Ano 3 | nº 444 | 30 de Janeiro de 2017
NOTÍCIAS
Interessados na carne brasileira, mexicanos visitam 11 frigoríficos em quatro estados
São Paulo, Rio de Janeiro, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
Missão fica no Brasil até 8 de fevereiro. México poderá importar cortes termoprocessados. Uma missão veterinária do México está no Brasil para inspecionar plantas frigoríficas de bovinos, aves e suínos. O grupo permanecerá no país até o dia 8 de fevereiro. As visitas visam à habilitação de estabelecimentos que fornecem carnes termoprocessadas, a fim de que possam exportar para aquele mercado, segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na viagem, os mexicanos vão visitar, ao todo, 11 frigoríficos nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
MAPA
Pressão de baixa ganha força no mercado do boi gordo
A disponibilidade de gado aumentou ligeiramente
A semana terminou consolidando o viés de baixa. Desde o começo do ano a oferta restrita vinha sendo o “contrapeso” da demanda ruim, freando as tentativas das indústrias de impor referências menores ao mercado. Mas já se foram quatro semanas em janeiro, nada do consumo melhorar e a disponibilidade de gado aumentou ligeiramente. O resultado disso é um viés baixista em quase todas as praças. Não há muito interesse por parte dos compradores em alongar as escalas. Assim, as tentativas de alguns pecuaristas de reter a boiada no pasto não têm sido efetivas no sentido de dar sustentação aos preços. É importante deixar claro que, embora existam ofertas de compra por até R$3,00/@ abaixo da referência em todas as regiões do país, este tipo de pressão trava o mercado, não permite que as compras aconteçam. Não há gado terminado em quantidade suficiente para que isto vire referência de uma hora para outra. Em São Paulo, por exemplo, há quem oferte até R$145,00/@, à vista, mas compras em volumes maiores ocorrem a partir de R$147,00/@, nas mesmas condições. No começo do ano o boi casado era negociado a R$10,01/kg. A referência atual é R$9,29/kg, queda de 7,1% no período.
SCOT CONSULTORIA
Baixa demanda por sebo mantém mercado pressionado
O avanço da colheita e o aumento dos esmagamentos da soja vêm resultando na queda de preços do óleo de soja, concorrente direto da gordura animal na produção de biodiesel
Com isso, a procura pelo sebo vem diminuindo, o que exerce pressão de baixa no mercado. Contudo, a oferta do produto não está abundante e manteve os preços andando de lado nos últimos dias. No Brasil Central a gordura animal está cotada em R$2,50/kg. Já no Rio Grande do Sul o sebo está cotado em R$2,60/kg. Para os próximos dias a tendência é de que a demanda continue em baixa, o que pode resultar em mudanças de preços.
SCOT CONSULTORIA
Abate de fêmeas deve aumentar no 1º trimestre
Após três anos de retenção, matrizes devem ter maior participação no abate de bovinos nos três primeiros meses do ano
O ano de 2017 começa cercado de incertezas para a cadeia produtiva da pecuária. Após se manter estável no último bimestre do ano passado e nas primeiras semanas de janeiro, a arroba começou a ceder e deve ser ainda mais pressionada ao longo do ano, devido à expectativa de um provável aumento na oferta de animais terminados. Um dos fatores que devem contribuir para esse cenário é o crescimento de abate de matrizes, depois de três anos de retenção. “Diferente do que aconteceu em anos anteriores, o preço do bezerro não está nada atrativo e isso deve fazer com que os produtores não pensem duas vezes antes de mandar as fêmeas vazias para o abate”, destaca o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes. De acordo com ele, os impactos devem ser sentidos já no primeiro semestre, provavelmente em março, quando geralmente se tem o pico do abate de fêmeas do ano em função do descarte das matrizes que não emprenharam no ano anterior. Caso o aumento de fêmeas abatidas se confirme, será o fim de um ciclo de quatro anos de baixa. De acordo com dados do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o terceiro trimestre, 2016 teve a menor participação de fêmeas no abate de bovinos dos útimos seis anos, respondendo por apenas 39,35% do total de abates. Além das fêmeas, também é esperado um aumento no volume de machos a serem abatidos em 2017. No entanto, Alex Lopes afirma que não é possível saber quando esses animais chegarão ao mercado, já que cada produtor tem seu próprio sistema de engorda. Historicamente, a oferta de machos é maior no mês de maio, em função da entrada da seca e, consequentemente, da degradação parcial das pastagens.
Portal DBO
Preços do boi gordo voltam a cair e sem expectativa de reação, diz Agência Safras
O mercado de boi gordo operou com preços mais baixos nas principais regiões produtoras do país nesta semana
“Os preços devem continuar caindo por conta do consumo enfraquecido”, aponta o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. A gradual elevação da oferta de animais já de safra acentua a pressão de baixa em momento de acirrada competição da carne bovina com outras proteínas animais mais atrativas em termos de preço, particularmente a carne de frango. Segundo ele, com o lento escoamento da carne bovina entre atacado e varejo, não há prerrogativa de mudança desse viés negativo mesmo durante a primeira quinzena de fevereiro, período em que teoricamente há maior potencial de consumo. A média de preços da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do país na quarta semana de janeiro:
São Paulo – R$ 150,25 a arroba, contra R$ 150,76 a arroba na semana anterior.
Goiás – R$ 134,66 a arroba, contra R$ 136,33 a arroba .
Minas Gerais – R$ 144,00 a arroba, contra R$ 144,33 a arroba.
Mato Grosso do Sul – R$ 137,72 a arroba, contra R$ 138,61 a arroba.
Mato Grosso – R$ 129,22 a arroba, contra R$ 130,61 a arroba.
As exportações de carne bovina “in natura” do Brasil renderam US$ 239,9 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 16 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 59,8 mil toneladas, com média diária de 4 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.014,30. Na comparação com dezembro, houve queda de 3,8% no valor médio diário da exportação, alta de 0,4% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 4,3% no preço médio. Na comparação com janeiro de 2016, houve ganho de 5% no valor médio diário, alta de 2,2% na quantidade média diária e valorização de 2,7% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Agência Safras
Auditores agropecuários cobram do governo ocupação de cargos por meritocracia
Há dois anos, os Auditores Fiscais Federais Agropecuários negociam com o governo federal reivindicações da categoria
Apenas o Ministério do Planejamento cumpriu com os acordos – mudança na nomenclatura da carreira e reposição salarial de 10,8 % em dois anos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), porém, tem procrastinado as demandas, principalmente em relação à ocupação dos cargos de gestão do órgão por meritocracia – fato apontado pelo presidente Michel Temer como uma de suas prioridades. Ainda na gestão da Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, foi publicado o decreto nº 8.762, de 10 de maio de 2016, que prevê, nos artigos 10, 11 e 12, que os cargos de superintendes federais da agricultura sejam ocupados, exclusivamente, por servidores efetivos do quadro de pessoal do Mapa, os quais deverão possuir, no mínimo, curso superior completo e ter concluído estágio probatório. Segundo o decreto, a medida deve entrar em vigor em maio deste ano. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), recentemente, superintendentes federais de agricultura iniciaram um movimento para revogação dos artigos do decreto. A maioria deles ocupa os cargos por indicação política. Para o Presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto, o fato é preocupante e vai de encontro às prioridades anunciadas pelo governo. Segundo ele, é importante que o Mapa dê continuidade aos trabalhos e que faça, o quanto antes, um processo seletivo para nomeação das superintendências, já que a data de vigor do decreto está próxima. “O decreto foi uma conquista. Precisamos resguardar a eficiência da administração pública e nomear gestores que tenham capacidade para exercer as atividades do cargo”, declara o Presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto. Atualmente, o que se observa são superintendências federais de agricultura ocupadas, em sua maioria, por gestores com indicações políticas, a exemplo dos estados de Tocantins, Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia. “Poucos superintendentes que atuam hoje têm relacionamento com o agronegócio. Os atuais superintendentes, que são servidores do Mapa, poderão participar da seleção e seguir as regras para ocupação dos cargos, porém, os que não são servidores do órgão não poderão participar”, afirma Porto. Na próxima terça-feira (31), está prevista uma reunião entre o Anffa Sindical e o Mapa, representado pelo Secretário-Executivo adjunto Francisco Lopes, para tratar do assunto. Os auditores agropecuários esperam que o Mapa avalie a questão com consciência e responsabilidade.
Anffa Sindical
Maiores informações:
ABRAFRIGO
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
Powered by Editora Ecocidade LTDA
041 3088 8124