Ano 7 | nº 1584 | 30 de setembro de 2021
NOTÍCIAS
Cotação do boi gordo cai nas praças pecuárias brasileiras
Em São Paulo, as cotações do boi gordo e da novilha gorda caíram R$2,00/@ na última quarta-feira (29/9) na comparação feita dia a dia
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi, vaca e novilha gordos foram negociados, respectivamente, em R$295,00/@, R$277,00/@ e R$293,00/@, preços brutos e a prazo, no estado. Em Redenção-PA, a mesma coisa. A cotação do boi gordo caiu R$3,00/@ e as cotações da vaca e da novilha gordas caíram R$2,00/@. Com isso, o boi, vaca e novilha ficaram cotados, respectivamente, em R$287,00/@, R$282,00/@ e R$282,00/@, preços brutos e a prazo. Em Goiânia-GO, os compradores abriram as ofertas de compra R$2,00/@ a menos pelas novilhas gordas. A cotação do boi e da vaca não mudaram. Dessa forma, a novilha gorda ficou cotada em R$282,00/@ preço bruto e a prazo. A cotação do boi fechou em R$290,00/@ e a da vaca gorda R$282,00/@, preços brutos e a prazo.
SCOT CONSULTORIA
Boi: arroba volta a cair com falta de resposta da China, diz Safras & Mercado
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, os preços da arroba do boi gordo negociada no mercado físico brasileiro recuaram em virtude da falta de resposta da China sobre as exportações brasileiras
A proximidade com um feriado no país asiático complica ainda mais a situação. Em São Paulo, capital, a arroba passou de R$ 302/303 para R$ 298, na modalidade a prazo. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo não conseguiram sustentar a alta do dia anterior e registraram quedas expressivas em toda a curva. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 301,30 para R$ 298,65, do outubro foi de R$ 297,45 para R$ 292,85 e do novembro foi de R$ 305,15 para R$ 299,60 por arroba.
AGÊNCIA SAFRAS
Rebanho bovino, efetivo de aves e suínos e produção de leite e ovos cresceram em2020
Segundo a pesquisa, piscicultura também avançou no país em 2020
O rebanho bovino brasileiro somou 218,15 milhões de cabeças em 2020, um crescimento de 1,5% ante 2019 e maior patamar desde 2016 (218,19 milhões), segundo a nova Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) divulgada na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado de Mato Grosso manteve a liderança no segmento, com 32,7 milhões de cabeças (aumento de 2,3% em relação a 2019), seguido por Goiás, com 23,6 milhões de cabeças. O Pará ultrapassou Minas Gerais e ficou com a terceira posição entre os Estados com maior rebanho bovino, com 22,27 milhões. Em seguida vieram Minas Gerais, com 22,17 milhões de cabeças, e Mato Grosso do Sul, com 19,03 milhões. Mais de um terço do rebanho bovino brasileiro estava no Centro-Oeste no ano passado (34,6% do total, ou 75,4 milhões de cabeças). Mas o maior incremento foi na região Norte — 5,5% (2,7 milhões de cabeças), para 52,4 milhões de cabeças. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil tem o segundo maior efetivo de bovinos do mundo e é também o segundo maior produtor mundial de carne bovina. Em exportações, o país é líder global. Conforme os dados da PPM, São Félix do Xingu, no Pará manteve a liderança entre as cidades do país com maior rebanho bovino em 2020. Sexta maior cidade brasileira em extensão territorial, com o dobro do tamanho da Holanda, São Félix do Xingu tinha, no fim de 2020, 2,36 milhões de cabeças de gado, um aumento de 5,4% ante 2019. O município paraense, localizado no sudeste do Estado, também se destacou negativamente nos últimos anos por causa do elevado desmatamento. Em agosto de 2021, foi o terceiro município com mais focos de calor em toda a Amazônia Legal, de acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Segundo a PPM, Corumbá (MS) permaneceu com o segundo maior rebanho do país no ano passado, com 1,77 milhão de cabeças. O município de Marabá (PA) subiu para o terceiro lugar no ranking, com 1,26 milhão de cabeças, e Vila da Santíssima (MT) caiu para o quinto lugar, com 1,26 milhão de cabeças — praticamente o mesmo número de Porto Velho (RO), que ficou na quarta posição.
VALOR ECONÔMICO
Sem resposta da China, preços do boi voltam a cair
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos na quarta-feira na maioria das regiões de produção e comercialização
O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos na quarta-feira na maioria das regiões de produção e comercialização. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos conseguiram preços melhores para as boiadas, com um cenário bastante complicado em relação ao embargo voluntário do Brasil em relação à exportação para a China, sem qualquer perspectiva de retomada dos embarques. Com a China celebrando a partir da sexta-feira, primeiro de outubro, a chamada “Golden Week”, festividade nacional que se prolonga por até oito dias, provavelmente uma resposta do gigante asiático a toda a vasta documentação elaborada pelas autoridades brasileiras esclarecendo os casos de vaca louca no rebanho do Brasil não será dada ainda no início do próximo mês. “Com este imbróglio se prolongando, a situação do pecuarista brasileiro se agrava, pois a oferta disponível neste momento é basicamente de animais de confinamento, e os custos de nutrição animal dispararam neste ano”, assinalou Iglesias. Em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 298 na modalidade a prazo, ante R$ 302 a R$ 303 ontem. Em Goiânia (GO), a arroba caiu de R$ 287 para R$ 285. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 298, contra R$ 301 a R$ 302 na terça-feira. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 283, estável. Em Uberaba (MG), preços a R$ 299 a arroba, contra R$ 300 a arroba ontem. No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram estáveis. A tendência é de alta para a primeira quinzena de outubro com a sazonal melhora na demanda doméstica por conta do recebimento da massa salarial. “No entanto, a possibilidade de os frigoríficos terem que comercializar no mercado doméstico os estoques de carne bovina hoje armazenados nas câmaras frias e nos portos que aguardam para serem exportados é cada vez mais real a cada dia em que permanece o embargo voluntário” alertou Iglesias. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 21,25 por quilo. Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 16,10 por quilo. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 16,20, por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
ECONOMIA
Dólar fecha em ligeira alta de 0,06%, a R$5,4300
O dólar oscilou entre altas e quedas ao longo da quarta-feira, com fatores técnicos ajudando o real a escapar de novo dia de forte desvalorização em pares emergentes
O dólar à vista terminou com variação positiva de 0,06%, a 5,4300 reais. Numericamente, o dólar emendou a sexta alta consecutiva –série mais longa desde os oito pregões de ganhos entre o fim de junho e início de julho– e renovou máxima desde 4 de maio (5,4322 reais). Durante esta quarta, a cotação variou de 5,4471 reais (+0,37%) a 5,3919 reais (-0,65%). Lá fora, o índice do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos acelerou a alta no fim da tarde para 0,7%, maior acréscimo desde meados de junho de 2021, e para patamares não vistos desde setembro do ano passado. Enquanto isso, um índice de divisas emergentes emendava o quarto pregão de baixa e renovou mínima em cerca de um ano.
REUTERS
Ibovespa sobe apoiado em commodities
A JBS evoluiu 6,2%. A empresa anunciou na segunda-feira conclusão da compra do negócio de carnes e refeições da Kerry no Reino Unido. E a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que o Brasil negocia aumento nas cotas de exportação de frango para o Reino Unido. No setor, MARFRIG subiu 4% e BRF ganhou 1,9%.
Um dia após ter atingido a segunda pior marca em 2021, e fortalecido em particular por ações ligadas a commodities, o Ibovespa subiu 0,89%, a 111.106,83 pontos. Mas passará longe de evitar o terceiro mês seguido no vermelho. O índice acumula baixa de 6,46% em setembro. O giro financeiro da sessão foi de 30,6 bilhões de reais. A chinesa Evergrande anunciou a venda de cerca de 20% no Shengjing Bank para captar 1,55 bilhão de dólares e reduziu o temor de crise imobiliária no país, o que por sua vez permitiu a recuperação de ações de exportadoras de commodities para aquele mercado, como empresas brasileiras de metais. Na zona do euro, o sentimento econômico subiu em setembro, após uma queda em agosto. Simultaneamente, a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos também deu estímulo para busca de ativos de maior risco, após o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, dizer que não espera aumentos de juros no país antes do fim de 2022 ou começo de 2023.
REUTERS
Brasil abre 372.265 vagas formais de trabalho em agosto
O Brasil registrou abertura de 372.265 vagas formais de trabalho em agosto, maior resultado para o mês da série iniciada em 2010, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado na quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência
Em agosto, os dados foram positivos nos cinco grupos de atividades econômicas, com destaque para o setor de serviços, o mais atingido pela pandemia de Covid-19, com abertura de 180.660 postos. Aparecem em seguida o setor do comércio (+77.769 vagas), indústria geral (+72.694), construção (+32.005) e agricultura e pecuária (+9.232). No acumulado de 2021, na série com ajustes, foram abertos 2.203.987 empregos com carteira assinada, frente a um fechamento de 849.387 vagas em igual período do ano passado. Em contraste com os dados do Caged, a pesquisa Pnad do IBGE, que também leva em conta os dados referentes aos empregos informais, mostrou que o país ainda tinha 14,4 milhões de pessoas sem trabalho ao fim do segundo trimestre. No trimestre até junho, a taxa de desemprego chegou a 14,1%, numa melhora frente ao percentual de 14,6% nos três meses até maio, apontaram os dados mais recentes da pesquisa. Na véspera, o Banco Central avaliou, em sua ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que diante da diferença entre os principais indicadores do emprego no segmento formal – Pnad Contínua e Novo Caged, sendo que o último mostra recuperação mais robusta do que o primeiro – “permanece a dificuldade de avaliação do efetivo estado do mercado de trabalho”.
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Empresários mostram cautela e confiança de serviços no Brasil cai em setembro, mostra FGV
A confiança do setor de serviços do Brasil mostrou queda em setembro e interrompeu cinco meses de altas devido à cautela dos empresários, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados na quarta-feira
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve no mês recuo de 2,0 pontos em relação a agosto, chegando a 97,3 pontos. “O resultado ainda não parece sugerir uma reversão da tendência positiva, mas demonstra que os empresários ligaram o sinal de alerta”, explicou Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre, em nota com os dados. Segundo a FGV, o resultado do mês foi mais influenciado pela revisão das expectativas em relação aos próximos meses, mas também foi afetado pela percepção de ligeira piora na situação corrente. Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, recuou 0,7 ponto e chegou a 92,3 pontos. Enquanto isso, o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, teve queda de 3,4 pontos, para 102,3. Tanto o ISA-S quanto o IE-S interromperam série de cinco altas consecutivas. Em julho, dados do IBGE mostraram que o volume de serviços cresceu 1,1% em relação ao mês anterior, quarta alta seguida e iniciando o terceiro trimestre no patamar mais elevado em cinco anos.
REUTERS
EMPRESAS
Marfrig anuncia aumento nas exportações aos EUA
A Marfrig Global Foods iniciou neste mês embarques de carne bovina aos Estados Unidos por duas novas plantas localizadas no Brasil, em Chupinguaia (RO) e Alegrete (RS), informou a companhia à Reuters
O mercado norte-americano é um dos principais compradores da proteína brasileira e está em plena ascensão, atrás apenas de China e Hong Kong. Segundo a empresa, a unidade de Chupinguaia teve a habilitação confirmada em agosto e o primeiro lote foi enviado aos EUA na última semana com 150 toneladas. A partir de então, os embarques estão sendo feitos diariamente. “Esse primeiro embarque vem em momento muito favorável, em que a economia norte-americana recebe fortes estímulos e o mercado local é impulsionado pela alta demanda de carne bovina por parte tanto dos consumidores quanto do food service”, disse em nota o Diretor de Exportação da Marfrig, Alisson Navarro. Com a aprovação, os EUA passaram a ocupar a posição de maior comprador de carne da planta de Chupinguaia, na frente do Irã e Hong Kong, acrescentou a companhia. A unidade de Alegrete (RS) teve a habilitação confirmada no fim de junho e neste mês também deu início aos embarques ao país da América do Norte. Junto à Chupinguaia, a unidade gaúcha se soma a outras quatro aprovadas pelos americanos, em Bagé (RS), São Gabriel (RS), Bataguassu (MS) e Promissão (SP). Os Estados Unidos foram destino de 66.658 toneladas da proteína bovina do Brasil no acumulado do ano até agosto, representando cerca de 6,45% do total embarcado. O Brasil bateu recorde de exportação de carne bovina em agosto, de acordo com a associação de frigoríficos Abrafrigo.
MONEY TIMES
Ministério multa frigorífico Alibem Alimentos em R$ 159,2milhões
Empresa, que nega irregularidades, foi punida no âmbito das investigações da Operação Semilla, de 2015
O Ministério da Agricultura multou em R$ 159,2 milhões a Alibem Alimentos S. A, que atua na produção de carne suína e bovina e tem sede no Rio Grande do Sul. O frigorífico foi um dos alvos da Operação Semilla, da Polícia Federal (PF), deflagrada em 2015, que investigou casos de corrupção envolvendo a Superintendência Federal da Pasta no Estado e empresas do agronegócio gaúcho. A decisão do julgamento do processo administrativo, conduzido pela Corregedoria Geral do ministério, foi publicada na quarta-feira no Diário Oficial da União. O documento relata o acolhimento parcial do relatório final e indica o cometimento de três fatos ilícitos distintos pela empresa, com previsão na Lei Anticorrupção de 2013. Procurada, a Alibem afirmou que vai solicitar a reconsideração e nega a ocorrência das irregularidades. Segundo os trechos da legislação indicados na decisão, a empresa foi condenada por prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados; e dificultar a atividade de investigação ou a fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional. Os três atos são considerados lesivos à administração pública. O ministério ainda determinou a publicação da condenação em veículos de grande circulação nacional e que o grupo seja inserido no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP). A Alibem tem prazo de dez dias para um eventual pedido de reconsideração da decisão. O prazo para o pagamento da multa é de 30 dias. Além do Rio Grande do Sul, a empresa atua em Mato Grosso e exporta carne suína para diversos países, como Hong Kong e União Europeia. “A Alibem foi surpreendida com a decisão publicada e providenciará o cabível pedido de reconsideração. A empresa confia na justiça e permanece à disposição das autoridades para demonstrar a não ocorrência de nenhum dos fatos que lhe são imputados”, diz a companhia em nota enviada ao Valor. A Operação Semilla investigou crimes no âmbito da Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul (SFARS). O então superintendente, Francisco Signor, chegou a ser afastado do cargo e responde na Justiça Federal por suposto recebimento de propina e lavagem de dinheiro. Ele também teria favorecido a Alibem com fiscalizações menos rígidas em troca de propina, segundo a investigação. Outros frigoríficos e empresas de ramos distintos, como laticínios e eventos, também estavam envolvidas, segundo informação da PF à época.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
ABPA traça cenário positivo para ovos e carnes de frango e suína
Segundo a entidade, deverá haver aumentos de produção, consumo e exportações em 2021 e 2022
A indústria de aves e suínos do país deverá apresentar crescimento considerável em 2021 e em 2022, conforme cenário traçado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Segundo a entidade, neste ano e no próximo deverão aumentar a produção, as exportações e o consumo doméstico de ovos e de carnes de frango e suína. Ovos No mercado de ovos, a expectativa é de crescimento de 2% na produção deste ano, para 54,5 bilhões de unidades, e de alta de 3% em 2022. O consumo doméstico per capita tende a registrar aumentos de 1,5% e 2,5%, respectivamente (262 por habitante no ano que vem), enquanto os embarques deverão subir 42% em 2021, para 8,9 mil toneladas, e mais 6,5% no próximo ano. o Na área de carne de frango, a ABPA projeta produção de 14,1 milhões a 14,3 milhões de toneladas em 2021, com aumento de até 3,5%, e expansão de até 4,5% em 2022. O consumo interno foi calculado pela entidade entre 9,55 milhões e 9,8 milhões de toneladas em 2021, alta de até 2% ante 2020, e incremento de até 6,5% no ano que vem. Para as exportações, a expectativa é de volume entre 4,5 milhões e 4,55 milhões de toneladas este ano, aumento de até 7,5%, e de incremento de até 3,5% em 2022. No caso da carne suína, finalmente, a ABPA prevê produção de 4,65 milhões a 4,7 milhões de toneladas em 2021, com aumentos de até 6% ante 2019, e de até 4% em 2022. O consumo doméstico tende a atingir entre 3,5 milhões e 3,6 milhões de toneladas este ano, avanço de até 5,5%, e crescer até 5,5% no ano que vem. As exportações deverão somar de 1,1 milhão a 1,15 milhão de toneladas em 2021, expansão de até 12%, e aumentar mais até 13% em 2022. Crise econômica e China Em larga medida, produção e consumo de ovos e carne de frango estão aquecidos por conta da crise econômica no país, uma vez que são proteínas mais baratas que a carne bovina, por exemplo. No caso da carne suína, o destaque são as exportações para a China, que ainda estão recompondo seu plantel depois da crise da peste suína africana.
VALOR ECONÔMICO
Entre janeiro e agosto, volume de frango inteiro exportado recuou 2,68%, mas preço médio aumentou 21,29%
A queda nas exportações de carne de frango para os dois principais destinos do produto brasileiro – China e Arábia Saudita – está incidindo apenas sobre o frango inteiro que, nos oito primeiros meses de 2021, viu o volume exportado recuar 2,68%, ficando em pouco mais de 700 mil toneladas
Esse desempenho foi neutralizado por um aumento de 21,29% no preço médio. A receita cambial acumulada pelo frango inteiro nos dois primeiros quadrimestres de 2021 ultrapassa US$1,076 bilhão, resultado 18,04% superior ao de idêntico período de 2020. O carro-chefe do setor – cortes de frango – registrou aumento de volume próximo de 10%, superando os 2,085 milhões de toneladas, 70,45% do total exportado pelo País no período. Mas teve uma evolução de preço – +6,60% – bem mais moderada que a do frango inteiro. Ainda assim, foi o responsável por 69,13% da receita cambial da carne de frango, os US$3,310 bilhões acumulados representando 16,79% de aumento sobre os mesmos oito meses do ano passado. Os maiores índices de aumento no volume recaíram sobre os industrializados e a carne de frango, com incrementos de 16,11% e 22,32%, respectivamente. Com isso, embora o preço médio dos dois itens tenha registrado aumento moderado (1,09% e 4,08%), a receita cambial dos industrializados aumentou 17,37% e a da carne salgada 27,31%, com resultados que corresponderam a 8,38% da receita cambial total.
AGROLINK
EUA prometem até US $ 500 milhões para prevenir a peste suína africana
O Departamento de Agricultura dos EUA prometeu na quarta-feira até US $ 500 milhões para prevenir a propagação do vírus fatal da peste suína africana, depois que a doença foi detectada recentemente no Haiti e na República Dominicana
O dinheiro, parte de um anúncio maior de financiamento do USDA, será usado para expandir e coordenar o monitoramento, vigilância e outros esforços de proteção contra a doença, que nunca foi encontrada antes nos Estados Unidos, disse à agência.
REUTERS
Preço da carne de frango subirá ainda mais no Brasil em 2021, afirma indústria
Segundo Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), custos elevados pressionam setor no segundo semestre e consumidor pagará mais caro
Com uma alta acumulada de mais de 25% em 12 meses, a carne de frango deve ficar ainda mais cara para o consumidor brasileiro nos próximos meses, quando novos repasses do aumento nos custos de produção serão realizados pela indústria. “A gente sabe que tem que acontecer o repasse. Que já aconteceu e que, em alguns casos, algumas empresas terão, inclusive, que repassar mais ainda”, destacou na quarta-feira (29/9) o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. A entidade revisou suas projeções para 2021 e 2022 e, no caso da carne de frango, a previsão para a produção nacional de frango passou de 14,2 a 14,5 mil toneladas para 14,1 a 14,3 mil toneladas. A redução, segundo Santin, também reflete o impacto a alta nos custos de produção sobre o setor. “O primeiro semestre de 2021 foi bastante intenso. Cresceu bastante em abates, em produção, mas agora no segundo semestre perdeu um pouco a força exatamente porque o impacto do custo de produção chegou de forma mais relevante”, explicou o presidente da ABPA ao destacar outros aumentos importantes nos custos do setor. “O nosso custo veio para ficar. E não é só o milho ou farelo de soja. É 68% de custo de papelão, é 90% de custo de embalagem de polietileno, 84% de polipropileno, 30% de energia, diesel, são custos que vieram para ficar. O que veremos agora, infelizmente, para nós, consumidores, é uma mudança de patamar”, disse Santin. Ele mencionou, ainda, a retomada das atividades presenciais e as festas de final de ano como fatores que promoverão um aumento da demanda nos próximos meses. A estimativa da entidade é de que o consumo anual per capita de frango cresça até 1,5% este ano e 5,5% em 2022, alcançando 47,5 quilos por pessoa. “Ou seja, o preço do frango não foi influenciado pela diminuição da oferta. A gente teve ofertas que foram equilibradas e inclusive maiores que possibilitaram a substituição de proteínas mais caras, como a bovina, por mais carne de frango, suínos e ovos”, observou. Enquanto a alta da carne de frango passa de 25%, a inflação da carne suína e do ovo de galinha medido pelo IPCA em 12 meses chega a 18,75% e 14,26% em agosto, respectivamente.
GLOBO RURAL
INTERNACIONAL
Argentina anuncia retomada dos embarques de carne bovina para a China
Durante encontro com governadores estaduais e membros do Conselho de Articulação de entidades agrícolas na terça-feira (28), o governo da Argentina anunciou a autorização para que pecuaristas e industriais possam exportar carne bovina para a China novamente, retirando um limite imposto neste ano
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Julian Dominguez, informou que os embarques devem ser retomados na próxima segunda-feira (04). “No que diz respeito à questão das carnes destinadas à China, as exportações serão abertas a partir de segunda-feira. Assim, resolvemos um problema levantado pelos governantes e entidades, bem como a situação dos frigoríficos que não puderam participar”, disse o Ministro. A suspensão das vendas foi emitida em maio deste ano para mitigar aumentos de preços no mercado interno. A medida adotada levou os produtores rurais do país a protestarem e ameaçarem a interromper o comércio local para bovinos e grãos. A Argentina é o quinto exportador mundial de carne bovina, sendo que os embarques de carne bovina para o gigante asiático representaram 75% do total do setor em 2020, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca. O Ministro da Argentina convocou o Conselho Federal de Agricultura oficial na terça-feira, para discutir um plano para aumentar a quantidade de carne disponível para 2022.
REUTERS
Biden quer estimular competição para baixar preço da carne nos EUA
Mercado americano é dominado por 4 grandes empresas, 2 delas de origem brasileira
Em Washington, uma bandeja de bifes no supermercado dificilmente custa menos de US$ 10 (R$ 54). Um Big Mac, com acompanhamentos e taxas, está na mesma faixa de preço. O governo de Joe Biden tem achado esses valores muito caros, e decidiu intervir para tentar aumentar a competição no mercado de carne. Desde dezembro de 2020, o preço da proteína bovina para consumo doméstico subiu 14%, a de porco 12,1%, e a de aves, 6,6%, segundo dados do governo americano. Isso impacta a inflação dos alimentos em geral, o que pode atrapalhar a retomada econômica no pós-pandemia. A Casa Branca apontou os grandes frigoríficos como culpados pela alta. Os quatro principais nomes do setor são as americanas Cargill e Tyson Foods, a JBS, de origem brasileira e a National Beef, controlada pela também brasileira Marfrig. Juntos, respondem por 55% a 85% do mercado americano de carne, dependendo do tipo de origem animal, e estão aumentando os preços ao cliente final, embora os preços pagos aos fazendeiros tenham se mantido. “Os processadores de carne estão gerando lucros recordes durante a pandemia, à custa dos consumidores e fazendeiros. O preço do bife subiu muito mais do que o preço de compra dos animais”, acusou o governo, em um comunicado. A gestão Biden também destaca que os frigoríficos dos EUA têm batido recordes históricos nas margens de lucro, que têm chegado a 18%, ante 12% antes da pandemia, e que só a JBS gerou US$ 2,3 bilhões (R$ 12,5 bilhões) em dividendos em 2020. A Casa Branca anunciou medidas, como o reforço nas investigações e ações judiciais contra empresas suspeitas de combinar preços. Em um desses processos, em fevereiro, o Pilgrim’s Pride, parte do grupo JBS, se declarou culpado e teve de pagar uma multa de US$ 107 milhões (R$ 579,6 milhões) por participar de uma conspiração nacional para fixar preços de frango e dificultar a concorrência. A investigação segue em andamento. Em outra frente, o governo prometeu US$ 1,4 bilhão (R$ 7,6 bilhões) para ajudar pequenos produtores, processadores e distribuidores de carne. Além disso, o Departamento de Agricultura investirá mais US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) em recursos para ajudar novos competidores que queiram entrar nesse mercado, a serem gastos em empréstimos e assistência técnica. Haverá também apoio para produtores afetados por problemas ambientais, como as secas e queimadas que atingem o oeste e o meio-oeste do país.
FOLHA DE SP
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