CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 462 DE 23 DE FEVEREIRO DE 2017

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Ano 3 | nº 462 23 de Fevereiro de 2017

NOTÍCIAS

Mercado do boi com maior resistência a novas baixas

O mercado está sem espaço para ajustes de preços

As tentativas de compra se alinham cada vez mais à referência. Isso é sinal de que o nível de oferta de boiada, que parecia ter melhorado nas últimas semanas, não permite compras com facilidade. E, do outro lado, está a demanda. Sem fôlego para puxar as vendas de carne a ponto de levar os compradores a intensificarem os negócios para aquisição de matéria-prima. Este comportamento fica claro com a estabilidade na maioria das praças. As mudanças frequentes de preços que ocorriam na primeira metade do mês param de ocorrer. Em São Paulo, porém, a especulação segue grande. Enquanto há indústrias oferecendo R$143,00/@, à vista, há escalas sendo feitas por R$147,00/@, nas mesmas condições. Quem oferta menos não tem interesse de alongar as programações de abate. No mercado de carne bovina, poucos negócios e preços estáveis.

SCOT CONSULTORIA

Lento escoamento mantém mercado equilibrado

Mesmo com escalas curtas, o lento escoamento da carne não gera a necessidade de as empresas intensificarem suas compras

Na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria, as cotações se mantiveram estáveis na última terça-feira, dia 21. Em São Paulo, a dificuldade de compra de boiadas impossibilita o alongamento das escalas de abate. As programações da maioria das empresas do estado atendem em torno de dois a quatro dias. Mesmo com escalas relativamente curtas, o lento escoamento da carne não gera a necessidade de as empresas intensificarem suas compras. Dessa forma, o mercado se mantém “equilibrado”. A referência em São Paulo está em R$ 145 a arroba, à vista. Há ofertas de até R$ 2 abaixo da referência, como também há quem oferte R$ 1 acima. No mercado atacadista de carne bovina com osso o boi casado de animais castrados está cotado em R$9,41/kg.

CANAL RURAL

Oferta de carne viria de produtividade e não do abate de fêmeas

Diretor do Cepea analisa o momento atual típico de safra…

No momento, o cenário da pecuária no Brasil enfrenta um movimento típico de safra. Os preços caem em decorrência de um desequilíbrio entre a demanda desestabilizada e o aumento de oferta, já que a produtividade das pastagens atinge o pico nos meses de janeiro e fevereiro, sendo o melhor momento para a produção do boi a pasto. De acordo com Sérgio de Zen, pesquisador do Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Cepea), da Universidade de São Paulo, “existem questões pontuais que podem afetar isso, mas no geral, é o comportamento esperado para essa época”. O jogo, segundo ele, começa a mudar nos meses de março e abril, quando o boi a pasto chega a seu ponto máximo. No mês de maio, os produtores tradicionalmente tomam a decisão entre vender seu boi ou suplementar com o confinamento. Neste momento, dois fatores entram para a tomada de decisão: os preços no mercado futuro e os custos necessários para manter o boi. Em julho e agosto, normalmente, os preços começam a reagir. Em setembro, até meados de novembro, o boi confinado entra no mercado, mas a oferta de pasto praticamente zera. Por outro lado, a demanda inicia o ano bastante enfraquecida, em decorrência das férias, “que faz com que as pessoas se movimentem e o consumo fique prejudicado”, segundo o pesquisador, que lembra ainda que “é para ter em mente que a demanda do Brasil encolheu muito” com a recessão que paira sobre o cenário econômico desde 2015. Ele aponta que neste ano a economia dá sinais de que irá recuperar. Por esse lado, 2017 não deverá ser um ano de encolhimento e, sim, de acréscimo no consumo. Janelas de oportunidade – Ainda não é possível, portanto, saber qual será o comportamento fechado das economias local e global, principalmente por conta do fator Trump, que ainda é uma incerteza para os mercados. Janelas de oportunidades pontuais são possíveis de ocorrer por conta de ações do presidente americano. As relações desestabilizadas com países como o México e a China podem fazer com que esses países busquem importar não somente carne bovina, mas também outras proteínas animais e do agronegócio, no Brasil. Para esse momento incerto, Sérgio de Zen diz que os produtores devem aproveitar para calcular seus custos e tomar decisões em um horizonte no qual tenha a certeza de estar prevenido. “Não dá para fazer investimentos pesados de uma hora para a outra sem saber se esses investimentos vão gerar rendimento. Tem que olhar para o longo prazo”, aconselha. Ele acrescenta que “o Brasil continua sendo o único país que tem capacidade de ofertar a carne necessária para o mundo”, mas que a gestão ainda é um gargalo, necessitando de decisões mais acertadas para fatores como genética, estrutura, animais e suplementação.

Notícias Agrícolas

Arroba do boi no Pará tem o menor preço do país

Terceiro maior rebanho do Brasil, o Pará precisa encontrar mercado para 2/3 de sua produção

Com terceiro maior rebaixo de bovinos do Brasil, cerca de 23 milhões de cabeças, o Pará possui hoje a arroba de menor valor no país. Conforme explica o presidente da Faepa (Federação Agricultura do Pará), Carlos Fernandes Xavier, desse total 2/3 precisam ser exportados, já que a demanda interna é inferior à capacidade produtiva. Devido ao desajuste entre oferta e demanda atualmente a arroba do boi gordo é negociada a R$ 124,00, “cerca de 20% abaixo do valor praticado em São Paulo”, diz Xavier. Como alternativa de escoamento, o estado aposta na exportação de gado em pé. Anualmente são embarcadas 600 mil cabeças, correspondendo a 95% do total dessas operações realizadas no Brasil.Em 2016, porém, “tivemos um acidente em nosso porto e ainda convivemos com a pressão ambiental. Reduzimos os embarques, mas continuamos a exportar”, diz Xavier ao afirmar que no ano passado foram exportadas 300 mil cabeças. O presidente conta que grande parte das 36 plantas frigoríficas do estado abate no Pará e trazem a carne para região centro-sul, onde a demanda é maior. “Temos a arroba mais barata com a carne mais cara em Belém (PA). Ao passo que São Paulo possui o boi gordo mais caro, e a uma das carnes mais baratas do Brasil”, acrescenta Xavier. Segundo ele, os preços praticados – especialmente pelo diferencial com outras praças – oneram os pecuaristas, que ainda conta com um alto custos de produção em função das dificuldades logística.

Notícias Agrícolas

EMPRESAS

Aberto inquérito para apurar vazamento de amônia em planta da Marfrig

 O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT­MS) instaurou um inquérito civil para apurar o vazamento de amônia que ocorreu no último dia 8 em um frigorífico da Marfrig em Bataguassu (MS)

O vazamento resultou na intoxicação de 21 funcionários. Até o momento, duas inspeções foram realizadas na empresa para verificar as causas do acidente, coletar provas e propor medidas preventivas que evitem riscos à saúde e à segurança dos empregados. Durante as inspeções, o MPT­MS informou que encontrou irregularidades como falta de tubulação de descarga da amônia na atmosfera, ausência de ventiladores de exaustão, além de falhas em equipamentos de proteção individual. Segundo o MPT, houve denúncia de que este seria o segundo rompimento da válvula de alívio do sistema de refrigeração em pouco mais de três meses. A procuradora do Trabalho Cláudia Fernanda Noriler Silva, responsável pelo caso, solicitou à Delegacia da Polícia Ambiental de Bataguassu cópia do inquérito relativo ao caso, além dos laudos do Corpo de Bombeiros e dos prontuários de atendimento na Santa Casa de Bataguassu. “Com base nas conclusões do inquérito, iremos notificar a empresa para comparecer em audiência na sede da Procuradoria, buscando-­se uma solução extrajudicial por meio do Termo de Ajuste de Conduta. Não havendo acordo, a questão será judicializada”, afirmou a procuradora, em nota. Procurada, a Marfrig afirmou em nota que “respeita todos os requisitos de segurança e a legislação vigente e prossegue providenciando as melhorias necessárias na unidade de Bataguassu, dentro das condições e cronograma ajustados junto ao Ministério do Trabalho”. Após o incidente, a Polícia Militar Ambiental multou o frigorífico em R$ 500 mil por poluição atmosférica. Segundo o MPT­MS, a empresa pode ainda responder por crime ambiental que prevê pena de seis meses a um ano de detenção dos responsáveis.

VALOR ECONÔMICO

Marfrig de Alegrete chega a acordo

Agora, está permitido o desligamento dos 648 trabalhadores vinculados à unidade

Trabalhadores da Marfrig e representantes da empresa chegaram a um acordo sobre o fechamento da unidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), com o acordo alcançado, cessam os efeitos de decisão liminar que impedia as demissões e, agora, está permitido o desligamento dos 648 trabalhadores vinculados à unidade. Ainda de acordo com o TRT-RS, a última reunião de conciliação se prolongou por quase seis horas até a solução do impasse. Em relação à planta de Alegrete, a Marfrig se comprometeu a analisar a situação no prazo de 180 dias, a contar de 1º de março. Caso tenha interesse em retomar as atividades, deverá ser informado o prazo para o reinício à Justiça. “Se a Marfrig optar por não retomar as atividades, a empresa deverá apresentar critérios objetivos para a negociação da transferência dos direitos possessórios, permitindo a fiscalização do Ministério Público do Trabalho”, afirma o TRT-RS. Já as indenizações dos trabalhadores, a serem pagas em 10 de abril, foram calculadas de acordo com o tempo de serviço de cada um, divididos em categorias. Todos os grupos também receberão valor equivalente a seus salários no mês de fevereiro, a título de abono indenizatório, informou o tribunal. Na metade de dezembro passado, a Marfrig informou que fecharia a unidade, alegando baixa oferta de gado na região. A intenção inicial era efetivar os desligamentos no início de 2017, assim que os funcionários retornassem das férias. Só que, no dia 28 de janeiro, uma decisão da Justiça do Trabalho suspendeu a demissão em massa. A liminar impediu que a companhia rescindisse os contratos antes que houvesse uma negociação com o Sindicato do Trabalhadores da Indústria de Alimentação do Alegrete (STIAA).

ESTADÃO CONTEÚDO

Minerva continua atenta a oportunidades para crescer na América do Sul

Além do Brasil, a Minerva também tem operações no Uruguai e no Paraguai

A Minerva Foods continua atenta às oportunidades de expansão dos seus negócios na América do Sul para além dos países em que já possui unidades produtivas, disseram executivos da empresa na quarta-feira (22) durante teleconferência de resultados com analistas. “Parte da nossa estratégia é a diversificação geográfica, não só por meio de aquisições, mas também arrendamento”, disse o Presidente da empresa Fernando Galletti de Queiroz a analistas. Em janeiro, a empresa cancelou a compra do frigorífico Frisa alegando que os vendedores não cumpriram com todas as condições precedentes para que o acordo pudesse ser fechado. O executivo disse que a empresa está atenta às oportunidades na Colômbia e Argentina que não necessariamente implicam em aquisições. Ele reafirmou que a Minerva tem a estratégia de estar focada na América do Sul no segmento de bovinos. Além do Brasil, a Minerva também tem operações no Uruguai e no Paraguai. Queiroz disse que a carne bovina produzida na América do Sul é competitiva no mercado global de commodities devido aos baixos custos de produção. Para 2017, a Minerva espera recuperação no ciclo de bovinos colaborando para melhora no preço da carne. Apesar de um cenário de crise econômica no Brasil em 2016, a Minerva conseguiu elevar as vendas domésticas da Divisão Carne em 10% no ano passado, para R$ 2,7 bilhões, o que foi atribuído à estratégia de expansão de pontos de venda da empresa. A Minerva Foods reverteu o prejuízo registrado em 2015 e teve um lucro líquido de R$ 195 milhões em 2016.

CARNETEC

FEIRAS & EVENTOS

InterCorte Cuiabá-MT mostrará como a intensificação contribui para a produção de carne de qualidade

Evento que será nos dias 8 e 9 de março e mostrará casos de sucesso de produtores do estado

Aumentar a rentabilidade e produtividade das fazendas são os objetivos da intensificação para a produção de carne de qualidade, tema que norteará um dos painéis da InterCorte, que será realizada em Cuiabá (MT), nos dias 8 e 9 de março, no Centro de Eventos do Pantanal. Promovida pelo Terraviva Eventos e pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a InterCorte tem percorrido alguns dos principais polos de produção pecuária do Brasil para levar conhecimento e tecnologia aos pecuaristas. O tema da edição de 2017 da InterCorte é “Entender para Atender” e a programação dos dois dias de workshop será dividida em quatro painéis: Sustentabilidade, Cria, Intensificação e Carne de Qualidade. O estado de Mato Grosso, primeira parada do evento neste ano, detém mais de 24 milhões de hectares de pastagens e um rebanho de 29 milhões de cabeças de gado. “Só com intensificação é possível aumentar em 50% a produtividade”, afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Armindo Kichel que ministrará uma palestra sobre o tema principal, focados na intensificação como caminho para a lucratividade da pecuária. A possibilidade de explorar o ganho em escala, aumentar o capital de giro da propriedade e a melhoria da receita em longo prazo são alguns dos seus benefícios da intensificação para produção de carne de qualidade. Segundo Kichel, pode-se definir intensificação como a racionalização do uso dos recursos limitantes no processo de produção. Ou seja, a aplicação de técnicas de forma a utilizar todos os recursos ligados à produção da melhor forma possível, maximizando o resultado financeiro do produtor por meio de aumento da produtividade. Normalmente associa-se a intensificação da pecuária a grandes investimentos. Porém, quando as técnicas são aplicadas de modo correto, o retorno sobre o capital investido vem de forma rápida. Além de Cuiabá (MT), a edição de 2017 passará por Ji-Paraná (RO), Campo Grande (MS), Araguaína (TO) e São Paulo (SP). Mais informações: www.intercorte.com.br

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