Ano 3 | nº 576 | 11 de agosto de 2017
NOTÍCIAS
BOI/CEPEA: Disponibilidade reduzida mantém cotações do boi gordo em alta
Preços do boi gordo subiram nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea
Os preços do boi gordo subiram nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Com a menor oferta de animais, frigoríficos têm tido dificuldades na compra de novos lotes, elevando os valores ofertados aos pecuaristas. De acordo com operadores consultados pelo Cepea, as altas só não foram mais significativas por conta das escalas alongadas de algumas unidades de abate. Entre 2 e 9 de agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo registrou alta de 0,39%, fechando a R$ 127,51 nessa quarta-feira, 9. No mercado atacadista da carne com osso, os preços também reagiram na última semana, refletindo a maior demanda, típica em início de mês. Entre 2 e 9 de agosto, a carcaça casada do boi se valorizou 2,62%, para R$ 9,01/kg nessa quarta.
Abate kosher muda e exige mais investimentos no Mercosul
A partir de junho do próximo ano, o processo de abate kosher, feito conforme a lei judaica e exigido por Israel, mudará
A mudança vai exigir investimentos dos frigoríficos habilitados para esse tipo de abate, mas também trará novas perspectivas para a carne kosher, segundo Felipe Kleiman, consultor nessa área. No sistema de abate atual, os animais são imobilizados à força por várias pessoas antes da degola, provocando muito estresse. A partir de agora, os frigoríficos deverão instalar um boxe rotativo para o abate kosher, buscando reduzir o sofrimento dos animais. Trata-se de um boxe no qual o animal entra e, acionado um mecanismo giratório, é posto em posição ideal para a degola. O abate kosher é feito por um rabino que, com uma faca afiada como um bisturi, faz uma incisão precisa, propiciando ao animal menos dor. “O procedimento é rápido e executado com respeito”, diz Kleiman. O mercado está mudando, e os abates devem seguir as novas tecnologias apropriadas, segundo o consultor. O Mercosul é o grande fornecedor de carne kosher para Israel, país que importa perto de US$ 400 milhões por ano desse tipo de proteína. Pelo menos 80% do volume de carne comprada pelos israelenses sai dos frigoríficos do Mercosul. Kleiman diz que os frigoríficos terão impacto econômico com a instalação desse boxe. Além do custo do equipamento, da exigência de maior espaço nos frigoríficos e de eventuais reformas, os abates serão mais lentos. Serão abatidos, em média, 60 animais por hora no boxe rotativo, menos que os 80 do sistema convencional. O mercado está se redesenhando e esse custo vai ser recompensado com uma valorização maior da carne, segundo Kleiman.
Folha de São Paulo
EMPRESAS
Marfrig irá reabrir frigorífico em Rondônia
A Marfrig Global Foods, segunda maior empresa de carne bovina do país, vai reabrir o quarto frigorífico do ano
A empresa chegou a um acordo para arrendar o frigorífico que o Frialto, em recuperação judicial, possui em JiParaná, em Rondônia. A unidade do Frialto está fechada desde 2010, quando a empresa de origem mato-grossense pediu recuperação. A expectativa é que a Marfrig comece a abater em Ji-Paraná dentro de 60 dias. A planta precisa de obras de manutenção. O frigorífico arrendado pela Marfrig tem capacidade para abater 1,1 mil bois por dia. A plena capacidade, pode empregar mais de mil funcionários, o que já anima os moradores do município. Em sua página no Facebook, o prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), comemorou a decisão. “Muitos meses de tratativas para esta espetacular notícia”, disse. Procurada pelo Valor, a Marfrig não comentou. A empresa está em período de silêncio até a próxima segunda-feira, quando divulga o balanço do segundo trimestre. Além da unidade Ji-Paraná, a Marfrig já havia acertado a reabertura dos frigoríficos de Pirenópolis (GO), Nova Xavantina (MT) e Paranaíba (MS). A empresa também negocia com o governo do Rio Grande do Sul a reabertura do abatedouro de Alegrete. Com esse movimento, que busca aproveitar a maior oferta de boi gordo, a Marfrig pode aumentar a produção em mais de 25%.
VALOR ECONÔMICO
BRF tem terceiro prejuízo trimestral seguido no segundo trimestre
Pelo terceiro trimestre consecutivo, a BRF ficou no vermelho. Dona das marcas Sadia e Perdigão, a empresa reportou nesta quinta-feira um prejuízo líquido de R$ 167,3 milhões no segundo trimestre
No mesmo período de 2016, a companhia havia lucrado R$ 31 milhões. A receita líquida da BRF somou R$ 8 bilhões, redução de 5,7% na comparação anual. A BRF foi fortemente impactada no período pela Operação Carne Fraca. Deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal, a investigação provocou uma série de embargos às carnes brasileiras. A empresa calcula que a Carne Fraca trouxe perdas de R$ 117 milhões. Diante disso, a companhia também amargou uma diminuição de quase 40% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Entre abril e junho, a BRF registrou um Ebitda de R$ 575 milhões, ante R$ 944 milhões no mesmo período de 2016. Com isso, a margem Ebitda da empresa caiu 3,9 pontos na mesma comparação, ficando em 7,2%. A queda do Ebitda, decorrente sobretudo da Carne Fraca, teve reflexos negativos nos índices de endividamento da BRF. No fim de junho, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda em doze meses ficou em 4,90 vezes, ante 4,24 vezes em 31 de março. Além da redução do Ebitda, a alavancagem também foi afetada pelo pagamento de R$ 556 milhões pelas aquisições internacionais da Invicta e da turca Banvit. A dívida líquida de R$ 310 milhões da Banvit também aumentou o endividamento da BRF. No relatório que acompanha o balanço, a companhia reconheceu que o atual índice de alavancagem está “bem acima” do nível considerado ideal — de 2 vezes a 2,5 vezes. Nesse contexto, o conselho de administração da BRF autorizou a empresa a vender até 13,4 milhões das ações que possui em tesouraria para fazer caixa. Aos valores atuais — as ações da BRF fecharam hoje a R$ 39,00 —, poderá obter até R$ 525 milhões com a venda desses papéis. Paralelamente, o conselho da BRF também autorizou a empresa a firmar contratos de swap com um banco em valores equivalentes aos das ações em tesouraria. A partir desses swaps, a BRF receberá a variação do preço de suas ações e pagará ao banco um percentual do CDI mais um spread. Na prática, a BRF quer evitar que a venda das próprias ações seja vista como um mau negócio, uma vez que a companhia adquiriu as próprias ações no mercado a preços mais elevados, o que chegou a gerar descontentamento em alguns conselheiros. Além disso, os swaps sinalizam que companhia aposta na alta das próprias ações, que caíram 44,5% desde o auge, em 2015. No balanço do segundo trimestre, a BRF destacou a reversão da trajetória de perda de participação de mercado no Brasil. No período, houve ganho de 0,8 ponto percentual, com destaque para os embutidos, cuja fatia aumentou 3,5 pontos percentuais, o que pode ser visto como um avanço sobre a Seara, da JBS. No entanto, nem todas as categorias tiveram bom desempenho. Em pratos prontos, a BRF perdeu 2,7 pontos percentuais.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Turquia liberou permissões para importação de gado vivo
O governo da Turquia anunciou que voltou ao sistema antigo de compra de animais vivos do Uruguai, sem mais fazer licitações, e que o sistema será aberto para todos o que já operavam tradicionalmente nesse sistema, informou o exportador uruguaio, Fernando Fernández
Ele explicou que a determinação foi tomada pelo novo Ministro da Agricultura e Alimentação da Turquia, que tem como objetivo “reacomodar as compras de bovinos” e “cumprir com os prazos estipulados que não foram alcançados com o sistema anterior”. Na próxima semana, a modificação será publicada no boletim oficial. A liberação de permissões é para a importação de bovinos d América do Sul e do Norte, com um compromisso de compra de 500.000 cabeças. Fernández disse que dentro do continente, os mercados que competem são o Brasil, mais competitivo em preços; Uruguai, com valores médios; e Estados Unidos, com preços mais altos. As posições mais fortes de vendas som as de Brasil e Uruguai, mas o empresário afirmou que vários importadores da Turquia preferem pagar valores superiores pela boa qualidade do produto norte-americano. De qualquer forma, ele disse que às expectativas do Uruguai são altas.
El País Digital
Exportações de carne bovina da Austrália aumentam pela primeira vez em 24 meses
As exportações australianas de carne bovina em julho totalizaram pouco menos de 93 mil toneladas – um aumento de 9% com relação ao ano anterior
Embora o aumento tenha sido com relação a uma base baixa dos níveis do ano passado, isso marca o primeiro aumento anual nas exportações australianas de carne bovina em 24 meses.
As exportações de carne bovina até agora nesse ano foram de 566 mil toneladas, um declínio de 8% em relação aos primeiros sete meses de 2016. No entanto, nas últimas projeções do Meat and Livestock Australia (MLA), uma revisão para cima da produção australiana prevista para 2017, apoiada pelo aumento dos abates de gado nos estados do leste e pelos maiores pesos médios das carcaças, as exportações de carne bovina deverão alcançar as 1,02 milhões de toneladas do ano passado. O Japão continua sendo o maior mercado de exportação da Austrália (em termos de volume), totalizando 27.000 toneladas em julho – 12% acima dos níveis do ano passado. Os altos preços domésticos de Wagyu e excelentes condições sazonais no Japão têm apoiado a demanda de carne bovina importada. As exportações aos EUA em julho aumentaram em 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, com pouco mais de 23.000 toneladas. O aumento ocorreu apesar das exportações australianas para os EUA serem desafiadas por uma série de fatores, incluindo o aumento da produção de carne bovina dos EUA e um dólar australiano mais forte. As exportações para a Coreia permaneceram relativamente inalteradas em relação ao ano anterior, com 14 mil toneladas. As perspectivas a longo prazo para este mercado são de que se manterão fortes. As exportações para a China aumentaram em 10% com relação ao ano anterior, para quase 9.000 toneladas. A demanda de carne bovina australiana continua forte na China, porém a presença de produtos brasileiros de baixo valor continua sendo um desafio. Em outros mercados em julho, as exportações para a Indonésia cresceram 15% com relação ao ano anterior, para 5.300 toneladas. Os embarques para a UE (1.500 toneladas) e Taiwan (2.800 toneladas) diminuíram em 2% e 6% em relação ao ano anterior, respectivamente.
MLA
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