CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1404 DE 18 DE JANEIRO DE 2021

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Ano 7 | nº 1404| 18 de janeiro de 2021

 

NOTÍCIAS

Boi gordo: arroba valoriza e demanda interna por carne bovina preocupa

As negociações seguem acontecendo em patamar elevado, consequência da situação de oferta restrita

O mercado físico de boi gordo teve preços de estáveis a mais altos nesta sexta-feira, 15. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as negociações seguem acontecendo em patamar elevado, consequência da situação da oferta que ainda é restrita em grande parte do país. “Os frigoríficos seguem encontrando dificuldades para alongar suas escalas de abate, que estão posicionadas entre três e quatro dias úteis em média. A tendência é que a oferta se normalize apenas em meados de março, dada à estiagem prolongada que atrasou o desenvolvimento das pastagens. Do ponto de vista da demanda doméstica de carne bovina, o cenário segue preocupante, com o consumidor médio descapitalizado neste início de ano, o principal limitador de movimentos mais agressivos de alta”, assinala Iglesias. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 288 contra R$ 287 a arroba na quinta. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 280, estável. Em Dourados (MS), a arroba passou de R$ 275 para R$ 277. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 268 ante R$ 266. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 285, estáveis. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, a tendência de curto prazo remete a menor espaço para reajustes, em linha com uma expectativa de reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês. “O consumidor médio permanece descapitalizado, cenário que reforça a tendência de consumo de proteínas mais acessíveis, e a carne de frango cumpre exatamente esses quesitos”, diz Iglesias. Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, enquanto a ponta de agulha seguiu em R$ 15,50 o quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Cadê a oferta de boiadas?

Nas praças paulistas o cenário foi de estabilidade na última sexta-feira (15/1) na comparação feita dia a dia

Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo foi negociado em R$285,00/@ preço bruto e à vista. Animais que atendem à demanda externa foram negociados em R$290,00/@.

Apesar da estabilidade em São Paulo, o cenário é de ofertas restritas ao redor do Brasil e preços subindo em todas as praças, o volume de negócios, porém, está bem pequeno.

SCOT CONSULTORIA

Doria mantém ICMS menor apenas para carne vendida a grandes redes

Regra, em vigor desde sexta (15), exclui empresas do Simples de redução de alíquota

A venda de carnes bovinas, suínas e de aves para micro e pequenos açougues e supermercados ficou mais cara a partir da sexta-feira (15). O governo João Doria (PSDB) manteve os decretos publicados no passado e não revogou a mudança na cobrança de ICMS para as carnes. Com isso, somente as negociações feitas com grandes redes manterão a redução na base de cálculo do imposto estadual que resulta em uma alíquota de 7%. Decreto publicado em outubro de 2020 e que começou a vigorar no dia 15 exclui dessa redução as empresas do Simples Nacional. A alíquota para as empresas do Simples passou a ser de 13,3%. No dia 7 de janeiro, produtores rurais organizaram tratoraços em cerca de 200 cidades para protestar contra as mudanças no ICMS. Com isso, as negociações de insumos com outros estados passaram a ter, em 1º janeiro, uma redução da base de cálculo de 47,2%. Até 31 de dezembro, era de 60%. Para rações e adubos, a redução passou de 30% para 23,8%. A expectativa do setor supermercadista era que houvesse a revogação total das modificações na tributação para os alimentos. “As categorias que tiveram revogação são muito importantes, dado o volume de negócios, mas queijos e carnes ainda ficam mais caros”, diz Ronaldo dos Santos, Presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados). O fim dos benefícios de ICMS foi definido em meio a um pacote de ajuste fiscal realizado pelo governo Doria no ano passado. A reforma administrativa também extinguiu órgãos públicos. A administração estadual diz que o enxugamento daria uma economia de R$ 7 bilhões. A proposta era reduzir o déficit de R$ 10,4 bilhões decorrentes da pandemia, que derrubou a atividade. A manutenção das isenções e alíquotas reduzidas reduzirá em R$ 520 milhões anuais a projeção do ajuste fiscal.

FOLHA DE SP 

Emissão de certificados sanitários para produtos de origem animal cresce 18% em 2020

A certificação assegura que os produtos e os sistemas de produção atendem a todos os requisitos para exportação

O Serviço de Inspeção Federal (SIF) registrou o aumento de 18% na emissão de certificados sanitários para produtos de origem animal em 2020 em relação ao ano de 2019, conforme dados do 10º Relatório de Atividades. Ao todo, foram emitidos 429.306 certificados sanitários. A certificação sanitária assegura que os produtos e os sistemas de produção atendem a todos os requisitos acordados com os países para os quais o Brasil exporta seus produtos. Também foram aprovados 60 modelos de certificados sanitários internacionais para exportação de produtos brasileiros e 59 modelos de certificados sanitários internacionais para importação de produtos de origem animal e para alimentação animal. Segundo o relatório, desde agosto de 2020, não foi registrada nenhuma paralisação em abatedouros frigoríficos motivada pela pandemia do coronavírus (Covid-19). Além disso, a autoridade sanitária chinesa (GACC) realizou auditorias, por meio de videoconferência, em dez estabelecimentos brasileiros (quatro abatedouros de aves, dois de suínos, um de bovino e três estabelecimentos de pescado) para verificação das medidas adotadas para prevenção do vírus. Estão registrados no SIF 3.339 estabelecimentos de produtos de origem animal nas áreas de carnes e produtos cárneos, leite e produtos lácteos, mel e produtos apícolas, ovos e pescado e seus derivados. Há também registro de 2.999 estabelecimentos destinados à produção de alimentação animal. No mês de dezembro, foram realizados 157 turnos adicionais de abate, requisitados de forma emergencial pelos abatedouros frigoríficos de aves, bovinos e suínos cadastrados no SIF. Outras atividades também tiveram destaques em 2020, como análise de 13.846 pedidos de registros de produtos de origem animal para consumo humano, inseridas no Sistema Plataforma de Gestão Agropecuária do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (PGA-SIGSIF). Em relação ao registro de estabelecimentos, foram registrados no SIF, de janeiro a dezembro, 203 novos estabelecimentos. Em 2020, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal trabalhou na elaboração de atos normativos sobre diferentes assuntos e que resultaram na publicação de dois decretos, 24 instruções normativas, uma portaria, uma norma operacional e uma orientação normativa.

MAPA

Paraná espera alta na produção e exportação de carnes em 2021

O Paraná deve elevar sua produção total de carnes em cerca de 5% em 2021, na comparação com 2020, impulsionada pela abertura de novos mercados para exportações esperada para este ano, informou a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento

O estado deverá produzir cerca de 6,07 milhões de toneladas de carnes (bovina, suína e de frango) neste ano. A produção paranaense de carne suína deve somar 950 mil toneladas em 2021, ante 920 mil em 2020. O volume de produção de carne de frango deve subir para 4,75 milhões de toneladas, ante 4,5 milhões em 2020. Já a produção paranaense de carne bovina em 2021 é estimada em 370 mil t, ante 360 mil no ano passado. O estado também espera que o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação seja outorgado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) neste ano, colaborando para abertura de novos mercados para as carnes do estado. O status sanitário internacional permitirá ao Paraná praticamente dobrar as exportações de carne suína. Isso pode acontecer em caso de o estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária. A Ásia e África também responderão por grande parte do crescimento demográfico. A Secretaria de Agricultura do estado estima que as exportações de carne de frango paranaenses em 2020 somaram 1,66 milhão de toneladas, as de carnes suína ficaram em 127 mil t e as de carne bovina, 25,8 mil t. O Paraná foi responsável por 39,6% das exportações nacionais de carne de frango em 2020 e por 12,9% das exportações de carne suína.

CARNETEC

Em uma década, Brasil muda a geografia global de sua carne bovina

A Ásia, que há uma década disputava igual espaço com outros blocos econômicos, dispara como mercado comprador da pecuária nacional

Em 2020, o Brasil bateu dois recordes na exportação de carne bovina. Em valor, saltou para a casa de US$ 8,47 bilhões. Em volume, foi para a casa de 2 milhões de toneladas pela primeira vez na história do setor. Por trás desse desempenho está uma mudança significativa no mercado de proteína animal: a sua geografia. Há uma década, o comércio com a Ásia (excluindo o Oriente Médio) não se destacava dos demais blocos econômicos. Em 2011, esse bloco comprou 210,9 mil toneladas de carne in natura, processados e miúdos, por US$ 783 milhões. Em volume, a Ásia não ficava muito longe do que compravam os 28 países da União Europeia, que naquele ano fecharam compras no valor de US$ 813,4 milhões para 107,9 mil toneladas. Ou longe dos Países Árabes, com 199,9 mil toneladas por US$ 901,1 milhões. Para o bloco asiático, um mercado que já mostrava potencial há uma década e no qual governo e indústria trabalhavam para abrir mercados, a carne era quase toda comprada através de Hong Kong, um território autônomo no Sudeste da China com pouco mais de 7 milhões de habitantes. Em 2011, Hong Kong fechou compras no valor de US$ 691,5 milhões, para 188,5 mil toneladas. Passados 10 anos, as vendas para o bloco asiático saltaram quase seis vezes. No ano passado foram 1,26 milhão de toneladas por US$ 5,42 bilhões. As vendas realizadas diretamente com a China, que foram de 2,9 mil toneladas, por U$ 10,7 milhões em 2011, saltaram no ano passado para 868,7 mil toneladas, por US$ 4 bilhões. E Hong Kong, que continua como fornecedor chinês, levou do Brasil outras 312,5 mil toneladas, por US$ 1,1 bilhão. Não por acaso, empresas do setor estão se fixando no País. Entre elas, por exemplo, está a Minerva Foods que em outubro do ano passado se tornou sócia da chinesa Joey Foods, comprando 51% da empresa, para distribuir carne bovina diretamente no país.  Foi a primeira das três gigantes da carne, incluindo JBS e Marfrig, a dar esse passo. gigante asiático. Enquanto isso, as vendas de carne bovina para a Europa caíram quase 12% nos últimos dez anos. No ano passado, o bloco europeu comprou 95,3 mil toneladas, por US$ 548,6 milhões. Mesmo assim, a importância desse mercado ainda está no valor agregado. Comprando cortes específicos, principalmente contra-filé e filé mignon, entre poucos outros, em 2020 a Europa pagou US$ 5.758 pela tonelada de produtos bovinos. Em 2011, o preço era de US$ 7.537 a tonelada. No caso da Ásia, que compra o boi inteiro e mais as miudezas que por lá são iguarias culinárias, o preço pago no ano passado foi de US$ 4.298 por tonelada.

PORTAL DBO 

ECONOMIA

Dólar supera R$ 5,30 e real tem 2º pior desempenho do mundo com pandemia e incertezas locais

O dólar manteve a gangorra que marcou a semana e fechou a sexta-feira em alta de quase 1,8% contra o real, com a moeda brasileira mais uma vez entre os piores desempenhos globais em meio à intensificação de incertezas domésticas e implicações políticas

O dólar à vista saltou 1,76%, a 5,3036 reais na venda. Com isso, reduziu a 2,09% a queda acumulada na semana, que não anulou a disparada de 4,34% da primeira semana de janeiro –a qual marcou o pior começo de ano para o real desde pelo menos 2003. No exterior, o índice do dólar –que mede o desempenho da divisa em relação a uma cesta de seis rivais do mundo desenvolvido– subia 0,54%, a 90,760, a caminho da maior alta semanal em 11 semanas.

REUTERS 

Ibovespa tem pior desempenho em 11 semanas, com investidor de olho em repique da Covid

O apetite por ações brasileiras perdeu fôlego nesta semana, com grandes investidores passando a preferir esperar por novos catalisadores após o ter subido mais de 30% em pouco mais de dois meses

Mesmo o anúncio de um pacote de estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares nos Estados Unidos e o início da vacinação em massa contra Covid-19 em várias partes do mundo não foram argumentos suficientes para sustentar recordes recentes. O Ibovespa seguiu a tendência global negativa na sexta-feira, tombando 2,54%, para 120.348,80 pontos, pressionado sobretudo por realização de lucros em ações de maior liquidez, como de Petrobras (SA: ), Vale (SA: ), siderúrgicas e bancos. No acumulado da semana, o índice teve queda de 3,78%, após a máxima histórica acima de 125 mil pontos na última sexta-feira, marcando o pior desempenho desde a semana terminada em 30 de outubro, quando teve baixa de 7,2%. O giro financeiro desta sessão somou 33,3 bilhões de reais. Para profissionais do mercado, o movimento errático desta semana, com o Ibovespa alternando fechamentos em alta e baixa desde segunda-feira, pode ser uma indicação da perda de fôlego da valorização baseada puramente em fluxo. Só os estrangeiros trouxeram para o mercado acionário à vista 16,6 bilhões de reais nas primeiras oito sessões do ano. Segundo Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, após a confirmação do pacote de estímulo nos EUA e o começo da vacinação contra Covid, as atenções passaram a se voltar para as novas medidas de isolamento em várias partes do mundo, com casos pontuais, como do Brasil, parecendo voltar fugir do controle. Além disso, a deterioração fiscal do país, ponto que ficou em segundo plano nas últimas semanas, recuperou relevo após o Ibovespa ter batido nos 125 mil pontos. “Como isso é próximo do que muita gente previa para o final deste ano, alguns começam a se perguntar se a relação de risco e retorno atual justifica continuar comprando ações”, disse.

REUTERS             

China foi responsável por dois terços do saldo comercial do Brasil em 2020, aponta FGV

Entre os principais parceiros comerciais do país, a contribuição dos Estados Unidos foi negativa em 2020

Em 2020, o Brasil teve superávit de US$ 50,9 bilhões na balança comercial e a China foi responsável por US$ 33,6 bilhões desse total, ou 66%, segundo o relatório Icomex, da Fundação Getulio Vargas (FGV). No ano anterior, em 2019, o país asiático contribuiu com US$ 28,1 bilhões, para o superávit de US$ 48 bilhões, ou 58,5% do total. O Icomex mostra que entre os principais parceiros comerciais do Brasil, a contribuição dos Estados Unidos foi negativa em 2020. A da União Europeia, com saldo positivo de US$ 1,5 bilhões, foi inferior à dos países da América do Sul, inclusive da Argentina, no valor de US$ 6 bilhões. O saldo da balança entre Brasil e EUA foi negativo em 2019, em US$ 400 milhões, e em 2020, o déficit se aprofundou para US$ 2,7 bilhões. Com a Argentina, o saldo passou de déficit de US$ 800 milhões para superávit de US$ 700 milhões. Em grande medida, o desempenho das exportações brasileiras dependeu das commodities, segmento em que o grande comprador é a China, que explicaram 66% do valor exportado em 2020, o maior percentual da série histórica iniciada em 1998, quando esse valor era de 40%. Em valor, as exportações de commodities cresceram 0,5% em 2020 e das não commodities recuaram 18,5%. Em volume, as vendas de commodities aumentaram 7,4% e as não commodities recuaram 13,5%. O setor agropecuário liderou as exportações brasileiras, com um desempenho influenciado pelo aumento de volume das exportações para a China (17%), que ampliou sua participação de 28,1% para 32,3%, entre 2019 e 2020 nesse segmento. Os demais países da Ásia também registraram contribuição positiva, de 11,1%, e explicam 14,9% das exportações brasileiras. Para todos os outros principais parceiros, as exportações de produtos agropecuários recuaram na comparação anual. Ainda segundo o Icomex, para o superávit da balança comercial, contribuiu a queda nas importações puxada pela recessão econômica no Brasil, mas não foi só isso. O aumento nas exportações de commodities direcionadas para a China atenuou a queda nas vendas externas em um ano de forte retração na demanda mundial.

VALOR ECONÔMICO 

Brasil é líder no fornecimento de produtos Halal

As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas e buscam explorar este vasto mercado. O Brasil é um dos maiores fornecedores de produtos Halal para os países muçulmanos 

Segundo o Relatório do Estado da Economia Islâmica Global 2020-2021, realizado pela empresa de pesquisa americana Dinar Standard com apoio do Centro de Desenvolvimento da Economia Islâmica de Dubai, das cinco principais nações que exportam alimentos Halal para os 57 estados membros da Organização e Cooperação Islâmica (OIC) o Brasil está na primeira posição. O país aparece no relatório com US$ 16,2 bilhões de alimentos Halal exportados, na sequência Índia com US$ 14,4 bilhões, Estados Unidos US$ 13,8 bilhões, Rússia US$ 11,9 bilhões e a Argentina fechando com US$ 10,2 bilhões. Quando falamos de produtos que atendam consumidores islâmicos temos que levar em consideração a necessidade da presença do selo Halal estampado nas embalagens. Ele atesta que um determinado produto está em conformidade com as exigências de órgãos internacionais e Jurisprudência Islâmica. Ou seja, assegura que toda a linha de produção da fabricante foi inspecionada por uma certificadora autorizada pelos mais variados órgãos internacionais e que seu produto está apto para ser comercializado para inúmeros países e, consequentemente, permitido para o consumo.

AGROLINK 

EMPRESAS

Marfrig reduz dívida com geração forte de caixa nos EUA

A extraordinária geração de caixa nos EUA viabilizará a redução da dívida bruta da Marfrig. Pela primeira vez na história, a companhia está usando o dinheiro gerado na operação para resgatar títulos no exterior, um indicativo de que o pagamento de dividendos está cada vez mais perto

Em uma operação que permitirá uma economia de R$ 1 bilhão em juros, a companhia de Marcos Molina resgatará US$ 1,750 bilhão em títulos que vencem em 2024 e 2025, retirando os papéis de circulação e alongando o prazo de dívida. Do total, US$ 250 milhões vem do caixa da empresa. O restante será financiado com a emissão de US$ 1,5 bilhão em notes com vencimento em dez anos como antecipou o Valor PRO. Pelos títulos, a Marfrig pagará 3,95% aos investidores, a menor taxa de uma emissão já feita pela companhia, destaca Daniel Moreli, diretor de tesouraria da empresa. Ao resgatar os papéis, o custo médio da dívida da Marfrig cairá de 5,8% ao ano para próximo de 4% por ano. A troca dos papéis permitirá uma economia anual de US$ 45 milhões em juros. A valor presente, o montante é de R$ 1 bilhão. “Isso é 10% do valor de mercado da companhia”, comparou o Vice-Presidente de finanças e de relações com investidores do grupo, Tang David. A trajetória histórica dá uma dimensão do feito alcançado pela Marfrig. Em 2019, última emissão no exterior, o frigorífico emitiu um papel – também de dez anos — com cupom anual de 6,955%. Às voltas com um endividamento excessivo em grande parte da última década, a companhia se transformou nos últimos anos, queimando a língua dos apostavam na indisciplina financeira e no ímpeto expansionista de Marcos Molina. Desde 2018, quando comprou a National Beef – quarta maior indústria de carne bovina dos EUA – e vendeu a Keystone à Tyson, a maré virou. Aos poucos, a empresa reduziu as dívidas e voltou a lucrar, compensando prejuízos acumulados. As perspectivas operacionais no mercado americano, responsável por mais de 75% do faturamento da Marfrig, são positivas, mais do que compensando a dificuldade do boi mais caro aqui no Brasil. A expectativa na Marfrig é que a redução da dívida bruta e das despesas financeiras permitam a melhora do rating, que está dois níveis abaixo do grau de investimento – de acordo com a classificação da Fitch. Grandes aquisições estão “descartadas”, segundo Moreli. A geração de caixa será usada para reduzir a dívida bruta. Para David, também se abre uma oportunidade para que o mercado de ações reflita a situação financeira mais confortável da companhia. “O mercado de renda fixa reprecificou as mudanças que fizemos na Marfrig. O desafio agora é o mercado de ações”. Na B3, a Marfrig vale R$ 10 bilhões.

Valor Econômico 

FRANGOS & SUÍNOS

Gripe aviária no mundo deve abrir oportunidade ao Brasil para exportação de frango

Um surto de influenza aviária altamente contagiosa que tem se espalhado por países da Ásia e Europa e colocado a indústria global em alerta pode se traduzir em oportunidades de exportação para o Brasil, maior fornecedor global de carne de frango, devido a possíveis suspensões de embarque sobre regiões contaminadas

Mais de 20 milhões de frangos já foram abatidos somente na Coreia do Sul e Japão desde novembro. Na semana passada, a cepa altamente patogênica H5N8 chegou à Índia, sexta maior produtora do mundo. Hong Kong decidiu na quinta-feira suspender a importação de carne e subprodutos de aves de regiões do Japão e França, devido aos surtos da chamada gripe aviária. Na semana passada, a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) já havia suspenso a entrada da proteína francesa. Neste cenário, há possibilidade de incremento nas vendas externas de frango do Brasil, embora em proporções menores do que as oportunidades que foram criadas nos mercados das carnes de porco e bovina em decorrência da peste suína africana (PSA) na China, desde 2018, disse o Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. “Objetivamente, é possível que o Brasil seja chamado a vender mais, por causa do que já aconteceu no passado, em surtos anteriores. A influenza está se alastrando de uma maneira importante”, afirmou o executivo. Segundo ele, países europeus poderiam eventualmente comprar mais frango do Brasil para atender à demanda local, já que há embargos no continente que podem restringir a oferta do produto. O dirigente da ABPA lembrou que, além da França, a gripe aviária já atinge Alemanha, Bruxelas, Holanda e Inglaterra entre outros. A grande maioria dos casos ocorre em aves selvagens migratórias, mas surtos também foram reportados em granjas europeias, resultando na morte ou abate de pelo menos 1,6 milhão de frangos e patos na região até o novembro. A diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, também acredita no avanço da exportação brasileira. “Sim, [questões sanitárias] sempre favorecem os grandes fornecedores que não têm esse problema”, disse. Ela ressaltou, entretanto, a necessidade de reforço em cuidados sanitários para que a doença não chegue às granjas do país. “Temos que tomar nossos cuidados sempre”, afirmou. O Presidente da ABPA explicou que este é um período do ano em que as aves migratórias fazem rotas pela Ásia e param nas lavouras de arroz, espalhando a doença no entorno. “O Brasil tem uma posição privilegiada e algumas rotas dessas aves são só de passagem, elas não param no Brasil. Há um sistema reforçado de monitoramento e prevenção, e ainda assim estamos enviando alertas para que o setor reforce seus cuidados”, explicou. “A velocidade que um país controla o surto da doença é o que determina o impacto que haverá no mercado”, acrescentou o presidente da ABPA.

REUTERS

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