CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 954 DE 19 DE MARÇO DE 2019

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Ano 5 | nº 954 | 19 de março de 2019

NOTÍCIAS

Boi gordo: segunda quinzena começa com preços em alta

Não tem sido fácil compor as escalas de abate e, mesmo com a entrada da segunda quinzena (período tipicamente de menor demanda), a oferta limitada de boiadas mantém o mercado com preços firmes

No fechamento da última segunda-feira (18/3) parte das indústrias ficou fora das compras, já os frigoríficos que estavam ativos tiveram dificuldade em conseguir efetivar as compras. O destaque ficou por conta de Paragominas-PA, onde o preço do boi gordo subiu 1,4% em relação à última sexta-feira (15/3) e fechou em R$140,00/@. Por lá, o excesso de chuvas tem dificultado o transporte dos animais, colaborando com a menor disponibilidade e preços firmes. No mercado atacadista de carne bovina com osso, o preço do boi casado castrado teve ligeira alta, de R$0,02/kg, valorização sútil, mas que evidencia um mercado com preços sustentados, mesmo no início da segunda quinzena.

SCOT CONSULTORIA

Ministra da Agricultura prepara missão à China para aumentar exportações

A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse no domingo que pretende organizar uma missão para a China na primeira semana de maio para tentar ampliar as exportações de carne suína, bovina e de frango ao mercado chinês

A intenção da ministra é aumentar o número de frigoríficos com habilitação sanitária a exportar para o país asiático, hoje o maior parceiro comercial do Brasil, além de tratar a questão da exportação de soja. Maior exportador de soja para a China, o Brasil pode perder espaço com os Estados Unidos a caminho de negociarem um acordo comercial com o país asiático. A Ministra defendeu a importância da China para a agricultura brasileira, e revelou que a missão tentará aumentar o leque de produtos exportados para o país. A China se mantém como o principal parceiro comercial brasileiro, mas o governo chinês tem mostrado desconforto com a retórica anti-chinesa que prevaleceu no discurso do Presidente Bolsonaro durante a campanha e ainda existe no governo. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, questionou se a parceria com a China seria tão benéfica para o Brasil quanto se apregoa. “De fato, a China passou a ser o grande parceiro comercial do Brasil e, coincidência ou não, tem sido um período de estagnação do Brasil”, disse. O chanceler afirmou que o Brasil quer vender minério de ferro e soja, mas não vai “vender a alma” para isso. As declarações irritaram os produtores rurais, e Araújo tentou desarmar o mal-estar em uma agenda com o Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no dia seguinte, enquanto o restante do governo vem tentando baixar o tom das declarações anti-chinesas.

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A relação de troca e a pressão sobre o invernista

A tendência é que a relação de troca seja cada vez mais “apertada” para o invernista, uma vez que o mercado precifica os custos de produção através dos sistemas mais tecnificados e rentáveis, aumentando assim a competitividade do negócio
Vamos voltar no tempo, mais precisamente para o ano 2000.  Naquela época a a cotação da arroba do boi gordo, nominalmente era negociada em São Paulo por R$40,00. Pois é, muita coisa mudou nestes quase vinte anos, mas uma coisa que não saiu de moda foi a expressão: “Antigamente era mais fácil ganhar dinheiro com a pecuária”. Essa expressão, será que realmente faz sentido? De fato, quando analisamos o comportamento histórico da receita do invernista (dinheiro ganho na venda do boi gordo) frente aos seus custos de produção, é evidente o achatamento da margem ao longo dos anos, uma vez que a cotação da arroba do boi gordo subiu em menor proporção que os custos de produção e raramente supera a inflação. O preço do bezerro, item que corresponde por cerca de 60% dos custos totais em um sistema de recria e engorda, desde 2000 subiu mais do que o preço do boi gordo. Tomando como base São Paulo, em valores reais, ou seja, já descontando a inflação, de janeiro de 2000 até hoje a cotação da arroba do bezerro subiu 17,9%, enquanto que no mesmo período a cotação da arroba do boi gordo caiu 4,6%.  Em 2000 vendia-se aproximadamente 6@ de boi gordo para a compra de um bezerro com 6@, uma proporção próxima a 1:1. Hoje, na média dos últimos 19 anos a quantidade de arrobas de boi gordo necessárias para compra um bezerro de desmama subiu duas arrobas. É o mesmo que dizer que a cada três bezerros comprados o invernista deixou de comprar um. Nas últimas quatro décadas a relação de troca subiu 60% saindo de 5,3 para 8,6 arrobas, em São Paulo. O invernista que vendia uma boiada gorda de 100 cabeças, pesando 18 arrobas cada, na década de 80 conseguia comprar 340 bezerros. Na década atual, com a venda do mesmo lote compra-se 209 bezerros, uma diferença de 131 bezerros. Vale destacar que a pressão sobre as margens, apesar de dificultar, não impede o invernista de obter lucro na atividade. A evolução na pecuária ao longo dos anos trouxe novas tecnologias e aprimorou as existentes, sendo assim os sistemas de criação que antes eram extrativistas deram espaço para sistemas intensificados.  Negar a intensificação do sistema e ficar fora da “pecuária moderna” será a diferença entre os que continuarão na atividade.

SCOT CONSULTORIA

Tereza Cristina: volta da venda de carne bovina aos EUA não tem solução pronta

Um pedido pela retirada da suspensão das importações de carne bovina. Esse o principal objetivo da Ministra Tereza Cristina, da Agricultura, no encontro agendado para a manhã desta terça-feira, 19 de março, com Sonny Perdue, Chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)

Uma questão que se arrasta desde junho de 2017, quando foram suspensos os embarques de carne bovina in natura brasileira, por problemas sistêmicos. Apesar de todos os esforços do governo e da iniciativa privada para atender as exigências norte-americanas, até hoje os EUA mantêm a restrição. As exportações brasileiras de carne bovina in natura para os Estados Unidos não eram expressivas em volume, no entanto, esse comércio é considerado um selo de qualidade para o produto brasileiro. O aceno dos norte-americanos facilitaria, por exemplo, o acesso do Brasil ao Canadá e ao México. A Ministra Tereza Cristina diz que “o retorno das exportações para os Estados Unidos é um dos temas principais do encontro, mas não pretendemos levar nenhuma posição fechada”. É uma reaproximação com a Secretaria de Agricultura, disse a Ministra, que pretende tratar também de outros temas importantes para os dois países.

PORTAL DBO

ECONOMIA

Atividade econômica do Brasil recua mais que o esperado em janeiro, mostra BC

A atividade econômica brasileira iniciou o ano com contração acima do esperado em janeiro, de acordo com dados do Banco Central, em um mês marcado principalmente por perdas na indústria que reforçam a percepção de fraqueza do crescimento no início de 2019

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,41 por cento em janeiro sobre o mês anterior, informou o BC em dado dessazonalizado na segunda-feira. Em dezembro, o índice subiu 0,21 por cento. Na comparação com janeiro de 2017, o IBC-Br apresentou crescimento de 0,79 por cento e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,00 por cento, segundo números observados. “Esse resultado e outros indicadores divulgados anteriormente sugerem uma recuperação mais gradual da atividade econômica do que o previsto inicialmente”, afirmou o banco Bradesco em relatório. O destaque negativo em janeiro ficou para a indústria, cuja produção teve queda de 0,8 por cento sobre o mês anterior, no resultado mais fraco em quatro meses. O volume de serviços também surpreendeu ao recuar no mês, com queda no volume de 0,3 por cento em relação a dezembro. Somente o setor de varejo apresentou ganhos no início do ano, com as vendas subindo 0,4 por cento em janeiro sobre o mês anterior, acima do esperado. Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou expansão 1,1 por cento, mas com o ritmo desacelerando no final do ano e crescendo 0,1 por cento no quarto trimestre sobre os três meses anteriores.

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Ibovespa supera 100 mil pts pela 1ª vez, mas desacelera no final

O principal índice da bolsa paulista fechou em alta na segunda-feira, chegando a superar pela primeira vez a marca dos 100 mil pontos com viés de alta para ativos emergentes no exterior

Após perder fôlego no final, o Ibovespa fechou com avanço de 0,86 por cento, a 99.993,92 pontos. Na máxima, bateu os 100.037,69 pontos. O giro financeiro da sessão somou 27,8 bilhões de reais. “Superar os 100 mil pontos é uma marca psicológica importante e o desafio agora é manter esse cenário positivo para atrair capital estrangeiro”, disse Rodrigo Zauner, sócio da SVN Investimentos. A sessão também foi marcada pelo exercício de contratos de opções sobre ações, que movimentou 13,27 bilhões de reais, sendo 10,86 bilhões em opções de compra e 2,4 bilhões nas de venda. No exterior, Wall Street fechou em alta, recebendo impulsiono do setor bancário, enquanto os contratos futuros do petróleo avançaram para máximas de cerca de quatro meses nesta segunda-feira.

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BOLETIM FOCUS: Instituições reduzem projeções do PIB para 2,01% de 2,28%

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), as instituições reduziram de 2,28% para 2,01% pela terceira semana consecutiva. Para 2020, a estimativa é de um crescimento de 2,80%. Para 2021 e 2022, a projeção é a mesma: 2,50% pela 47ª semana consecutiva

No Boletim Focus de segunda-feira (18), as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central do Brasil elevaram a previsão para a inflação este ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 3,87% para 3,89% pela segunda semana consecutiva. Para 2020, a previsão para o IPCA permanece em 4% pela 89º semana. Para 2021 e 2022 também não houve alteração na estimativa: 3,75%. Para a Selic, o mercado financeiro manteve os 6,5%, pela sexta semana, até o fim de 2019. Para o final de 2020, a estimativa para a taxa saiu de 8% para 7,75% ao ano. Em 2021 e 2022, as previsões permanecem em 8%. A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,70 pela sexta semana consecutiva para 2019. Os R$ 3,75 são projetados para 2020 pela sexta semana. Para 2021, a projeção do câmbio aponta para R$3,80 também pela sexta semana e os R$3,85 para o ano de 2022 pela quinta semana.

ÚLTIMO INSTANTE

Dólar fecha abaixo de R$3,80, na mínima em 2 semanas

O dólar fechou em queda na segunda-feira, no menor patamar em cerca de duas semanas, influenciado pelo ambiente de otimismo no mercado brasileiro em meio à maior expectativa de ingressos de recursos ao país

O dólar à vista terminou em baixa 0,76 por cento, a 3,7916 reais na venda. É o patamar mais baixo desde o último dia 5 (3,7803 reais). Na B3, a referência para o dólar futuro cedia 0,55 por cento, a 3,7945 reais. O real teve um desempenho superior a seus pares emergentes. O cenário para o câmbio, portanto, segue bastante atrelado aos desdobramentos sobre a Previdência. Apesar da recente recuperação do real, alguns analistas ainda se mostram mais conservadores. Estrategistas do Morgan Stanley, por exemplo, dizem que o real “oferece valor” apenas mais próximo de 3,95 por dólar, embora ainda reiterem visão “construtiva” no médio prazo para a moeda brasileira, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira. O Nomura recentemente piorou sua expectativa para o real e passou a prever taxa de 3,95 reais por dólar ao fim deste ano. O banco citou a sensibilidade do câmbio brasileiro à desaceleração do crescimento global.

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FRANGOS & SUÍNOS

Alta de preços no mercado de suínos

O mercado de suínos teve valorização nos últimos sete dias, tanto nas granjas como no atacado

A demanda aumentou com os salários da população em circulação e as indústrias precisaram repor seus estoques, gerando ajustes positivos para as cotações. Nas granjas paulistas, o animal terminado está cotado, em média, R$80,00/@, valorização de 3,9% na comparação semanal. Já no atacado o aumento foi de 4,8% no preço, com a carcaça sendo comercializada, em média, por R$6,50 por quilo. Para os próximos dias é esperado um mercado firme, mas valorizações dependerão de como a demanda vai se comportar, com a entrada da segunda quinzena do mês.

SCOT CONSULTORIA

Frango Vivo: alta de 2,07% em SC nesta segunda (18)

Na segunda-feira (18), a cotação do frango vivo teve alta de 2,07% em Santa Catarina, a R$2,47/kg. As demais praças permaneceram estáveisO indicador da Scot Consultoria para o frango em São Paulo trouxe alta de 1,59% para o frango na granja, a R$3,20/kg e alta de 0,45% para o frango no atacado, a R$4,45/kg. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP avaliou que o volume de carne de frango exportado pelo Brasil aumentou em fevereiro. A China passou a ser o principal destino da carne de frango brasileira.

SCOT CONSULTORIA

INTERNACIONAL

Pecuaristas paraguaios pedem mais acesso aos mercados

A Associação Rural do Paraguai (ARP) alertou para a recente queda nos preços da pecuária, destacando a necessidade de abrir novos mercados de exportação para a carne guarani

“Passamos de US $ 2,90 por quilo para US$ 2,75, marcando a maior redução de preços da região”, afirmou o Chefe do sindicato, Luis Villasanti. A essa situação, somam-se as dívidas “de cerca de US $ 500 milhões que os produtores têm para empréstimos que exigiram e investiram tudo”. Para o líder, diante dessa realidade, os mercados precisam ser repensados, porque atualmente dependem principalmente de empréstimos à China e à Rússia, países que respondem por mais de 70% das exportações paraguaias.

El Observador

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