Ano 5 | nº 1126| 21 de novembro de 2019
NOTÍCIAS
Fortes variações no mercado do boi gordo
Na última terça-feira (19/11), a cotação do boi gordo bateu nos R$205,00/@, à vista, bruto. Descontando a alíquota do Senar o preço é R$204,50/@. Livre de Funrural e livre do Senar a cotação é de R$202,00/@
Contudo, em função da excepcional volatilidade do mercado do boi gordo, os agentes do mercado têm alterado as cotações ao longo do dia. Este movimento é fruto da dificuldade de originação de boiadas pela indústria e da retirada de animais das escalas por parte dos pecuaristas, que estão de olho em maiores possibilidades de ganho. A alta atingiu 27 praças, sendo que o destaque de hoje foi Mato Grosso, na média das quatro praças monitoradas pela Scot Consultoria, a alta foi de 4,3%, na comparação feita dia a dia. O norte do estado registrou as maiores valorizações (6,1%). As escalas estão curtas e há negócios com preços acima da referência.
SCOT CONSULTORIA
Ministra ainda espera resposta sobre reabertura dos EUA à carne in natura do Brasil
Reunião com Secretário de Agricultura americana não foi conclusiva
A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que espera um posicionamento de Washington “em breve” sobre a reabertura do mercado americano para a carne bovina in natura brasileira. Ela se reuniu na quarta-feira com o Secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, que prometeu celeridade e prioridade ao processo. Segundo a Ministra, o governo americano está em fase final de análise dos dados que o Brasil enviou em resposta ao relatório de auditoria feita em junho. A Pasta não informou, no entanto, se será necessária uma nova missão americana ao Brasil ou não. Mas a ideia da Ministra era reverter essa intenção dos EUA com a apresentação de explicações feita hoje. “Vamos fazer os trâmites com a maior tranquilidade. Eles me prometeram que em breve teremos notícias sobre a data e se as informações que passamos são suficientes ou não. Vamos aguardar uma decisão deles. Eu espero que seja breve mesmo, pela nossa conversa”, disse a Ministra. Segundo o Ministério da Agricultura, Tereza Cristina e Perdue também conversaram sobre a necessidade de trabalhar em conjunto pela expansão mundial do uso do etanol, de modo a torná-lo um produto global. Sobre a cota de importação de 750 mil toneladas de trigo por ano com alíquota zero definida recentemente pelo Brasil a Ministra afirmou que “era uma ansiedade dos Estados Unidos, mas já está implementada”. Tereza Cristina deve voltar em fevereiro de 2020 aos Estados Unidos para tratar com Perdue da ampliação do AG-5 (EUA, Brasil, Argentina, Canadá e México). Deve ser discutida a entrada de dois países exportadores de grãos no bloco. Outra ideia é explorar questões como defesa da ciência nas definições de padrões sanitários e fitossanitários.
VALOR ECONÔMICO
Preços de bovinos para reposição com viés de alta
O mercado de reposição está firme. A oferta está restrita na maior parte das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria
Na última semana houve alta de 1,0%, considerando a média dos machos anelorados de todos os estados pesquisados. Já para as fêmeas aneloradas, a valorização foi de 1,2%, considerando a média de todas as categorias aneloradas e praças, no mesmo período.
SCOT CONSULTORIA
Pressão de baixa no mercado do couro verde
Em outubro, o Brasil exportou 38,8 mil toneladas de peles, aumento de 7,4% em relação a setembro último (Secex)
No acumulado de janeiro a outubro, o país embarcou 380,2 mil toneladas de couro, volume 2,5% maior que o mesmo período de 2018. Entretanto, o faturamento com a exportação, no mesmo período, foi 21,6% menor. Apesar do maior volume de couro embarcado na comparação mensal, a baixa demanda pelo produto final no mercado interno mantém o mercado do couro verde com os preços frouxos.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Ministério estima que valor da produção agropecuária do país em 2020 cairá 0,7%, para R$ 605,4 bi
Apesar de aumentos previstos para soja e bovinos, cenário está pior para produtos como milho, algodão, laranja e feijão. Para as cinco principais cadeias produtivas da pecuária, a Pasta projeta aumento de 1,3% do VBP, para R$ 212,3 bilhões, puxada por bovinos
O valor bruto da produção (VBP) agropecuária nacional deverá alcançar R$ 605,4 bilhões em 2020, segundo as primeiras estimativas do Ministério da Agricultura para o ano que vem, divulgadas ontem. O montante é 0,7% menor que o cálculo da Pasta para 2019 (R$ 609,5 bilhões, 1,7% mais que em 2018), mas o patamar, se confirmado, ainda é considerado elevado. No cenário traçado, a queda será puxada pelo resultado conjunto das 21 principais lavouras cultivadas no país — R$ 393,2 bilhões, com queda de 1,7% ante este ano (R$ 400 bilhões, 0,7% menos que em 2018). E essa queda na frente agrícola em 2020 será determinada, mantidas as atuais condições de mercado, sobretudo por pioras nas cadeias produtivas de milho (6,6% em relação a 2019, para R$ 57,2 bilhões), algodão (10,4%, para R$ 37,5 bilhões), laranja (28,5%, para R$ 9,8 bilhões) e feijão (19,1%, para R$ 7,7 bilhões). No caso da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, a previsão do ministério é de 12,4% no ano que vem, para R$ 149 bilhões, em linha com um projetado aumento da colheita no país, que poderá bater novo recorde. Para as cinco principais cadeias produtivas da pecuária, a Pasta projeta aumento de 1,3% do VBP, para R$ 212,3 bilhões, puxada por bovinos (alta de 2,9%, para R$ 85,7 bilhões) e suínos (10%, para R$ 17,9 bilhões). Ambas as proteínas têm sido favorecidas pelos incrementos de demanda e preços no mercado internacional, em razão dos reflexos sobre o consumo na China provocados pela epidemia de peste suína africana. O frango também vem sendo favorecido, mas depois da forte alta do valor de sua produção em 2019 o ministério projeta queda de 1,6% em 2020, para R$ 61,8 bilhões.
VALOR ECONÔMICO
Tostes Neto antecipa arrecadação de outubro, diz que reforma tributária será enviada neste ano
A arrecadação federal foi de 135 bilhões de reais em outubro, patamar equivalente ao registrado no mesmo mês do ano passado, afirmou na quarta-feira o Secretário Especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, citando números preliminares
Tostes Neto adiantou os dados em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, na qual indicou que o governo enviará sua proposta de reforma tributária aos parlamentares ainda neste ano. Sobre a arrecadação, ele acrescentou que, no acumulado de janeiro a outubro, houve alta real de 1,9% na arrecadação, a cerca de 1,120 trilhão de reais. A jornalistas, ele corrigiu mais tarde o número a 1,140 trilhão de reais. Durante sua participação na audiência, Tostes Neto disse que há “total abertura e disposição do governo” em dialogar com todos os setores sobre a construção de uma reforma tributária. “Vamos começar tão logo a proposta do governo seja encaminhada a essa Casa”, afirmou ele, sem se comprometer com prazos. Ele também afirmou que, dentre os desafios da Receita, estão a manutenção dos níveis de arrecadação necessários para o equilíbrio fiscal e a priorização da simplificação tributária. Segundo Tostes, contudo, a proposta de reforma tributária do governo Jair Bolsonaro será enviada ao Congresso Nacional neste ano. O Secretário reiterou que a proposta só alcançará os tributos do governo federal, mirando simplificação e racionalização de PIS, Cofins e IPI. Ele afirmou que o governo tem expectativa que Estados e municípios discutam “conceber idêntica proposta de racionalização para os demais tributos sobre o consumo”. Tostes Neto também indicou que o governo enviará à Câmara dos Deputados um projeto para corrigir benefícios tributários da cesta básica, excluindo do rol alimentos que são consumidos pela população de alta renda, como o queijo suíço. O Secretário também disse que a tributação sobre lucros e dividendos estará presente na proposta do governo de revisão do Imposto de Renda, e que virá acompanhada de redução da tributação sobre empresas. “Está sendo considerada nos nossos estudos a necessidade de revisar a tributação da renda e, sobretudo, dentro da tributação da renda hoje existente, de medidas que diminuam a regressividade da estrutura atual, tornando mais progressiva a imposição do tributo sobre a renda”, afirmou. A instituição de um imposto sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF, não fará parte do pacote do governo, complementou ele. Numa primeira fase, ainda em novembro, o governo deverá enviar um projeto de lei que unifica o PIS e a Cofins (Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social). A segunda fase, prevista para o início do próximo ano, prevê o encaminhamento da mudança no IPI, enquanto a terceira fase vai se concentrar no Imposto de Renda de pessoas físicas, pontuou o secretário ao Estadão. A última etapa envolverá desoneração da folha de salários das empresas.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Em alta, carne de frango vai inflacionar a ceia natalina
Reajustes feitos por BRF, Seara e Aurora superam 15%
O peru de Natal e os cortes de frango e suíno típicos das festas de fim de ano ficarão bem mais caros na ceia de 2019. As alternativas, como bacalhau e churrasco, tampouco darão alívio. Pelo contrário. A valorização do dólar encareceu o peixe importado e, para os amantes de picanha, a disparada dos preços do gado, resultado da crescente demanda da China -, é a má notícia e já teve reflexos nos preços da carne. Indústrias relevantes nesse mercado, a BRF – dona das marcas Sadia e Perdigão -, a Seara e a catarinense Aurora Alimentos reajustaram os preços dos produtos natalinos em até 30% em relação ao ano passado. Líder, a BRF aumentou os preços entre 15% e 18%, disse ao Valor Manoel Martins, Diretor Comercial de Autosserviço da BRF no Brasil. A Aurora reajustou o preço dos produtos natalinos de aves na mesma magnitude, mas nos cortes de suínos o aumento foi maior, de 25% a 30%. De acordo com Leomar Somensi, Diretor Comercial da Aurora, os preços da carne suína (lombo, tender, entre outros) subiram em razão da maior demanda externa, que reduziu a disponibilidade interna. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da carne de porco aumentou 12,4% nos últimos 12 meses encerrados em outubro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador geral, que mede inflação oficial do país, variou bem menos no período – só 2,54%. Como um todo, as proteínas representam 6,73% do IPCA, ou 27% do grupo alimentação e bebidas, segundo o economista Fábio Romão, da LCA Consultores. Na indústria de carne de frango, o efeito chinês é menos importante. O que pesa é o ajuste de produção feito para resolver um problema de 2018, quando as empresas do setor sofreram com estoque alto e preço baixo. Em média, os preços da carne de frango subiram 18,8% em 2019 no atacado de São Paulo, conforme levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Aos consumidores do país, o preço do frango inteiro subiu 8,69% nos últimos doze meses até outubro, conforme o IPCA.
VALOR ECONÔMICO
Exportadores de frangos dos EUA poderão vender US$ 1 bi por ano para China
De acordo com dados divulgados pelo USDA, os EUA são o segundo maior exportador de carne de frango e produtos avícolas do mundo
O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês) comemorou a decisão de China de suspender a proibição de importação de carne de aves dos Estados Unidos. “Os Estados Unidos saúdam a decisão da China de finalmente suspender sua proibição injustificada de aves e produtos avícolas dos EUA. Esta é uma ótima notícia para os agricultores da América e para os consumidores da China”, disse o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, em nota. Segundo Lighthizer, com o fim do embargo, exportadores dos Estados Unidos poderão vender cerca de US$ 1 bilhão em carne de aves e produtos avícolas por ano para a China. A reabertura de mercado também foi comemorada pelo Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue. “Depois de ficarem fora desse mercado há anos, os produtores e exportadores de aves dos EUA recebem com satisfação a reabertura do mercado chinês para seus produtos”, disse no comunicado. A proibição estava em vigor desde 2015, quando foram registrados surtos de gripe aviária nos EUA. A liberação já havia sido anunciada anteriormente como parte das negociações comerciais entre os dois países, mas ainda não havia sido oficializada. Como parte do acordo com Washington, Pequim está se comprometendo em aumentar as compras de produtos agrícolas. A medida ocorre em meio à epidemia da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) que dizimou aproximadamente metade do plantel chinês de suínos. De acordo com dados divulgados pelo USDA, os EUA são o segundo maior exportador de carne de frango e produtos avícolas do mundo. No último ano, as exportações do setor geraram receita de US$ 4,3 bilhões.
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