Ano 5 | nº 1132| 29 de novembro de 2019
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo tem trabalhado mais calmo
Em São Paulo, após a volatilidade de preços vigente nos últimos dias, o mercado do boi gordo está mais calmo, já são quatro dias de estabilidade
Apesar das escalas curtas, alguns compradores ficaram fora das negociações no fechamento da última quinta-feira (28/11). A cotação subiu em 7 das 32 praças pesquisadas pela Scot Consultoria. Destaque para o sul da Bahia, cuja alta foi de 2% na comparação feita dia a dia, considerando o preço à vista. Mercado atacadista cauteloso, o escoamento perdeu velocidade, mas os preços são os mesmos.
SCOT CONSULTORIA
Preços do boi gordo podem ter atingido limite de alta, diz SAFRAS
Após diversas altas consecutivas, a arroba voltou a apresentar queda na quinta-feira
“O movimento de alta já é mais comedido. Ao que tudo indica, o limite pode ter sido alcançado”, disse o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, os frigoríficos apresentaram algum avanço em suas escalas de abate, mas a oferta de animais terminados permanece restrita, como em todo o decorrer do último bimestre. “Sob a ótica da demanda de carne bovina, o cenário também apresenta poucas alterações, com uma demanda muito efetiva em relação às exportações, dada a latente necessidade de compra por parte da China. Além disso, a demanda doméstica também está em seu auge, avaliando a criação de postos de trabalho temporários, incidência do décimo terceiro salário e demais bonificações inerentes ao período”, assinalou. Em São Paulo, os preços permaneceram em R$ 235 a arroba. Em Minas Gerais, preços de R$ 232 a arroba, inalterados. No Mato Grosso do Sul, preços em R$ 222 a arroba, contra R$ 225 a arroba ontem. Em Goiás, o preço permaneceu em R$ 222 a arroba, em Goiânia. Já no Mato Grosso o preço subiu de R$ 213 a arroba para R$ 216 a arroba. No atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis. “A tendência de curto prazo ainda remete a alta dos preços, em linha com o enxugamento dos estoques dos frigoríficos. O movimento de alta respinga sobre as demais proteínas de origem animal, com movimentos consistentes de alta da carne suína e também da carne de frango no decorrer da semana” disse Iglesias. O corte traseiro teve preço de R$ 20,00 por quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 12,60 por quilo, enquanto o corte dianteiro seguiu em R$ 12,80 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Contratos futuros do boi registram mais um dia de queda na Bolsa Brasileira
Na Bolsa Brasileira (B3), os vencimentos futuros para o boi gordo encerram com perdas no pregão desta quinta-feira (28)
O contrato Novembro/19 registrou uma queda de 0,98% e está precificado a R$ 227,75/@. O Dezembro/19 terminou cotado a R$ 215,25/@ e com uma desvalorização de 4,76% e o Janeiro/20 teve uma perda de 4,15% e o valor da arroba está a R$ 205,30. Em seu boletim diário da Agrifatto destacou que os contratos futuros passaram por ajustes negativos no último fechamento. O dezembro, contrato mais negociado do dia, fechou em R$ 226,55/@, recuo de R$ 0,55 ante a véspera. O indicador Esalq/B3 fechou em R$ 231,00/@ – alta de 0,94% no comparativo diário, com a mínima e máxima registradas em R$ 221,42/@ e R$ 239,52/@, respectivamente. De acordo com as informações do Cepea, o mês de novembro de 2019 deve ser lembrado por muitos anos pela pecuária nacional. Isso porque o período foi marcado por preços recordes reais do boi gordo (considerando-se a série do Cepea, iniciada em 1994) e da carne no atacado (série iniciada em 2001). Apesar do ritmo da comercialização estar lento, a intenção dos pecuaristas em negociar os animais aumentou frente a semana passada, conforme a Radar Investimentos apontou em seu relatório de mercado. A Informa Economics FNP ressaltou que o mercado físico não dispõe de grandes volumes de animais prontos para abate, já que a grande parcela dos lotes confinados do segundo giro já foram praticamente toda comercializada e a entrada das primeiras ofertas de gado de pasto devem tardar nesta nova temporada decorrente do atraso das chuvas.
CEPEA/AGRIFATTO
Disparada da carne bovina testa limites da demanda
Preços começaram a ceder no atacado de SP e também na China
Entre analistas e traders, é consenso que a cotação está fora da realidade e há quem diga que um rápido movimento de ajuste nos preços deverá ocorrer ainda em dezembro, apesar da demanda de Natal. Ontem, os contratos futuros de boi gordo negociados na B3 registraram forte desvalorização. Os papéis para dezembro – os mais negociados – recuaram quase 5%, cotados a R$ 215,25 por arroba. Trata-se de um nível bem aquém do registrado no mercado físico. Na quarta-feira, o boi gordo era negociado perto de R$ 230 a arroba no Estado de São Paulo, de acordo com o indicador Esalq/B3. “Acho que já chegou o momento da ressaca”, avaliou a sócia-diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel. Na última segunda-feira o economista Alexandre Mendonça de Barros também usou o termo “ressaca” para se referir ao ajuste de preços que tende a ocorrer para equilibrar o mercado. Para Lygia, os frigoríficos já não conseguem repassar a alta do boi, matéria-prima responsável por 80% dos custos de produção, aos atacadistas. Na semana passada, houve quem tentasse vender a carcaça bovina a R$ 16 por quilo, mas as negociações engasgaram e o preço fechou em R$ 15,50. “E agora está saindo a R$ 15”, ressaltou ela. Esse ainda é um nível elevado para os padrões normais. De acordo com o consultor de agronegócios do Itaú BBA, César Castro Alves, o preço histórico da carcaça bovina é de R$ 11 o quilo. “Não tem como sustentar”, disse Alves. Os preços do boi gordo terão de ceder mais, indicou o sócio-diretor da consultoria Athenagro, Maurício Nogueira. O atual preço da carne remuneraria bem um frigorífico se a cotação do boi estivesse entre R$ 190 e R$ 195 por arroba. “Para pagar R$ 230 pelo boi, o preço da carne teria que subir muito mais”, acrescentou o agrônomo. Como o atacado já está demonstrando resistência, o contrário deve ocorrer, acredita Michel Tortelli, da Finpec, que atua na engorda de gado em confinamento. Segundo ele, os próprios frigoríficos farão pressão nesse sentido, dado que as indústrias sem habilitação para exportar à China já trabalham com margens baixíssimas. “Quem opera só no mercado interno está provavelmente com a corda no pescoço”, concordou Alves, do Itaú BBA. Os próprios chineses começaram a fazer jogo duro para reduzir os preços. O preço do dianteiro bovino exportado para a China, que chegou a ser negociado por US$ 7,5 mil tonelada – patamar extremamente rentável -, recuou para US$ 6,5 mil. Nesse cenário, há relatos de que os preços do dianteiro bovino poderão cair a US$ 5,6 mil em 2020, o que ainda seria bom para os frigoríficos, mas insuficiente para sustentar a euforia do boi a R$ 230. A acomodação de preços, porém, não significa que a carne voltará aos níveis do primeiro semestre. “O patamar mudou”, disse Lygia, da Agrifatto, ressaltando que o preço médio do boi e da carne ficará mais caro em 2020 na comparação com este ano. O ciclo da pecuária, com maior retenção de vacas, também colabora para um animal mais caro, em média, acrescentou Lygia.
VALOR ECONÔMICO
China impulsiona exportação e produção de carnes do Brasil em 2020, diz Rabobank
A produção e a exportação de carnes do Brasil deverão avançar no próximo ano, com a ajuda da demanda chinesa, enquanto o país asiático lida com uma menor oferta em função do impacto da peste suína africana no rebanho, avaliou o Rabobank em evento na quinta-feira
“A China começou a demandar muita carne, vai se tornar o maior importador das três carnes. Se considerar Hong Kong, metade do que exportamos, grande dependência…”, disse o analista Wagner Yanaguizawa. Ele comentou que o vírus da peste suína não foi controlado e não será no curto prazo, fazendo com o que o país seja obrigado a elevar compras não só de cortes suínos, mas também de outras carnes. Esse movimento já impulsionou os embarques do Brasil em 2019, colaborando para uma disparada dos preços das carnes no país. “A China tem metade do rebanho suíno global, espera queda de 25% nos volumes este ano…”, disse. Neste contexto, o Rabobank estima que a produção de carne bovina do Brasil deve avançar para 10,45 milhões de toneladas em 2020, ante 10,1 milhões de toneladas vistas em 2019. Na mesma toada, a produção de carne de porco também tende a avançar no ano que vem, de 3,89 milhões de toneladas em 2019 para 4,05 milhões de toneladas em 2020, acrescentou o banco holandês. A instituição vê um avanço mais modesto para a produção de carne de frango —de 13,6 milhões de toneladas neste ano para 13,8 milhões no ano que vem. Em termos de exportação, as carnes bovina e suína devem apresentar as altas mais expressivas em 2020. O Rabobank estima um crescimento de 10,6% nos embarques da proteína bovina no próximo ano, para 2,39 milhões de toneladas. Já a carne de porco deve registrar salto de 14,5% em suas exportações, a 948 mil toneladas. Mais timidamente, a carne de frango tende a acumular embarques de 3,9 milhões de toneladas em 2020, versus 3,8 milhões de toneladas neste ano.
REUTERS
Mercado do sebo segue com preços firmes
No acumulado de novembro, o preço do sebo subiu 10,2% no Brasil Central e está cotado, atualmente, em R$2,70/kg
Desde o final de agosto a cotação subiu 31,7%. No Rio Grande do Sul, o produto está cotado em R$2,85/kg. Apesar da estabilidade em relação à semana anterior, o preço está 7,5% maior frente ao início do mês. Além da boa demanda, a oferta está baixa, o que mantém o viés de alta no mercado.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar fecha em queda de 1% ante real com dados revisados da balança comercial e BC
O dólar fechou em queda ante o real na quinta-feira, a primeira em cinco sessões, com os vendedores reaparecendo depois de ajuste nos dados da balança comercial e da sinalização do Banco Central de disposição para atuar no câmbio
No mercado interbancário, o dólar caiu 1,00%, a 4,2160 reais na venda. Na B3, em que os negócios vão até as 18h15, o dólar de maior liquidez caía 1,25%, a 4,2110 reais. O dólar ensaiou baixa desde a abertura, com investidores à espera da oferta de até 1 bilhão de dólares no mercado à vista, anunciada pelo Banco Central na noite anterior. O BC vendeu todo o lote ofertado. O alívio até então, contudo, era modesto, na casa de 0,2%, especialmente considerando que o dólar vinha de três recordes históricos consecutivos para fechamento e ainda a alta acumulada de 1,57% em quatro pregões seguidos de alta. Por volta de 14h40 as vendas se intensificaram, após o Ministério da Economia revisar dados da balança comercial de novembro para mostrar superávit, e não déficit como informado anteriormente. Pelas novas informações divulgadas na quinta-feira, o país acumulou nas quatro primeiras semanas de novembro saldo comercial positivo de 2,7 bilhões de dólares. O país exportou nas quatro primeiras semanas deste mês o equivalente a 13,5 bilhões de dólares, ante 9,7 bilhões de dólares reportados antes. Na segunda-feira, o ministério havia informado déficit comercial de 1,099 bilhão de dólares no acumulado de novembro. Naquele dia, o dólar fechou numa máxima histórica, impulsionado pelos fracos números da balança e de transações correntes.
“Como alguém já disse: ‘No Brasil até o passado é incerto’”, afirmou no Twitter o gestor Marcos Mollica, da Opportunity. O alívio desta quinta reduziu a alta do dólar no acumulado do mês para ainda expressivos 5,16% —depreciação de 4,91% para o real.
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Ibovespa fecha em alta em dia de volume fraco por feriado nos EUA
A JBS ON encerrou com acréscimo de 3,8%. O Rabobank divulgou estimativas para o setor no Brasil em 2020, projetando crescimento da produção e das exportações de carnes do país. No setor, MINERVA ON ganhou 5,63%, enquanto MARFRIG ON subiu 0,19% e BRF ON caiu 1,15%
O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, numa sessão sem viés único e menor volume pela ausência de Wall Street, com ações de empresas ligadas a consumo entre as maiores altas em véspera da Black Friday, bem como papéis de companhias aéreas, diante da trégua na disparada recente do dólar ante o real. Bancos também se recuperaram durante o pregão, com Banco do Brasil fechando no azul, após sofrerem no começo do dia diante da decisão do governo de limitar o juro do cheque especial, assim como Petrobras, que reverteu as perdas após reação negativa mais cedo ao plano de negócios 2020-2024. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,54%, a 108.290,09 pontos. O volume financeiro da sessão somou 12,76 bilhões de reais, contra uma média diária de 20,57 bilhões de reais no mês.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Preço de suínos sobe em toda cadeia produtiva, diz Cepea
Em outubro, as exportações brasileiras de carne suína alcançaram o terceiro maior volume da série história da Secex
O cenário de oferta reduzida de animais para abate somado ao aquecimento na demanda interna e externa impulsionou os preços de toda a cadeia da suinocultura, desde o suíno vivo até os cortes. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, ontem, o indicador do suíno vivo atingiu R$ 5,15 o quilo em Santa Catarina, recorde nominal da série histórica iniciada em 2010. Em termos reais, com valores deflacionados pelo IGP-DI de outubro/19, é o maior valor desde janeiro de 2015. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça comum está cotada a R$ 8,38 o quilo, recorde nominal para a série desde 2004, e o valor mais elevado em termos reais dos últimos quatro anos. “No caso da procura doméstica, pesquisadores do Cepea relatam forte aumento, o que se deve ao período de fim de ano, quando tipicamente atacadistas começam a formar estoques, e ao preço recorde da principal carne concorrente, a carcaça casada bovina, que leva o consumidor a procurar outras fontes de proteína”, mostra o levantamento. A maior demanda internacional, por sua vez, está atrelada aos contínuos surtos de Peste Suína Africana (PSA) na Ásia, que tem feito com que a agentes dessa região – especialmente da China – aumentem as compras externas da proteína. O Brasil é o quarto maior exportador mundial de carne suína. Em outubro, as exportações brasileiras de carne suína alcançaram o terceiro maior volume da série história da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, iniciada em 1997. Segundo a Secex, foram embarcadas 67,3 mil toneladas de produtos suínos, 17,8% a mais que em setembro. Para a China, especificamente, o volume de outubro somou 25,5 mil toneladas, crescimentos de 14,7% frente ao mês anterior e de 81% em relação a outubro do ano passado. No acumulado dos dez primeiros meses de 2019, foram exportadas 582,9 mil toneladas de carne suína, 12% a mais que no mesmo período de 2018. Desse total, 183,1 mil toneladas tiveram como destino o mercado chinês, o equivalente a 31% das vendas totais.
ESTADÃO CONTEÚDO
Frango: carcaça teve mais uma semana de alta
No mercado atacadista, a carcaça de frango teve mais uma semana de alta, atingindo R$5,25 o quilo, valorização de 0,6% no período
Mesmo com a boa movimentação do atacado, os preços nas granjas de São Paulo seguem inalterados. A ave terminada segue cotada, em média, em R$3,20 o quilo. O setor espera uma maior movimentação do varejo nos próximos dias, se reabastecendo para o período de início de mês e também em função do recebimento do décimo terceiro salário pela população. Com os altos reajustes no preço da carne bovina, a competitividade da carne de frango tem sido beneficiada. Para os próximos dias, os preços devem seguir firmes.
SCOT CONSULTORIA
INTERNACIONAL
Parlamentares da UE liberam aumento em importações de carne bovina dos EUA
Parlamentares da União Europeia aprovaram um aumento nas importações de carne bovina dos Estados Unidos para o bloco nesta quinta-feira, mas criticaram o governo norte-americano por impor tarifas sobre importações de metais, além das ameaças a carros e peças de automóveis da UE
Os membros do Parlamento Europeu votaram por 457 a 140, com 71 abstenções, a favor de um plano para permitir aos produtores dos EUA uma parcela maior de uma cota de 45.000 toneladas existente a partir de 2020. A votação veio com uma resolução pedindo a remoção das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre aço e alumínio da UE e a retirada de sua ameaça de aumentar as tarifas de carros e peças de automóveis da UE. Os parlamentares também pediram a Washington que trabalhasse com Bruxelas para encontrar uma solução para uma disputa sobre subsídios aos fabricantes de aviões, o que levou a casos da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Airbus e a Boeing. A OMC concedeu em outubro aos EUA, no caso da Airbus, o direito de impor tarifas sobre 7,5 bilhões de dólares em importações da UE. O governo norte-americano optou por aplicá-las ao vinho francês, uísques escoceses e irlandeses, azeitonas e queijo de todo o continente. A UE espera que a OMC conceda ao bloco o direito de retaliar no caso de subsídios da Boeing no início do próximo ano.
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