CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1495 DE 26 DE MAIO DE 2021

clipping

Ano 7 | nº 1495| 26 de maio de 2021

 

NOTÍCIAS 

Boi gordo: cotações firmes

O mercado do boi gordo está firme nas praças paulistas

Na última terça-feira (25/5), as cotações do boi e da novilha gordos ficaram estáveis e, a cotação da vaca gorda subiu R$1,00/@ na comparação dia a dia. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o boi gordo destinado ao mercado interno ficou cotado em R$307,00/@, e a vaca e a novilha gordas foram negociadas em R$285,00/@ e R$299,00/@, respectivamente, preços brutos e a prazo. O ágio para o mercado chinês chega até R$8,00/@. Em Goiânia-GO, o mercado também se mostrou firme e as indústrias frigoríficas ofereceram mais pelo boi e vaca gordos. A cotação da novilha não mudou. No Norte de Minas Gerais a cotação subiu R$1,00/@ para o boi gordo, na comparação feita dia a dia.

SCOT CONSULTORIA

Boi gordo volta aos R$ 310 com restrição de oferta, diz consultoria

Com a retração do confinamento de primeiro giro, o mercado será pautado pela restrição de oferta de boi gordo, destaca a Safras

O mercado físico de boi gordo registrou preços mais altos na maioria das regiões de produção e comercialização do país na terça-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios volta a indicar uma maior consistência do movimento de alta no decorrer do mês de junho, em linha com a tendência de retração do confinamento de primeiro giro. Os frigoríficos já não encontram a mesma facilidade na composição de suas escalas de abate, situação que deve prevalecer ao longo de praticamente todo o mês de junho. “Em relação à demanda de carne bovina, as atenções dos frigoríficos e pecuaristas permanecem voltadas para as exportações, com perspectiva de aumento do volume de embarques a partir da janela de oportunidades criada pela decisão da Argentina de suspender as exportações de carne bovina por pelo menos 30 dias”, assinala Iglesias. Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 310 ante R$ 309 na segunda, na modalidade à prazo. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 295 a arroba, estável. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 300 contra R$ 299,00. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 303 contra R$ 302,00. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 304, ante R$ 302 – R$ 303. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere por maior espaço para reajustes ao longo da primeira quinzena de junho, período que conta com maior apelo ao consumo, avaliando a entrada dos salários na economia como aceleradora da reposição entre atacado e varejo. Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,35 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,00 o quilo, assim como a ponta de agulha.

AGÊNCIA SAFRAS

Recuperação do consumo doméstico de carnes deve ocorrer em 2022

A recuperação do consumo de carnes no mercado doméstico para o ritmo pré-pandemia deverá ocorrer a partir de 2022, dependendo do avanço da vacinação e outras medidas para controle da pandemia, segundo analistas de mercado durante palestra na Agrishow na segunda-feira (24)

O consumo doméstico de carnes foi afetado pelas medidas de distanciamento social para reduzir a transmissão da covid-19 nos últimos 15 meses e os impactos econômicos da pandemia. O consumo de carnes por meio do setor de food service foi o mais impactado, já que muitas pessoas passaram a trabalhar de suas casas, reduzindo o consumo de comidas em restaurantes. “A médio prazo, acho que vamos recuperar e voltar a ter um consumo robusto como a gente sempre teve”, disse José Vicente Ferraz, analista da IHS Markit. “Talvez, já no quarto trimestre (de 2021), a gente possa ter o início de uma recuperação. E aí vai acontecer a recuperação do mercado, lógico que dependendo do controle desta pandemia, mas eu tenho bastante esperança que já em 2022 a gente possa fechar o ano com o consumo completamente normalizado.” O analista da consultoria Liberali, Régis Liberali, disse que espera uma retomada gradual do consumo doméstico de carnes. Ele também estima que haverá mudança na maneira de consumo, já que muitas empresas tendem a continuar permitindo o trabalho remoto. “A pandemia vai forçar que bares e restaurantes, ou seja, o mercado de proteína, se readéque. Mas o nosso consumo interno, a nossa população, não deixou de se alimentar, somente mudou o perfil”, disse. Ferraz acredita na expansão da demanda por pratos prontos, já que os consumidores que trabalham de casa tendem a buscar praticidade no consumo de alimentos.

CARNETEC

Aumentam exportações das carnes nas três primeiras semanas de maio

Comparativamente aos resultados registrados nas duas primeiras semanas de maio, aumentaram os embarques das três carnes no fechamento das três primeiras semanas: o da carne suína, 11,3%; o da bovina, pouco mais de 7%; e o da carne de frango, 1,13%.

Mas o aumento superior a 7% da carne bovina não foi suficiente para reverter a queda (de quase 24%) em relação à média diária embarcada em maio do ano passado. O que, mesmo considerando que maio corrente tem um dia útil a mais, pode conduzir a uma redução de, aproximadamente, 20% nas exportações do produto neste mês. Já a carne de frango mantém a tendência de expansão no volume embarcado, a despeito de seu volume diário registrar aumento de apenas 1,34%. É que, com um dia útil a mais, o resultado mensal tende a um incremento que ultrapassa os 6% e que pode elevar o total do mês às 396 mil toneladas, maior volume de 2021. O melhor desempenho continua sendo o da carne suína. Pela média diária, seus embarques aumentaram 6,64%. E esse desempenho, projetado para a totalidade do mês, sinaliza aumento de volume de quase 12%, o que significa embarques superiores a 100 mil toneladas e um possível novo recorde do setor. Não só no volume, mas também na receita cambial. Houve aumento no preço médio das três carnes em relação a maio de 2020. De 10,78% da carne suína, de 11,64% da carne bovina e de 14,38% da carne de frango.

AGROLINK 

Rondônia deve ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação pela OIE

O certificado internacional permitirá que o estado negocie com países mais exigentes, como o mercado asiático

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) deve reconhecer nesta semana alguns estados como áreas livres de febre aftosa sem vacinação. São eles: Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso. O Presidente da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do estado de Rondônia, Júlio Peres, afirma que a notícia é de grande importância para o estado. “Essa é uma conquista ímpar para o nosso estado que fez o dever de casa, tem uma consolidação de parceria público/privada com competência e determinação do pecuarista”, afirma. Com o certificado, o estado pode consolidar outros mercados mais exigentes. “Nós fazemos negócios com mais de 45 países, mas o que ocorre no meio é que a prática de vacinação exclui do radar países mais exigentes, como os asiáticos, europeus e americanos”, explica.

CANAL RURAL

Cai nível de ociosidade nas plantas de abate em Mato Grosso, aponta o Imea

A utilização total das indústrias do Estado subiu para 44,79%, um avanço de 5,2 pontos percentuais em relação ao quadro apresentado no mês anterior

Com o avanço de 2,68% na quantidade de bovinos abatidos em Mato Grosso em abril/21, a utilização total das indústrias do Estado subiu para 44,79%, um avanço de 5,2 pontos percentuais em relação ao quadro apresentado no mês anterior, quando o indicador era de 39,6%, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Porém, na comparação com a taxa observada em abril de 2020 (45,11%), houve uma ligeira queda anual no nível de utilização dos frigoríficos matogrossenses, de -0,31 p.p. Com exceção das regiões noroeste e norte do Mato Grosso, onde houve recuo de suas capacidades em -10,70 p.p. e -0,50 p.p., respectivamente, todas as demais regiões do Estado demonstraram acréscimos no mesmo período de comparação (abril-21 versus março-21). Dentre elas, as altas mais significativas foram na médio-norte (17 p.p.), centro-sul (12,20 p.p.) e sudeste (6,70 p.p.). O Imea ressalta que foi registrado um aumento nos indicadores de utilização real e em operação, os quais resultaram nas variações de +8,53 p.p. e +0,95 p.p., respectivamente, “demonstrando uma melhora do desempenho dos frigoríficos do Estado”.

PORTAL DBO

Indústria frigorífica de MT mantém 23 mil empregos

Setor responde por 17% dos abates nacionais e é o quarto maior arrecadador do Estado

Atualmente, 23,4 mil profissionais são empregados diretamente pelas plantas em operação no estado. Mato Grosso conta hoje com 33 plantas para abate de bovinos com Serviço de Inspeção Federal (SIF), das quais 28 são habilitadas para exportar para países como China, Hong Kong, Oriente Médio, União Europeia e Rússia. Além delas, existem ainda nove unidades com Serviço de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal (SISE), aptas ao comércio interestadual. Mesmo operando com margens reduzidas devido à valorização da arroba do boi gordo e à baixa oferta de animais para terminação, o setor respondeu por 17% do total de abates de bovinos no País em 2020, segundo dados do IBGE. Em 2020, foram abatidos mais de 5,076 milhões de bovinos em Mato Grosso de acordo com o IBGE. No ano passado, os frigoríficos geraram para os cofres públicos uma arrecadação de R$ 401,2 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), informa a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT). O segmento é o quarto maior arrecadador do estado.

IMAC

ECONOMIA

Dólar fecha em alta com piora externa

O dólar fechou em leve alta contra o real na terça-feira, abandonando queda de mais cedo à medida os mercados externos pioraram o sinal na parte da tarde, enquanto operadores aqui analisaram declarações do presidente do Banco Central

O dólar à vista subiu 0,22%, para 5,3383 reais. A tomada de fôlego acelerou enquanto as bolsas de Nova York e os preços das commodities foram às mínimas. Entre a máxima de 12 de abril e a mínima de 11 de maio o dólar caiu 8,76%. Mas alguns indicadores técnicos sugerem que quedas adicionais do dólar estão mais suscetíveis a movimentos de “compras na baixa”. O índice de força relativa de 14 dias para o par dólar/real ainda está mais próximo de 30 do que de 70 –na prática, isso aponta mais espaço para altas da cotação do que para baixas. “A recente valorização do real não deve durar muito, apesar do desempenho bastante robusto da conta corrente neste ano”, alertaram estrategistas do Citi em nota. “Olhando à frente, os riscos fiscais internos permanecem elevados… Além disso, nossa perspectiva global apoia a visão de que o dólar deve se fortalecer até o final do ano”, acrescentou a instituição, citando que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) pode iniciar alguma redução de estímulos ainda neste ano. O Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que nas condições postas o correto era usar a linguagem de normalização parcial da política monetária –ou seja, de juros abaixo de 6,50%. Mas ele ponderou que essa retórica pode ser alterada em caso de mudança de cenário.

REUTERS 

Ibovespa fecha em queda

O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, diante da ausência de novos catalisadores e do desempenho modesto em Wall Street

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,84%, a 122.987,71 pontos. Tal performance adiou mais uma vez a chance do Ibovespa renovar máximas históricas registradas no começo do ano – de 125.076,63 pontos para o fechamento e 125.323,53 no intradia, ambos atingidos em 8 de janeiro. O volume financeiro nesta sessão somou 28 bilhões de reais. Wall Street pouco ajudou, com o S&P 500 fechando em baixa de 0,2%, refletindo cautela antes da divulgação, na sexta-feira, da performance em abril da medida de inflação preferida do Federal Reserve. O analista da Clear, Rafael Ribeiro, ainda destacou a continuidade da correção de ações ligadas a commodities metálicas, “mais uma vez destaque de baixa do pregão”, por receios por novas medidas da China para controlar preços.

REUTERS 

IPCA-15 tem maior nível para maio em 5 anos e taxa em 12 meses dispara

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir em maio 0,44%, de alta de 0,60% em abril, de acordo com os dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Essa é a leitura mais elevada para o mês desde 2016, quando o índice atingiu 0,86%. Enquanto isso, a taxa acumulada em 12 meses até maio disparou a 7,27%, acima dos 6,17% vistos no mês anterior, refletindo a saída do cálculo de dados fracos vistos no ano passado. É o maior nível desde novembro de 2016, quando o IPCA-15 em 12 meses foi a 7,64%. Assim, a leitura vai ainda mais acima do teto da meta do governo para este ano, de 5,25% — o centro do objetivo é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. O IPCA-15 de maio teve como destaque a alta de 2,31% da energia elétrica, levando o grupo Habitação a subir 0,79% de 0,45% no mês anterior, depois da adoção da bandeira tarifária vermelha no mês. Também se destacou no grupo o 12º mês consecutivo de avanço do gás de botijão, de 1,45%, embora abaixo da taxa de 2,49% no mês anterior. O grupo Saúde e cuidados pessoais também acelerou a alta a 1,23% de 0,44% em abril, influenciado pela alta de 2,98% nos preços dos produtos farmacêuticos com o reajuste de 10,08% nos medicamentos a partir de 1º de abril. Houve aumentos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%). Os preços de Alimentação e bebidas subiram 0,48% com impacto do avanço de 0,50% da alimentação no domicílio em maio. Os destaques foram as carnes (1,77%) e o tomate (7,24%). O único grupo a apresentar deflação em maio foi Transportes, de 0,23%, devido à queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas.

REUTERS 

EMPRESAS

CVM acusa Molina, da Marfrig, de ‘insider’; empresário nega

Regulador diz que houve uso de informações privilegiadas na compra de ações da empresa antes de ela adquirir a National Beef, em 2018

O fundador da Marfrig, Marcos Molina, enfrenta uma acusação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por uso de informação privilegiada. O regulador entende que o executivo utilizou informações ainda não divulgadas para comprar ações do frigorífico antes de a empresa anunciar a aquisição do controle da National Beef, em 2018. As compras ocorreram em nome de Molina e de sua esposa. As análises iniciais foram feitas pelas Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), que entendeu que era necessário um aprofundamento. O caso passou, então, a ser conduzido pela Superintendência de Processos Sancionadores (SPS). Foi aberto um inquérito para apurar as informações. A conclusão foi de que o executivo realizou o chamado “insider trading”, fazendo operações enquanto participava das tratativas para a aquisição. Para a área técnica, Molina deve ser responsabilizado enquanto Presidente do Conselho de Administração da Marfrig. De acordo com o processo, o executivo participou ativamente das negociações para a compra da empresa, incluindo reuniões presenciais com os representantes da Leucadia (atual Jefferies Group), entre 23 de junho de 2017 e 16 de março de 2018. A posição do executivo era “extremamente vantajosa” para acompanhar a evolução das negociações, segundo a SPS. “Essa posição de privilegiada assimetria informacional impõe aos administradores a vedação da negociação com ativos de emissão da companhia enquanto o desenvolvimento de negociação relevante não for adequadamente comunicado ao mercado”, diz o relatório assinado pelo Superintendente da SPS, Guilherme Aguiar. Procurado, Molina disse que não houve operação irregular. O executivo informou, em nota, que cumpriu seus deveres fiduciários para com a Marfrig ao não realizar operações com ações da empresa entre 6 de março de 2018 e 9 de abril de 2018, quando o fato relevante a respeito da operação foi publicado. Segundo ele, não havia, no período apontado pela investigação da CVM, um diálogo constante entre a Marfrig e a Leucadia que levasse à evolução das negociações entre as duas companhias. Em um primeiro momento, a Marfrig propôs uma troca de ativos, opção rejeitada pela Leucadia em dezembro de 2017. Após a recusa, os contatos entre as duas empresas foram encerrados, com a retomada ocorrendo apenas no início de março de 2018. Nesse intervalo, segundo o executivo, a Leucadia fez contatos com outros interessados na compra da National Beef. “Até a aprovação de um empréstimo-ponte pelo Rabobank NY, em 8 de março de 2018, não havia nenhuma chance de aquisição de participação da National Beef pela Marfrig. A negociação que resultou na compra do controle da companhia só foi possível após a aprovação desse empréstimo-ponte”, diz a nota. A defesa de Molina, já apresentada, reitera os argumentos. “Ao contrário das suposições feitas pela acusação, a aprovação da estrutura de crédito não era algo certo. Mas, muito ao contrário, era considerado até improvável pela própria Marfrig, em razão de seu alto endividamento na época”, disse.

VALOR ECONÔMICO

MEIO AMBIENTE

Al Gore: Brasil pode perder até 17% do PIB até 2048 senão mitigar aquecimento global

A previsão, disse Gore, consta de relatório da seguradora Swiss Re.

O ambientalista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore disse que o Brasil pode experimentar uma queda de 17% no Produto Interno Bruto até 2048 se não adotar medidas para mitigar o aquecimento global, ou seja, conter a queima de florestas e eliminar emissões de carbono da estrutura produtiva. A previsão, disse Gore, consta de relatório da seguradora Swiss Re. Ele discursou na 4ª edição do Cidadão Global 2021, evento promovido pelo jornal Valor Econômico e pelo banco Santander na manhã da terça-feira. “Acredito que os Estados Unidos e o Brasil têm Al Gore alerta para o perigo de uma ‘bolha de carbono’ de US$ 22 trilhões a oportunidade de trabalhar juntos na questão climática e em outras inciativas ambientais. Especialmente porque o mundo começa a reabrir e tenta reconstruir a economia após a devastação da pandemia”, continuou Al Gore. Ficou clara a contradição que o país se tornou aos olhos da comunidade internacional: com uma das matrizes energéticas mais promissoras do mundo, inclusive em termos de custos, o Brasil convive com recordes de desmate e incêndios florestais. O último aspecto, lembrou, ameaça especialmente o bioma amazônico com um possível processo e savanização no médio prazo, que afetaria o regime de chuvas da agricultura e das cidades em todo o país. Ele disse que o uso da terra no Brasil é um ponto “particularmente importante” e que o desmatamento na Amazônia é “uma grande preocupação”. “Em 2020, esse desmatamento foi o mais alto em 12 anos. No ano passado, o Brasil perdeu mais vegetação primária do que qualquer outro país: 1,7 milhão de hectares, mais de três vezes o que o segundo país perdeu e mais do que os outros cinco países seguintes perderam juntos”, disse. Al Gore também tratou do aumento dos focos de incêndios na floresta. “No ano passado, a Amazônia brasileira teve os maiores incêndios em 10 anos. Houve um aumento de 13% em comparação a 2019, que já foi um ano com incêndios que chamaram atenção do mundo todo por causa da extensão e escala. A seca que houve no ano passado contribuiu com os incêndios e causou um prejuízo de US$ 3 bilhões principalmente na agricultura”, descreveu.  Gore elencou outros efeitos colaterais do aquecimento global, lista em que coloca enchentes responsáveis pela morte de 150 pessoas e prejuízos de US$ 500 milhões; aumento flagrante da temperatura, como os 50ºC registrados pela primeira vez, em Cuiabá, e aumento nos índices de poluição do ar, o que, sozinho, teria causado a morte precoce para cerca de 25 mil brasileiros.

VALOR ECONÔMICO

Fundo do parlamento britânico financia desmate ao investir na JBS, diz relatório

Ambientalistas pressionam pela inclusão do setor financeiro em lei britânica que deve obrigar negócios a garantir isenção de desmatamento

O fundo de pensão do parlamento britânico financia o desmatamento da Amazônia através de investimentos na JBS, segundo um relatório publicado na terça-feira (25) pela ONG britânica Feedback, a partir da análise de dados divulgados anualmente pelo governo do Reino Unido. Segundo o relatório, o parlamento investe em um fundo da gestora Blackrock, chamado iShares, que aplica US$ 67 milhões (R$ 356 milhões) nas 35 maiores empresas do setor de carne e laticínios do mundo. Desse total, US$ 8 milhões (R$ 42,5 milhões) vão para a JBS. Maior produtora de carne do mundo, a brasileira é o destaque do relatório por suas implicações com o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, através da compra de gado provenientes de áreas desmatadas ilegalmente, reveladas por investigações e monitoramentos independentes das cadeias produtivas, como já mostraram as iniciativas Mighty Earth e Trase. Após sofrer pressões internacionais de investidores, a JBS anunciou no último mês o compromisso de zerar o desmatamento da sua cadeia produtiva até 2025. O fundo de pensão do parlamento britânico não detalha os valores investidos no fundo da Blackrock, mas a análise aponta que mais de 40% dos ativos do Fábrica da JBS em Greeley, no Colorado (Estados Unidos) – Shannon Stapleton/Reuters fundo de pensão estão distribuídos em sete fundos da Blackrock. “Este tipo de alerta mostra que os compromissos do fundo do parlamento de contribuir para chegarmos a emissões zero em 2050 são um tanto vazios”, afirma Jessica Sinclair Taylor, responsável pelo relatório da Feedback. As informações do relatório são usadas pelos ambientalistas britânicos para pressionar o parlamento a responsabilizar o setor financeiro na nova legislação ambiental que deve ser aprovada neste ano.

FOLHA DE SP

FRANGOS & SUÍNOS

Em crise, indústria da carne reduz peso do abate de frangos e suínos para poupar ração

Medidas drásticas visam reduzir custos de produção, que afetam faturamento do setor e deixam o produto mais caro para o consumidor

Em meio a uma crise provocada pela forte alta nos custos de produção num cenário de dificuldade para repasse de preços ao consumidor final, a indústria de aves e suínos tem adotado medidas drásticas para manter suas margens, como reduzir a compra e o peso de abate dos animais. “Isso é bastante contingencial, não é o melhor jeito de você conseguir contornar o problema, mas é uma tentativa de reduzir a perda com o custo que a ração representa hoje dentro do sistema de produção”, explica José Antônio Ribas Júnior, Presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (sindicarne-SC). Em vez dos cerca de 3,3 quilos habituais, as aves tem sido abatidas com até 2,9 quilos, com reduções de 10% a 15% a depender da indústria. “Isso já vem acontecendo há uns 40 dias nessa lógica de reduzir o custo de produção e é a última cartada antes de uma empresa começar a efetivamente reduzir a produção”, explica Ribas Júnior ao lembrar que a medida também tem efeitos sobre o faturamento. “Não é uma solução que resolva o problema porque, se de um lado você retira custos, de outro você tem menos receita. Então, é uma decisão muito dura para o empreendedor e, quando ele chega neste ponto, é a decisão imediatamente anterior a começar a reduzir, de fato, a produção”, ressalta. Considerada extrema, redução do peso de abate tem impacto no faturamento da indústria de proteína animal. O pesquisador da Embrapa Aves e Suínos, Everton Luís Krabbe, afirma que a redução no peso de abate dos animais não chega a causar alterações significativas na conformação da carne disponibilizada ao consumidor final. “São reduções sutis na conformação do organismo dos animais, tanto de aves quanto de suínos, que dependendo da Indústria de carne do Brasil revive aflição de 2016 com quebra na safra de milho, situação que o consumidor nem percebe”, destaca Krabbe. Segundo ele, em média, a redução pode gerar uma economia de até um quilo de ração por animal abatido. Na cadeia de suínos, o cenário é o mesmo após as vendas terem decepcionado o setor no final do ano passado e no início de maio – dois principais momentos de escoamento da produção devido ao período de festas e de Dia das Mães. “Neste ano, realmente, as vendas não foram tão boas e, devido a maior oferta de animais no mercado, os produtores estão soltando o suíno mais leve, sim – o que deve continuar ocorrendo nos próximos meses”, conta o analista do Cepea, Thiago Bernardino.

GLOBO RURAL

Exportações catarinenses de carne suína crescem 54% em abril

Maior produtor nacional de carne suína, Santa Catarina mantém crescimento nas exportações e amplia em 54% o faturamento com os embarques em abril, informou a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural na segunda-feira (24)

No mês passado, o agronegócio catarinense exportou mais de 50 mil toneladas de carne suína, o quinto melhor resultado já registrado pelo estado, alta de 41,7% ante abril de 2020. Em receita, foram US$ 123,7 milhões – o segundo maior valor da série histórica iniciada em 1997. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Para o analista da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, o resultado se deve ao crescimento nos embarques para a China, Chile, Hong Kong e Filipinas. “Apesar dos bons resultados no mercado externo, o setor segue com preocupações, já que o milho e a soja, principais componentes da ração, não mostram sinais de arrefecimento. De qualquer forma, as exportações seguem sendo importantes para o enxugamento dos estoques internos, evitando desequilíbrios ainda maiores nos preços pagos aos produtores.” As Filipinas foram o grande destaque de abril. Santa Catarina ampliou em 1.271% o faturamento com os embarques para aquele país, que foi o quarto maior destino da carne suína produzida no estado no último mês. A China segue como o maior comprador do produto.

CARNETEC

Porcos obesos na China estão alimentando uma queda implacável nos preços da carne suína

Os fazendeiros têm engordado porcos desde o final do ano passado para quase dobrar seu peso normal – aproximadamente do tamanho de um hipopótamo pigmeu ou de uma ursa polar fêmea – na esperança de que os animais gerem retornos mais elevados caso os preços se recuperem

Cao Tao, um comerciante de suínos na província de Shaanxi, no Noroeste, disse que muitos dos suínos que está comprando pesam mais de 200 quilos, em comparação com seu tamanho normal de cerca de 125 quilos. “Alguns agricultores estão segurando seus porcos maiores na esperança de uma recuperação dos preços”, disse ele. Em vez disso, os preços da carne suína no atacado na China despencaram mais de 40% desde meados de janeiro em meio à fraca demanda, aumento das importações e pânico nas vendas dos fazendeiros após novos surtos de peste suína africana. A Muyuan Foods Co., maior criadora de suínos do país, disse esta semana que espera uma queda contínua nos preços do suíno doméstico, com a queda não chegando ao fundo até o próximo ano ou mesmo 2023. Muitos criadores engordaram seus porcos na expectativa de uma recuperação nos preços da carne suína, mas a debandada desde fevereiro desencadeou uma liquidação desses animais de grande porte que pode estar atrasando uma recuperação dos preços, de acordo com Lin Guofa, analista sênior da consultoria Bric Grupo de Agricultura. “Quando essas fazendas vendem juntas, a liquidação causa uma queda explosiva dos preços”, disse ele. As fazendas no Sudoeste e no Sul ainda mantêm um grande número de porcos “do tamanho de vacas”, que podem ser vendidos com o aquecimento do clima e reduzir os preços por um tempo, disse Lin. O impacto dos suínos obesos nos preços da carne suína também está sendo complicado por novas regras que proíbem o transporte de suínos vivos através dos limites de cinco áreas. Os regulamentos – que visam combater a propagação da peste suína africana – estão remodelando o mercado e levando a diferenças de preços regionais.

Bloomberg

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