Ano 3 | nº 567 | 31 de julho de 2017
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo começa a retomar a firmeza
O mercado do boi gordo começa a dar indícios de retomada de firmeza. A queda gradual na oferta de boiadas terminadas dá sustentação a esse cenário
Entretanto, a intensidade da retomada da firmeza irá depender de como a demanda se comportará. Até agora, 2017 tem sido um ano com consumo enfraquecido, mesmo na primeira quinzena do mês, época em que sazonalmente há um maior escoamento. De qualquer forma, a menor disponibilidade de animais terminados já é uma realidade e, se esse fator já não resulta em valorização, no mínimo limita a queda de preço no mercado. Para o curto prazo fica a expectativa de como a demanda irá se comportar, a combinação de pagamento dos salários e menor oferta de boiadas podem mudar o rumo do mercado.
SCOT CONSULTORIA
Mais uma semana de desvalorização da carne bovina no atacado
Até agora, o ano não apresentou sinais de melhora quanto a demanda por carne bovina, ao contrário, em média, no atacado, os cortes da carne sem osso estão sendo vendidos em valores 0,5% menores que em igual período do ano passado
Já são sete semanas seguidas de recuo nos preços. Na média de todos os cortes pesquisados pela Scot Consultoria, a queda semanal foi de 1,6%. Nos últimos 30 dias o recuo chega a 3,4%. No período, os cortes do traseiro apresentaram queda 3,3% e os cortes do dianteiro desvalorização de 3,6%. Por outro lado, a pressão de baixa no mercado do boi gordo parece ter perdido forças nos últimos dias. Entretanto, as margens de comercialização dos frigoríficos que fazem a desossa continuam em patamares historicamente favoráveis. Atualmente elas estão em 35,4%, são quase 10 pontos percentuais acima da média histórica. Em curto prazo, fica a expectativa quanto a melhora no consumo com a entrada da primeira quinzena do mês.
SCOT CONSULTORIA
Roraima e Amazonas unificam fiscalização em Jundiá
Medida visa reforçar eficiência no controle do trânsito de origem animal e vegetal
Numa iniciativa inédita no país, as superintendências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Roraima e no Amazonas unificaram a fiscalização de produtores de origem animal e vegetal em um único local: o posto fiscal de Jundiá, no município de Rorainópolis, no sul roraimense. A ação conjunta começou nesta semana e também envolve a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr) e a Agência de Defesa Agroflorestal do Estado do Amazonas (Adaf). Segundo o Superintendente do Mapa em Roraima, Plácido Alves, a unificação da fiscalização busca não só reforçará a eficiência do serviço como resultará na economia de despesas dos órgãos envolvidos. Essa ação, acrescenta, fortalecerá e resguardará as fronteiras de eventuais pragas e doenças. “O usuário da BR-174 terá um único local de fiscalização”, assinala. O melhoramento do fluxo de informações também permitirá a criação de um banco de dados entre os dois estados para utilizá-lo em ações de enfrentamento a pragas e doenças que por ventura se propagem na região. Técnicos das duas agências passaram por treinamento conjunto, a fim de conhecer as legislações dos dois estados sobre produtos de origem animal e vegetal. De acordo com o Diretor da Aderr, Luís Claudio Estrella, 12 técnicos de Roraima e 23 do Amazonas receberam informações sobre os procedimentos e normas adotados pelos dois estados. “Quatro equipes já estão trabalhando, em regime de revezamento de plantão de 24 horas, no posto de Jundiá”, diz Estrella.
MAPA
Governo divulga estratégia para elevar participação do Brasil nas exportações
Conforme divulgado no fim da semana passada, ampliar a participação do país no comércio internacional de produtos agropecuários é o principal objetivo da estratégia estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para promoção do agronegócio brasileiro, por meio de política pública específica, durante o período de 2019 a 2022
O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de alimentos, destacando-se, por exemplo, como exportador de carnes (aves, bovina e suína), soja (grão e farelo), açúcar, café e milho. No entanto, apenas cinco grupos de produtos concentram 82% das exportações agropecuárias brasileiras, que chegaram a US$ 71,5 bilhões em 2016. O setor agrícola representa, aproximadamente, 40% das exportações totais do país e cerca de 7% de participação no mercado mundial de produtos agropecuários. O grande desafio do governo na área agrícola é elevar esse índice para 10%. “Pela primeira vez, se propõe, no Mapa, a metodologia para o estabelecimento de política de médio prazo para otimizar as negociações agrícolas internacionais”, disse em nota Odilson Luiz Ribeiro e Silva, titular da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI/Mapa). O caminho para definir a estratégia foi publicado na quinta-feira (27), no Diário Oficial da União, e terá contribuição dos setores público e privado para elaborar proposta de acesso a mercados, negociações não tarifárias e promoção dos produtos do agro brasileiro. A estratégia também deverá incentivar a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros e consolidar a imagem do país como exportador de produtos de alta qualidade, inclusive ambiental, com base nos índices obtidos por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Na verdade, em vez de executarmos as ações com planejamento de curto prazo, teremos previsibilidade, a médio prazo, para propiciar maior sinergia com outras instituições públicas e privadas que atuam com objetivos semelhantes”, disse o secretário. O governo espera ainda ampliar a participação de pequenas e médias empresas na exportação agropecuária brasileira.
CARNETEC
PF, Receita e MPF deflagram operação contra frigorífico de MS
A Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público Federal deflagraram na sexta-feira a segunda fase da Operação Labirinto de Creta, que apura o envolvimento de frigorífico de Mato Grosso do Sul, que teria sonegado cerca de R$ 350 milhões em encargos trabalhistas e previdenciários
O nome do frigorífico não foi divulgado, mas, segundo investigadores, trata-se do Grupo Frigolop, que também vem sendo investigado pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato qualificado, fraudes previdenciárias, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Cem policiais federais, 18 auditores fiscais e 14 analistas da Receita Federal cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e empresas ligadas e vinculadas à “organização criminosa” na capital Campo Grande, em uma cidade do interior sulmatogrossense – Terenos (MS) – e em São Paulo. As investigações vinham se desdobrando desde 2011, informou a PF. Apesar de não citar o nome da empresa, a Receita explicou em nota que se trata de um grupo econômico com elevado faturamento e que se utilizava de suas empresas para a sonegação de “altos valores. Os bens adquiridos, frutos da sonegação fiscal, segundo a Receita, estavam em nomes de “laranjas” ou de empresas criadas para esse fim. A PF também informou que foram apreendidos itens de luxo de posse dos investigados, como dois veículos Porsche, uma televisão avaliada em R$ 89 mil e uma adega que vale R$ 700 mil. E dentro de uma Bíblia, foram encontradas dezenas de cédulas de R$ 50. O nome da operação tem origem na mitologia grega e faz referência a um labirinto que existia na cidade de Creta, com vários percursos, construídos com a intenção de desorientar quem os percorria e abrigava o lendário Minotauro. A primeira fase da operação foi deflagrada em novembro de 2014, tendo como foco outro grupo empresarial, também do ramo frigorífico. Em razão da primeira ação, um empresário do setor foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.
VALOR ECONÔMICO
Mercado futuro sinaliza melhora no confinamento
Cotação da arroba para outubro subiu 12% desde a mínima de R$ 119,50, registrada no fim de junho, e rentabilidade da atividade volta a ser interessante O contrato para outubro fechou nesta sexta-feira, 28, a R$ 134,24 a arroba
A recente recuperação dos contratos futuros do boi gordo na B3 deve estimular a etapa final da temporada de confinamento, por causa da perspectiva de melhora da rentabilidade dos pecuaristas no fim do ano – embora o resultado do acumulado de 2017 ainda deva ser fraco.
O vencimento outubro do boi gordo na B3 já subiu cerca de 12% desde a mínima registrada em 21 de junho, de R$ 119,50 a arroba, na esteira da Operação Carne Fraca, da delação da JBS e da suspensão da importação pelos Estados Unidos, além da virada do ciclo pecuário.
“Até duas semanas atrás, o confinador empatava ou perdia dinheiro”, afirma Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. “Com o preço ao redor dos R$ 133, a atividade voltou a ser interessante”. O contrato para outubro fechou nesta sexta-feira, 28, a R$ 134,24 a arroba.
Apesar disso, resta pouco tempo para a temporada de terminação de gado à base de ração, antes da recuperação das pastagens em outubro – o confinamento leva normalmente três meses. Desta forma, Torres acredita que pecuaristas que têm estrutura própria para a atividade intensiva devem optar por colocar animais no cocho a partir de agora. O Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Alberto Pessina, alertou, no entanto, que não adianta apostar no aumento da disponibilidade de gado se não houver demanda por carne bovina no mercado interno. “No nível atual da B3, começa a ficar viável confinar em algumas praças, mas é preciso olhar o diferencial de base, que é a praça de São Paulo”, explica. Para ele, poderá haver uma queda na oferta de animais entre agosto e setembro, já que o primeiro giro de confinamento (de maio a julho) foi fraco, com uma desistência entre 5% a 13%, pelo levantamento da Assocon. No ano passado, o levantamento da Assocon, baseado em 1.400 confinamentos, totalizou 3,2 milhões de bovinos confinados. O resultado final do confinamento, de toda forma, deve frustrar as expectativas feitas pelo mercado no ano passado. As projeções eram de forte crescimento – para até 5 milhões de cabeças, ante cerca de 3,5 milhões em 2016, na projeção da Scot Consultoria – em virtude da forte queda do preço do milho (principal insumo na atividade) e da reposição. “Sendo otimista, acho que vamos chegar a 3,6 milhões de cabeças”, estimou Torres. Em relação à recente recuperação do mercado futuro, o analista Caio Toledo, da consultoria INTL FCStone, afirmou que o menor receio do setor com relação às operações da JBS, que tem conseguido vender ativos e renegociar dívidas, estimulou a participação na B3. “Isso traz uma calmaria para as perspectivas”. Outro motivo apontando por Toledo são justamente as fortes oscilações apresentadas pelo preço da arroba ao longo deste ano. “Pecuaristas estão mais atentos ao mercado financeiro para garantir seu preço mínimo. O volume de operações para hedge tem aumentado muito”.
ESTADÃO CONTEÚDO
Boi: Queda nos preços das forrageiras favorece reforma de pastagens
Após preços recordes em 2016, a oferta de sementes forrageiras deve ser maior neste ano. De acordo com colaboradores do Cepea, a produção em 2017 está firme, devido às boas condições climáticas. Deste modo, a expectativa de agentes é de maior oferta de sementes para pastagem, atrelada também à maior qualidade
Quanto à demanda, segundo colaboradores do Cepea, também pode ser elevada, já que, com as altas de preços em 2016, muitos produtores que precisavam reformar pastagem deixaram para fazer neste ano. Ainda assim, com as quedas na cotação da arroba, é possível que este aumento na demanda não se concretize. Pecuaristas mais tecnificados alegam que não podem adiar a manutenção e a reforma dos pastos, visto que precisam manter a capacidade suporte e os níveis de produtividade já alcançados. 2016 – O valor das sementes forrageiras subiu 71%, em média, no Centro-Oeste, no ano passado, de acordo com informações da equipe de custos de pecuária do Cepea. Quanto à “média Brasil”, a elevação no mesmo período foi de 55%. Algumas variedades chegaram a registrar forte alta de 250%. Os aumentos são justificados pela redução na produção de sementes, decorrentes de problemas climáticos na safra 2015/16. Devido às consequências do fenômeno El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, houve déficit hídrico nas principais regiões produtoras do Brasil (Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás e oeste de São Paulo). Mesmo com a alta dos preços, pecuaristas mais tecnificados mantiveram as compras em 2016. Porém, para a maioria dos produtores, a alta das cotações desestimulou a reforma. Pelo mesmo motivo, as exportações brasileiras também se reduziram: o volume embarcado em 2016, de 7.552 toneladas, foi 12% inferior ao de 2015, de 8.571 toneladas, segundo dados da Secex. 2017 – Os preços de sementes forrageiras iniciaram o ano com altas moderadas, de 2,1% em janeiro e de 0,8% em fevereiro, na “média Brasil” – dados da equipe de custos de pecuária do Cepea. Em março e abril, por outro lado, as quedas foram de 0,02% e 2,78%, refletindo o enfraquecimento da demanda, uma vez que o período de reforma das pastagens se encerra junto à época das águas. O cenário de queda também foi observado em maio e junho. Em alguns estados, por exemplo, as baixas acumuladas de janeiro a junho de 2017 para a semente Brachiaria (cultivar Marandu) chegam a mais de 50%, como é o caso de Mato Grosso do Sul. Conforme colaboradores do Cepea, neste mês, há uma normalização na oferta do produto no estado. Em São Paulo, a semente da forrageira do gênero Panicum L. (o capim mombaça) se desvalorizou 38% no primeiro semestre deste ano.
Cepea
INTERNACIONAL
Consumidores dos EUA são favoráveis à rotulagem do país de origem da carne
Quase nove em cada dez consumidores dos EUA são a favor da rotulagem do país de origem para a carne fresca, de acordo com uma pesquisa recente
A pesquisa, divulgada pela Consumer Federation of America, mostrou que a grande maioria dos americanos é bastante a favor, exigindo que a carne seja rotulada com informações ainda mais específicas sobre o nascimento, a criação e o processamento dos animais. Oitenta e nove por cento dos entrevistados eram fortemente ou um pouco favorável à exigência de que os vendedores de alimentos indiquem na embalagem o país de origem da carne fresca que eles vendem, enquanto 88% dos adultos eram fortemente ou um pouco favorável à exigência de que os vendedores de alimentos indiquem na embalagem país ou países em que os animais nasceram, foram criados e foram processados. A rotulagem do país de origem foi exigida nos EUA até o final de 2015, quando a Organização Mundial do Comércio (OMC) determinou que esses requrimentos discriminavam o gado canadense e mexicano. No mês passado, o Ranchers-Cattlemen Legal Action Fund, United Stockgrowers of America (R-CALF USA) e Cattle Producers of Washington (CPW) apresentaram uma ação judicial contra o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na tentativa de forçá-lo a reintroduzir a rotulagem do país de origem. O processo alega que os regulamentos do USDA, permitindo que as carnes bovina e suína sejam classificadas como “produtos domésticos” – mesmo quando esses produtos de carne foram importados de outros países – confundem consumidores e prejudicam os produtores americanos, além de violar a Lei de Inspeção de Carne que exige que os produtos de carne de animais nascidos, criados e abatidos em outros países, antes de serem importados para os EUA, devem incluir o país de origem.
GlobalMeatNews.com
Maiores informações:
ABRAFRIGO
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
Powered by Editora Ecocidade LTDA
041 3088 8124