CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 647 DE 29 DE NOVEMBRO DE 2017

abra

Ano 3 | nº 647 29 de novembro de 2017

NOTÍCIAS

Bancada ruralista acerta votação de urgência de PL do Funrural

Após acordo com a oposição, a bancada ruralista acertou, na terça-feira (28), com o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação em plenário de um requerimento de urgência para acelerar o projeto de lei para substituir a Medida Provisória 793, que criou um Refis para parcelar dívidas com o Fundo de Assistência ao trabalhador Rural (Funrural), que caducaria hoje

Como parte do acordo, os ruralistas resolveram protocolar, ainda ontem, um projeto que também incluísse as renegociações de dívidas de crédito rural contraídas por pequenos produtores com bancos públicos, como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. De acordo com a deputada Tereza Cristina (sem partido-MS), que foi relatora da MP do Funrural e que também vai relatar o PL, a proposta está quase fechada e os deputados ruralistas pretendiam votar o requerimento de urgência ainda ontem, para emplacar o texto no plenário já na sessão desta quarta-feira (29). A ideia é que o projeto seja aprovado pelo Senado na próxima semana, já que o prazo de validade da MP 793 termina nesta terça e, em tese, a Receita Federal já poderá cobrar os produtores e as empresas devedoras a partir desta quarta. De acordo com a articulação feita com partidos da oposição, como PT e Psol, o novo projeto permitirá que pequenos produtores de todo o país tenham prorrogadas, por mais um ano, suas parcelas de financiamentos voltados a agricultores familiares como Pronaf, crédito fundiário e Banco da Terra, que contam com juros subsidiados pelo governo, mas venceriam em 29 de dezembro deste ano. A proposta de lei também permite que os produtores inadimplentes com esses financiamentos tenham até 31 de julho de 2018 para serem inscritos na Dívida Ativa da União; e, ainda, autoriza os bancos a renegociarem esses débitos. “Já está tudo acertado com o Tesouro Nacional, a PGFN [Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional] e a Casa Civil”, disse o deputado Zé Silva (SD-MG), um dos autores do projeto, junto com Luís Carlos Heinze (PP-RS). O acordo tenta evitar que o assunto trave novamente no Congresso, depois que um impasse atingiu a MP que criava um Refis para parcelar dívidas estimadas em R$ 17 bilhões com o Funrural. Como já mostrou o Valor, o PL vai aproveitar pontos do relatório da deputada Tereza Cristina na comissão. O parecer da deputada estendeu o prazo de adesão de 30 de novembro para 20 de dezembro, aumentou de 25% para 100% os descontos tanto para multas quanto para os encargos sobre as dívidas acumuladas com o Funrural, ampliou de 30 de abril para 30 de agosto deste ano a data de vencimento final para os débitos que podem ser incluídos no Refis, e permitiu às empresas rurais utilizarem créditos com prejuízo fiscal apurados em qualquer período para obter a dívida do Funrural com a Receita Federal.

VALOR ECONÔMICO

Mais um mês de alta nas exportações brasileiras de carne bovina in natura

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, até a quarta semana de novembro, foram exportadas 92,8 mil toneladas de carne bovina in natura, com faturamento total de US$398,4 milhões.

A média diária foi de 5,8 mil toneladas. Caso o ritmo das exportações continue o volume total exportado deve ser de 116,0 mil toneladas, alta de 53,0% em relação ao mesmo período do ano passado. Já são seis meses de alta no volume exportado em relação ao último ano. Entre os principais compradores de carne bovina in natura, em volume, de janeiro a outubro de 2017, estão: Hong Kong, China, Rússia e Egito. Na última segunda-feira (20/11), a Rússia restringiu a importação de carne bovina e suína do Brasil. Normalmente esse período do ano é marcado por redução nas importações desse país por questões climáticas, o que não deve afetar tão fortemente as exportações. Entretanto, fica a expectativa de que a retomada aconteça logo já que o país é um importante comprador.

SCOT CONSULTORIA

Frigoríficos pagam até R$ 2 acima da referência para ajustar escalas de abate

O mercado físico do boi gordo teve preços mais altos em algumas regiões produtoras na terça-feira, dia 28

Segundo a consultoria Safras & Mercado, os preços devem continuar subindo devido ao aquecimento da demanda típico de final de ano. Ao mesmo tempo, a oferta de animais terminados continua restrita, dificultando o avanço das escalas de abate, que seguem posicionadas entre dois a três dias úteis. De acordo com a Scot Consultoria, em São Paulo são comuns ofertas de compra entre R$ 1 e R$ 2 por arroba acima da referência. No Rio Grande do Sul o cenário está semelhante. Desde o início do mês a cotação subiu 8,1% e a referência está em R$ 4,65 o quilo, à vista, livre do Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural). O mercado atacadista também teve um dia de preços firmes. “A perspectiva ainda é de preços mais altos diante de um bom reposicionamento entre atacado e varejo”, disse o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias. Em relação às exportações da carne bovina, até a quarta semana de novembro, foram exportadas 92,8 mil toneladas de carne in natura. Caso esse ritmo continue, o Brasil poderá exportar 116 mil toneladas, o que representaria alta de 53% em relação ao mesmo período do ano passado.

Boi gordo no mercado físico – R$ por arroba

Araçatuba (SP): 142,50

Belo Horizonte (MG): 138,50

Goiânia (GO): 134,00

Dourados (MS): 132,00

Mato Grosso: 125,50-128,00

Marabá (PA): 133,00

Rio Grande do Sul (oeste): 4,65 (kg)

Paraná (noroeste): 137,00

Tocantins (norte): 135,00

CANAL RURAL

Boi gordo: oferta reduzida e melhor demanda colaboram para preços em alta

O cenário é de preços firmes. A dificuldade em comprar boiadas e alongar a escala de abate, são as causas da oferta de compra acima da referência

Em São Paulo, nesta terça-feira (28/11) foi mais um dia de alta. A arroba do boi gordo, ficou cotada em R$142,50, à vista, livre de Funrural, alta de 4% desde o início do mês. No estado, ofertas de compra entre R$1,00 e R$2,00 por arroba acima da referência são comuns. No Rio Grande do Sul o cenário está semelhante. Desde o início do mês a cotação subiu 8,1% e a referência ficou em R$4,65/kg, à vista, livre de Funrural. A proximidade com o início do mês e o recebimento do 13o. salário, ajudam no escoamento da carne bovina.

SCOT CONSULTORIA

Desempenho externo das carnes na 4ª semana de novembro

Para a carne bovina há aumento de quase 50% sobre o mesmo mês de 2016

Os produtos apresentaram uma redução de 2% em relação ao mês anterior e aumento de 14,5% sobre novembro de 2016. Considerada a média diária da receita cambial, as carnes tiveram, na semana que passou, a quarta de novembro, o pior resultado do mês. Isso, claro, afetou a receita acumulada no período (16 dias úteis, de um total de 20 dias úteis) que, ainda pela média diária, apresenta redução de 2% em relação ao mês anterior e aumento de 14,5% sobre novembro de 2016. As exportações de carne suína tendem a ficar em torno de 47,5 mil toneladas, as de carne bovina em torno de 116 mil toneladas e as de carne de frango em torno das 295 mil toneladas. Se confirmados, esses volumes significarão: – Para a carne suína: redução de, praticamente, 3% sobre o mês anterior e de cerca de 25% sobre novembro de 2016; – Para a carne bovina: redução de 2,5% sobre outubro passado e aumento de quase 50% sobre o mesmo mês de 2016 (ocasião em que foi registrado o menor volume do ano que passou); – Para a carne de frango: redução da ordem de 12% sobre outubro passado e aumento de mais de 8% sobre novembro de 2016.

AGROLINK

Ministro destaca importância da Secretaria, mas ressalta necessidade de mudanças estruturais

Defesa Agropecuária 40 anos. Blairo Maggi: “agropecuária brasileira avançou muito e a fiscalização precisa acompanhar”

Na cerimônia de aniversário de 40 anos da criação da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na terça-feira (28), o Ministro Blairo Maggi, destacou a importância do órgão para garantia da segurança sanitária e fitossanitária dos alimentos, mas alertou sobre a necessidade de mudanças estruturais que assegurem o melhor acompanhamento do Estado no processo de fiscalização. “Nós últimos 40 anos o Brasil avançou muito na agricultura e pecuária”, disse Blairo Maggi. “Passamos de grandes importadores para grandes players no mundo do agronegócio e por isso as mudanças são necessárias”. Há alguns meses, o Mapa contratou consultoria independente para formatar mudanças na estrutura da SDA que possibilitem o melhor acompanhamento do setor. No entanto, o Ministro deixou clara a importância do trabalho dos fiscais e garantiu que não haverá “perda de poder”, nem redução do controle do Estado nos trabalhos desenvolvidos pela SDA. Para o ministro, é fundamental o apoio dos servidores para concretização das mudanças. As propostas, segundo Maggi, estão sendo analisadas. A principal mudança a ser implementada é a verticalização do processo e consequente eliminação de influência política. “Havia sempre uma reclamação por parte dos nossos compradores mundiais de que poderia haver influência política no processo decisório. Com esse sistema que nós estamos propondo elimina-se muito essa possibilidade”, explicou o Ministro. O Secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, garantiu que está participando de todas as discussões sobre o processo de mudança na SDA e que, se implementado, o serviço será ainda mais robusto. Na solenidade de comemoração da SDA foram homenageados 18 servidores e ex-servidores que se destacaram em suas atividades ao longo das últimas quatro décadas. Também foi apresentado ao Ministro o serviço de cães farejadores do Ministério que atuam em aeroportos brasileiros apoiando o trabalho de fiscalização. A SDA atua na formulação de políticas públicas voltadas para a garantia da sanidade vegetal e animal, a inocuidade dos insumos e a credibilidade dos serviços utilizados na agropecuária.

MAPA

EMPRESAS

Minerva faz plano para elevar vendas no mercado brasileiro Após diversificar as operações em vizinhos do Mercosul com o início das operações na Argentina e a ampliação das capacidades no Paraguai e no Uruguai, a Minerva Foods se prepara avançar no mercado brasileiro

Com a retomada da economia do país, em outubro as vendas de carnes já registraram aumento expressivo, afirmou ontem o Presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, no “Minerva Day”, encontro com investidores realizado na capital paulista. “Outubro foi um mês recorde e mostrou a força do mercado brasileiro”, ressaltou. Terceira maior produtora de carne bovina do Brasil, com faturamento anual superior a R$ 13 bilhões, a Minerva quer aproveitar o cenário mais favorável em 2018 para ampliar a base de clientes no Brasil, sobretudo nos segmentos de food service (alimentação fora do lar) e cozinhas industriais, segundo o responsável pelas operações da companhia no país, Luis Ricardo Luz. A meta é expandir em quase 30% o número de clientes regulares que adquirem os produtos da empresa, para cerca de 45 mil no próximo ano. Hoje 35 mil clientes compram carnes da Minerva em todos os meses do ano. O número total de pontos de venda atendidos pela empresa chega a cerca de 50 mil, mas uma parte deles não faz compras regularmente. Para avançar no food service, a companhia está “remodelando” a subsidiária Minerva Fine Foods (MFF), que conta com uma fábrica de carnes processadas em Barretos, município paulista onde a Minerva está sediada. De acordo com Luz, a MFF a produzirá carne in natura porcionada a partir do primeiro trimestre do próximo ano. Outro trunfo da Minerva no Brasil é a estratégia “one stop shop”, por meio da qual a empresa fornece não só carne bovina para o pequeno varejo, mas também outras carnes e vegetais. A avaliação da companhia é que essa estratégia ajuda a ampliar a “capilaridade” da empresa. Hoje, cerca de 30% dos itens vendidos no país não são feitos pela companhia, que só atua em carne bovina. Bem-sucedida no Brasil, essa estratégia também deve ser replicada nos demais países do Mercosul, onde a Minerva avançou neste ano com a aquisição das unidades que a JBS tinha na Argentina, Paraguai e Uruguai, por cerca de R$ 1 bilhão. Nos mercados desses países, a empresa também almeja chegar aos 30% de itens produzidos por terceiros. No Paraguai, por exemplo, esse índice é de 10%, disse Patrício Silveira, executivo responsável pelas operações da Minerva no Uruguai e no Paraguai. Embora seja uma empresa majoritariamente voltada para o mercado externo – a Minerva obtém de 65% a 70% do faturamento na exportação -, os mercados internos dos países nos quais tem operações estão em um momento “único”, afirmou Galletti de Queiroz. Ele lembrou que a economia argentina está em recuperação e que as perspectivas também são boas na Colômbia e no Paraguai. No mercado externo, a Minerva também espera notícias positivas em 2018. Segundo o Presidente da companhia, a abertura do mercado de carne bovina in natura dos Estados Unidos para a Argentina deve ocorrer até o início do próximo ano. Além disso, o Uruguai está “às vésperas de ser aprovado para o Japão”, comemorou o empresário. No caso do Brasil, que representa 45% da produção da companhia, também há reabertura de mercados no horizonte, disse o executivo. A expectativa de Galletti é que os EUA reabram o mercado de carne bovina in natura para o país no primeiro trimestre do próximo ano. Os americanos embargaram o produto brasileiro em junho devido à presença, dentre outras coisas, de abcessos na carne trazida do Brasil.

VALOR ECONÔMICO

INTERNACIONAL

Espanha tem caso atípico de “vaca louca”

O Ministério da Agricultura da Espanha reportou ontem à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) um caso atípico de “vaca louca” em seu território

A doença foi detectada em uma fazenda no distrito de El Sahugo, na região de Castilla e León, próxima à fronteira de Portugal. Em março passado, outro caso atípico da doença, normalmente identificado em animais mais velhos, já havia sido identificado na região. Nesses casos, em geral, não há restrições comerciais. Nos anos 1990, a Europa (sobretudo o Reino Unido) foram severamente afetados pela doença em bovinos, o que levou a prejuízos milionários ao setor.

VALOR ECONÔMICO

Maiores informações:

ABRAFRIGO

imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br

Powered by Editora Ecocidade LTDA

041 3088 8124

https://www.facebook.com/abrafrigo/

abrafrigo

Leave Comment