente o início do mês.

SCOT CONSULTORIA

Preço do boi magro subiu em São Paulo

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o preço médio do boi magro (12@), anelorado, ficou em R$1.988,00 em janeiro de 2018, alta de 3,3% quando comparado com o mesmo período do ano passado

O aumento da demanda por esta categoria principalmente a partir do segundo semestre do ano passado colaborou com este cenário e impulsionou a cotação desta categoria. Atualmente, com a venda de um boi gordo de 16 arrobas no estado, compra-se 1,23 boi magros. Para uma comparação, em setembro/17, quando a arroba do boi gordo ganhou maior sustentação, nas mesmas condições, comprava-se 1,38 boi magros. Em curto prazo, a tendência é de que as referências no mercado de reposição permaneçam firmes e, se a cotação da arroba do boi gordo não reagir, o poder de compra do invernista e recriador pode retrair. 

SCOT CONSULTORIA

Mercado da carne de RO fecha 2017 em alta

O estado de Rondônia fechou o ano de 2017 com o setor da carne bovina operando em alta, após superar obstáculos, dos quais a Operação Carne Fraca, desenvolvida pela Polícia Federal e que resultou na interdição de diversos frigoríficos do País, a mais significativa

Foi fundamental, para esta vitória, a intervenção do governo Estadual, que reduziu o imposto que incide sobre a exportação da carne. Rondônia superou, em 2017, a marca de 14 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos, consolidando a pecuária como a cadeia produtiva predominante no Estado. “A Operação Carne Fraca pôs toda a pecuária sob suspeita e, portanto, sem mercado”, explica Wilson César de Carvalho, chefe da Coordenadoria da Receita Estadual (CRE), órgão da Secretaria de Estado de Finanças (Sefin). O resultado da operação policial derrubou o preço da arroba, além de desestabilizar o mercado e elevar o custo da produção. No caso de Rondônia, havia cerca de 600 mil cabeças de gado nas propriedades rurais, prontas para o abate e sem mercado. Os novos prazos impostos pelos frigoríficos estavam obrigando os pecuaristas manter os animais por mais tempo, o que demandou mais gastos com alimentação e outros cuidados. A medida veio para facilitar o acesso do produto a outros mercados e proteger os pecuaristas. “Foi uma estratégia bem articulada que atendeu às necessidades daquele momento”, destaca Wilson Carvalho. Segundo ele, a alteração legal foi aprovada pelo Conselho Fazendário (Confaz) antes de ser publicada. O decreto governamental, publicado em agosto de 2017, autorizou a redução do imposto sobre a carne em 80% nas operações interestaduais com gado bovino em pé, da produção interna. A carga tributária resultante, conforme o decreto, ficou equivalente a aplicação do percentual de 2,4% sobre o valor da operação. A autorização foi limitada a 650 mil cabeças, o “superestoque”, a demanda reprimida daquele momento. Segundo o coordenador da Receita Estadual, a medida foi suficiente para restabelecer a normalidade e o mercado interno reagiu positivamente com os frigoríficos voltando a adquirir bois dos pecuaristas locais.

Diário da Amazônia

Minerva é multado por transporte irregular de bois

Prefeitura de Santos alega maus-tratos aos animais e que a empresa despejou dejetos em via pública, contaminando a rede de drenagem

A Secretaria de Meio Ambiente de Santos, no litoral paulista, multou a Minerva Foods em R$ 1,469 milhão por irregularidades no transporte de carga viva até o Porto de Santos. A Prefeitura do município disse, em nota, que foram constatados maus-tratos aos animais durante o transporte. O governo santista afirmou também que a empresa infringiu a lei ao despejar dejetos animais em via pública, contaminando a rede de drenagem. Uma equipe de fiscais vistoriou e fotografou dezenas de caminhões que transportaram gado para embarque no último fim de semana. Procurada pela reportagem, a Minerva disse, em nota, que a exportação de bois vivos “segue todos os procedimentos para preservar o bem-estar dos animais durante o embarque e no decorrer da viagem até o destino”. A Minerva iniciou o embarque na semana passada, depois que Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) voltou a autorizar operações com cargas vivas no porto. A atividade havia sido suspensa em 12 de janeiro, segundo a Codesp, como medida preventiva por causa de processo que tramitava no órgão regulador (Antaq) sobre as operações. No dia 25 a Antaq decidiu que não há impedimento ou necessidade de autorização especial para a movimentação de carga viva no porto. Com a liberação, a Minerva iniciou o embarque de 27.000 animais com destino a Turquia. O processo de acomodar os animais no navio é longo e o fim desta operação estava previsto para esta quarta, mas a chuva pode atrasar os trabalhos. Em duas décadas, este é o segundo embarque de carga viva pelo Porto de Santos – o primeiro foi realizado no fim de novembro do ano passado, quando a Minerva Foods enviou 27.500 animais também para a Turquia. A exportação de bovinos e bubalinos vivos pelo Brasil cresceu 39% no ano passado em relação a 2016, puxada pela Turquia. No ano passado foram exportados 407.365 animais, ante um total de 292.554, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Neste montante estão animais para abate e para reprodução.

ESTADÃO CONTEÚDO

União Europeia propõe mais abertura a carne bovina para acelerar acordo com Mercosul

A União Europeia ofereceu abrir seus mercados para mais carne bovina proveniente do Mercosul, buscando concluir as negociações do que seria seu acordo comercial mais lucrativo.

Ministros de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países do Mercosul, se reuniram com representantes comerciais e agrícolas da UE em Bruxelas para discutir como avançar nas negociações, travadas pelo tema da carne.

A UE melhorou sua oferta para um acesso de 99 mil toneladas de carne por ano, ante 70 mil toneladas, disseram nesta quarta-feira fontes com conhecimento do assunto, embora não estivesse claro se os volumes seriam isentos de tarifas. O bloco europeu espera que a nova proposta leve o Mercosul a abrir mais rápido seus mercados a automóveis e produtos lácteos de países integrantes da UE e a permitir que suas empresas participantes de ofertas públicas. A Comissão Europeia, que negocia acordos comerciais como representante da UE, descreveu as conversas de terça-feira como “construtivas” e disse que os negociadores se reunirão na sexta-feira para continuar as discussões. O Vice-Presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, disse a jornalistas que as negociações ingressarão em uma “fase final” e se mostrou otimista em se chegar a um acordo.

REUTERS

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