Ano 7 | nº 1601 | 26 de outubro de 2021
NOTÍCIAS
Boi: cotações seguem em queda com dificuldade de retenção, diz Safras & Mercado
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a dificuldade de retenção das boiadas em confinamentos segue gerando aumento da oferta e consequente queda dos preços
Segundo o analista Fernando Iglesias, as baixas dos preços no atacado também tendem a ampliar a pressão sobre a cotação da arroba nas principais praças do mercado brasileiro. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram um dia misto, com boa alta no contrato para novembro e queda para outubro, com ajuste em virtude de estar em seus últimos dias de negociação. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 264,50 para R$ 263,85, do novembro foi de R$ 269,85 para R$ 274,10 e do dezembro foi de R$ 282,90 para R$ 282,20 por arroba.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi gordo: semana começa sem alterações nas cotações em São Paulo
Em São Paulo, as indústrias estiveram avaliando o mercado na manhã de segunda-feira e uma parte ficou fora das compras. Com isso, a semana começou com manutenção de preços nas praças paulistas quando comparados ao último fechamento (22/10)
A arroba do boi, vaca e novilha gordos ficou precificada em R$266,00, R$260,00 e R$274,00, preços brutos e a prazo. No Norte de Minas Gerais, a cotação da arroba caiu R$1,00 para todas as categorias destinadas ao abate. Assim, o boi ficou cotado em R$268,00/@, a vaca em R$262,00/@ e a novilha em R$266,00/@, preços brutos e a prazo. No Sudoeste de Mato Grosso, o preço da arroba paga por vaca e novilha gordas caiu R$3,00 e R$1,00, respectivamente, na comparação feita dia a dia. Com isso, as fêmeas ficaram apregoadas em R$247,00/@ e R$250,00/@, preços brutos e a prazo. Entretanto, a cotação do boi gordo ficou estável na comparação diária, em R$256,00/@, nas mesmas condições.
SCOT CONSULTORIA
Volume exportado de carne bovina pode ficar abaixo das 100 mil toneladas em outubro
Os embarques de carne bovina seguem em ritmo lento diante do embargo da China
Segundo a Secretaria Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, o volume embarcado de carne bovina in natura alcançou 62,6 mil toneladas na quarta semana de outubro/21. No mesmo período do ano passado, o volume total exportado foi de 162,6 mil toneladas em 20 dias úteis. A média diária ficou em 4,1 mil toneladas o que representa queda de 0,99%% frente a média da semana anterior, com 4,05 mil toneladas. A média diária teve queda de 48,68% em comparação com o mesmo período do ano anterior, com 8,13 mil toneladas. Para o analista de Mercado da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o recuo dos embarques segue sendo reflexo da ausência da China das compras. “Não tem muita novidade em relação aos embarques já que o mercado segue à espera da retomada da China. Ficou bem claro que esse embargo é uma questão comercial e quando voltar deve ofertar preços menores”, disse. Os preços médios ficaram em US$ 5.233 por tonelada, alta de 23,31% frente aos dados divulgados em outubro de 2020, com valor médio de US$ 4.245 por tonelada. A média diária foi de US$ 21,8 milhões queda de 36,72%, diante de outubro do ano passado, com US$ 34,5milhões.
AGÊNCIA SAFRAS
Reforma de pasto eleva renda e atrai tecnologias
Segundo novos cálculos da CNA, margem pode subir 140%
Novos cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) atestaram que investimentos em reforma de pastagens de fato são capazes de gerar ganhos substanciais de produtividade e receita aos pecuaristas brasileiros – que podem ser aplicados em novas tecnologias. Com financiamento “verde”, por meio do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), é possível expandir em cerca de 50% a produção, e em mais de 140% a margem líquida. Os números, segundo a entidade, justificam a adoção das novas técnicas e soluções. Mesmo resultando em maior custo em termos de desembolsos totais em relação a um cenário sem a reformulação da pastagem, o produtor pode ganhar mais, reduzir custos e se fixar na atividade em médio e longo prazos. Uma simulação feita pela entidade mostra que investimentos em apenas 20% da área da fazenda podem gerar ganhos de 50,7% na produção anual, para 10,1 arrobas por hectare, 3,4 arrobas a mais que no cenário sem reforma. A lotação do pasto pode crescer 62%, para 0,65 Unidade Animal (UA) por hectare, e os custos caem 5%, pelo efeito da diluição de custos fixos com depreciação de máquinas, equipamentos, benfeitorias e outros itens no custo final. A margem líquida pode subir 141%, conforme a CNA, já que os ganhos de produtividade geram receita para arcar com os desembolsos e remunerar o produtor (pró-labore). E há ainda um montante para cobrir custos com depreciações, algo que não ocorre no modelo antigo. “A margem líquida da atividade deixa de ser negativa, sinalizando que a atividade produtiva se manterá em médio ou longo prazos”, afirma documento da entidade. “Quando o efeito dos gastos com pastagem é isolado nos dois cenários descritos, pode-se observar o potencial de aumento da receita média por arroba comercializada – neste caso, 2,4 vezes maior no cenário pós-reforma em virtude dos benefícios oriundos da maior capacidade suporte das pastagens”. A simulação considerou o exemplo de uma propriedade de 500 hectares em Mato Grosso, com baixo investimento na formação de pastagem, apenas com preparo do solo, compra e aplicação de calcário e compra e semeio da forrageira. A CNA simulou a obtenção de um financiamento via Plano ABC para recuperação de pastagens degradadas na propriedade. O recurso foi destinado para reforma de 20% da área – 100 hectares – no valor de R$ 658,8 mil com juros de 7% ao ano, cinco anos de prazo e um de carência. Com custos adicionais, como cartório e tributação, a taxa final ronda os 25%. O dinheiro também é destinado para a compra de animais de reposição para aproveitar a nova capacidade de suporte implementada com a área reformada. A idade de abate foi mantida em 30 meses. Na simulação, foi adotado maior nível tecnológico na fazenda. Além das despesas habituais, foi considerada a utilização de fertilizantes para essa etapa.
VALOR ECONÔMICO
Para indústria, varejo mostra ganância e não reduz preço da carne, apesar do recuo do valor do boi
A interrupção da compra de carne bovina pela China coloca produtores, indústria e varejo em rota de colisão. A disputa se acentuou depois que os chineses, responsáveis pela compra de 50% da carne bovina brasileira exportada, deixaram de adquirir essa proteína devido à ocorrência de dois casos atípicos de vaca louca. A saída dos chineses do mercado brasileiro, há 50 dias, está provocando grandes dificuldades à cadeia produtiva
A arroba de boi gordo recuou para R$ 260 na sexta-feira (22) no estado de São Paulo. Esse valor é 19% inferior ao preço do final de junho, quando o gado atingiu R$ 322 por arroba. O preço do quilo da carne bovina cai também no atacado. O valor atual, cotado a R$ 19 o kg, em média, está 5% abaixo do de há um mês, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O varejo, no entanto, segue caminho contrário. Nos últimos 30 dias, a carne bovina subiu 0,64% nos supermercados e açougues de São Paulo, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Em setembro, os preços da carne bovina haviam recuado 0,12%, mas, a partir deste mês, voltaram a subir, segundo a Fipe, que pesquisa preços na cidade de São Paulo. Além da ausência chinesa, a pecuária sofre os efeitos do dólar. A moeda dos Estados Unidos, devido à sua valorização, trouxe mais reais para pecuaristas e exportadores nos últimos meses. Agora, porém, traz custos, provocados pela aceleração dos preços internacionais dos insumos e pela apreciação da moda dos EUA em relação ao real. Nos cálculos do Cepea, uma arroba de boi gordo valia US$ 65 no final de junho. Agora está em US$ 46. Bruno Lucchi, da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), diz que a preocupação não é apenas com as contas atuais do confinamento que não fecham, mas com o cenário seguinte. Sem estímulo, o produtor vai repensar sua atividade, e os abates do início de 2022 poderão ser menores. Com isso, a arroba volta a subir e pesará mais no bolso do consumidor. O Sindifrigo-MT (Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso), em nota da semana passada, disse que, apesar da queda dos preços do boi e da carne bovina no atacado, não há mudanças nos preços ao consumidor. A queda dos preços da carne no varejo foi 0%, “uma distorção que mostra a ganância de um elo que não quer fazer parte de uma corrente da cadeia”, diz a nota. Para os pecuaristas, uma ação do varejo no sentido de reduzir preços e margens aumentaria a venda da proteína, ajudando a desovar o gado confinado atualmente. Há quem, inclusive, apele para uma intervenção do governo nos preços da carne, um suicídio cometido pela Argentina, e que desarticulou a cadeia produtiva do país por longo prazo.
FOLHA DE SP
Boi: preços seguem em queda e situação do mercado é ‘complicada’
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos nesta segunda-feira, 25
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos seguem buscando negociações a níveis mais baixos de preço. “O atacado em queda corrobora com esse quadro, o que tende a ampliar a pressão sobre os preços. O confinador não tem muitas alternativas neste momento, pois as tentativas de retenção de oferta esbarram no elevado custo de manutenção dos animais nos confinamentos. Somado a isso a incidência de chuvas no Centro-Sul do país é outro empecilho, dificultando o manejo”, apontou Iglesias. Em relação à China, o governo brasileiro segue buscando avançar nas tratativas para enfim destravar o autoembargo que tanto prejudica o mercado pecuário. “Entretanto, é necessário ler as entrelinhas: a China parece muito interessada em renegociar contratos de importação e possivelmente direcionar parte da sua demanda para o consumo de carne suína em um ano pautado por uma queda muito agressiva dos preços da carne de porco no mercado local”, disse Iglesias. Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 264 na modalidade a prazo. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 245. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 266. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 252. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 251 a arroba. O mercado atacadista volta a apresentar preços mais baixos no início da semana. A tendência é de continuidade do movimento no curto prazo. Mesmo a entrada dos salários na economia pode não motivar reação dos preços dado o cenário complicado. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 20,50 por quilo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 13,50 por quilo, queda de R$ 0,50. Quarto traseiro foi precificado a R$ 13,25 por quilo, queda de R$ 0,55.
AGÊNCIA SAFRAS
ECONOMIA
Dólar fecha em queda de 1,28%, a R$5,5525 na venda
O dólar teve desvalorização acentuada contra o real na segunda-feira, movimento apontado por investidores como um ajuste depois de fortes ganhos registrados na semana passada, com acenos recentes do governo ao mercado financeiro e a aproximação da reunião de política monetária do Banco Central também no radar
O dólar spot caiu 1,28%, a 5,5525 reais na venda. Na B3, o dólar futuro tinha perda de 1,59%, a 5,5630 reais. Depois que a ameaça concreta de desrespeito ao teto de gastos por parte do governo golpeou os ativos brasileiros na semana passada, investidores estavam de olho em acenos recentes do Presidente Jair Bolsonaro e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, aos mercados financeiros. A percepção de alguns operadores é de que as sinalizações benignas recentes não chegam nem perto de reverter o intenso baque que a credibilidade fiscal do país sofreu com os planos do governo de pagar o Auxílio Brasil com gastos fora de seu limite fiscal.
Fernando Bergallo, Diretor de Operações da FB Capital, disse que a queda do dólar nesta segunda-feira não reflete qualquer mudança no cenário fiscal e é apenas ajuste “natural” depois da forte valorização acumulada pela moeda na semana passada –de 3,115%, a mais acentuada desde julho. “(A queda do dólar) não quer dizer que as coisas melhoraram, não”, disse Bergallo. Também chamava a atenção dos mercados a reunião de política monetária do Banco Central, que começa na terça-feira e termina na quarta, uma vez que várias instituições financeiras importantes têm elevado suas projeções para o ritmo de aperto a ser anunciado pela autarquia, prevendo elevação de 125 a 150 pontos-base da taxa Selic. Investidores citaram a percepção de bom humor nos mercados internacionais nesta segunda-feira como fator de impulso para o real.
REUTERS
Ibovespa ganha impulso com reajuste dos combustíveis pela Petrobras
Uma disparada das ações da Petrobras após anúncio de reajuste nos preços de combustíveis deu impulso ao principal índice da bolsa paulista na segunda-feira, embora as perspectivas para a economia seguiram se deteriorando
Apoiado também pela recuperação dos papéis de bancos e de empresas ligadas a metais, o Ibovespa teve alta de 2,28%, aos 108.714,55 pontos, na primeira sessão após a pior semana desde o início da pandemia. O giro financeiro somou 32,17 bilhões de reais. O mote do dia foi o anúncio da Petrobras de que elevará o preço médio do diesel nas refinarias em 9,15% e o da gasolina em 7,05%, a partir de terça-feira. A medida levou a nova rodada de alta nas previsões para a inflação de 2021/22 e reduziu temores de ingerência do governo nas estatais. No plano internacional, o desempenho positivo das bolsas dos Estados Unidos e um alívio do temor de crise no ramo imobiliário chinês, com a Evergrande pagando credores e anunciando uma gradual migração para o negócio de veículos elétricos, deu um suspiro para ações de exportadoras para aquele mercado.
REUTERS
Economistas passam a ver queda no PIB e alta de 1,25 p.p. da Selic nesta semana e em dezembro
Instituições financeiras promoveram uma rodada de fortes revisões em estimativas para variáveis econômicas brasileiras, vendo inflação, juros e dólar mais altos e crescimento econômico mais fraco, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada na segunda-feira, com os departamentos econômicos agora também calculando alta de 1,25 ponto percentual da Selic nesta semana.
Com isso, os respondentes da pesquisa Focus ficam mais alinhados às expectativas para a decisão do Copom embutidas nos preços de contratos derivativos, que chegaram a projetar na semana passada elevação de 1,50 ponto percentual do juro na próxima quarta-feira. Antes, tanto economistas quanto o mercado financeiro viam acréscimo de 1 ponto percentual da Selic, mas na semana passada esse cenário foi deixado para trás conforme a deterioração acentuada nos ativos financeiros após notícias de proposta de rompimento do teto de gastos ditou expressivo aumento nos prêmios de risco. De acordo com a sondagem do Banco Central divulgada na segunda-feira, a previsão é de nova alta de 1,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom de dezembro. Com isso, o juro básico visto para o término de 2021 subiu a 8,75%, de 8,25% do prognóstico anterior e taxa atual de 6,25%. A mediana das previsões para a taxa Selic ao fim de 2022 pulou para 9,50% ao ano, de 8,75% na semana anterior. A previsão para o PIB caiu de 5,01% para 4,97% neste ano.
REUTERS
Itaú Unibanco passa a ver Selic de 11,25% e contração do PIB de 0,5% em 2022
O Itaú Unibanco elevou a 1,50 ponto percentual a expectativa de aumento do juro básico da economia brasileira nesta semana, prevendo outro acréscimo na mesma intensidade em dezembro e novas altas posteriores que levarão a taxa Selic a 11,25% ao fim do ciclo de aperto monetário.
Antes, o banco estimava dois aumentos seguidos de 1 ponto e um final de 0,75 ponto em fevereiro, que levariam o custo dos empréstimos a 9% na conclusão do ciclo de restrição monetária. O Itaú cita que uma alta dos juros agora entre 1 ponto e 1,25 ponto seria uma resposta “inadequada”, enquanto um ritmo acima de 1,50 ponto provavelmente levaria a um juro terminal que imporia à economia uma recessão profunda. “O meio-termo não evitará uma recessão, mas contribuirá para limitar o aumento das expectativas de inflação”, disse em relatório intitulado “Contenção de danos” a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do Bacen. “Embora a discussão sobre dominância fiscal pareça exagerada no momento, é verdade que, sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do banco central de manter a inflação na meta se torna mais difícil”, disse. Com taxa de juros mais alta, o Itaú passou a prever declínio “moderado” da atividade econômica em 2022, de 0,5%, frente a prognóstico anterior de expansão de 0,5%. “Apesar das taxas de juros mais altas, a maior incerteza fiscal irá, como indicado pela recente reação do mercado, limitar o espaço para a valorização do real. Agora projetamos taxa de câmbio em R$5,50 por dólar no final de 2021 e 2022, contra R$5,25 em nosso cenário anterior”, complementou o relatório. A taxa de câmbio mais fraca aumentará as pressões inflacionárias, mas, para o Itaú, o “controle de danos” do BC deve limitar um contágio maior da inflação. Assim, o IPCA vai ficar em 4,3% no ano que vem –acima da taxa de 4,2% prevista antes pelo banco privado e da meta de inflação (3,50%), mas bem abaixo da leitura de 9,0% estimada para 2021 (8,7% no cenário anterior).
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Cenário fiscal leva a corte nas projeções do PIB
Estimativas para 2022 sugerem recessão técnica e parte dos economistas acredita em queda do indicador
Após uma semana em que a percepção de ruptura do regime fiscal se propagou, uma nova onda de revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) joga as estimativas para a economia de 2022 para a estagnação, com crescimento próximo de zero. Algumas das novas projeções apontam até retração no ano ou embutem uma recessão técnica, caracterizada quando há dois trimestres consecutivos com queda de PIB. O panorama de alguns economistas para o ano que vem inclui um possível quadro de estagflação, um cenário que combina recessão e inflação. O Itaú Unibanco anunciou ontem revisão com projeção de retração de 0,5% para o PIB de 2022. A estimativa anterior do banco era de expansão de 0,5%. Também ontem o J.P. Morgan e a MB Associados zeraram a perspectiva de crescimento econômico para o ano que vem, ante estimativas anteriores de alta de 0,9% e 0,4%, respectivamente. Na semana passada, a ASA Investments fez um corte 1,1 ponto percentual na sua estimativa e reduziu de 1,5% para 0,4% a taxa esperada de alta do PIB para o ano que vem. A mediana das projeções do mercado ainda aponta expansão acima de 1% para o PIB de 2022, mas com queda. A projeção caiu de 1,5% para 1,4%.
VALOR ECONÔMICO
MEIO AMBIENTE
Mato Grosso acelera esforços para zerar emissões
Agropecuária está no centro do programa Carbono Neutro MT, instituído por meio de decreto do governador Mauro Mendes
O Estado de Mato Grosso acelerou os esforços para zerar suas emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE) até 2035, ou 25 anos antes da meta global assumida por países na COP-25, em 2019. Motor da economia, a agropecuária está no centro do programa Carbono Neutro MT, instituído ontem por meio de decreto do governador Mauro Mendes. O programa terá um comitê formado por membros do poder público e do setor privado para acompanhar o andamento dos trabalhos, que serão coordenados pela Secretaria de Meio Ambiente. Na solenidade de lançamento, a Secretária Mauren Lazzaretti elencou os 12 eixos do programa, que cobrem desde a proteção e incentivo à manutenção do ativo florestal até a redução do risco de incêndios florestais e o aumento da produtividade do agro com estímulo a boas práticas. Um plano de ações mais detalhado deve ser publicado no prazo de 120 dias. Cada eixo tem objetivos com prazo até 2030 (data em que se projeta que as emissões terão sido reduzidas em 80% em comparação com os níveis de 2020) e outros já projetam um horizonte até 2050. No pilar da manutenção do ativo florestal do Estado, por meio de incentivos econômicos a quem preserva, o Executivo estima que poderá ser evitado o desmate de mais de 1 milhão de hectares até 2030 e de mais de 4 milhões até 2050. Em outra frente, o governo mato-grossense quer promover a regularização fundiária de quase 400 mil hectares ao ano e a consolidação dos direitos legais a terras públicas e de assentamentos da reforma agrária. Espera-se que essas medidas ajudem a reduzir os desmatamentos ilegais e os conflitos pela posse da terra e que fortaleçam a agricultura familiar. Até 2030, o governo também prevê, entre outros pontos, reduzir em 30% os focos de calor decorrentes de incêndios florestais em relação aos números de 2020; implementar o plantio direto em 5 milhões de hectares de terras agrícolas ao ano; implementar fixação biológica de nitrogênio em 50% da produção de milho, canade-açúcar e soja; recuperar um total de 2,5 milhões de hectares de pastos degradados; e transformar em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) outros 2 milhões de hectares de pastos degradados e lavouras temporárias. Também foi criado, por decreto, o selo Carbono Neutro, que reconhecerá os esforços de quem apoia e financia o desenvolvimento sustentável em Mato Grosso, além de quem se compromete a zerar as emissões em seus negócios.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Receita com exportação de carne de frango neste mês já superou em 22% todo o de outubro/20
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia as exportações de carnes de aves in natura nos 15 dias úteis de outubro já superaram em mais de 20% a receita obtida em todo outubro de 2020
O analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias disse que a redução dos valores no comparativo semanal é normal, causada pela flutuação cambial. Entretanto, ele afirma que o desempenho da proteína tem sido “excepcional”. A receita obtida com as exportações de carne de frango em outubro, US$ 489,2 milhões, ultrapassou em 22,11% o montante obtido em todo outubro de 2020, que foi de US$ 400milhões. No volume embarcado, as 275.085 toneladas, ele é 92,8% do total exportado em outubro do ano passado, com 296.241 toneladas. A receita por média diária, US$ 32.613, foi 62,82% superior à de outubro do ano passado. Em comparação à semana anterior, houve baixa de 10,41%. Em toneladas por média diária, 18.339 toneladas, avanço de 23,81% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Em relação à semana anterior, retração de 11%. No preço pago por tonelada, US$ 1.778, ele foi 31,51% superior ao praticado em outubro do ano passado. Em relação ao valor registrado na semana anterior, leve alta de 0,6%.
AGÊNCIA SAFRAS
Exportação de carne suína segue em bom ritmo, mas preço da tonelada cai
Outros países exportadores estão embarcando menos para a China, o que deve, eventualmente, acontecer com o Brasil
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, as exportações de carne suína in natura nos 15 dias úteis de outubro mantiveram bom ritmo, mas seguem com diminuição no valor pago por tonelada. O analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que é preciso ficar alerta, já que outros players têm exportado menos para a China, e apenas o Brasil manteve o ritmo neste ano. “Isso é um indicativo de que em algum momento, a China vai passar a reduzir os volumes do Brasil também. E como lá os preços da carne suína estão baixos, vemos valores mais baixos fruto de renegociação de contratos”, disse. A receita de US$ 151,3 milhões, representou 81,7% do montante obtido em todo outubro de 2020, com US$ 185,4 milhões. No volume embarcado, 65.636 toneladas, ele é 84,8% do total exportado em outubro do ano passado, com 77.405 toneladas. A receita
por média foi de US$ 10.092, valor 8,88% maior do que o de outubro de 2020. No comparativo com a semana anterior, baixa de 12,6%. Em toneladas por média diária, 4.375 toneladas, aumento de 13,06% no comparativo com o mesmo mês de 2020. Em relação à semana anterior, recuo de 12,6%. No preço pago por tonelada, US$ 2.306 ele é 3,70% inferior ao praticado em outubro passado.
AGÊNCIA SAFRAS
Frango fica mais competitivo em relação à carne suína
De acordo com Cepea, situação é resultado da desvalorização da carne da ave ao mesmo tempo em que a suína valorizou
A carne de frango voltou a ganhar competitividade frente à suína, após três meses consecutivos de perda de competitividade, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Esse cenário é resultado das recentes desvalorizações do frango e das altas nos preços da carcaça especial suína”, disse o Cepea em relatório. Na parcial de outubro (até o dia 20), o frango inteiro resfriado é negociado ao preço médio de R$ 8,06/kg no atacado da Grande São Paulo, 2,1% abaixo de setembro. Já a carcaça especial suína, também negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, teve valorização de 5,7%, passando de R$ 9,97/kg em setembro para R$ 10,53/kg nesta parcial de outubro. Conforme o Cepea, a alta dos suínos se deve à maior demanda por lotes para abate, enquanto a carne de frango perdeu fôlego após valorização acentuada nos últimos meses. Com isso, a diferença entre os preços da carcaça especial suína e do frango resfriado aumentou de setembro para outubro, passando de 1,74 real por quilo para 2,47 reais/quilo, respectivamente. “Essa movimentação indica um expressivo aumento 42,5% na competitividade da carne de frango frente à suína”, disse o Cepea.
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