Ano 3 | nº 436| 18 de Janeiro de 2017
NOTÍCIAS
Minerva cancela aquisição do frigorífico Frisa
A Minerva Foods cancelou o contrato de aquisição do Frisa Frigorífico Rio Doce depois que os vendedores não cumpriram com todas as condições precedentes para que o acordo pudesse ser fechado
“A administração da companhia esclarece que, com a extinção do contrato de compra e venda de ações e outras avenças, a operação não será implementada neste momento”, informou a Minerva em comunicado divulgado no fim da tarde de terça-feira (17), sem detalhar quais condições não foram cumpridas pelos vendedores. A empresa anunciou em novembro que tinha fechado um acordo para comprar quase a totalidade do capital social da Frisa por R$ 205 milhões, o que expandiria as operações da Minerva para os estados do Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. A aquisição já tinha inclusive sido aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Frisa possui unidades frigoríficas de carne bovina em Colatina (ES), Nanuque (MG) e Teixeira de Freitas (BA), além de um centro de distribuição e escritório em Niterói (RJ). A empresa também tem plantas certificadas para exportar para a China e Estados Unidos.
CARNETEC
Escalas menores, mas frigoríficos seguem cautelosos nos negócios
O mercado do boi gordo continua em ritmo lento. Ocorrem ajustes nas referências, mas sem uma tendência clara de movimentação para as cotações
Em São Paulo, as escalas têm encurtado. A oferta de boiadas está curta e a demanda por carne bovina lenta não gera necessidade de pagar mais pela arroba para estimular as negociações. Os frigoríficos seguem negociando com cautela. Com isto, as programações cederam. Há frigoríficos comprando ainda para esta semana. Em Goiânia-GO, ocorreram quedas nos preços da arroba do boi gordo na última terça-feira (17/1). Tem sido observada uma oferta um pouco maior de fêmeas na região. No mercado atacadista de carne com osso, não houve alterações e a expectativa é de demanda fraca nos próximos dias, devido ao período da segunda quinzena do mês.
SCOT CONSULTORIA
Tecnologia de radiofrequência promete revolucionar pecuária
Um projeto piloto desenvolvido pelo Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), empresa pública vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, revelou que é possível ter o controle de rebanhos por meio de chips de radiofrequência (RFID)
A técnica seria uma opção para produtores da região, que sofrem com constantes roubo de gado. Capaz de prevenir furtos e roubos de gado, o uso do RFID na pecuária é muito recomendado para regiões de fronteira do País, como é caso do Noroeste do Paraná. Mas também tem a função de identificação e origem da carne para a indústria. Segundo a CEITEC, a razão pelo uso do RFID é a segurança que a tecnologia oferece, tanto para o controle do rebanho quanto para a qualidade da carne e exportação. O monitorar o gado com o chamado Chip Boi promete ajudar a indústria da pecuária mais eficiente e prática – algo que é comum da Europa, onde os países já trabalham com rastreio da carne. Na América do Sul, o Uruguai exige, desde 2006, que todo rebanho nacional seja rastreado por meio da tecnologia RFID. Foram mais de 2,5 mil cabeças de gado envolvida no estudo, que receberam uma tag em brincos com antenas RFID; o que possibilitou localizar cada animal rastreado no intervalo de 12 meses. Em setembro do ano passado, o CEITEC emitiu um parecer favorável à tecnologia que recebeu o apelido de “Chip Boi”. O sistema de radiofrequência para o controle do rebanho já é muito comum em fazendas da Austrália e do Canadá. No Brasil, a tecnologia dá um o primeiro passo para a aplicação eficaz da pecuária de precisão, na avaliação da CEITEC. “A identificação do gado já é uma obrigatoriedade legal no Brasil. E [agora] com os resultados, o governo já recomenda o RFID como um dos principais caminhos para isto”, afirma o Superintendente da CEITEC, Marcos Lubaszewski. Muito usual para o controle de estoque e logística, a radiofrequência, que chegou a ser descartada do mercado no início da década passada, tem se revelado como uma alternativa de sucesso para a gestão das atividades econômicas, tanto no atacado quanto no varejo. Sérgio Gambim, CEO da iTAG – empresa proprietária do segundo maior case em RFID no mundo, com sub sede em Cianorte – destaca a notícia como um reconhecimento das vantagens que os sistemas em rádio oferecem à gestão empresarial. “O RFID mais uma vez mostra sua eficiência no controle de estoque. A tecnologia [em radiofrequência] já começa a chegar às propriedades rurais e isto é mais uma prova de que o RFID pode ser utilizado em todas as atividades econômicas”, comenta.
Pecuaristas de Mato Grosso pedem revogação de decreto sobre ICMS do boi em pé
Mato Grosso possui um rebanho de aproximadamente 29,5 milhões de cabeças de gado
Pecuaristas de Mato Grosso pediram ao Governo de Mato Grosso a revogação do decreto nº 777/2016 que eleva a alíquota de ICMS do boi em pé de 7% para 12%. A tributação é para animais com saídas interestaduais. A mudança na alíquota do ICMS do boi em pé consta no Decreto nº 777/2016 publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 29 de dezembro do ano passado. Ao todo, como o Agro Olhar comentou na ocasião, 14 decretos foram emitidos pelo Poder Executivo mato-grossense trazendo alterações no regulamento do ICMS aprovado pelo Decreto 2.212/2014. As medidas envolviam os setores do agronegócio, atacadista, comércio, entre outros. Mato Grosso possui um rebanho de aproximadamente 29,5 milhões de cabeças de gado. Ao ano são abatidas entre 5 e 5,5 milhões de cabeças. Em 2015 saíram de Mato Grosso 202 cabeças de gado para abate, conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Naquele ano ainda foram enviadas para outros Estados 372 mil cabeças para engorda. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) apresentou à Secretaria do Estado de Fazenda (SEFAZ) um ofício ao qual solicita a revogação do decreto que altera a alíquota de 7% para 12% de ICMS para saídas interestaduais de gado bovino em pé. O pedido foi entregue durante reunião convocada pelo Instituto Mato-grossense de Carnes (Imac) para tratar sobre o assunto com as principais entidades da cadeia produtiva da carne bovina do Estado e a indústria frigorífica. A elevação em 71% da alíquota do boi em pé, ou seja, de 7% para 12% foi discutida nos últimos meses de 2016 entre o Governo de Mato Grosso e o setor produtivo e apesar da demanda dos produtores pela manutenção do percentual o Poder Executivo editou o decreto com o aumento. Para a Acrimat, a medida do Governo de Mato Grosso representa forte intervenção governamental na comercialização de gado no Estado. “O aumento dificulta a exportação de animais em pé para outros Estados e prejudica a competitividade da comercialização. A manutenção da alíquota possibilita aos pecuaristas, principalmente das regiões Sul e Leste de Mato Grosso, melhores condições na negociação de sua produção”, pontua o Presidente da Acrimat, Marco Túlio. O Diretor Administrativo e Financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, ressaltou na reunião que “O aumento não é viável economicamente. Se o Decreto for mantido o produtor não terá mais condições de vender gado em pé para outro estado”. O Presidente da Acrimat, Marco Túlio, ressalta ainda que os pecuaristas mato-grossenses tiveram em janeiro um aumento de 1,5% no custo do envio do gado para o abate. O valor passou a ser de R$ 40,25 por animal. “Acreditamos que a manutenção da alíquota em 7%, manterá o equilíbrio da cadeia da pecuária, que há tempos trabalha com margens estreitas”.
Desempenho externo das carnes na segunda semana de janeiro
Com 38,8 mil toneladas até agora, a carne bovina sinaliza embarque mensal superior a 85 mil toneladas, o que, se confirmado, significará aumento de quase 10% sobre janeiro de 2016, mas redução de pouco mais de 2% sobre o mês anterior
O bom desempenho das carnes na semana inicial de 2017 não se confirmou na segunda semana (8 a 14, cinco dias úteis). Pois, no período, a receita cambial do setor recuou perto de 14%. Como resultado, a receita média diária dos 10 primeiros dias úteis do mês (de um total de 22 dias úteis) retrocedeu para US$50,116 milhões, valor que corresponde ao mais fraco resultado dos últimos 12 meses. Ou seja: se encontra 4% abaixo do que foi alcançado em dezembro passado e supera apenas (em 10,2%) o fraco resultado de janeiro do ano passado. Em termos de volume, o maior retrocesso vem sendo o da carne de frango, cujo desempenho em 10 dias (129,1 mil/t) projeta para o mês algo próximo das 284 mil toneladas, volume ligeiramente inferior às 286,3 mil toneladas de janeiro de 2016, mas 13% menor que as 326,8 mil toneladas de dezembro passado. Com 38,8 mil toneladas até agora, a carne bovina sinaliza embarque mensal superior a 85 mil toneladas, o que, se confirmado, significará aumento de quase 10% sobre janeiro de 2016, mas redução de pouco mais de 2% sobre o mês anterior. Já a carne suína segue com grande expansão. Seus embarques, em 10 dias, totalizam 26,8 mil toneladas, volume que sugere total mensal próximo de 60 mil toneladas – 37% acima do que se exportou no mês passado e 50% a mais que o registrado em janeiro de 2016. De toda forma, a contribuição principal na receita cambial continua sendo da carne de frango. Nos cerca de US$423 milhões até agora arrecadados, a carne suína tem participação de 14%, a bovina de 37% e a de frango de, aproximadamente, 49%.
AGROLINK
MS: Governo cadastra frigoríficos e alinha sistemas do novo Novilho Precoce
Antigamente, 100% da avaliação dos animais classificados como novilho precoce eram feitas no frigorífico
O Governo do Estado abriu as inscrições para credenciamento das indústrias frigoríficas como parte do cronograma de relançamento do programa Novilho Precoce, no início de fevereiro. A concessão de incentivos fiscais aos produtores que abaterem os bovinos jovens foi suspensa em 2015 após a descoberta de uma série de irregularidades, como venda de gado com idades superiores às exigidas. A Sepaf (Secretaria Estadual de Produção e Agricultura Familiar) e a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) reuniram representantes das indústrias frigoríficas para discutir detalhes e alinhar os sistemas de informática para relançamento do subprograma Proape/Precoce MS. Na ocasião, segundo informações da assessoria de imprensa, técnicos das pastas solucionaram as dúvidas sobre requisitos para inscrição, bem como a metodologia para trocas de informações. Entre as principais preocupações do governo estão garantias de que os produtores não sejam penalizados por eventuais erros do programa, acesso a dados transparentes e seguros a todos os participantes e criação de canais de comunicação eficientes entre o poder público e os frigoríficos. Antigamente, 100% da avaliação dos animais classificados como novilho precoce eram feitas no frigorífico. A partir de reformulação, a tipificação da carcaça terá peso de 70% e os 30% restantes serão decorrentes das condições do estabelecimento. O programa vai isentar até 67% do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias de Serviços) aos pecuaristas que abatem animais precocemente, mantendo a qualidade de carcaça em alto nível, utilizando boas práticas agropecuárias para a melhoria da sustentabilidade ambiental e ainda para avanços na gestão sanitária individual do rebanho de Mato Grosso do Sul. Além das indústrias frigoríficas, também estão abertos cadastros de profissionais que atuarão como responsáveis técnicos das propriedades, bem como dos produtores e das empresas independentes que atuarão na classificação. Elas podem ser feitas pela internet, onde também há um manual com as instruções de participação no programa.
Exportações de carne bovina do Mato Grosso foram as menores desde 2012
Em queda: Nesta semana a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou os dados das exportações brasileiras e mato-grossenses referentes ao mês de dezembro/16. Com isso, tornou-se possível realizar um resumo anual dos envios de carne bovina para fora do país, e os resultados não foram tão animadores
Mato Grosso exportou 276,10 mil TEC (Tonelada Equivalente Carcaça) em 2016, tal montante gerou US$ 891,39 milhões, e ainda que o câmbio tenha colaborado, estes foram os menores valores obtidos desde 2012. Os problemas enfrentados por alguns dos grandes importadores da carne bovina mato-grossense (Venezuela e Rússia) são as principais justificativas para os números decepcionantes da exportação do Estado. Dito isto, com as atenções voltadas para 2017, as expectativas são de maiores volumes embarcados por Mato Grosso.
– O ano se iniciou com a arroba do boi gordo e da vaca gorda valorizando 0,62% e 0,46%, respectivamente. Desta forma, o preço médio do boi gordo estabeleceu-se em R$ 128,51/@, e da vaca gorda, em R$ 123,86/@.
– A escala de abate retraiu 0,91 dia nesta semana, ficando em 8,04 dias. Tal redução se deve à diminuição bovinos aptos para o abate.
– O equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos (ECD) registrou queda de 3,08%. Tal recuo deve-se, principalmente, à baixa nos preços dos cortes cárneos no varejo.
– O volume exportado em dezembro/16 apresentou queda de 16,50% no comparativo com novembro/16, sendo escoadas 24 mil TEC no último mês. A receita obtida com a exportação foi de US$ 79,97 milhões.
ABAIXO DA INFLAÇÃO: 2016 não foi um dos melhores anos para os pecuaristas mato-grossenses. Apesar de as expectativas iniciais apontarem para valorizações consistentes nas cotações do boi gordo no segundo semestre do ano, a realidade foi outra e, ao fim de 2016, o preço do boi gordo acabou ficando com média menor que a registrada no início do ano. Já para o atacado e varejo, o ano foi um pouco melhor, visto que em dezembro/16 suas cotações médias ficaram 3,53% e 3,38% maiores, quando comparadas com as de janeiro/16, respectivamente. No entanto, vale ressaltar que, em todos os elos, a variação observada foi menor que a registrada pela inflação d 2016 (6,29%), ou seja, houve perda real de valor nas três principais mercadorias da cadeia. Tal fato só reitera o desafio de todos os elos para se manter na atividade em 2017, principalmente para os bovinocultores de corte.
Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)
MS: período de férias determina ritmo no preço da arroba do boi, diz Famasul
O ano começou com boa perspectiva para a pecuária em Mato Grosso do Sul
A primeira quinzena de 2017 foi marcada pela recuperação do preço da arroba em relação a dezembro. Enquanto o boi ficou avaliado em aproximadamente R$ 136, a vaca registra R$ 129,3. A informação faz parte do Informativo Casa Rural, divulgado pelo Departamento de Economia do Sistema Famasul. O patamar é semelhante ao registrado no mesmo período de 2016 e próximo também dos números anunciados no início de dezembro do ano passado, com leve alta 0,6% para o boi e redução de apenas 0,3% para a vaca. De acordo com a analista econômica do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira, a principal justificativa é a oferta reduzida de animais no período de férias. “Muitos criadores de gado ainda não retornaram ao mercado após o recesso, com isso, o volume menor de negócios acaba restringindo a oferta de animais”, explica Eliamar reforçando que os preços já começam a refletir a falta de perspectiva para o consumo e a possibilidade de aumento da oferta, ainda que seja pontual, com o retorno dos pecuaristas ao mercado. O ritmo do consumo ainda é lento e pode ser fator determinante na valorização do preço. “A demanda ainda não mostrou reação positiva o que limita a elevação do preço da arroba e pode inclusive pressioná-la para baixo”, acrescenta.
Sistema Famasul
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