CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 502 DE 27 DE ABRIL DE 2017

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Ano 3 | nº 50227 de Abril de 2017

NOTÍCIAS

Volume de carne bovina in natura exportada pelo Brasil pode cair em abril

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços até a terceira semana de abril o Brasil exportou 52,5 mil toneladas de carne bovina in natura, com faturamento total de US$217,0 milhões.

A média diária do período foi de 4,0 mil toneladas. Em relação ao mesmo período do ano passado a média diária exportada é 6,6% menor. Já em relação a março deste ano a queda é de 5,3%. Caso o ritmo das exportações continue o volume total exportado deve ser de 72,0 mil toneladas, queda de 16,7% em relação ao mesmo período de 2016.

SCOT CONSULTORIA

Firmeza no mercado do boi gordo

Para o mercado do boi gordo e vaca gorda o cenário observado foi de firmeza nos preços

Os valores ofertados para a arroba do animal terminado estão cada vez mais alinhados no mercado, com pouca variação tanto para baixo quanto para cima das referências. A firmeza nas cotações, aos poucos traz de volta para os negócios pecuaristas que estavam fora do mercado, com isso algumas indústrias já conseguem aumentar o número de animais abatidos e alongar suas escalas. Em São Paulo a arroba ficou cotada em R$139,00, à vista, livre de Funrural nesta quarta-feira (26/4), alta de 0,7% em relação ao último fechamento. No mercado atacadista de carne bovina com osso, o boi casado de animais castrados ficou cotado em R$9,61/kg. Para o curto prazo, não são descartadas quedas nos preços para a carne com osso, já que o final do mês é marcado pela descapitalização da população e consequente redução no consumo de carne.

SCOT CONSULTORIA

EUA aprovam ‘respostas’ do Brasil depois da Operação Carne Fraca

Os impactos negativos que a Operação Carne Fraca teve sobre as exportações foram controlados e o comércio com os Estados Unidos não foi afetado, constataram especialistas

Para Bill Westman, Vice­-Presidente do Instituto de Carnes da América do Norte (Nami), as autoridades do Ministério da Agricultura deram respostas positivas ao governo dos EUA e, com isso, não houve impacto na venda de carnes para o país. Segundo ele, os casos revelados pela Polícia Federal não mostraram um risco à segurança no sistema de produção para exportação do Brasil. “Infelizmente, fraudes podem ocorrer em qualquer lugar do mundo, como na França ou até mesmo aqui [EUA]. Mas não estamos preocupados com o nível de qualidade da carne brasileira”, disse Westman, acrescentado que o produto é bem controlado do ponto de vista sanitário no país e que os americanos ampliaram o nível de inspeções. Também durante debate sobre a agricultura brasileira no Wilson Center, em Washington, o Embaixador Roberto Jaguaribe, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex­Brasil), criticou a atuação da PF na operação. “Eu não acho que existe um país no mundo em que a PF seja tão independente como no Brasil. Mas esse episódio mostra que, às vezes, eles não usam tão bem a independência que possuem”, afirmou ele.

VALOR ECONÔMICO

Balanço do primeiro bimestre e expectativas para o mercado do boi gordo em 2017

A cotação da arroba do boi gordo caiu na maioria das trinta e duas praças pesquisadas pela Scot Consultoria

Na média, a queda foi de 3,7% no período, com destaque para o Oeste da Bahia e Norte de Minas Gerais, cujas cotações caíram 10,8% e 10,7% respectivamente. Nessas regiões, a falta de chuvas comprometeu a recuperação das pastagens e dessa forma, muitas boiadas foram para o abate. Esse incremento de oferta contribuiu para um cenário maior de pressão baixista na região. Quando comparamos a cotação da arroba do boi gordo em Araçatuba-SP no final do primeiro bimestre deste ano com o preço no mesmo período do ano passado, temos uma queda nominal de 7,1%. O principal fator que colaborou para este cenário de retração e que está balizando o mercado do boi gordo é a crise econômica e a contração do consumo de carne bovina. Diante disso, o escoamento de carne bovina perdeu velocidade e não há estímulo e nem interesse dos frigoríficos intensificarem a compra de boiadas. Para contornar este cenário deprimente, a estratégia adotada por algumas indústrias foi elevar a ociosidade e trabalhar com escalas de abate justas. Por isso, nem mesmo a curta oferta de boiadas e a resistência dos pecuaristas, que por sua vez também estão vendendo vagarosamente, conseguiram conter essa pressão baixista no primeiro bimestre. E o que esperar para este ano? O mercado de bovinos para reposição também perdeu firmeza e os preços, quando muito devem andar de lado em 2017, mas o cenário é de perda de valor real. Há mais vacas produzindo. Diante deste mercado pouco animador para a reposição, matrizes devem ser descartadas, aumentando a oferta de bovinos para abate e agravando a cotação dos bovinos terminados. Outro fator relevante é que em função do aumento do custo de produção para confinar bovinos no ano passado, uma parcela de bois magros não foi terminada em tempo, pois não foram para o cocho e esses animais serão abatidos agora. Com isso haverá um incremento na oferta de boiadas contribuindo para afrouxar o mercado. Apesar dos indicadores apontarem para um ano “apertado”, este é um ano de transição e de oportunidades. Apesar das dificuldades antecipadas, sentiremos saudades de 2017 em 2018. 

Revista Coopercitrus

TCU apura privilégio do BNDES à JBS em aquisição

Uma auditoria da área técnica do TCU apontou indícios de que o banco de fomento ignorou o interesse público ao dar tratamento privilegiado aos pleitos da JBS

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai convocar vários ex-­funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para darem explicações sobre um suposto favorecimento à gigante de carnes JBS na operação que culminou com a compra da empresa americana Swift Foods Company, em maio de 2007. Apresentada ontem, uma auditoria da área técnica do TCU apontou indícios de que o banco de fomento ignorou o interesse público ao dar tratamento privilegiado aos pleitos da JBS. A aquisição do Swift ocorreu após o BNDESPar, braço de participações do BNDES, investir US$ 583 milhões na compra de ações do JBS. O aporte marcou também a entrada do BNDES no capital da companhia. Hoje, o BNDESPar tem 21,3% da JBS. O relatório informa que o processo de aprovação desse aporte se deu em prazo exíguo, muito inferior ao que era praticado pelo BNDES. Entre a solicitação de apoio da empresa e a aprovação passaram­-se 33 dias, ante uma média histórica de 210 dias.  Questionada pelo tribunal, o BNDESPar alegou que a análise interna de operações como essa começavam antes do encaminhamento da consulta da empresa. Ressaltou, ainda, que o prazo curto não significa que não tenho havido análise adequada da proposta da JBS. O TCU também suspeita que o BNDES tenha investido mais dinheiro do que seria necessário para o negócio. Os indícios são de que o aporte tenha superado em US$ 350 milhões as necessidades. O relator do processo no tribunal, Ministro Augusto Sherman, disse que as explicações do banco são insuficientes. O Ministro destacou a omissão do BNDES sobre a situação financeira da Swift à época da transação. Segundo ele, a empresa americana estava com patrimônio líquido negativo, mas a informação não constou do relatório de análise do banco. “Referido relatório não só apresentou o patrimônio líquido da Swift como positivo em 2007, como também apresentou informações erradas relativamente ao ativo total, à receita operacional líquida e ao lucro líquido relativos ao exercício anterior”, sustentou Sherman. Após algum debate, o plenário aprovou por unanimidade a conversão do processo em tomada de contas especial, que é um tipo de investigação mais profunda, que ocorre quando há forte indício de dano aos cofres públicos. Nessa fase, o TCU irá convocar os executivos responsáveis pela operação para explicarem em detalhes as decisões tomadas. Os nomes dos convocados ainda não foram oficializados pelo relator, mas a área técnica inclui na lista o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. Em nota, Coutinho disse que “que a operação foi realizada dentro da mais absoluta regularidade, tendo sido analisada em todas as instâncias pelas equipes técnicas do banco”. Procurada, a JBS informou que é o BNDES que está sendo auditado, e não a empresa. “Ainda assim, a companhia sempre deixou claro a seus acionistas e ao mercado em geral que todos os atos societários advindos dos investimentos do BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais”. O BNDESPar não foi o único a subscrever o aumento de capital que viabilizou a compra da Swift. Embora o banco tenha respondido pela maior parte do aporte ­ 61,33% ­, a J&F Participações, controladora da JBS, e outros acionistas participaram da operação nas mesmas condições que o BNDESPar.

VALOR ECONÔMICO

ECONOMIA

Agropecuária sofre queda de 7% em exportações no primeiro trimestre

Setor também teve queda de 4% no volume importado; estima-se que país encerre o ano com saldo positivo

As exportações brasileiras cresceram 24,4% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2016. Ao mesmo tempo, as importações aumentaram 12%. A balança comercial registrou superávit de US$ 14,4 bilhões. Os dados são do Indicador Mensal da Balança Comercial, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e foram divulgados na quarta-feira, dia 26, no Rio de Janeiro. A agropecuária, no entanto, teve queda de 7% no período no que diz respeito ao volume exportado. Com o resultado da balança comercial, estima-se que o comércio externo brasileiro encerre o ano com um saldo positivo de US$ 50 bilhões. Em relação ao volume, as exportações cresceram menos (11%) do que as importações (17%) no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. A maior alta nas exportações foi observada no setor da indústria extrativa (38%), seguido pela indústria da transformação (9%). As exportações de não commodities aumentaram 16% e as de commodities, 6%. O maior crescimento no volume importado ocorreu na indústria de transformação (23%), seguido pela extrativa (11%). A agropecuária teve queda de 4%. Preços dos produtos negociados. Os termos de troca penderam a favor da balança comercial brasileira, com uma melhora de 19% na comparação com o primeiro trimestre de 2016, devido ao aumento de 15% do preço das exportações e da queda de 3% do preço das importações. Isso pode ser explicado principalmente pelo comportamento das commodities. Enquanto o preço de importação desses produtos recuou 11%, o preço da exportação avançou 29%. Entre as não commodities, o preço das exportações não variou, enquanto o valor das importações caiu 6,5%. Entre os setores econômicos, os preços das exportações da indústria extrativa cresceram 75%, enquanto o preço das importações caiu 9%. Na indústria da transformação, o preço das exportações cresceu 5%, enquanto o das importações caiu 7%. Na agropecuária, os preços dos exportados cresceram menos (9%) do que os dos importados (17%). “Os preços das commodities estavam deprimidos até o final do ano passado e, neste início de ano, tiveram uma recuperação. No caso do Brasil, por exemplo, os preços de minério de ferro e petróleo melhoraram. Também temos uma demanda internacional mais favorável [para as exportações brasileiras]”, disse a pesquisadora da FGV, Lia Valls.

AGENCIA BRASIL

FEIRAS & EVENTOS

Integração aumenta produção de carne no Matopiba

As pastagens tiveram um salto de aproveitamento, chegando a produzir, em média, 9,8 @/ha na entressafra, período mais seco do ano

Levantamento encomendado pela Rede de Fomento à Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), parceria da Embrapa com o setor privado, mostrou que a adesão aos sistemas integrados só cresce no Brasil. Divulgado em novembro do ano passado, o estudo revela que 11,5 milhões de hectares já estão cobertos por algum desses sistemas. O Matopiba — que abrange parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e o oeste da Bahia, tendo uma área total de 73 milhões de ha — responde por 24% desse total, com 792.592 ha tomados pela integração, ou 15% da área de ILPF do país. De acordo com o Coordenador Regional da Rede Fomento para Transferência de Tecnologias em ILPF na Região Matopiba, Marcos Lopes Teixeira Neto, esse é um caminho sem volta, principalmente nesta zona, castigada pela falta de chuvas. “Estamos falando de uma região conhecida por produzir no passado o ‘boi sanfona’, que engordava nas águas e emagrecia na seca”, diz Teixeira Neto. Em 2016, segundo ele, um período de cerca de sete meses sem chuva trouxe prejuízos da ordem 2/3 da produção para produtores que não adotavam sistemas integrados, enquanto que para estes as perdas não passaram de 1/3. A resposta para essa diferença está no incremento das alternativas disponíveis para o produtor, que diversifica suas fontes de renda. Além disso, segundo Teixeira Filho, na melhoria dos aspectos físicos, químicos e biológicos solo, proporcionado para pela entrada das forrageiras no sistema, que elevam a quantidade de matéria orgânica no meio e contribuem para a ciclagem de nutrientes. “Assim, o produtor ganha em qualidade do pasto, comparativamente aos sistemas convencionais”, afirma o pesquisador. Na Fazenda Fazenda Santa Luzia em São Raimundo Mangabeiras, MA, unidade de referência da Embrapa, a produtividade da soja subiu de 47 sacas/ha, há 10 anos, para uma média de 59,5 sacas/ha. O rendimento do milho saltou de 90 sacas/ha para 153 sacas/ha. E a produção de carne, por sua vez, Teixeira Filho afirma que saiu de um patamar ínfimo, em que se tinha 0,8 UA/ha na seca para 9,8 @/ha na entressafra, com 2,4 UA/ha. “Terminar um boi que entra no pasto em maio, junho com 10@ no Matopiba e fazer com que ele saia, quatro meses depois, em setembro, outubro, com 17, 18@ é um grande avanço para nós”, diz o técnico da Embrapa. Além do pasto, nesse intervalo os animais são suplementados com sal proteinado. Nos últimos 10 anos de experimento, a produção de madeira foi de 280 m³, para lenha e carvão. No período das chuvas, parte da área fica coberta pela safra de soja, enquanto o restante é dedicado à pastagem permanente, eucalipto, acácia mangium e à preservação permanente (APP). Após a colheita da soja, em uma porção se faz a semeadura da safrinha de milho e forrageiras na primeira janela de plantio; sorgo granífero e feijão comum ou feijão-caupi na área da segunda janela de plantio e milheto e Braquiária ruziziensis em sobressemeadura da soja na última janela de plantio, completando o uso da área na entressafra com terminação de bois na pastagem oriunda do consórcio, além do eucalipto, acácia mangium e a APP. O processo é repetido sucessivamente. Nos dias 1° e 2 de junho próximo, tudo isso poderá ser visto de perto pelos produtores que visitarem a unidade de referência em São Raimundo Mangabeiras, MA. De acordo com Teixeira, esse é o segundo evento promovido pela Rede de Fomento na área, com o intuito de apresentar novas alternativas para o agricultor e pecuarista da região. Hoje, 89% das é areas de integração no Matopiba, segundo a Embrapa, adotam o sistema ILP, 5% o ILPF e 6% o IPF. No dia de campo deve ser apresentado mais uma vez ainda o boi tropical, cruzamento industrial da raça brasileira Curraleiro Pé-Duro com raças como o Nelore, Senepol e Angus. Segundo Texeira, em 2017 deve acontecer a primeira comercialização de sêmen desse animal, com a venda de mil doses. O novo bovino, criado em pastagens nativas, é mais precoce que o Nelore e vai para o abate com apenas dois anos de idade, pesando 45 quilos de carne a mais. Sua adaptabilidade é maior quanto ao calor, escassez de água e condições das pastagens nativas brasileiras. 

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