CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2294 DE 23 DE AGOSTO DE 2024

clipping

Ano 10 | nº 2294 |23 de agosto de 2024

 

NOTÍCIAS

BOI: Preços estáveis em São Paulo

O mercado abriu a quinta-feira estável, com os frigoríficos abatendo bovinos adquiridos anteriormente. No entanto, uma pressão de alta paira sobre o mercado paulista, devido à redução na oferta e ao aumento da procura por fêmeas, cuja oferta também diminuiu

Com isso, o boi gordo paulista segue apregoado em R$ 235/@, a vaca em R$ 210/@ e a novilha em R$ 225/@. O “boi-China” (base) vale R$ 237/@, com ágio de R$ 2/@ sobre o animal “comum”, de acordo com a Scot. Em Rondônia, a redução na oferta de bovinos terminados na região está se intensificando, especialmente de boi gordo. Como resultado, foi observada uma alta de R$2,00 por arroba para o “boi China” e de R$3,00 por arroba para o boi comum. No Espírito Santo, devido à seca e à entressafra de capim, os compradores relatam uma oferta limitada de boiadas, o que resultou em um aumento de R$2,00 por arroba para o “boi China”. No Paraná, o mercado ficou parado na quinta-feira (22), o que manteve os preços estáveis para todas as categorias. No entanto, as ofertas estão diminuindo, os pastos estão se esgotando, e os semiconfinamentos não estão produzindo muito devido à dependência dos pastos. Por isso, o viés é de alta para o estado.

Scot Consultoria

Preço do boi gordo fica estável em SP, mas com tendência positiva

Sinais de ajuste na oferta de animais disponíveis para abate mantêm viés altista para o mercado físico de gado. Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), referências para o Estado, o preço bruto do boi gordo permaneceu em R$ 235 por arroba a prazo, segundo a Scot Consultoria

Após dois dias de altas consecutivas, os preços do boi gordo ficaram estáveis em São Paulo. Entretanto, especialistas acreditam que o viés do mercado físico é positivo, com possibilidade de novos avanços nas cotações no curto prazo. “É observada uma pressão de alta, em razão da redução da oferta de boiadas que chegam nas indústrias. Outro indicador dessa pressão é a redução das escalas de abate que, em julho, eram maiores que dez dias, e hoje a média está em oito dias”, informou a Scot Consultoria em nota. Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), referências para o Estado, o preço bruto do boi gordo permaneceu em R$ 235 por arroba a prazo, na variação diária. Outros Estados, porém, viram altas nas cotações do gado. No norte de Minas Gerais, o boi gordo subiu R$ 1 por arroba, para R$ 217 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, os municípios de Dourados (MS), Três Lagoas (MS) e Campo Grande (MS) também marcaram avanços nas cotações, para respectivos R$ 237, R$ 236 e R$ 240 por arroba a prazo. Ainda de acordo com a Scot, os preços do gado subiram no oeste de Maranhão, sudeste de Rondônia e sul de Tocantins. A consultoria Agrifatto acrescenta que a pressão altista voltou a acontecer de maneira mais intensa no mercado do boi gordo porque, além da redução na oferta de bovinos, há uma demanda equilibrada, com compradores aceitando os preços atuais da carcaça bovina no atacado e da carne exportada. No mercado interno da carne, a atenção agora está voltada para as negociações que garantem o abastecimento de carne para a última semana de agosto. “Sendo um mês longo, com 22 dias úteis, tende a ser mais desafiador para o setor e com a demanda reduzida resultando em maior pressão sobre os preços no atacado”, disse a Agrifatto. Ainda assim, o valor da proteína não caiu a carcaça casada do boi castrado ficou cotada a R$ 15,80 por quilo, demonstrando estabilidade no comparativo semanal.

Globo Rural

Boi/Cepea: Negócios mantêm ritmo constante; baixa oferta de animais sustenta preços

O ritmo de negócios tanto de boi gordo quanto de carne bovina segue marcado por relativa constância

Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa disponibilidade de animais tem feito com que frigoríficos ajustem os valores de compra conforme a necessidade de completar uma ou outra escala. Ao mesmo tempo, ainda conforme pesquisadores do Cepea, os negócios antecipados, em sua maioria travados em valores superiores aos atuais, aliviam a necessidade de aquisição, freando as altas na cotação da arroba negociada no spot. No estado de São Paulo, onde tem sido observado aumento significativo dos negócios a termo/contrato nos últimos anos, os reflexos dessa estratégia se mostram mais evidentes, pesando para diminuir o diferencial de base, de acordo com levantamentos do Cepea.

Cepea

Turquia abre mercado para subprodutos bovinos do Brasil

Este é o 101º mercado aberto para produtos do agronegócio brasileiro em 2024. A Turquia foi o 13º maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023

A Turquia abriu o seu mercado para as exportações brasileiras de heparina crua bovina, um subproduto de origem animal utilizado na fabricação de medicamentos e de dispositivos médicos por conta dos efeitos anticoagulantes presentes nele. Este é o 101º mercado aberto para produtos do agronegócio brasileiro em 2024. Em maio deste ano, o governo turco já havia autorizado a exportação pelo Brasil de gelatina e colágeno não comestíveis, ovo produtos e vísceras destinadas à alimentação animal. De acordo com o Ministério da Agricultura, a Turquia foi o 13º maior destino das exportações agrícolas brasileiras em 2023. Os embarques brasileiros no ano passado somaram US$ 2,42 bilhões para o mercado turco, puxados por soja, produtos têxteis e café. Nos sete primeiros meses deste ano, o agronegócio brasileiro já exportou mais de US$ 2,16 bilhões para a Turquia.

Valor Econômico

Pela 1ª vez, abate anual de machos no Brasil vai romper barreira das 20 milhões de cabeças

País caminha a passos largos para atingir 1 milhão de toneladas de carne bovina produzidas em um único mês, também volume histórico

O abate brasileiro de bovinos machos (dados oficiais do IBGE), que se manteve entre 17 e 20 milhões de cabeças durante 18 anos, finalmente deve romper os seus limites e atingir nível histórico de 22,40 milhões de animais, segundo estimativa da Agrifatto. “A percepção ao se analisar os dados é de que o Brasil mudou de patamar e expandiu seu rebanho de uma maneira intensa e agora estamos colhendo os frutos da forte retenção de fêmeas que aconteceu entre 2020 e 2022”, relata a consultoria. O volume de machos abatidos esperado para este ano é 12,57% superior ao resultado registrado em 2023, de 19,9 milhões de cabeças. Ao longo de 2024, os recordes anuais de abate foram renovados mês após mês e devem continuar assim durante o segundo semestre deste ano, prevê a Agrifatto. “Ainda que o IBGE não tenha divulgado os dados de abate de julho/24, a nossa estimativa já aponta para um volume recorde de bovinos levados ao gancho no mês passado, com 3,61 milhões de cabeças”, projeta. Os números da Agrifatto estimados para 2024 apontam para um total de 38,81 milhões de bovinos abatidos no Brasil (entre machos e fêmeas), 13,80% a mais do que o resultado de 2023 (34,1 milhões de cabeças) e o maior volume da história. Essa expansão dos abates, justifica a Agrifatto, vem em parte pelo contínuo descarte de fêmeas. Os números consolidados do primeiro trimestre de 2024 apontam para uma expansão no comparativo anual de 1,29 ponto percentual na participação das fêmeas sobre o total abatido, alcançando 46,19% do total. “A estimativa para o ano é que as fêmeas representem 42,27% do total abatido pelos pecuaristas brasileiros, 0,63 ponto percentual a mais do que o registrado em 2023”, aponta. A consultoria prevê um total de 16,41 milhões de fêmeas abatidas no Brasil em 2024, também o maior volume da história, e 15,5% acima do resultado oficial de 2023, de 14,2 milhões de cabeças. O Brasil caminha a passos largo para atingir 1 milhão de toneladas de carne bovina produzidas em um único mês. A Agrifatto prevê a produção de julho/24 chegou a 946,85 mil toneladas da proteína (geradas a partir da estimativa de abate de 3,61 milhões de cabeça). A marca de 1 milhão de toneladas de carne produzidas mensalmente só não foi batida ainda porque os bovinos estão sendo encaminhados mais leves para os frigoríficos –principalmente pela maior proporção de fêmeas, categoria abatida com carcaças mais leves. Segundo projeção da Agrifatto, após diminuir 3,36% em 2023, no comparativo anual, a previsão é de que o peso médio das carcaças brasileiras registre redução de 0,18% em 2024, ficando em 261,59 kgs/cab (ou 17,44 @/cab). Mesmo que o peso médio dos bovinos abatidos no Brasil recue no comparativo anual, a produção brasileira de carne bovina será recorde, antecipa a Agrifatto, que prevê uma oferta total de 10,15 milhões de toneladas, 13,60% acima do registrado em 2023, ou 1,22 milhão de toneladas a mais.

Portal DBO

Confinamento bovino cresce 34% no Sudeste em 2024, mostra estudo

Já o rebanho confinado do Centro-Oeste se manteve praticamente estável, registrando um aumento de apenas 2% em relação ao mesmo período de 2023

O volume de gado bovino em confinamento cresceu 32% nos primeiros sete meses deste ano no Brasil, em comparação com igual período do ano passado, mostram dados da Ponta, empresa de tecnologia focada na gestão da informação e da precisão na pecuária, responsável pelo gerenciamento de informações de mais de 7 milhões de cabeças de gado por ano em todos os sistemas produtivos. O estudo mostra, ainda, comportamentos distintos entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto o rebanho confinado do Sudeste cresceu 34%, o do Centro-Oeste se manteve praticamente estável, registrando um aumento de apenas 2% em relação ao mesmo período de 2023. O resultado do Centro-Oeste é fruto da redução de 11% do rebanho confinado em Goiás. Já Mato Grosso apresentou um aumento de 21% na entrada de animais em confinamento no período. O crescimento registrado no volume de animais confinados no País vai na contramão do desempenho do preço da arroba do boi gordo, que caiu 8,16% no mesmo período (janeiro a julho), segundo a cotação Cepea/Esalq/São Paulo. Apesar de a cotação ter alcançado o menor valor em junho e estar em recuperação, continua abaixo dos R$ 240,00. “Para quem está contando apenas com a melhora na cotação do boi gordo para garantir o resultado, o cenário não é muito animador. Entretanto, se o pecuarista estiver preocupado com a margem, que é o que sobra no bolso ao fim de todo o seu trabalho, a história é outra. Considerando o aumento da entrada de animais no confinamento neste começo de ano em relação a 2023, fica claro que o confinador está aproveitando a queda do custo alimentar para trabalhar estocado e garantir a margem dos animais do primeiro giro”, informou o CEO da Ponta, Paulo Dias. “A combinação de fatores que causou impacto significado no custo mediano da arroba produzida dos lotes mais lucrativos nas duas regiões foi a economia no custo alimentar potencializada pelo aumento de produtividade percebido pelos melhores ganhos de peso, rendimentos de carcaça e total de arrobas produzidas. Para o Centro-Oeste, cada arroba produzida custou R$ 72,73 a menos para os lotes “cabeceira” quando comparado aos de ‘Fundo’ (R$ 164,51 por arroba ante R$ 237,24 por arroba), enquanto para o Sudeste essa diferença foi de R$ 47,27 a menos por arroba produzida pelos “cabeceiras” (R$ 213,17 por arroba ante R$ 260,44 por arroba). Essa maior eficiência porteira para dentro foi o elemento-chave que levou o grupo de lotes “cabeceira” ao seu sucesso de lucratividade no ano de 2023″, explicou Dias. Segundo a Ponta, a partir desse cálculo é possível analisar a parte do lucro gerada exclusivamente pelo resultado das arrobas produzidas. Essa visão evidencia a porcentagem do lucro definida pelas variáveis de dentro da porteira, ou seja, aquelas sobre as quais o pecuarista tem controle e que refletem a sua capacidade de gestão produtiva. Para o Centro-Oeste, em 2023, conforme o estudo, o resultado apenas das arrobas produzidas dos lotes “cabeceira” proporcionou um lucro de R$ 717,69 por cabeça, ou seja, representou 96,82% do lucro total apurado. Para o Sudeste, o resultado do trabalho realizado dentro da porteira teve participação de 90,91% no lucro total por cabeça, sendo responsável por R$ 642,06. “Quanto maior a participação dos resultados dentro da porteira no lucro total, menor a exposição do negócio aos riscos referentes às oscilações do preço do mercado. Isso significa que a sustentabilidade do negócio de confinamento está atrelada à eficiência da produção. E isso denota, também, que, quem domina o processo produtivo e tem controle sobre seus custos de produção, está atento à margem e sofre menos com a volatilidade dos preços da arroba”, concluiu Dias.

Estadão Conteúdo

ECONOMIA

Dólar tem maior alta do ano com mau humor global e sinais do BC

Operadores enxergaram um ajuste de posição nos mercados globais às vésperas do evento em Jackson Hole e com eleições presidenciais dos Estados Unidos no radar

O dólar à vista encerrou a sessão em valorização forte, de quase 2%, em um pregão marcado pelo mau humor global e por dúvidas quanto à política monetária local. Operadores enxergaram um ajuste de posição nos mercados globais às vésperas do evento em Jackson Hole e com eleições presidenciais dos Estados Unidos no radar. A dinâmica no Brasil foi pior que a observada no exterior, com o real tendo o pior desempenho da lista das 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. A sinalização menos “hawk” (conservadora) pelos diretores de política econômica e política monetária, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, respectivamente, teria dado sustentação para uma piora adicional da moeda brasileira. Diante disso, no fechamento do mercado à vista, o dólar comercial teve sua maior alta diária desde 19 de abril de 2023, avançando 1,98%, a R$ 5,5894, depois de tocar a máxima de R$ 5,5950 e ter encostado na mínima de R$ 5,4813. Na manhã da quinta-feira, o dólar se mostrou mais forte globalmente, mas principalmente contra divisas de mercados emergentes. Perto do fechamento do mercado à vista, além da apreciação firme contra o real, a moeda americana tinha alta de 1,14% ante o peso mexicano; 1,18% ante o rand sul-africano; e 1,50% contra a rupia da Indonésia. Operadores mencionaram um mau humor global e desmonte de posições nas vésperas do evento de Jackson Hole, o qual contará com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. “Desde o começo do mês, quando houve um estresse global nos mercados por conta do temor de recessão nos Estados Unidos, vimos uma recuperação dos ativos após a divulgação de uma sequência de dados que afastaram essa percepção”, diz o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia. “Hoje me parece ter ocorrido uma realização ou algum ajuste antes de um dia importante.” Embora o cenário global já fosse de dólar forte, aqui o movimento foi mais intenso, com o real sendo a moeda mais penalizada do dia. O que explicaria isso seria a percepção dos participantes do mercado de um tom menos “hawk” por parte de diretores do Banco Central. Em evento na quinta-feira, o diretor de política econômica, Diogo Guillen, não adotou um discurso tão duro quanto o esperado pelos agentes, ajudando a intensificar um aumento dos prêmios de risco no câmbio, na bolsa e nos trechos intermediários e longos da curva. À tarde essa piora se acentuou com comentários do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Ele disse que a autoridade vai continuar dependente de dados e que sua fala não faz qualquer reparo em relação a comentários anteriores. Galípolo, ainda, quis reforçar a coesão que existe entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Como parte do mercado já vinha precificando altas de juros por parte do BC em setembro, as falas de hoje acabaram frustrando esses participantes, levando a um ajuste na precificação de risco. Já o economista Wilson Ferrarezi, do TS Lombard, diz em nota que não há dúvidas de que o BC está em uma situação mais confortável do que estava no início do mês em relação à política monetária, após o recente fortalecimento do real. “Contudo, o fato de a valorização cambial estar relacionada, em parte, com a comunicação do próprio banco limita as opções de gestão de políticas no curto prazo. Isto significa que não seguir o roteiro ‘hawkish’ [favorável ao aperto monetário] que está sendo telegrafado provavelmente se traduziria num enfraquecimento da moeda”, afirma. Para Ferrarezi, a retomada dos aumentos das taxas no próximo mês ajudaria a reduzir o repasse cambial aos preços e a reancorar as expectativas de inflação, que têm aumentado em meio a preocupações de que o comitê tome uma atitude pacífica no próximo ano.

Valor Econômico

Ibovespa tem queda firme com mau humor externo e após falas de Galípolo

O discurso menos “duro” do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, também repercutiu entre os ativos locais

O Ibovespa encerrou em queda firme na quinta-feira, em meio ao mau humor global e após três fechamentos consecutivos em níveis recordes. O discurso menos “duro” dos diretores do BC, Diogo Guillen e Gabriel Galípolo, também repercutiu entre os ativos locais. Como reação do mercado, houve alta dos juros futuros, levando a perdas em ações sensíveis à economia doméstica. No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,95%, aos 135.173 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 134.836 pontos e, na máxima, os 136.462 pontos. O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h45) foi de R$ 15,05 bilhões no Ibovespa e R$ 22,22 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 perdeu 0,89%, o Dow Jones fechou em queda de 0,43%, e o Nasdaq cedeu 1,67%. Os ganhos em sequência provocaram um movimento de realização de lucros na bolsa brasileira, algo já esperado por operadores, após o índice encostar nos 137 mil pontos. O Ibovespa, porém, exibiu uma piora ao longa da sessão, repercutindo sinais menos conservadores dos membros Comitê de Política Monetária (Copom). A alta firme dos juros futuros prejudicou os papéis ligados ao cenário local. Na avaliação de agentes do mercado, o tom das últimas declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, vinha em uma direção oposta a comentários do diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo. Hoje, porém, tanto Galípolo quando o diretor de política econômica, Diogo Guillen, deu sinais menos conservadores e tentaram reforçar a coesão entre os membros do Copom. Segundo o analista do Andbank Fernando Bresciani, diante da alta nas projeções de inflação no país, o Banco Central “precisa dizer se a Selic vai subir ou não”, para ancorar as expectativas. “Falta um ‘guidance’, porque um membro fala uma coisa, outro fala em subir juros e há o cenário americano com expectativa de os juros vão cair”, destaca o profissional. Diante desta ausência de um orientador mais objetivo, Bresciani reforça que o cenário é de cautela. “Dá para ganhar dinheiro com bolsa, mas com cautela, porque nossos juros vão ficar altos por mais tempo. O juro elevado é contrário à bolsa e ativos de risco”, comenta. O analista diz que o Brasil possui empresas com ações muito baratas, especialmente se levado em consideração os bons resultados corporativos do segundo trimestre. Mas para consolidar o retorno do investidor estrangeiro, que representa um importante potencial de crescimento na bolsa, há pontos que ainda preocupam, como a política fiscal. No exterior, os índices de gerentes de compras (PMIs) dos Estados Unidos vieram acima das expectativas, o que fez o mercado avaliar um corte de juros menor na próxima reunião do Federal Reserve (Fed). Além disso, os investidores estão à espera do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira. Bresciani, Andbank, reforça que o destino do Ibovespa vai depender do dia 18 de setembro, quando serão conhecidas as decisões do Fed e do Copom.

Valor Econômico

Arrecadação federal cresce 9,55% em julho e bate recorde, mostra Receita

A arrecadação do governo federal teve alta real de 9,55% em julho sobre o mesmo mês do ano anterior, somando 231,044 bilhões de reais, em novo recorde para o mês, informou a Receita Federal na quinta-feira

No acumulado de janeiro a julho, a arrecadação foi de 1,530 trilhão de reais, 9,15% acima do registrado nos primeiros sete meses de 2023, já descontada a correção pela inflação. Segundo a Receita, o desempenho positivo do mês foi influenciado “pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, pelo retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, pela tributação dos fundos exclusivos e pela atualização de bens e direitos no exterior”. Como destaque no ganho real no mês, a arrecadação com os tributos PIS/Pasep e Cofins registrou crescimento real de 22,04%, a 45,260 bilhões de reais, resultado explicado, segundo o fisco, por um maior volume de vendas e serviços no país, retomada da contribuição do setor de combustíveis e exclusão do ICMS da base de cálculo desses impostos. Também houve forte crescimento real na Receita Previdenciária em 6,04%, a 53,559 bilhões de reais. O PIS/Pasep e o Cofins também influenciaram positivamente na arrecadação do período de janeiro a julho, com alta real de 19,25%%, a 302,463 bilhões de reais. Nesse período acumulado do ano, a Receita novamente destacou a arrecadação com a Receita Previdenciária, que teve ganho real de 5,45%, a 371,698 bilhões de reais, justificado pela alta da massa salarial de 6,88%. Ainda nos sete primeiros meses do ano, o fisco relatou um crescimento real de 17,83% no recolhimento de IRRF-Rendimentos de Capital, a 81,934 bilhões de reais, decorrente de projeto de lei aprovado no ano passado que determinou a tributação de fundos exclusivos de investimento. Do lado negativo para o período, o fisco voltou a citar a calamidade no Rio Grande do Sul, que provocou uma perda de arrecadação de 7,3 bilhões de reais de janeiro a julho. Em julho, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 9,85% em valor ajustado pela inflação frente a um ano antes, a 214,792 bilhões de reais. No período de janeiro a julho de 2024, o ganho foi de 9,07%, totalizando 1,450 trilhão de reais. Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, avançaram 5,71% em julho frente ao mesmo período de 2023, a 16,252 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a julho, esses recursos tiveram alta real de 10,71%, totalizando 79,431 bilhões de reais.

Reuters

Taxas de juros futuros têm forte alta após fala de Galípolo e precificam 100% de chance de aumento da Selic

As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em forte alta, precificando 100% de probabilidade de o Banco Central subir a taxa básica Selic em setembro, na esteira de novo discurso duro contra a inflação do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, e da alta dos rendimentos dos Treasuries no exterior

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,749%, em alta de 9 pontos-base ante os 10,749% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,595%, ante 11,446% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,605%, ante 11,413%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 11,68%, ante 11,49%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 11,65%, ante 11,466%. As taxas futuras se firmaram em alta já no início da sessão, refletindo o avanço firme dos yields dos títulos norte-americanos no exterior, após novos dados econômicos dos EUA. O Departamento de Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio desemprego subiu para 232.000 na semana encerrada em 17 de agosto, ante 228.000 pedidos revisados para cima na semana anterior. O resultado reforçou o argumento de que há um esfriamento do mercado de trabalho norte-americano, com operadores elevando as apostas de um corte de 25 pontos-base dos juros na reunião de setembro do Federal Reserve — e não de 50 pontos-base, como chegou a ser precificado. O viés positivo para as taxas dos DIs foi reforçado à tarde, com a participação de Galípolo em evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo. Em um discurso duro, Galípolo afirmou que suas falas recentes não colocaram o BC em um “corner” em relação ao que será feito com a Selic em setembro, mas repetiu que a autarquia subirá a taxa básica se necessário. Nos últimos dias têm ganhado força entre instituições financeiras a avaliação de que, em função de falas recentes de Galípolo, consideradas hawkish (duras com a inflação), o BC terá que subir a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro mesmo em meio à relativa melhora do cenário externo, já que as taxas futuras precificam isso. No evento em São Paulo, Galípolo disse discordar “respeitosamente” das interpretações do mercado sobre o BC ter ficado em um “corner”, em referência a uma situação difícil. Ao mesmo tempo, ele manteve o discurso duro das últimas semanas: “Inflação fora da meta é situação desconfortável, e ter que subir juros é situação cotidiana para quem está no BC”, afirmou.

Reuters

EMPRESAS

BRF e Marfrig conquistam Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol

A BRF e a Marfrig conquistaram o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, o mais alto nível de certificação concedido às empresas que atendem todos os critérios de transparência na publicação de inventário de emissão de gases do efeito estufa (GEE), informaram as companhias. Esta é a primeira vez que a Marfrig recebe o selo, já a BRF celebra seu 15º consecutivo.

A BRF encerrou o ciclo de 2023 com uma redução de 21% nas emissões totais dos escopos 1 e 2 em comparação com o ano-base 2019, impulsionada principalmente pela priorização do consumo de energia limpa proveniente dos parques eólicos de autogeração. Na cadeia de valor, mais de 50% do volume de aves produzido utiliza energia solar e 100% dos grãos adquiridos de fornecedores diretos da Amazônia e do Cerrado são rastreados. A companhia está entre os 27 fundadores do programa, publica seu inventário de emissões de GEE no Registro Público de Emissões há mais de uma década, e, desde 2009, integra a carteira do Índice de Carbono Eficiente (ICO2) da B3. Já a Marfrig teve em 2023 uma redução de 20% nas emissões totais dos escopos 1 e 2 em relação à linha de base de 2019, principalmente devido ao foco na utilização de fontes de energia renováveis. A promoção de uma pecuária sustentável, de baixo carbono e livre de desmatamento é a principal meta da companhia. Os processos de aquisição de gado de fazendas localizadas no bioma Amazônia atenderam a todos os critérios e diretrizes do Compromisso Público da Pecuária Amazônica pelo 12º ano consecutivo. Esse desempenho foi certificado por auditorias independentes que monitoram as práticas de combate ao desmatamento e defesa dos direitos humanos, como o respeito aos povos originários e a proibição do trabalho infantil ou de condições análogas à escravidão. Ainda em 2023, mais de 875 mil animais foram criados em fazendas com sistemas de baixa emissão na cadeia de valor. Além disso, desde 2021 a Marfrig já reintegrou 4 mil fazendas como parte do seu processo de inclusão. Como resultado dessas ações, as emissões de escopo 3 caíram 9,9% em comparação ao ano-base de 2019. Para o diretor de Sustentabilidade da BRF e da Marfrig, Paulo Pianez, o selo é um reconhecimento da solidez e confiabilidade dos compromissos de redução das emissões de GEE de ambas as companhias, disse ele em comunicado. O Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008 e é responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro e desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de GEE. Foi desenvolvido pelo FGVces e WRI, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e 27 empresas fundadoras.

Carnetec

FRANGOS & SUÍNOS

Estabilidade marcou as cotações de suínos na quinta-feira (22)

De acordo com a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo ficou estável, com preço médio de R$ 167,00, enquanto a carcaça especial subiu 0,76%, fechando em R$ 13,30/kg, em média

Segundo o Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (21), houve alta de 0,11% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,97/kg, e de 0,24% em Santa Catarina, com preço de R$ 8,28/kg. Os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 8,29/kg), Rio Grande do Sul (R$ 7,96/kg), e São Paulo (R$ 8,79/kg). A lacuna de oferta de animais prontos para abate ou com pesos mais altos tem feito com que os preços dos suínos comercializados no mercado independente subam semana a semana, e nesta quinta-feira (22) não foi diferente. As principais praças registraram altas ou estabilidade nos preços, mostrando que a demanda também tem contribuído para o efeito.

Cepea/Esalq

Suinocultura independente: alta contínua para os preços nas principais praças

As principais praças registraram altas ou estabilidade nos preços, mostrando que a demanda também tem contribuído para o efeito

Em São Paulo, o mercado apresentou alta, saindo de R$ 8,96/kg vivo para R$ 9,07/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro, o preço ficou estável em R$ 9,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).  Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal subiu, saindo de R$ 8,25/kg vivo para R$ 8,49/kg vivo. No Paraná, entre os dias 15/08/2024 a 21/08/2024, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,32%, fechando a semana em R$ 8,47/kg vivo.

Agrolink

Suínos/Cepea: Vivo atinge maior média real desde fev/21

Os preços do suíno vivo e da carne estão em alta em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em algumas praças, a atual média do vivo é a maior desde fevereiro/21, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de julho)

Segundo pesquisadores do Cepea, os avanços são resultados da oferta reduzida de animais em peso ideal para abate e da forte procura por novos lotes por parte da indústria, que precisa atender às demandas interna e sobretudo, externa. No mercado da carne, apesar do alto valor pago pelo vivo, colaboradores do Cepea relatam que a liquidez das vendas tem sido moderada nos últimos dias. Na parcial de agosto, o preço médio da carcaça especial suína comercializada no atacado da Grande São Paulo está em R$ 12,08/kg, o maior desde junho/21, em termos reais (neste caso, os valores foram deflacionados pelo IPCA de julho).

Cepea

Quinta-feira (22) com queda de 2,70% no preço do frango resfriado em São Paulo

De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,50/kg, enquanto preço da ave no atacado cedeu 0,80%, fechando, em média, R$ 6,20/kg

Na cotação do animal vivo, o preço não mudou em Santa Catarina, cotado a R$ 4,38/kg, da mesma maneira que no Paraná, custando R$ 4,66/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à quarta-feira (21), a ave congelada teve recuo de 0,42%, chegando a R$ 7,17/kg, enquanto o frango resfriado retrocedeu 2,70%, fechando em R$ 7,20/kg.

Cepea/Esalq

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