CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 651 DE 05 DE DEZEMBRO DE 2017

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Ano 3 | nº 651 05 de dezembro de 2017

 NOTÍCIAS

Demanda aquecida mantém as cotações firmes no mercado do boi gordo

O mercado do boi gordo mostrou firmeza nas cotações e maior procura por negócios neste começo de semana

É possível observar frigoríficos com escalas mais “apertadas”, de apenas um dia. Nestes casos, estas indústrias ofertam preços maiores para a arroba e garantem assim sustentação às cotações. Já os frigoríficos com escalas um pouco mais alongadas mantêm as ofertas de compra menores, mas sem exercer pressão de baixa para a arroba. Isso porque os estoques de carne para as festividades de fim de ano ainda não estão completos e sazonalmente nesta época a demanda é maior, o que força as indústrias a aumentarem seu volume de compras.

Para o curto prazo a tendência é de que a demanda por boiadas continue aquecida e a oferta deverá ditar o ritmo do mercado.

SCOT CONSULTORIA

Consumo doméstico ajuda a impulsionar ações de frigoríficos

A melhora das perspectivas para o segmento de carnes sobretudo no front doméstico em curto e médio prazos impulsionaram ontem na B3 as ações da JBS e da Marfrig, que já haviam ganhado algum fôlego depois da divulgação dos resultados de ambas no terceiro trimestre

O grande destaque do dia foi a alta de 8% dos papéis da JBS, a maior do Ibovespa. Com o salto, caiu para 22,7% a queda acumulada das ações da empresa neste ano, marcado por reflexos negativos derivados das delações premiadas de seus controladores e da operação Carne Fraca. Conforme cálculos do Valor Data, a valorização – também influenciada pelo otimismo gerado pelo avanço da reforma tributária nos EUA, onde a JBS tem presença importante -, gerou incremento de R$ 1,8 bilhão no valor de mercado da companhia ontem, para R$ 24 bilhões. A alta das ações da Marfrig também foi expressiva. Com o ganho de 4%, que ampliou o ganho acumulado no ano para 8%, o valor de mercado da empresa subiu R$ 162 milhões, para R$ 4,4 bilhões. De acordo com analistas, ambas as empresas foram beneficiadas pela conjuntura mais positiva reforçada pelo comportamento do consumo das famílias no Brasil no terceiro trimestre – que, conforme informou o IBGE na sexta-feira, subiu 1,2%. O resultado tornou ainda mais sólidas as estimativas de aquecimento da demanda neste quarto trimestre – já sazonalmente beneficiada pelas compras para as festas de fim de ano – e no início de 2018. Na esteira dos resultados divulgados na sexta-feira pelo IBGE, no boletim Focus do Banco Central divulgado ontem a média das previsões do mercado para o crescimento do PIB em 2017 passou de 0,73% para 0,89%. Para o ano que vem, a expectativa subiu de 2,58% para 2,6%. Como lembrou Adolfo Fontes, analista de proteínas animais do Rabobank no Brasil, o consumo doméstico de carnes é particularmente sensível ao ritmo de crescimento da economia. Não por outro motivo, permaneceu retraído no Brasil em 2015 e 2016 e, em 2017, começou a se recuperar com mais contundência apenas nos últimos meses. O raciocínio vale para as carnes bovina, suína e de frango. A JBS tem participações expressivas nos três mercados, enquanto o foco da Marfrig no Brasil está na bovina. Também concentrada na carne bovina, porém mais dependente das exportações – cujas perspectivas também são otimistas, apesar do recente embargo imposto pela Rússia -, a Minerva Foods viu suas ações subirem menos ontem na B3 (1,6%). Em conversa com jornalistas e analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, executivos da Minerva adiantaram que faz parte dos planos da empresa ampliar sua presença no Brasil por meio da expansão das vendas para o food-service. Thiago Duarte, analista do BTG Pactual, lembrou que os resultados operacionais da JBS entre julho e setembro, que bateram novos recordes, também ajudaram a criar um ambiente mais favorável para a forte alta das ações observada ontem. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia no terceiro trimestre foi de R$ 4,3 bilhões, 37,4% mais que em igual intervalo de 2016. A margem Ebitda cresceu quase três pontos percentuais, de 7,6% para 10,5%. “Já havíamos notado um aumento do interesse de fundos e de outros agentes financeiros nesse ativo [ação da JBS] nos últimos dias”, afirmou Duarte ao Valor. Em meio às altas das ações de JBS, Marfrig e Minerva ontem, chamou a atenção a estabilidade dos papéis da BRF, cujos negócios, capitaneados pela marca Sadia, estão concentrados nas carnes de frango e suína – além de embutidos e processados, como a divisão Seara da JBS. No momento, contudo, pesam contra a companhia os resultados não tão positivos no terceiro trimestre e a reestruturação da gestão ainda em curso. A companhia passará a contar neste mês com um novo CEO e também tem outros cargos de primeiro escalão à espera de novos comandantes.

VALOR ECONÔMICO

Bom escoamento e alta da carne bovina no atacado

A melhora na demanda por carne bovina colaborou para alta nos preços dos cortes no atacado

Em novembro, todas as semanas foram marcadas por valorizações. No acumulado do mês os preços subiram, em média, 4,8%. O movimento foi puxado principalmente pelos cortes do traseiro, com alta de 4,8%. Já os cortes de dianteiro subiram 4,6%. Entre os cortes, destaque para o contrafilé com alta de 12,5% e miolo de alcatra com valorização de 9,7% no período. Além de normalmente o início do mês dar ânimo para as compras, estamos próximo do período de festas, quando normalmente temos maior procura, principalmente por cortes para churrasco. Em dezembro, a expectativa ainda é de preços firmes no atacado.

SCOT CONSULTORIA

Preços firmes para o sebo bovino

O mercado de sebo bovino continua com preços firmes nessa reta final do ano, com a boa demanda dando sustentação às cotações

Segundo levantamento da Scot Consultoria, no Brasil Central, a gordura animal está cotada em R$2,25/kg, sem imposto. Alta de 15,8% desde julho deste ano. No Rio Grande do Sul o cenário é semelhante. O produto está cotado em R$2,25/kg. Para os próximos dias a tendência é de que a demanda continue alta, mantendo o mercado pressionado para cima.

SCOT CONSULTORIA

Mapa reconhece o Amazonas livre de aftosa, com vacinação

Até 2023, disse o Ministro Blairo Maggi, a região norte do Brasil poderá exportar carne para todo o mundo

Em Manaus, o Ministro Blairo Maggi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), assinou nesta segunda-feira (4), em conjunto com o governador Amazonino Mendes, o documento que reconhece o Estado do Amazonas como zona livre da febre aftosa, com vacinação. O Ministro Blairo Maggi ressaltou a importância do documento de reconhecimento porque é um marco da libertação econômica do Amazonas de sua principal fonte de receita, a zona Franca de Manaus. “O Amazonas, assim como os demais Estados da federação brasileira, hoje se coloca com a mesma possibilidade de exportação de carne bovina, suína, e outras carnes.” Blairo Maggi contou que em conversa com Amazonino Mendes historiou o trabalho de erradicação da febre aftosa no Estado, que começou há tempos, em mandatos de governos estaduais anteriores. “Já comuniquei ao governador”, disse ainda o Ministro, “que até 2023 o Brasil será livre de febre aftosa sem vacinação. Amazonas, Acre, Rondônia, Amapá, Roraima e Pará serão os primeiros estados brasileiros liberados para exportação de carne para qualquer parte do mundo, sem mais esse problema da febre aftosa. O produto da região será muito valorizado, a pecuária terá plenas condições de progredir e crescer como uma atividade rentável. O rebanho da região Norte atualmente soma 48 milhões e 240 mil cabeças, entre bovinos e bubalinos.

MAPA

Programa que incentiva produção de bovinos precoces supera expectativas

Desde a reformulação, foram abatidos mais de 267 mil animais no Estado

O Programa de Incentivo à Produção de Bovinos Precoces em MS abate mais de 267 mil animais em Mato Grosso do Sul, desde a sua reformulação, no início do ano. O número supera as expectativas do governo do Estado, que previa abate até o dezembro de 80 mil animais. O programa pagou incentivos por 85% deles, ou seja, 227 mil animais precoces. A equipe da Semagro, responsável pelo Programa tem realizado um trabalho permanente para inserção de novos produtores, frigoríficos, empresas independentes de classificação e profissionais responsáveis para participação no programa. Conforme o último relatório da Secretaria, estão habilitados para atender os produtores através do Programa 449 profissionais, que passaram pelo treinamento em uma das 19 edições realizadas e que atendem atualmente 816 propriedades participantes.

CORREIO DO ESTADO

São Paulo registra redução dos custos de produção de bovinos confinados; Goiás registra alta

Na sexta edição do Informativo de Custos de Bovinos Confinados (ICBC) identificou-se redução dos custos para as propriedades representativas localizadas no estado de São Paulo e aumento para a propriedade de Goiás

Os custos da diária-boi (CDB) em novembro foram de R$ 8,11, R$ 8,03 e R$ 7,51 para os confinamentos de São Paulo médio (CSPm), grande (CSPg) e de Goiás (CGO), respectivamente. Apesar de alguns itens alimentares terem aumentado de preço como o milho grão, polpa cítrica e farelo de soja, alguns coprodutos, pelo contrário, reduziram. Foi o que se identificou com relação ao farelo e caroço de algodão e o Refinazil. Assim, de forma geral, os custos alimentares reduziram para as propriedades estudadas. Os preços do animal magro de 12 arrobas aumentaram em 7,9% para o estado de São Paulo entre os meses de outubro e novembro; já em Goiás houve redução de 0,4%, segundo o nosso monitoramento mensal. Essa elevação em São Paulo impactou no custo total (CT) da arroba produzida, aumentando-o em média 5,3% para as propriedades CSPm e CSPg. Os CT para CSPm, CSPg e CGO foram de R$ 142,07, R$ 140,77 e R$ 132,70 por arroba, nessa ordem. Esses valores foram superiores aos divulgados na edição anterior (5), exceto para CGO. Concluímos que os CDB reduziram para CSPm e CSPg devido aos itens alimentares; o CT, para essas mesmas propriedades, aumentou, influenciados principalmente pela elevação de preços do boi magro. Para a propriedade de Goiás, CGO, o cenário foi de poucas variações. Portanto, os confinadores e técnicos deveriam se atentar aos indicadores de custo que utilizam no cotidiano, já que podem apresentar comportamentos distintos, como foi verificado neste mês por este informativo.

Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE), da FMVZ/USP

Carne Fraca: Ex-executivo da JBS confessa pagamento de propina

Em depoimento à Justiça Federal na sexta-feira passada, o ex-executivo da JBS e veterinário, Flávio Cassou, preso em março na Operação Carne Fraca, contou que pagava há quatro anos uma mesada de 20.000 reais para o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Daniel Gonçalves Filho

O mensalinho, segundo Cassou disse ao juiz Marcos Josegrei, da 14ª Vara Federal, servia para que ele escolhesse pessoalmente quais fiscais do governo atuariam dentro das unidades da JBS no Paraná, fazendo vista grossa na vigilância sanitária e agilizando licenças. Cassou também confessou que pagava propina para a Chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, no Paraná, Maria do Rócio Nascimento. Segundo ele, a propina, só para essa quadrilha, somava 60.000 por mês. Em seu depoimento, Cassou assegura ainda que tanto Gonçalves quanto Maria do Rócio – ambos também presos – comentavam quando faziam cobrança que parte desse dinheiro era destinada a políticos do PMDB do Paraná. Mas ele não mencionou nomes. A quebra do sigilo bancário de Cassou feita pela Justiça revelou que ele tinha em conta corrente 4 milhões de reais, valor que acabou sendo sequestrado por falta de justificativa. A Operação Carne Fraca já tem a lista dos políticos do PMDB e PP que recebiam propina da JBS, entre eles o deputado federal Osmar Serraglio (PR), que era Ministro da Justiça na época em que a operação foi deflagrada. Em gravações telefônicas interceptadas pela PF durante a investigação, foi flagrada uma conversa de Serraglio com Gonçalves na qual o Superintendente chamava o parlamentar de “grande chefe”. Gonçalves fechou delação premiada e relata em depoimentos detalhes da participação de Serraglio no esquema da Carne Fraca. Ele conta, por exemplo, como Serraglio e outros acusados com foro privilegiado recebiam dinheiro vivo de propina da JBS. Segundo a PF, um caderno de anotações apreendido com Cassou também prova os pagamentos, que eram feitos quase sempre em dinheiro dentro das unidades da JBS. A defesa de Serraglio nega as acusações e diz que o ex-ministro não interferia no trabalho dos fiscais. A delação de Gonçalves é uma das peças mais extensas da operação. Ele deu mais de 20 depoimentos de 12 horas de duração ao delegado federal Maurício Moscardi, coordenador da Carne Fraca. A delação está no Supremo Tribunal Federal (STF) à espera de homologação.

Revista Veja

EMPRESAS

MPT pede indenização de R$ 29 mi à JBS por irregularidades trabalhistas na BA

O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia entrou com ação na Justiça para que a unidade da Seara Alimentos, da JBS, localizada em São Gonçalo dos Campos (BA), seja condenada a pagar R$ 29 milhões em indenização por danos morais coletivos diante de descumprimento às normas de saúde e segurança do trabalho, informou o MPT na segunda-feira (04)

As investigações que apontam irregularidades foram iniciadas pelo MPT em 2008, quando a unidade então chamada Avipal Nordeste S/A ainda não era controlada pela JBS. Durante o período das investigações, a companhia chegou a ser integrada à BRF e posteriormente adquirida pela JBS. O MPT afirma em ação civil pública apresentada à Justiça do Trabalho no dia 30 de novembro que a referida unidade “pratica há anos um grande rol de irregularidades e descumprimentos de normas trabalhistas” que resultaram em mais de 50 acidentes de trabalho, com mutilações e duas mortes. O mais recente óbito de um trabalhador nessa unidade ocorreu em 2016, quando funcionário que fazia a limpeza de uma máquina caiu e foi esmagado, sofrendo traumatismo cranioencefálico, raquimedular e torácico, segundo o MPT. Os procuradores pedem ainda que a Justiça conceda uma liminar que obrigue a Seara a cumprir imediatamente toda a legislação referente a segurança do trabalho, sob pena de multas que variam entre R$ 10 mil e R$ 100 mil por item descumprido. O MPT quer também que a empresa seja obrigada a realizar exames médicos regulares nos trabalhadores, adote medidas de prevenção em ambientes com alto nível de ruídos, faça inspeção e controle de redes elétricas e instale proteções fixas e móveis que garantam a segurança dos empregados.  Segundo o MPT, já ocorreram diversas tentativas de assinatura de termo de ajuste de conduta (TAC) com a empresa, sem sucesso. “Verificamos que a empresa submete seus empregados a jornadas exaustivas e noturnas em limites bem acima dos permitidos na legislação trabalhista brasileira, o que acaba potencializando os riscos de acidente e adoecimento”, disse o Gerente do Projeto Nacional Frigoríficos, do MPT, procurador Sandro Sardá, em nota. A JBS disse por meio de nota enviada à CarneTec que ainda não foi notificada pelo MPT sobre a ação. “A JBS informa que a segurança de seus colaboradores é a sua prioridade e, por essa razão, realiza de forma constante investimentos e melhorias nos processos estruturais e de produção, visando assegurar sempre as melhores condições de trabalho. A companhia esclarece que não foi notificada pelo MPT-BA e, por essa razão, não irá comentar.”

CARNETEC

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