Ano 11 | nº 2432 |25 de março de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi abre a semana com poucos negócios
Na segunda-feira (24/3), pelos dados apurados pela Agrifatto, o valor do boi gordo “comum” subiu para R$ 305/@ na praça paulista
Muitos frigoríficos permaneceram fora das compras de boiadas gordas, um movimento típico de início de semana, quando as indústrias preferem analisar melhor os seus estoques antes de tomar decisões estratégicas de curto prazo. Na maioria das regiões produtoras, as cotações físicas da arroba continuaram em patamares iguais aos dos últimos dias da última semana, uma estabilidade que reflete sobretudo da menor oferta de fêmeas. Segundo apuração da Agrifatto, na última semana, os frigoríficos registraram uma queda expressiva no abate de vacas/novilhas, principalmente nos mercados de SP, PR, MS, MG, GO e PA. Na segunda-feira (24/3), o valor do boi gordo “comum” subiu para R$ 305/@ na praça paulista, enquanto o “boi-China” foi negociado por R$ 315/@. “Das 17 praças monitoradas, 8 ajustaram positivamente os preços da arroba (SP, GO, MG, MS, MT, PR, RS e TO); as demais regiões permaneceram com suas cotações inalteradas (AC, AL, BA, ES, MA, PA, RJ, RO e SC)”, informou a Agrifatto. Nos últimos três dias da semana passada, a bolsa B3 apresentou movimentos de variações variadas para os contratos futuros do boi gordo, disse a Agrifatto. Na última quarta-feira, o contrato com vencimento em abril/25 fechou cotado a R$ 323,05/@, com aumento de 2,1% em relação ao dia anterior. No dia seguinte (20/3), os preços futuros recuaram: o contrato de julho/25 se destacou, encerrando o pregão a R$ 318,40/@, queda de 2,6% sobre a sessão anterior. Na sexta-feira (21/3), o vencimento de setembro/25 foi o principal destaque, encerrou a semana cotado em R$ 334,35/@, com valorização de 1,86% no comparativo diário.
Agrifatto
Preço da arroba de boi gordo teve nova recuperação ontem
Escalas de abate permanecem encurtadas, levando indústrias a aumentar ofertas para compra de gado
O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar recuperação dos preços, ainda que de forma moderada, neste início de semana. As escalas de abate permanecem encurtadas em grande parte do país, de acordo com avaliação da consultoria Safras & Mercado, o que tem levado as indústrias a aumentarem seus preços de compra de gado. A oferta de fêmeas vem apresentando redução, o que ajuda a entender o atual cenário de negócios. Já as exportações de carne bovina permanecem em alto nível, com o Brasil apresentando boas condições para estabelecer um novo recorde de embarques na atual temporada, disse o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado. Preços médios da arroba de boi gordo hoje no Brasil: São Paulo: R$ 317,17. Goiás: R$ 304,64. Minas Gerais: R$ 302,35. Mato Grosso do Sul: R$ 305,34. Mato Grosso: R$ 300,41. O mercado atacadista iniciou a semana com preços acomodados para a carne bovina. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 25,50 o quilo. O quarto dianteiro permanece a R$ 18,50 o quilo. A ponta de agulha permanece no patamar de R$ 17 o quilo. As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 797,063 milhões em março (13 dias úteis), com média diária de US$ 61,312 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 163,297 mil toneladas, com média diária de 12,561 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.881,00. Em relação a março de 2024, houve alta de 62,8% no valor médio diário da exportação, ganho de 51,1% na quantidade média diária exportada e avanço de 7,8% no preço médio.
Agência Safras
Carne bovina: Volume exportado chega em 163,2 mil toneladas até a terceira semana de março/25
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex, do Mdic, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 163,2 mil toneladas até a terceira semana de março/25. No ano anterior, o mês de março exportou 166,2 mil toneladas em 20 dias úteis.
A média diária movimentada até a terceira semana de março/25 ficou em 12,5 mil toneladas e registrou alta de 51,1%, quando se compara com a média observada em março de 2024, que foi de 8,3 mil toneladas. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 4.881 por tonelada na terceira semana de março/25. Isso representa um ganho anual de 7,8%, quando se compara com os valores observados em março de 2024, em que estavam em US$ 4.529 por tonelada. O valor negociado para a carne bovina ficou em US$ 797 milhões, sendo que no ano anterior a receita total foi de US$ 753,1 milhões. A média diária do faturamento ficou em US$ 61,3 milhões, ganho de 62,8%, frente ao observado no mês de março do ano passado, que ficou em US$ 37,6 milhões.
SECEX/MDIC
ECONOMIA
Dólar sobe pela 3ª sessão seguida com exterior e após fala de Haddad gerar ruídos
O dólar emplacou na segunda-feira a terceira sessão consecutiva de alta no Brasil, impulsionado por ruídos no mercado após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o arcabouço fiscal e pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, em meio a dúvidas em torno da aplicação de novas tarifas comerciais pelos EUA.
O dólar à vista fechou em alta de 0,65%, aos R$5,7528. Em três dias úteis, a divisa acumulou ganhos de 1,84%, mas, no ano, tem recuo de 6,90%. Às 17h03 na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,52%, aos R$5,7635. A divisa dos EUA chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão, mas rapidamente saltou para o território positivo na esteira de ruídos gerados por comentários de Haddad em evento organizado pelo Valor Econômico. Haddad afirmou que quando o país tiver estabilidade da dívida pública, além de Selic e inflação comportadas, será possível mudar parâmetros que balizam o arcabouço, mas não a arquitetura baseada em limite de gasto e meta de resultado primário. Após o evento, Haddad afirmou em uma rede social que houve uma tentativa de distorção de sua fala e reiterou o apoio à arquitetura do arcabouço fiscal. Por trás do movimento estavam os receios em torno das tarifas comerciais dos EUA. O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que em um futuro muito próximo anunciará tarifas sobre automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos. Ao mesmo tempo, a Bloomberg News e o The Wall Street Journal informaram que o governo Trump provavelmente adiará um conjunto de tarifas específicas para setores ao aplicar taxas recíprocas em 2 de abril. Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central mostrou que a projeção mediana do mercado para o dólar no fim de 2025 passou de R$5,98 para R$5,95, na segunda queda semanal consecutiva.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com realização de lucros e volume baixo
O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, descolado de Wall Street, em meio a movimentos de realização de lucros na bolsa paulista, com destaque para o declínio de cerca de 5% das ações da Embraer
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,81%, a 131.275,53 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 130.991,87 pontos na mínima e 132.424,43 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava apenas R$16,3 bilhões antes dos ajustes finais.
Reuters
Mercado reduz projeções para inflação e PIB em 2025, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central reduziram as projeções para a inflação e o crescimento da economia brasileira neste ano, enquanto para 2026 a expectativa em relação ao nível dos preços subiu e a previsão para a expansão do país se manteve estável, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, de 5,66% na pesquisa anterior, com a mediana recuando pela segunda semana consecutiva, após os especialistas chegarem a elevar as projeções por 19 semanas seguidas em determinado momento deste ano. Para 2026, a projeção da inflação brasileira subiu a 4,50%, de 4,48% há uma semana. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o PIB brasileiro crescerá 1,98% neste ano, abaixo da expansão de 1,99% projetada na semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que o crescimento seja de 1,60%, mesmo número do levantamento da semana passada. Sobre a definição da taxa Selic pelo Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 15,00%, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. O resultado vem na esteira da mais recente decisão de juros do BC, que elevou a Selic na quarta-feira em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, pelo terceiro encontro consecutivo, sinalizando ainda um novo aumento de juros, mas de menor magnitude, na reunião de maio. Operadores precificam 82% de chance de uma alta de 0,5 ponto percentual no próximo encontro, enquanto 18% das apostam indicam um aumento de 0,75 ponto. O Focus aponta que a taxa básica será elevada a 14,75%, na visão dos especialistas consultados. Os investidores também têm prestado atenção a comentários de membros do governo sobre possíveis medidas para a inflação elevada dos alimentos, que o Executivo vê como fundamentais para controlar a trajetória dos preços. No início do mês, o governo anunciou a eliminação da alíquota de importação de diversos produtos, incluindo carne, café, açúcar e milho, entre outros produtos, como parte de uma série de medidas para reduzir os preços de alimentos. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar em 2025 para R$5,95, de R$5,98 na semana passada, e manutenção da projeção para 2026, a R$6,00. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 7,5% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Reuters
Liberação de financiamentos das linhas do Plano Safra 2024/25 somaram R$ 251,4 bilhões até fevereiro
Concessão de recurso cai 18%. Liberação de financiamentos das linhas do Plano Safra 2024/25 somaram R$ 251,4 bilhões até fevereiro
A concessão do crédito rural pelas linhas tradicionais do Plano Safra 2024/25 segue em ritmo mais lento. Até fevereiro, as instituições financeiras liberaram R$ 251,4 bilhões em financiamentos, 18% menos que no mesmo período da temporada anterior (R$ 305,3 bilhões). Os dados foram extraídos em 20 de março e podem mudar conforme a data da consulta ao sistema do Banco Central. Os recursos controlados, com e sem subvenção, ficaram praticamente no mesmo patamar, com pouco mais de R$ 153 bilhões concedidos nos oito primeiros meses do ciclo. A queda foi nos recursos livres a grandes produtores, que diminuíram 36,5%, a R$ 97 bilhões. O recuo na concessão de crédito do Plano Safra foi compensado pelo avanço das Cédulas de Produto Rural (CPRs), que cresceram 67,5% e chegaram a R$ 268,7 bilhões desde julho de 2024. O financiamento por meio desses títulos já superou o das linhas tradicionais do Plano Safra. No geral, ao somar as duas vertentes, os produtores acessaram R$ 518,7 bilhões de empréstimos desde o início do ciclo, alta de 11,4% na comparação anual. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avalia que a preferência pelas CPRs é reflexo da onda de recuperações judiciais no campo. “É o temor da onda de RJ, pois a CPR é blindada, não entra nos processos. Com isso, o mercado financeiro prefere as CPRs. É uma pena, porque ela é mais cara que o crédito subsidiado”, disse Fávaro no Senado Federal na semana passada. São R$ 103,9 bilhões em CPRs emitidas por instituições financeiras, muitas financiadas com recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), e R$ 164,8 bilhões via mercado de capitais.
Globo Rural
Plano Safra 2025/26: orçamento prevê R$ 15 bi, porém mais R$ 1,6 bi deve ser necessários
Recurso previsto para subvenção de crédito rural será insuficiente. Recurso deve ser insuficiente
A escalada da taxa Selic vai exigir mais esforço do governo federal para encontrar espaço fiscal e conseguir anunciar um novo Plano Safra maior e acessível aos produtores a partir de julho. Os R$ 15 bilhões reservados no orçamento de 2025 para bancar a subvenção das operações que forem contratadas no segundo semestre devem ser insuficientes. Será necessário mais R$ 1,6 bilhão para fechar a conta, segundo fontes da equipe econômica do governo. O crédito extraordinário de R$ 4,1 bilhões, aberto em fevereiro pela medida provisória 1.289/2024, serviu para retomar as operações equalizadas que foram suspensas temporariamente na temporada 2024/25 e é de uso exclusivo para as operações desta safra, até junho. Em fevereiro, técnicos em Brasília já estimavam a necessidade de suplementar o caixa da equalização com R$ 5,7 bilhões, mas nem todo o recurso pôde ser incluído na MP. Os R$ 1,6 bilhão que serão usados apenas para cobrir operações futuras do segundo semestre não se encaixaram nas regras de relevância, urgência e imprevisibilidade que justificam o crédito extra, e ficam fora. Agora, com falta de espaço fiscal para acomodar todas as despesas federais, o governo também não conseguiu incluir o valor restante na Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovada na semana passada pelo Congresso. O déficit ainda poderá ser resolvido posteriormente, com crédito suplementar. Até lá, o governo vai acompanhar o ritmo de acesso aos financiamentos subsidiados para verificar eventuais “sobras” do orçamento que poderão ser utilizadas mais para frente neste ano. Equipes técnicas dos ministérios também farão os cálculos sobre a necessidade orçamentária a partir das taxas de juros e do volume de recursos que serão definidos para o próximo plano — se caberá dentro do R$ 1,6 bilhão ou se o pedido terá que ser maior. As negociações para a construção do Plano Safra 2025/26 serão intensificadas a partir de abril. Em meio à escalada da Selic, que está em 14,25% com previsão de subir mais em maio, o plano poderá ser um dos mais caros dos últimos anos para a União, a depender das condições que serão alinhadas. Em 2024, o orçamento original destinou R$ 12,1 bilhões para a equalização de juros. Em 2025, a conta já passou dos R$ 19 bilhões, com a verba da LOA e o crédito extraordinário, e deverá crescer. Do orçamento, R$ 15 bilhões são usados para equalização do Pronaf (R$ 8,3 bilhões), do custeio agropecuário (R$ 1,5 bilhão) e dos investimentos rurais (R$ 4,1 bilhões). A verba banca ainda o alongamento de dívidas (R$ 826,5 milhões), o apoio a produtores de cacau da Bahia (R$ 106 milhões) e a subvenção de operações de comercialização de produtos agropecuários (R$ 15,3 milhões). A equalização apoia financiamentos contratados ao longo de 2025 e o estoque de operações de anos anteriores, que é maior e que também fica mais caro com a alta da Selic. A subvenção é paga mensalmente sobre o saldo ativo dos bancos que liberam recursos a taxas mais baixas que as de mercado aos produtores. Nos primeiros meses do ano, porém, quase todo o recurso já estava comprometido com empréstimos do passado por causa desse aumento dos custos. No caso dos R$ 4,1 bilhões extras liberados no mês passado, os bancos precisam identificar cada operação com um código específico para controle do Tesouro Nacional sobre o gasto. É como se o recurso fosse “carimbado” e fizesse parte de um orçamento novo, dedicado apenas aos contratos até junho. Para abrir os financiamentos equalizados do Plano Safra 2025/26 em julho, a necessidade atual está em R$ 1,6 bilhão. As contratações ganham força só a partir de setembro, às vésperas da safra, e por isso a necessidade no segundo semestre é menor se comparada ao primeiro semestre. Nesse cenário, o Ministério da Agricultura busca espaço para estimular a produção de hortifrutigranjeiros por médios agricultores e para manter descontos nos juros do custeio, de 0,5 ponto percentual, para quem adota boas práticas. O ministro Carlos Fávaro admitiu a dificuldade para construir um Plano Safra maior. “Estamos estudando alternativas para incrementar o funding, o recurso disponível para o próximo Plano Safra”, disse na semana passada. “Já tomamos a decisão de potencializar o Pronamp. Os médios produtores terão prioridade com o direcionamento de culturas importantes para o bom abastecimento dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros.” Culturas agroflorestais, como cacau e café, também terão estímulos. O secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, disse que o desafio é fazer um Plano Safra “no mínimo do mesmo tamanho e com a mesma abrangência”, mas com a taxa Selic muito maior que a de 2024 e com o Tesouro mais apertado. “No cenário atual, é difícil falar em manutenção de taxa de juros e em ampliação de recursos do orçamento. Teremos que achar um blend”, disse ao Valor.
Globo Rural
GOVERNO
Carne bovina: Brasil dará “passo principal” para abrir mercado do Japão, diz ministro
Carlos Fávaro confirmou a expectativa de que o governo japonês envie uma missão técnica para avaliar frigoríficos e o sistema sanitário brasileiro. Brasil espera abertura do mercado japonês para a carne bovina
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, na segunda-feira (24/3) que o Brasil dará o “principal passo” para a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira durante a missão oficial ao Japão nesta semana. Em entrevista à CNN Money, ele confirmou a expectativa de que o governo japonês anuncie o envio de uma missão técnica ao Brasil para avaliar os frigoríficos e o sistema sanitário brasileiro, conforme adiantou a reportagem na semana passada. O envio da missão é algo inédito na relação comercial de 130 anos entre Brasil e Japão e pode ser o último passo antes do anúncio da abertura do mercado. O Japão já importa carne de aves do Brasil. Uma das exigências dos japoneses é que o país seja considerado livre de febre aftosa sem vacinação. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) deve anunciar esse reconhecimento em maio. “É um tema que a gente persegue há muitos anos, temos um avanço previsto a partir dessa viagem em que eles devem anunciar a visita de pessoas experientes que possam visitar o Brasil e conhecer o arranjo produtivo brasileiro, as plantas frigoríficas”, disse Fávaro, em Tóquio onde acompanha a comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana. “Estamos na iminência de receber da OMSA o certificado do país todo livre de aftosa sem vacinação, uma exigência do Japão. Além da visita [dos técnicos], vamos dar o passo principal para que o Brasil possa abrir esse mercado para carne bovina”, completou. O Japão importa cerca de 700 mil toneladas de carne bovina por ano, principalmente dos Estados Unidos e Austrália. O Brasil quer abocanhar uma fatia desse mercado. Paralelamente às agendas da comitiva oficial, um grupo de empresários brasileiro está em Tóquio para reuniões com importadores. O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) também está na viagem. Os empresários brasileiros do setor de carne bovina terão uma agenda com o presidente Lula nesta terça-feira (25/3), após o encontro do presidente com o imperador japonês Naruhito. Fávaro também confirmou a expectativa de assinar a revisão do protocolo sanitário com o Japão para a regionalização do país em um eventual caso de gripe aviária. O Brasil é um dos poucos países que nunca registrou episódios da doença em plantel comercial. Pelo entendimento atual firmado com os japoneses, porém, caso isso ocorra, haverá embargo para as exportações de todo o país. No acordo que será assinado, essa restrição passará a ser apenas para o município onde o caso eventualmente acontecer. “É um assunto muito importante que interessa aos dois lados, pois não está livre de acontecer (…) Já que o Brasil é um grande fornecedor de frango par ao mundo e para o Japão, caso venha a acontecer um caso de gripe aviária não fecha [as exportações] o Brasil todo”, completou o ministro. O secretário de comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, também participou da reunião com importadores japoneses. “Reafirmamos a qualidade, a sanidade, a complementariedade e a estabilidade das nossas proteínas. O importante é fazermos do Brasil um importante player no mercado mundial de proteínas. O mercado japonês é um mercado de alto valor agregado, e o Brasil tem trabalhado para que possamos conseguir, em um breve espaço de tempo, acesso a esse importante mercado”, disse. Nesta terça-feira (25/3), Fávaro vai se reunir com o ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, Taku Eto, para tratar dos avanços nas questões sanitárias e técnicas, com o pedido de uma visita dos técnicos japoneses ao Brasil para avaliar o sistema sanitário brasileiro.
Valor Econômico
Já temos avanços previstos a partir desta viagem, diz Fávaro no Japão
“Sobre a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, já temos avanços previstos a partir desta viagem”, afirmou o ministro da Agricultura brasileiro Carlos Fávaro na segunda-feira (24), em reunião com a Japan Meat Trade Association, em Tóquio. O encontro faz parte da agenda oficial da missão presidencial ao Japão, que busca fortalecer as relações comerciais e ampliar oportunidades para o agronegócio brasileiro.
Segundo o ministro, a delegação brasileira espera que as autoridades japonesas anunciem a visita de técnicos especializados ao Brasil para conhecer o sistema produtivo do país, incluindo frigoríficos e medidas sanitárias. Fávaro lembrou também que o Brasil está prestes a receber, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o certificado que reconhece todo o território brasileiro como livre de febre aftosa sem vacinação, “uma exigência fundamental do Japão”. “Esse reconhecimento deve ocorrer em maio e, com a visita dos especialistas japoneses, estaremos dando um passo decisivo para a abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira”, disse o ministro em nota. A Japan Meat Trade Association, que representa todos os importadores japoneses de proteínas, esteve presente na reunião realizada na sede do Banco do Brasil no Japão. O encontro contou com a participação do secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua. O objetivo principal foi discutir a parceria comercial entre os dois países e os avanços necessários para a possível abertura do mercado japonês à carne bovina brasileira. O secretário Luis Rua também destacou a importância da reunião para consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores globais de proteínas. “Reafirmamos a qualidade, a sanidade, a complementariedade e a estabilidade das nossas proteínas. O importante é fazermos do Brasil um importante player no mercado mundial de proteínas. O mercado japonês é um mercado de alto valor agregado, e o Brasil tem trabalhado para que possamos conseguir, em um breve espaço de tempo, acesso a este importante mercado”, disse Rua na mesma nota. Nesta terça-feira (25), o ministro Carlos Fávaro, juntamente com a comitiva do Mapa, irá se reunir com o ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, Taku Eto, para tratar das boas perspectivas de avanço nas questões sanitárias e técnicas, com o pedido de uma visita dos técnicos japoneses ao Brasil para avaliar o sistema sanitário brasileiro. A missão oficial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Japão segue até quinta-feira (27). A viagem ocorre também em comemoração aos 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão. O ano de 2025 marca os 130 anos das relações diplomáticas entre os dois países, estabelecidas em 1895 com a assinatura do acordo que permitiu a abertura recíproca de representações diplomáticas em 1897. Ainda na quinta-feira a comitiva embarcará para o Vietnã, onde fica até sábado (29). No Vietnã, o foco será o aprofundamento das relações econômicas e políticas, destacando a cooperação no agronegócio e na sustentabilidade agrícola. A visita estratégica terá por objetivo definir ações e iniciativas conjuntas para implementar a Parceria Estratégica entre os dois países, anunciada em 17 de novembro de 2024, quando o presidente Lula e o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chin, se reuniram à margem da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
Carnetec
FRANGOS & SUÍNOS
Segunda-feira (24) fecha com quedas generalizadas para o mercado de suínos
De acordo com a analista da Scot Consultoria, Juliana Pila, desde o início de março até a virada para a segunda quinzena, o preço da arroba suína e da carcaça em São Paulo caiu cerca de 7%. Em contrapartida, o valor do milho na referência Campinas (SP) subiu 10% no mesmo período, fazendo com que o suinocultor esteja com o poder de compra deteriorado.
Segundo dados da Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo baixou 2,50%, com preço médio de R$ 156,00, enquanto a carcaça especial cedeu 3,28%, fechando em R$ 11,80/kg, em média. Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à sexta-feira (21), houve queda de 0,96% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,25/kg, baixa de 0,50% no Paraná, atingindo R$ 8,03/kg, recuo de 0,99% no Rio Grande do Sul, com valor de R$ 7,98/kg, queda de 0,65% em Santa Catarina, custando R$ 7,65/kg, e de 0,72% em São Paulo, fechando em R$ 8,26/kg.
Cepea/Esalq
Em 13 dias úteis, exportações de carne suína superam receita de todo o mês de março de 2024
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne suína in natura, até a terceira semana de março (13 dias úteis), já superou em receita o total obtido em março de 2024.
A receita obtida, US$ 182,1 milhões representa 1,7% a mais do que o total arrecadado em todo o mês de março de 2024, que foi de US$ 179 milhões. No volume embarcado, as 72.597 toneladas representam 92,15% do total registrado em março do ano passado, com 78.775 toneladas. O faturamento por média diária foi de US$ 14 milhões, quantia 56,5% a mais do que a de março de 2024. No comparativo com a semana anterior, houve queda de 14,38% observando os US$ 16,3 milhões, vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 5.584 toneladas, houve elevação de 41,8% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado ao resultado da semana anterior, recuo de 13,26%, comparado às 6.438 toneladas da semana passada. No preço pago por tonelada, US$ 2.508, ele é 10,4% superior ao praticado em março passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa baixa de 1,28% em relação aos US$ 2.541 anteriores.
SECEX/MDIC
Carne suína ganha espaço na dieta do consumidor brasileiro, diz ABCS
A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) estima que o consumo per capita de carne suína do Brasil em 2024 subiu para 19,52 kg/habitante/ano, considerando os dados definitivos dos abates no país divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Considerando que em 2015 o consumo estimado era de 14,47 kg/habitante/ano, houve um incremento no consumo individual de quase 35% na última década (+5,05 kg/hab./ano); a carne suína foi a proteína animal que mais ganhou espaço na dieta do consumidor brasileiro neste período”, disse a ABCS no Boletim de Mercado de março divulgado na sexta-feira (21). O IBGE disse que os abates de suínos no Brasil registraram um novo recorde em 2024, com 57,86 milhões de cabeças, alta de 1,2% em relação a 2023. Em peso de carcaça, os abates somaram 5,3 milhões de toneladas, alta de 0,3%. A ABCS subtraiu as exportações de carne suína in natura dos volumes de carcaças produzidos em 2024 para calcular a disponibilidade interna. Depois, dividiu a disponibilidade interna pela estimativa populacional mais recente do IBGE para o número de habitantes no Brasil para chegar ao dado de consumo per capita. A ABCS disse ainda que as exportações de carne suína estão aceleradas neste início de ano, indicando que deverão superar em 2025 o volume recorde de 2024. “Analisando a destinação das exportações brasileiras neste início de ano, conclui-se a mesma tendência de crescimento de compradores alternativos à China, como Filipinas, Japão e México, visto que o gigante asiático vem reduzindo suas compras desde o ano passado”, disse a entidade. Apesar da forte demanda por carne suína brasileira, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, disse que o primeiro semestre está sendo bastante desafiador para os criadores de suínos devido à oscilação das cotações do suíno, com recuo significativo em março, e alta da taxa Selic. O aumento no custo de produção puxado principalmente pelo milho também restringe as margens da atividade. “As retaliações entre EUA e China no comércio de commodities agropecuárias podem abrir espaço para ampliarmos ainda mais as exportações de carnes para o gigante asiático, porém, pelo mesmo motivo, a eventual expansão das exportações de grãos brasileiros para aquele destino também pode pressionar os custos de produção no Brasil”, disse Lopes.
Carnetec
Estabilidade nas cotações no mercado do frango do PR E SC
A segunda-feira (24) teve cotações estáveis do frango vivo
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo subiu 1,75%, custando, em média, R$ 5,80/kg, enquanto a ave no atacado caiu 1,02%, custando, em média, R$ 7,75/kg. Na cotação do animal vivo, o valor não mudou no Paraná, custando R$ 4,77/kg, assim como em Santa Catarina, com preço de R$ 4,64/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à sexta-feira (21), a ave congelada cedeu 0,59%, custando R$ 8,39/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,47%, fechando em R$ 8,49/kg.
Cepea/Esalq
Embarques de carne de frango na 3ª semana de março desaceleram
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, as exportações de carne de aves in natura até a terceira semana de março (13 dias úteis), aumentaram em relação a março do ano passado, mas caíram no comparativo com a semana anterior.
A receita obtida, US$ 576,1 milhões, representa 83,77% do total arrecadado em todo o mês de março de 2024, que foi de US$ 687,7 milhões. No volume embarcado, as 323.795 toneladas representam 82,86% sobre o volume registrado em março de 2024, com a quantidade de 390.744 toneladas. O faturamento por média diária foi de US$ 44,3 milhões quantia 28,9% a mais do que a registrada em março de 2024. Em relação a semana anterior, houve baixa de 12,78% quando comparado aos US$ 50,8 milhões vistos na semana passada. Em toneladas por média diária, foram 24.907 toneladas, houve elevação de 27,5% no comparativo com o mesmo mês de 2024. Quando comparado a semana anterior, observa-se retração de 12,51% em relação às 28.471 toneladas da semana anterior. No preço pago por tonelada, US$ 1.779, ele é 1,1% superior ao praticado em março do ano passado. O resultado, frente ao valor atingido na semana anterior, representa tímida queda de 0,30% no comparativo ao valor de US$ 1.784 visto na semana passada.
SECEX/MDIC
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868