Ano 6 | nº 1201| 24 de março de 2020
NOTÍCIAS
Boi gordo: mercado devagar, quase parando
Foram poucos os compradores ativos na manhã da última segunda-feira (23/3). Dentre os que estavam comprando, o volume de negócios foi extremamente pequeno, principalmente para os compradores cujas ordens de compra não subiram, em relação à semana anterior.
Em algumas regiões, os frigoríficos abriram as compras ofertando preços menores pelo boi. Houve negócios, porém, em volumes reduzidos.
Com a demanda incerta, devido aos impactos do coronavírus no Brasil e no mundo, a baixa disponibilidade de boiadas tem sido o fator de sustentação da cotação da arroba. Ou seja, ao longo de março, a desvalorização somente não maior em função da oferta restrita.
SCOT CONSULTORIA
Baixa movimentação no mercado de sebo bovino
O surto de coronavírus provocou a quase paralisação dos negócios no mercado de sebo. Com isso, os preços não tiveram alteração nos últimos dias.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no Brasil Central, o sebo bovino está custando R$3,10/kg e, no Rio Grande do Sul, o produto está cotado em R$3,20/kg. Do lado dos fundamentos do mercado, a expectativa é de que a boa demanda mantenha o viés de alta, contudo, os preços devem seguir estáveis nos próximos dias devido às incertezas do mercado em relação ao coronavírus.
SCOT CONSULTORIA
Países sul-americanos definem normas para garantir tráfego de alimentos durante pandemia
Todos os ministros afirmaram que, apesar do fechamento de fronteiras rodoviárias para passageiros de outros países, não há restrições a cargas agropecuárias na região
Ministros da Agricultura de diversos países da América do Sul participaram nesta segunda-feira (23), a convite da ministra Tereza Cristina, de uma videoconferência para debater a harmonização de normas e garantir a fluidez do trânsito de mercadorias e o abastecimento de alimentos na região durante a pandemia do Coronavírus. “É indispensável nosso alinhamento no mais alto nível político, que deverá também se refletir em instruções ágeis e claras para o plano operacional, sobretudo para a ponta, as autoridades fronteiriças”, argumentou a ministra brasileira.
Participaram da reunião virtual com Tereza Cristina os ministros Luis Eugenio Basterra (Argentina), Antonio Walker Preito (Chile), Rodolfo Max Friedmann Alfaro (Paraguai), Carlos Maria Uriarte (Uruguai), Jorge Luis Montenegro Chavesta (Peru) e Beatriz Eliane Capobiano Sandoval (Bolívia), além de representantes dos ministérios brasileiros da Infraestrutura e das Relações Exteriores.
“Precisamos nos antecipar ao que pode ocorrer, caso a situação piore”, disse Tereza Cristina, lembrando que a manutenção dos corredores sanitários é garantir não só a exportação de cada país, mas também o abastecimento local.
ECONOMIA
Dólar salta 2,2% e fecha a R$5,1385 em dia negativo no exterior ainda por coronavírus
O dólar começou a semana em forte alta na segunda-feira, indo acima de 5,23 reais em mais um começo de semana pouco auspicioso para os mercados financeiros globais, com a dúvida sobre os efeitos da crise do coronavírus se sobrepondo a medidas de estímulos sem precedentes anunciadas pelos Estados Unidos e outros governos
A interpretação de que o Copom se mostrou mais brando na sinalização de política monetária, com possibilidade de mais corte de juro, também influenciou negativamente o real. O dólar à vista subiu 2,21%, a 5,1385 reais na venda, após duas quedas consecutivas. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,45%, a 5,1385 reais, às 17h01. As operações com dólar futuro se encerram às 18h. No exterior, o dólar se mantinha impostado contra uma série de divisas emergentes, com destaque para a alta de quase 3% contra o peso mexicano, um dos principais “rivais” do real nos mercados globais de câmbio.
REUTERS
Ibovespa volta a fechar em forte queda com perspectivas de recessão
O Ibovespa afundou ainda mais na segunda-feira, ampliando a perda em 2020 para cerca de 45%, novamente pressionado pelas apreensões sobre o impacto da pandemia de coronavírus na atividade econômica do país
Uma nova bateria de medidas sócio-econômicas foi anunciada entre o fim de semana e esta sessão no Brasil e no exterior, mas não foi capaz de sustentar a tentativa de recuperação verificada no começo dos negócios, conforme cresce a perspectiva de uma recessão mundial.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 5,56%, a 63.340,31 pontos, mínima desde 10 julho de 2017, de acordo com dados preliminares, após chegar a 67.603,83 pontos no começo do pregão, em alta de 0,8%. O volume financeiro somava 23 bilhões de reais.
REUTERS
Bolsonaro revoga artigo que permitia suspensão do contrato de trabalho sem salário
O Presidente Jair Bolsonaro afirmou no Twitter que determinou a revogação do artigo que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses, sem pagamento de salário, de uma medida provisória publicada pelo governo em razão da pandemia de coronavírus
“Determinei a revogação do art.18 da MP 927 que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário”, disse o Presidente na segunda-feira. A MP que tratava da suspensão do contrato de trabalho por quatro meses, durante a epidemia de coronavírus, foi publicada depois das 23h do domingo, em uma edição extra do Diário Oficial, sem anúncio pelo governo. O texto beneficiaria as empresas, mas deixaria os trabalhadores ainda mais vulneráveis em um momento crítico da economia do país. Bombardeado por críticas, mesmo de apoiadores do governo, o Presidente decidiu voltar atrás. Mais cedo, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro havia defendido a MP, que disse flexibilizar ainda mais a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), visando a manutenção dos empregos. “É uma maneira de preservar empregos, diminuir o tempo do aviso prévio, permite que se entre em férias agora”, afirmou.
O Presidente também havia falado em uma “ajuda” do governo durante os quatro meses de suspensão do contrato de trabalho, mas sem deixar claro de que forma esse benefício seria concedido. De acordo com o texto da medida, os contratos de trabalho poderiam ser suspensos por até quatro meses por causa da pandemia do novo coronavírus e, se quiser, o empregador poderá negociar individualmente uma “ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial”.
REUTERS
EMPRESAS
JBS obtém liminar que autoriza retomada imediata de atividades em SC
A JBS informou no sábado, 21, que obteve liminar que autoriza a retomada imediata de suas atividades nas unidades de Forquilhinha e Nova Veneza, em Santa Catarina, que foram suspensas no próprio sábado, após decisão do juiz do trabalho Paulo André Botto Jacon, da 4ª Vara do Trabalho de Criciúma. A empresa entrou com um mandado de segurança contra a paralisação das operações nas duas plantas de aves
O juiz havia atendido ação coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Frangos, Rações, Alimentação e Afins de Criciúma e Região, que pediu a suspensão das atividades nas duas fabricas, alegando que os empregados correm risco de contaminação com o novo coronavírus. Na decisão (tutela de urgência) de sexta-feira, o juiz relata que os empregados das unidades trabalham em turnos, “que chegam a aglomerar 600 deles (…), o que, sem dúvida, os submete a risco inexigível”. O juiz também havia definido que a empresa, de comum acordo com o sindicato, poderá apresentar ao juízo um plano de redução de atividades, que proteja a saúde dos empregados, para evitar a paralisação total. No mandado de segurança impetrado no Tribunal Regional do Trabalho da 12 Região, a JBS argumentou que a decisão do juiz interrompia uma atividade considerada essencial, gerando um “alto risco de desabastecimento à sociedade”. Disse ainda que a manutenção do funcionamento é garantida por lei e decretos federal e estadual e que a empresa tem adotado todas as medidas de prevenção e combate ao novo coronavírus. Também afirmou não haver previsão legal de que o funcionamento das atividades essenciais dependa de negociação com sindicato profissional. Acrescentou ainda que a atividade frigorífica é sujeita a normas sanitárias rigorosas.
ESTADÃO CONTEÚDO
Marfrig doa R$ 7,5 milhões para compra de testes do coronavírus
O valor será doado ao Ministério da Saúde e destinado à compra de testes rápidos para diagnosticar a doença
No domingo o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o governo tentaria firmar parcerias com a iniciativa privada para financiamento de parte das compras dos kits. A doação da Marfrig é suficiente para a compra de 100 000 testes. “Esperamos que nossa iniciativa seja seguida por outras companhias brasileiras”, diz Marcos Molina dos Santos, fundador e Presidente do Conselho de Administração da Marfrig. “Este é um momento de união e de solidariedade.” No sábado (21/3), a Marfrig comunicou a seus stakeholders a manutenção da produção de todas as suas plantas no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Estados Unidos, cuja operação funciona atualmente em plena capacidade. Ontem, o governo brasileiro decretou que a produção de alimentos — incluindo a de proteína animal — faz parte das atividades indispensáveis à segurança da população. Além de abastecer os mercados domésticos nas quais opera, a Marfrig exporta para cerca de 100 países. As exportações também serão mantidas. “Firmamos um compromisso com o Brasil, com nossos clientes, colaboradores e consumidores. Continuaremos a trabalhar, seguindo à risca todos os protocolos estipulados pelas autoridades de saúde dos países nos quais a Marfrig”, diz Miguel Gularte, diretor-presidente da operação América do Sul da Marfrig e da Marfrig SA. “A segurança e o bem-estar de todos — sobretudo de nossos 30 000 colaboradores e de suas famílias — é nossa absoluta prioridade.”
MARFRIG
Estratégia de proteção da Minerva ao dólar vai além do hedge natural
Empresa mantém 50% de sua exposição de longo prazo protegida por meio de derivativos
“O hedge natural é bonito no livro texto, mas na prática há muitas variáveis que você não controla”. A frase é de Edison Ticle, Diretor Financeiro da Minerva Foods, uma das maiores exportadoras de carne bovina da América do Sul. Em tese, a receita em dólar oriunda das vendas externas compensaria, no médio prazo, o efeito negativo do salto da divisa americana sobre o endividamento e as despesas com juros, mas a realidade é mais difícil. Desde meados de 2018, a Minerva mantém em torno de 50% da exposição de longo prazo ao dólar protegida por meio de instrumentos derivativos – basicamente NDFs, que equivalem à compra de dólar futuro no mercado de balcão. Em 31 dezembro, último dado disponível, a Minerva tinha uma posição comprada em dólar, por meio de NDFs, de pouco mais de US$ 1 bilhão. Desse total, US$ 850 milhões se referiam aos instrumentos para proteger a dívida em dólar de longo prazo (que vence em mais de um ano), e que no fim do ano passado somava US$ 1,7 bilhão, segundo Ticle. Com isso, a companhia julga estar a salvo das piores tormentas provocadas pela valorização do dólar. Em 2020, a moeda americana se apreciou 24,5% ante o real, passando de R$ 4,03 para R$ 5,02. Grosso modo, a variação cambial teria feito a dívida da Minerva em moeda estrangeira que vence no longo prazo aumentar de R$ 6,5 bilhões para R$ 8,5 bilhões. Sem o hedge cambial, inevitavelmente o indicador de endividamento (relação entre dívida líquida e Ebitda) da Minerva dispararia. Em dezembro, esse indicador estava em 2,8 vezes. Do ponto de vista de receita em dólar, que poderia suavizar o aumento da dívida, é preciso ter em conta que o resultado – positivo – do dólar valorizado não aparecerá imediatamente. Isso ocorre, entre outros motivos, porque o primeiro trimestre é, sazonalmente, mais fraco para as exportações de carne bovina. Afora isso, a desaceleração econômica global pode ter reflexos negativos sobre o fluxo das exportações nos próximos meses, conjecturou o Diretor da Minerva, ao defender sua posição contra o “hedge natural”. Na entrevista ao Valor, o executivo da Minerva não fez comentários sobre as exportações do grupo neste trimestre, mas é fato que as perspectivas para o ano são piores, mesmo com atenuantes como a escassez de proteína na China – que ainda sofre com os efeitos da epidemia de peste suína africana e deve continuar absorvendo carne importada. Para a Minerva, as vendas estão concentradas no exterior – mais de 65% do faturamento de R$ 18,1 bilhões de 2019. No Brasil, a companhia sempre dedicou os esforços para o pequeno e médio varejo e para o food service, que costumam ter maior rentabilidade. Agora, com o isolamento da população nas residências, este último segmento está bastante desafiado. Há relatos de frigoríficos que reduziram as vendas para food service em 40% na semana passada. Na bolsa, a crise do coronavírus representou queda de 39,2% no valor das ações da Minerva, atualmente avaliada em R$ 3,75 bilhões na B3. Nessa conjuntura, a proteção financeira da Minerva poderá render um alívio.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Gripe aviária: OIE notifica segundo foco da doença na Alemanha
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) notificou um novo foco de gripe aviária na Alemanha. O vírus identificado foi o H5N8, considerado altamente patogênico pelos organismos de saúde
A fonte ou origem da infecção ainda é desconhecida, de acordo com a OIE. O caso, o segundo no país, foi informado no dia 13 de março, conforme a OIE. O vírus foi identificado em um quintal de aves domésticas e levou à eliminação de 44 animais. Com a nova ocorrência, o número de animais mortos no país chega a 113 por causa da doença. A OIE já confirmou o surto nas Filipinas, na Arábia Saudita, Vietnã, Israel, Ucrânia, República Checa, África do Sul, Romênia, Polônia, Índia, Eslováquia, Hungria e China. Os avisos de notificação da organização sobre a ocorrência da doença se acentuaram desde o início do ano.
ESTADÃO CONTEÚDO
Forte alta nos preços dos ovos em São Paulo
Os preços estão em movimento de alta.
Desde o início do mês a valorização nas granjas paulistas foi de 12,0%, com a caixa com trinta dúzias de ovos sendo comercializada, em média, em R$102,50. No atacado, em igual comparação, a alta foi de 11,5%, com a caixa do produto sendo vendida, em média, em R$107,00. As vendas estão sendo impulsionadas em decorrência da pandemia de coronavírus, mas o setor também está apreensivo sobre o desenrolar dos próximos dias.
SCOT CONSULTORIA
INTERNACIONAL
Na Austrália, coronavírus joga filé mignon para escanteio
Comerciantes carne estão profundamente preocupados com as perspectivas de demanda por cortes para churrasco e carnes premium
Uma matéria publicada pelo site australiano Beef Central alerta para o colapso nas vendas dos cortes de melhor qualidade, de maior valor agregado – mais caros –, que, em grande parte, são vendidos pelo chamado mercado de food service.
“Os comerciantes de carne estão profundamente preocupados com as perspectivas de demanda por cortes para churrasco, devido à ausência do comércio de serviços de alimentação em grandes partes da Ásia, América do Norte e Austrália”, relata a reportagem.
Também existem preocupações crescentes dentro da indústria sobre o destino dos cortes premium, de qualidade ainda superior às peças convencionais de carne.
Segundo o texto da Beef Central, os negócios envolvendo cortes de alta qualidade, como os oriundos das raças puras Wagyu e Angus, podem estar particularmente mais expostos a mudanças drásticas no comportamento dos consumidores, exatamente como ocorreu durante o pior da crise financeira global de 2008.
PORTAL DBO
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