CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1765 DE 30 DE JUNHO DE 2022

clipping

Ano 8 | nº 1765 | 30 de junho de 2022

NOTÍCIAS

Boi gordo: mercado continua firme

Para o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, ambiente ainda é pautado pela restrição de oferta e a perspectiva em curto prazo ainda é de alta para mercado físico

O mercado físico de boi gordo registrou preços firmes nesta quarta-feira (29). De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a perspectiva para o curto prazo ainda é de alta, com um ambiente pautado pela restrição de oferta. “Os frigoríficos seguem encontrando dificuldades na composição de suas escalas de abate neste momento. Não há indícios de mudanças do perfil de oferta no curto prazo, uma vez que a expectativa delimitada para o período de transição da safra para a entressafra do boi gordo era de oferta enxuta”, destacou Iglesias. Com isso, em São Paulo (SP) a referência para a arroba do boi ficou em R$327 na modalidade a prazo. Já 0 preço em Dourados (MS) foi indicado em R$299. Além disso, em Cuiabá (MT) a arroba do boi ficou em R$ 295. Ao mesmo tempo, em Uberaba (MG) preços a R$320 e por fim, em Goiânia (GO), a R$305 a arroba do boi.

O mercado atacadista do boi gordo segue com preços acomodados para a carne bovina. “O ambiente de negócios volta a sugerir por alta dos preços no curto prazo, considerando a entrada dos salários como motivador da reposição entre atacado e varejo. Dessa forma, o quarto dianteiro do boi permaneceu com preço de R$ 17,55 por quilo. Já a ponta de agulha permaneceu com preço de R$ 17,10 por quilo e finalmente o quarto traseiro teve preço de R$ 22,65 por quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Cotação do boi gordo sobe R$3,00/@ em São Paulo

A cotação da arroba do boi gordo subiu R$3,00/@, atingindo uma referência que não se via desde meados de abril. Para as fêmeas as cotações estão estáveis, porém firmes

Negócios para bovinos com até quatro dentes subiram R$5,00/@ na comparação com o último levantamento (28/6). No Sul da Bahia, na comparação com dia anterior a cotação do boi gordo subiu R$2,00/@ e a cotação da novilha gorda subiu R$1,00/@. A referência para a vaca gorda permanece estável. Em Campo Grande – MS, com ofertas curtas e escalas enxutas, os compradores abriram o dia ofertando R$3,00/@ a mais para o boi gordo e R$5,00/@ a mais para vaca e novilha gordas. Dessa maneira, as referências na praça do MS estão em R$ 298/@ para o boi, R$ 278/@ para a vaca e R$ 285/@ para a novilha. Agora, o boi paulista direcionado ao consumo doméstico está valendo R$ 317/@ (valor bruto, a prazo), o que significa uma alta acumulada de R$ 7/@ desde segunda-feira (27/6), segundo os dados da Scot. “Trata-se do maior valor do boi gordo paulista desde meados de abril”, informam os analistas da consultoria. Na quarta-feira, ainda em relação ao mercado de São Paulo, os preços das fêmeas enviadas ao abate ficaram estáveis, em R$ 284/@ (vaca) e R$302/@ (novilha). As cotações dos bovinos com padrão para exportação ao mercado da China (abatidos mais jovens, com até quatro dentes) também registraram acréscimo em São Paulo, subindo R$ 5/@ nesta quarta-feira, para R$ 325/@, acrescenta a Scot. “Ressaltamos que negócios em R$ 330/@ (envolvendo lotes de boi-China) foram reportados na quarta-feira”, observa a consultoria. Na comparação com terça-feira (28/6), a cotação do boi gordo baiano subiu R$ 2/@, enquanto o valor da novilha gorda teve alta de R$ 1/@ – a referência para a vaca gorda permanece estável. Com isso, no Sul da Bahia, boi, vaca e a novilha estão sendo negociados, respectivamente, por R$ 285/@, R$ 275/@ e R$ 283/@ (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.

SCOT CONSULTORIA

Porto de Santos tem fila de mais de 5 mil contêineres

Operação padrão de auditores fiscais agropecuários passa de 50 dias com atrasos na liberação de cargas para exportação e importação

Mais de 5,5 mil contêineres estão acumulados no porto de Santos aguardando para serem liberados em meio à lentidão para a emissão e certificados de importação e exportação de produtos agropecuários submetidos à fiscalização da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. O processo, que normalmente leva 72 horas, tem demorado até duas semanas devido à operação padrão deflagrada por auditores fiscais agropecuários há quase dois meses. Até o último dia 24, a fila era de 5 mil contêineres. Segundo o sindicato da categoria (Anffa-Sindical), também estão sendo afetados os navios graneleiros de trigo e fertilizantes para a importação. “No caso da exportação, muitos contêineres e navios já encontram dificuldades na liberação das cargas nos países de destino, também por causa do atraso na emissão das certificações, gerando impacto no recebimento das vendas amparadas por carta de crédito”, afirma a entidade em nota. Iniciada em dezembro do ano passado como forma de pressionar o Governo Federal a realizar a reestruturação da carreira de auditor fiscal agropecuário, a operação padrão consiste no cumprimento da jornada regimental de trabalho da carreira, que é de oito horas diárias, sem turnos extras não compensados ou remunerados. Com isso, a prioridade segue para as atividades que podem afetar diretamente o cidadão, como a liberação de cargas vivas e perecíveis, a fiscalização de bagagens de passageiros e de animais de companhia (pets). A mobilização chegou a ser suspensa e março, quando o Anffa-Sindical se reuniu com o ministro da agricultura Marcos Montes para discutir a situação da categoria, mas foi retomada logo em seguida sem avanços na negociação. De acordo com o Sindicato, a defasagem de pessoal chega a 1.620 auditores fiscais federais agropecuários, que vem sendo compensada, em parte, por extensão de jornadas de trabalho (sem pagamentos de horas-extras) e descontinuidade de atividades, em prioridade a outras. A reestruturação da carreira, pleiteada pelos Affas, compreende a reposição das perdas da inflação e defasagem salarial de mais de cinco anos. Também inclui a realização de concurso público para carreira, hoje com um quadro de profissionais 37,3% menor que há vinte anos. Segundo o Sindicato, essa redução ocorreu, em grande parte, devido à aposentadoria desses servidores, sem a reposição.

GLOBO RURAL

ECONOMIA

Dólar tem forte ajuste para baixo, mas ainda caminha para maior avanço mensal desde março de 2020

A moeda norte-americana à vista caiu 1,44%, a 5,1911 reais na venda, desvalorização diária mais intensa desde o último dia 15 (-2,07%), ao menor patamar em uma semana

Na B3, às 17:02 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,52%, a 5,1955 reais. A baixa veio na contramão da valorização de 0,6% do índice do dólar contra uma cesta de rivais de países ricos nesta tarde. “Esta queda do dólar por aqui já faz parte do início da tradicional briga da taxa Ptax de final de mês, com os vendidos (agentes que apostam na queda da moeda norte-americana contra o real) desde hoje tentando mostrar a sua força”, comentou Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora. Operadores também atribuíram parte do enfraquecimento do dólar nesta sessão a um ajuste técnico, depois que a divisa fechou em 5,2671 reais na véspera, nível mais alto para um fechamento desde 4 de fevereiro passado (5,3249), em seu 13° avanço em 16 sessões. É natural, depois de movimentos expressivos na moeda, haver momentos pontuais de correção na direção oposta, conforme operadores realizam lucros. Apesar do enfraquecimento pontual –mais atrelado a fatores técnicos do que ao clima doméstico ou internacional, ambos tensos nesta quarta-feira–, o dólar ainda avança 9,19% no acumulado de junho, e está prestes a marcar seu maior ganho mensal frente ao real desde março de 2020 (+15,92%), quando os mercados financeiros do mundo inteiro foram abalados pelo choque inicial da Covid-19. No segundo trimestre como um todo, o dólar ganha 8,99%, embora ainda esteja 6,86% abaixo do patamar para encerramento do ano passado. Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, disse que “enquanto esse cenário continuar pairando, essa recessão seguir à vista e a inflação, descontrolada, a gente deve ver o investidor migrando para ativos mais livres de risco, como o dólar e a dívida dos Estados Unidos”, disse Izac, que afirmou enxergar maior dificuldade para um retorno da moeda norte-americana a patamares inferiores a 5 reais. Além de choques exógenos, o mercado de câmbio doméstico também enfrenta riscos nacionais, como a aproximação das eleições presidenciais de outubro, disse Izac, notando que esse é um período historicamente marcado por volatilidade. Investidores têm acompanhado com cautela a tramitação no Congresso da PEC dos Combustíveis, que prevê aumentos nos valores do Auxílio Brasil e do vale-gás e criação de voucher para transportadores autônomos de carga, com impacto total estimado em 38,75 bilhões de reais. As medidas são vistas pelos mercados como eleitoreiras, fiscalmente danosas e com possível efeito inflacionário de longo prazo.

REUTERS

Ibovespa recua em meio a riscos fiscais e de recessão nos EUA

O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira e arrisca ter pior desempenho mensal desde os primeiros momentos da pandemia no país, em meio a temores de recessão nos Estados Unidos e preocupações com o cenário fiscal no Brasil

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,1%, a 99.484,90 pontos, de acordo com dados preliminares. Com tal desempenho, o Ibovespa acumula agora queda de 10,66% em junho, pior desempenho para um mês desde março de 2020, quando desabou 29,9%, duramente afetado pelo alastramento da pandemia de Covid-19 pelo Brasil. O volume financeiro na quarta-feira somou apenas 17,4 bilhões de reais, abaixo da média diária de 28,3 bilhões de reais do mês.

REUTERS

Ministério da Economia vê dívida bruta em 78,3% este ano, com recuo só a partir de 2025

O Ministério da Economia estima que a dívida bruta do governo fechará este ano em 78,3% do Produto Interno Bruto e ficará estável em torno desse patamar nos próximos dois anos, refletindo o aumento da taxa de juros no curto prazo, e passando a 78,2% do PIB em 2025

“A partir daí, a perspectiva é de queda contínua até o patamar de 69,9% do PIB em 2031”, disse o Tesouro Nacional em relatório na quarta-feira, acrescentando que, ao longo do tempo, o crescimento econômico e a melhora nos resultados fiscais primários abrirão espaço para a queda da dívida. Para a dívida líquida, a perspectiva é de crescimento mais persistente, com expectativa de queda apenas a partir de 2028, com o indicador sendo pressionado por mais tempo pelo diferencial entre a taxa de juros e a taxa de crescimento do PIB.

REUTERS

Confiança de serviços do Brasil tem 4ª alta mensal em junho, mas perde força, diz FGV

A confiança do setor de serviços do Brasil registrou em junho a quarta alta mensal e foi ao melhor nível desde o final do ano passado, embora o ritmo de melhora tenha perdido força, mostraram os dados divulgados na quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV)

Em junho, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,4 ponto e foi a 98,7 pontos, máxima desde outubro de 2021 (99,1 pontos). “A confiança dos empresários do setor serviços encerra o segundo trimestre em alta, mas em ritmo inferior ao observado nos últimos meses e concentrado em alguns segmentos”, disse o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota. “O resultado positivo de junho foi influenciado pela melhora das expectativas com os próximos meses, enquanto a percepção sobre o momento presente se mantém igual ao mês anterior”, completou. A FGV informou que o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, ficou estável e manteve o mesmo nível do mês anterior, em 98,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, subiu 0,8 ponto, para 99,3 pontos, maior nível desde novembro de 2021 (100,9 pontos). “Nos dois horizontes há uma aproximação com o nível neutro de 100 pontos, mas ainda é preciso cautela. O ambiente macroeconômico desfavorável e a incerteza em relação aos próximos meses podem segurar o ritmo de recuperação da confiança do setor”, completou Tobler. Segundo dados do IBGE, o volume de serviços no Brasil registrou crescimento pelo segundo mês seguido em abril, de 0,2%, beneficiando-se da reabertura econômica. Mas iniciou o segundo trimestre em ritmo abaixo do esperado.

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IGP-M tem alta de 0,59% em junho

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,59% em junho depois de ter subido 0,52% em maio, com a maior pressão no varejo compensando a alta mais fraca no atacado, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira

O resultado levou o índice a acumular em 12 meses avanço de 10,70%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, passou a subir 0,30% no mês, de alta de 0,45% em maio. “Os principais destaques do IPA foram: óleo diesel (de 3,29% para 6,96%), leite in natura (de 7,47% para 4,40%) e automóveis (de 0,57% para 2,31%)”, destacou André Braz, coordenador dos índices de preços.

Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a subir 0,71% em junho, de avanço de 0,35% no mês anterior. A principal contribuição para esse resultado partiu do grupo Habitação, que deixou para trás a queda de 2,57% de maio e subiu 0,65% em junho. O destaque foi o item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de -13,71% em maio para -0,34% em junho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a alta a 2,81% no período, de 1,49% em maio.

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Plano Safra 2022/23 passa de R$ 340 bilhões e bate recorde

Oferta de recursos crescerá 36% em relação ao último ciclo

O Plano Safra 2022/23 será de R$ 340,88 bilhões, anunciou ontem (29/6) o governo federal. O montante, recorde, será 36% maior que o plano anterior. Do volume total de recursos, R$ 246,28 bilhões financiarão o custeio e comercialização, um aumento de 39% em relação ao ciclo anterior, e R$ 94,6 bilhões serão para investimentos, 29% a mais que em 2021/22. Segundo o Ministério da Agricultura, os recursos com juros controlados crescerão 18%, para R$ 195,7 bilhões, e com juros livres, 69%, a R$ 145,18 bilhões. Os recursos subsidiados aumentaram 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões na próxima safra. O Plano Safra 2022/23 terá juros mais baixos do que a Selic, a taxa básica da economia brasileira, segundo reiterou o Ministro da Agricultura, Marcos Montes, durante o anúncio. O governo exaltou que se trata de uma “conquista”, dadas as limitações do orçamento da União neste ano – e ao forte aumento da Selic nos últimos 12 meses, período em que passou de 4,25% para os atuais 13,25%. Os recursos para custeio e comercialização da próxima safra, que ficaram entre 3% e 7,5% no Plano Safra que termina hoje, terão taxas de 5% a 12% em 2022/23. Em investimentos, os juros vão de 5% a 11,5% – eles haviam sido de 3% a 8,5% no plano anterior. No Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), os encargos das linhas de custeio, comercialização e investimento vão de 5% a 6%. No ano passado, quando a Selic estava em 4,25%, os juros iam do programa iam de 3% a 4,5%. Já os agricultores e pecuaristas que acessam o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terão juros de 8% nas linhas de custeios e comercialização, acréscimo de 2,5 pontos percentuais. Para os investimentos, o aumento foi de 1,5 ponto, para também 8%. Para os produtores que não se enquadram no Pronaf nem Pronamp, as taxas das linhas de custeio e comercialização pularam de 7,5% para 12%. Os demais programas de investimento também terão taxas maiores em 2022/23: no Moderfrota, para compra de máquinas agrícolas e tratores, o ajuste foi de quatro pontos percentuais, para 12,5%. No Programa ABC, que incentiva práticas de baixa emissão de carbono, e no PCA, para investimento em armazenagem, as taxas saíram do intervalo de 5,5% a 7% para a faixa entre 7% e 8,5%. As taxas do Moderagro, do Proirriga e do programa Empresarial subiram de 7,5% para 10,5%. O Inovagro foi de 7% para 10,5%. As linhas voltadas à modernização e capital de giro para cooperativas — Prodecoop e Procap-Agro —, por sua vez, terão as taxas mais altas, de 11,5%. No ciclo anterior, os juros eram de 8%.

VALOR ECONÔMICO

Para entidades, recurso tem de fato que ‘chegar na mão do produtor’

Previsão de crédito de tem que se efetivar, afirmam lideranças setoriais Por Camila Souza Ramos — De São Paulo 30/06/2022 05h03 · Atualizado há 3 horas

As maiores organizações que representam os produtores rurais evitaram críticas ao Plano Safra, apesar do aumento das taxas de juros, mas defenderam que os recursos precisam de fato chegar na ponta, após períodos recentes de congelamento nas liberações por causa de cortes orçamentários. O presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deputado José Mario Schreiner (MDB- GO), disse que “o mais importante agora é que esse recurso chegue na mão dos produtores, principalmente da agricultura familiar”. Ele elogiou as condições anunciadas pelo governo. “Com a alta dos juros e da inflação, esses juros são compatíveis”, disse Schreiner. Para ele, o plano “vem de encontro com o que o setor rural brasileiro precisa”. Para Aprosoja-MT, embora as taxas de juros tenham ficado acima do reivindicado, elas ainda estão ficaram abaixo da Selic. Em nota, a associação preferiu destacar os recursos para o Programa de Construção de Armazéns (PCA) e a limitação dos aportes em R$ 50 milhões para grandes empreendimentos e R$ 25 milhões para pequenos. Segundo Fernando Cadore, presidente da associação, a decisão “tende a ampliar o alcance da política pública, atendendo um contingente maior de agricultores”. A necessidade de o crédito anunciado de fato chegar aos produtores também foi ressaltada por representantes da agricultura familiar, que foram mais críticos ao novo Plano Safra. “O governo promete aumentar os recursos para equalização. No entanto, nas últimas safras, os recursos disponíveis não foram suficientes para equalizar a contratação de crédito. Portanto, não basta anunciar os recursos, é preciso garantir que sejam subvencionados. Se não tiver equalização, as contratações serão paralisadas ao longo da safra”, disse Vânia Marques Pinto, secretária de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em nota. A Contag também criticou a falta de atenção a outras demandas dos agricultores familiares, como medidas e recursos para assistência técnica, atualização no Pronaf Microcrédito B (para produtores de renda familiar até R$ 23 mil), Proagro Mais, e políticas para a reforma agrária.

VALOR ECONÔMICO

Preços agrícolas seguirão em alta em 2022/23, dizem FAO e OCDE

Com a continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia, cenário de curto prazo continua incerto

A atual recuperação dos preços das commodities agrícolas deve ser temporária. As cotações podem permanecer elevadas na safra 2022/23, mas a expectativa é de que, depois, retomem sua tendência de queda em termos reais, avaliam a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No curto prazo, uma incerteza está relacionada à guerra entre Rússia e Ucrânia. A diminuição das exportações desses países está elevando os preços internacionais de alimentos e rações, e aumentos adicionais das cotações podem ocorrer se a guerra mantiver os preços da energia e dos fertilizantes em níveis elevados e prolongar as limitações dos embarques ucranianos e russos. Relatório divulgado ontem (29/6) apresenta uma avaliação de curto prazo sobre como a invasão da Ucrânia feita pela Rússia pode afetar os mercados agrícolas globais e a segurança alimentar. Segundo o documento, os preços de equilíbrio do trigo poderiam ficar 19% acima dos níveis pré-conflito se a Ucrânia perder totalmente sua capacidade de exportação e 34% mais altos se, além disso, as vendas russas ao exterior caírem a 50% dos volumes habituais. Na hipótese de um grave déficit das exportações ucranianas e russas em 2022/23 e 2023/24, e supondo que não haja resposta global de produção, o relatório projeta um aumento adicional do número de pessoas cronicamente subnutridas no mundo após a pandemia da covid-19. “Sem a paz na Ucrânia, os desafios globais de segurança alimentar continuarão a piorar, especialmente para os mais pobres” , disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em comunicado. Qu Dongyu, diretor-geral da FAO, acrescentou: “Esses preços crescentes dos alimentos e da energia, além das condições financeiras mais restritivas, estão espalhando o sofrimento humano. Estima-se que mais 19 milhões de pessoas poderão enfrentar a subnutrição crônica em todo o mundo em 2023 se a diminuição das exportações de alimentos de Rússia e Ucrânia resultar em queda da disponibilidade de alimentos”. Conforme o relatório, nos próximos dez anos, os preços agrícolas em termos reais (ajustados pela inflação) devem permanecer estáveis ou cair ligeiramente. As duas organizações dizem que isso é consistente com os fundamentos de oferta e demanda esperados até 2013. O ambiente macroeconômico durante os próximos dez anos é particularmente incerto. Em todo caso, as projeções levam em conta que os preços da energia, que hoje estão altos, recuarão até 2023 e permanecerão fixos em termos reais para o resto da década. Para o consumo global de alimentos, que é o principal uso de commodities agrícolas, prevê-se aumento de 1,4% ao ano nos próximos dez anos, impulsionado principalmente pelo crescimento da população. A China poderá ser responsável por 41% da demanda adicional de pescados e 34% da de carne bovina, e a Índia, por metade da demanda adicional por produtos lácteos frescos. O relatório destaca a contribuição significativa da agricultura para a mudança climática. As emissões diretas de gases de efeito estufa da agricultura deverão aumentar 6% na próxima década, com a pecuária representando 90% desse aumento. No entanto, as emissões agrícolas crescerão a um ritmo inferior ao da produção, graças à melhorias de rendimento e à queda na participação da produção de ruminantes, o que indica um declínio na intensidade de carbono da agricultura.

VALOR ECONÔMICO

MEIO AMBIENTE

UE fecha acordo para reduzir consumo de commodities ligadas a desmatamento global

O Conselho Europeu, órgão que define a agenda política da União Europeia (UE), concordou nesta terça-feira (28) com uma proposta para limitar a entrada e exportação de commodities cuja produção contribuiu para o “desmatamento ou degradação florestal” em todo o mundo

Segundo o acordo, regras foram estabelecidas para operadores que “colocam, disponibilizam ou exportam” óleo de palma, carne bovina, madeira, café, cacau e soja, além de alguns produtos derivados, como couro, chocolate e peças de mobília. “Devemos garantir que os produtos que consumimos na Europa não contribuam para o esgotamento das reservas florestais do planeta. O texto inovador que adotamos permitirá combater o desmatamento dentro da UE, mas também fora dela. Este é um grande passo em frente que também ilustra a nossa ambição para o clima e a biodiversidade”, disse a ministra para Transição Energética da França, Agnès Pannier-Runacher. De acordo com o comunicado do Conselho Europeu, os líderes políticos da UE também concordaram em “simplificar e esclarecer” o sistema de diligência ambiental que rege a atividade do mercado de commodities. Foi adotado ainda um sistema de avaliação comparativa, que classifica em três níveis diferentes o risco de desmatamento para determinadas produções.

Estadão Conteúdo

FRANGOS & SUÍNOS

Suínos; cotações perdem força

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 129,00/R$ 138,00, enquanto a carcaça especial cedeu 1,04%/1,00%, custando R$ 9,50 o quilo/R$ 9,90 o quilo

Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (28), houve leve alta apenas em Santa Catarina, na ordem de 0,48%, chegando a R$ 6,32/kg. Os preços não mudaram em Minas Gerais nem no Rio Grande do Sul, custando, respectivamente, R$ 7,26/kg e R$ 6,20/kg. Pequenas quedas foram registradas no Paraná, em 0,15%, atingindo R$ 6,48/kg, e de 0,14% em São Paulo, fechando em R$ 7,18/kg.

Cepea/Esalq

ABCS pede prioridade para inclusão de carne suína na merenda escolar

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) voltou a solicitar a inclusão da carne suína nos programas de aquisição de merenda escolar e de alimentos por órgãos públicos em reunião com representantes da Câmara Setorial de Suínos e Aves, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na terça-feira (28)

A ABCS tem debatido o tema com o Mapa desde o primeiro trimestre como parte de uma iniciativa para promover a carne suína como alimento nutritivo e colaborar para mitigar a crise enfrentada pelo setor, em momento de altos custos de produção e fraco consumo no mercado doméstico. “Hoje queremos reiterar o pleito perante a câmara e compartilhar com o grupo a necessidade desta demanda, tendo em vista a crise que os produtores enfrentam, e também pela carne suína atender todas as características nutricionais, de qualidade dos produtos cárneos, e da grande competitividade em relação à carne bovina”, disse a diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, em nota divulgada pela entidade. “Nos cabe incentivar o aumento do consumo interno desta proteína que está presente em todas as regiões do Brasil.” Charli disse que a ABCS já realizou reuniões com a equipe da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) do Mapa, quando foram debatidas diversas formas de incentivos para realizar a inclusão da carne suína nos programas de aquisição de alimentos por parte dos órgãos públicos. A ABCS defende que a participação dos suinocultores de diversos municípios no fornecimento de carne suína para a merenda escolar e órgãos governamentais fortalecerá os diversos elos da cadeia, bem como assegurará a sustentabilidade da propriedade rural dos pequenos e médios produtores no campo. A entidade disse que o presidente da Câmara Setorial de Suínos e Aves do Mapa, Ricardo Santin, que também é presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), sugeriu que o ofício elaborado pela ABCS detalhando o tema seja repassado pela câmara às equipes competentes do Mapa.

CARNETEC

Frango: setor estável

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave no atacado teve recuo de 0,27%, chegando em R$ 7,40/kg, enquanto o frango na granja ficou estável, custando R$ 6,00/kg

Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço, em Santa Catarina, a ave não mudou de preço, valendo R$ 4,26/kg, assim como no Paraná, custando R$ 5,56/kg.

Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (28), tanto a ave congelada quanto a resfriada não sofreram alteração de valor, custando, ambas R$ 7,72/kg.

Cepea/Esalq

INTERNACIONAL

Pecuarista de quinta geração pretende construir a maior planta de carne bovina dos EUA

Um pecuarista e consultor de quinta geração dos EUA planeja construir a maior planta de carne bovina do país em Dakota do Sul, com capacidade para abater 8.000 cabeças de gado por dia

O projeto de US$ 1,1 bilhão pode ajudar a resolver as preocupações do governo Biden sobre o aumento dos preços dos alimentos e a falta de concorrência no setor de carnes, embora não esteja em funcionamento até pelo menos 2026. O projeto é liderado por Kingsbury and Associates e Sirius Realty, ambos administrados por Megan Kingsbury, de uma família de fazendeiros de Dakota do Sul. Ela disse à Reuters que espera que a construção da planta comece em 2023 e leve três anos. O governo Biden e o Congresso examinaram a indústria de carne bovina depois que os surtos de COVID-19 fecharam temporariamente os matadouros no início de 2020, deixando os pecuaristas sem nenhum lugar para entregar o gado e os consumidores enfrentando escassez de carne. Quatro grandes empresas – Cargill, Tyson Foods Inc, JBS SA e National Beef Packing Co – abatem cerca de 85% de todo o gado nos EUA, segundo dados da indústria. O governo culpou a falta de concorrência no setor pelo aumento dos preços dos alimentos. As empresas de carne negam a acusação. O projeto de Kingsbury abateria cerca de 1.000 cabeças de gado a mais por dia do que o atual processador principal, uma fábrica da Tyson no sudeste de Dakota do Sul. “Esse é o tipo de investimento que a indústria precisará nos próximos anos”, disse Derrell Peel, economista agrícola da Oklahoma State University. Mas alguns analistas do setor disseram que a planta pode ter dificuldades para encontrar mão de obra, desenvolver relacionamentos na cadeia de suprimentos do zero e ser lucrativa em meio a ofertas de gado mais apertadas. Os pecuaristas reduziram o tamanho do rebanho dos EUA devido à seca histórica e à baixa lucratividade, deixando menos gado para os processadores abaterem. Kingsbury disse estar confiante de que a nova planta superará a escassez de gado e problemas trabalhistas. A planta pretende empregar 2.500 pessoas e usar tecnologia avançada vista na Europa e na Ásia para processar carne bovina com menos mão de obra, disse ela.

REUTERS

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