CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 442 DE 26 DE JANEIRO DE 2017

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Ano 3 | nº 442 26 de Janeiro de 2017

NOTÍCIAS

Boi gordo: cenário de demanda lenta por matéria-prima

Poucas alterações na referência para o boi gordo na última terça-feira (24/1). Destaque para Goiás, onde houve queda nas duas regiões pesquisadas

Em São Paulo, alta no preço a prazo. No estado, há ofertas de compra para pagamento em trinta dias de até R$153,00/@, o que revela significativa amplitude de preços. Contudo, o cenário predominante é de cotações ao redor da referência à vista. As escalas de abate atendem, em média, entre quatro e cinco dias. Algumas indústrias estão fora das compras, como reflexo do desestímulo ao prolongamento das programações. A dificuldade de escoamento da carne e a tendência de pressão baixista para a arroba explicam o cenário de demanda lenta por matéria-prima. No mercado atacadista de carne bovina os preços estão estáveis, com a carcaça bovina cotada em R$9,41/kg para bovinos castrados.

SCOT CONSULTORIA

Crescimento do agronegócio brasileiro demanda mais Auditores

Expectativa de concurso público, com oferta de apenas 300 vagas pelo Ministério da Agricultura, não atende às necessidades do setor. É preciso, ao menos, 1,3 mil novos profissionais para repor o quadro. Quase 60% dos que estão atualmente na ativa já cumprem requisitos para aposentadoria

Uma das antigas reivindicações do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) pode ser apenas parcialmente atendida neste primeiro semestre de 2017. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sinalizou a possibilidade de realizar concurso para a carreira de Auditor Fiscal Federal Agropecuário em março, mas a decisão final será do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A expectativa é que sejam abertas 300 vagas, número considerado baixo pelo Anffa Sindical diante do crescimento do agronegócio brasileiro. Para o Presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto, caso esse número seja confirmado, será uma decisão paliativa, pois o setor agropecuário cresce de maneira exponencial. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), entre 2002 e 2016, o PIB do agronegócio nacional, em números correntes, cresceu cerca de 242%. O quadro de Auditores Agropecuários, entretanto, não acompanhou o aumento e, nesse mesmo período, manteve-se praticamente estagnado. Outro número relevante é o crescimento da produção nacional de grãos: na safra 2007/2008, o Brasil produziu 144 milhões de toneladas, mas, já na safra 2015/2016, a produção total aumentou em mais de 60% e chegou a 213 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), número que deve subir ainda mais na safra 2016/2017, segundo suas projeções. “Hoje, o quadro de Auditores Fiscais Federais Agropecuários é de 2,7 mil profissionais na ativa, mas, em 2008, o Ministério da Agricultura chegou a ter 3,4 mil profissionais atuantes. Precisamos de, pelo menos, mais 1,3 mil Auditores para repor as vagas existentes, diante do cenário atual do agronegócio brasileiro”, reforça. O Presidente ainda destaca que, hoje, quase 60% dos Auditores Agropecuários que estão na ativa já cumprem os requisitos para aposentadoria. Esse cenário agrava ainda mais o déficit no quadro de profissionais, especialmente caso seja aprovada a reforma previdenciária proposta pelo governo, que resultará num esvaziamento sem precedentes do quadro do Mapa. Essa perspectiva dificulta em muito o atingimento das ambiciosas metas comerciais traçadas pelo ministro Blairo Maggi de elevar a participação brasileira no comércio internacional de produtos agropecuários de 7% para 10%, em apenas 5 anos.

ANFFA

Receita do setor agropecuário deve crescer 5,6% em 2017

Para os produtos da pecuária, a estimativa é de incremento do faturamento de carne bovina (2%), frango (4%), leite (4,5%) e suínos (2%). Para estes segmentos, a estimativa é de aumento da produção em 2017 na comparação com 2016

Os produtores rurais voltarão a ter alta na receita neste ano. O Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento “da porteira para dentro” na atividade agropecuária, deve crescer 5,6% em 2017 na comparação com o ano passado e chegar a R$ 573 bilhões. A estimativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O resultado é atribuído principalmente às boas perspectivas de aumento da safra 2016/2017 de grãos, de 15,3%. Desta forma, o setor agrícola terá elevação de 7,22% na receita bruta, que ficará em R$ 345,3 bilhões. O VBP da pecuária também deve crescer 2,76% em relação a 2016, com estimativa de faturamento de R$ 202, 6 bilhões, diante do incremento da produção de carne, aves, suínos e leite. Para a soja, responsável por quase 25% do VBP do setor agropecuário, o aumento da safra compensará a queda dos preços. Desta forma, o faturamento com a oleaginosa subirá 8,7% em relação a 2016, para R$ 139,2 bilhões. A receita do algodão terá alta de 10,1% na receita. Já o valor bruto do milho crescerá 26,9% (R$ 64,7 bilhões), reflexo dos bons preços nos mercados interno e externo e do aumento da produção. Para os produtos da pecuária, a estimativa é de incremento do faturamento de carne bovina (2%), frango (4%), leite (4,5%) e suínos (2%). Para estes segmentos, a estimativa é de aumento da produção em 2017 na comparação com 2016. A avicultura de postura (produção de ovos) deve ficar estável em relação ao ano passado. A análise completa está detalhada no Boletim VPB – Edição Janeiro de 2017

CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

Alta do ICMS do boi em pé pode possibilitar a reabertura de frigoríficos, afirma Taques

Mato Grosso conta com 23 das 41 plantas frigoríficas de bovinos fechadas

O aumento da alíquota do ICMS do boi em pé de 7% para 12% pode possibilitar a abertura de mais plantas frigoríficas em Mato Grosso. A colocação é do Governador Pedro Taques, durante a solenidade de posse da nova diretoria da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Segundo o chefe do Poder Executivo, hoje Mato Grosso conta com 23 das 41 plantas frigoríficas de bovinos fechadas. A elevação da alíquota foi decretada ao final de dezembro de 2016 pelo Governo de Mato Grosso, por meio do decreto nº 777. Recentemente o setor produtivo reuniu-se com o Governo do Estado solicitando a revogação do ato. De acordo com o Presidente da Acrimat, Marco Túlio Soares, a entidade se posiciona contrária ao que diz respeito a qualquer aumento de carga tributária, não apenas na taxação do boi em pé que passou de 7% para 12%, mas também da carne que está sendo industrializada para o mercado brasileiro de 2% para 2,5%. “Nós vemos que isso irá sobrecarregar a classe produtora. Não vemos com bons olhos, porque ao você aumentar essa taxação vai inibir que os animais saiam para fora do Estado para serem abatidos e esses animais não saindo reduz a competitividade dos frigoríficos de Mato Grosso e essas plantas tem mostrado que não tem praticado preços condizentes”, comentou Marco Túlio. O Presidente da Acrimat revela que unidades fabris de outros Estados que buscam gado em pé em Mato Grosso arcam não apenas com os custos de frete, mas também pagam a mais pelo animal. “Temos trabalhado e conversado com o Governo do Estado para que ele revogue esse aumento da carga tributária fazendo com que a viabilidade do produtor permaneça, bem como a competitividade e faça com que nosso produtor tenha mais opções”, afirmou Marco Túlio. Presente na posse da nova diretoria para o triênio 2017/2019, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, declarou que é preciso agregar valor. O chefe do Executivo mato-grossense destacou que o Estado possui 41 frigoríficos dos quais 23 estão fechados. “Através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) estamos trabalhando para que três frigoríficos reabram suas portas”. Taques afirmou que Mato Grosso está sendo dividido em regiões para que se possam tratar diferentemente as situações e necessidades. Questionado sobre a alíquota do boi em pé Taques foi enfático ao destacar que “conversamos com o setor para que possamos antes que esse decreto produza efeito e valha. Nós conversamos para que possamos acertar isso. Porque a alíquota do boi em pé ela repercute para a possibilidade de abrir mais plantas. A alíquota do frigorífico está 2,5%. É isso o que estamos tentando fazer. Esse arranjo junto com o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac)”. Conforme Marco Túlio, a nova diretoria da Acrimat possui vários desafios. Entre os principais está a o incremento da carga tributária, buscar novos mercados, agregar valor e elevar a eficiência do produtor.
Olhar Direto

Mercado de reposição com baixa movimentação no Pará

Os compradores ainda aguardam uma maior recuperação das pastagens no estado, embora as chuvas já estejam frequentes em boa parte das regiões. A expectativa é de que a demanda pelas categorias mais eradas se recupere primeiro

Na comparação anual, o Pará teve desvalorização para todas as categorias de reposição, além do boi gordo. Destaque para o garrote e bezerro, que tiveram quedas de 10,8% e 12,1%. Já o boi gordo teve desvalorização de 6,4%. Há um ano era possível adquirir 2,14 bezerros desmamados de 6@ com a venda de um boi gordo de 16,5@. Atualmente a relação de troca está em 2,22 animais, melhora de 3,5% no poder de compra.

SCOT CONSULTORIA

EMPRESAS

Fitch espera que JBS reduza endividamento e melhore margens em 2017

A JBS deverá reduzir o endividamento medido por dívida líquida/Ebitda para 3 vezes em 2017 e registrar melhora nas margens de lucro, segundo relatório divulgado pela Fitch Ratings na quarta-feira (25)

A empresa, que fechou o terceiro trimestre de 2016 com endividamento em 4,32 vezes, já havia anunciado sua intenção de reduzir a alavancagem em 2017 utilizando recursos da oferta pública inicial de ações (IPO) de sua subsidiária JBS Foods International na bolsa de Nova York NYSE. Segundo a Fitch, a listagem na NYSE deverá reduzir os riscos relacionados às variações do câmbio “e facilitar o acesso aos mercados de capital e de dívida internacionais para apoiar o crescimento”. O IPO tem impacto neutro para os ratings de crédito da companhia. A melhora do endividamento também deve ser resultado de maior lucratividade na Seara e na JBS USA, segundo a agência. Um cenário mais favorável para o setor de proteína animal, com recuperação gradual do consumo doméstico de carne, redução nos preços de milho e aumento na oferta de gado para abate, também irá beneficiar a JBS e outras companhias do setor.

CARNETEC

INTERNACIONAL

MLA divulga projeções para indústria de carne da Austrália

As expectativas são de um declínio adicional de 3% nos abates australianos de bovinos em 2017, para 7,1 milhões de cabeças. Embora esta seja uma queda significativa, é menor do que a queda vista nos últimos 12 meses, que foi de 19%

A indústria de carne bovina australiana provavelmente continuará da mesma forma que no ano passado na primeira metade de 2017 – fornecimento apertado, demanda robusta de reabastecimento e a subsequente probabilidade de um forte mercado de bovinos jovens, de acordo com as últimas projeções da indústria de gado do Meat and Livestock Australia (MLA). À medida que o ano avança, entretanto, a produção de carne bovina deverá começar lentamente a aumentar novamente e, com isso, pode haver alguma pressão de queda no mercado. As expectativas são de um declínio adicional de 3% nos abates australianos de bovinos em 2017, para 7,1 milhões de cabeças. Embora esta seja uma queda significativa, é menor do que a queda vista nos últimos 12 meses, que foi de 19%. Apesar das previsões de animais levemente mais pesados, a produção de carne bovina australiana deverá seguir o exemplo e diminuir 3%, para 2,1 milhões de toneladas. Novamente, é na primeira metade do ano que é mais provável ver ofertas mais apertadas e a produção provavelmente vai começar lentamente a se reconstruir a partir de então. O de animais confinados deverá permanecer limitado pelos ainda muito elevados preços dos animais para engorda, que fecharam em 2016 80% acima dos níveis médios anteriores à subida. Embora os preços do gado de entrada permaneçam caros, o consolo vem de preços de grãos mais baratos da Austrália e, nesse cenário, as previsões são de que o gado permaneça em engorda por 10 a 30% a mais do que poderia ficar caso isso não ocorresse. O resultado geral é a expectativa de que o número de animais em confinamento será de 700-750.000 cabeças por trimestre, e os abates de pouco mais de 2,5 milhões de cabeças (35% dos abates totais de adultos). Com relação aos preços, o mercado australiano está seguindo um padrão semelhante ao que ocorreu nos EUA, embora há 1-2 anos. Uma vez que o mercado dos EUA rompeu com sua faixa de negociação média de longo prazo, levou pouco mais de dois anos para atingir uma alta, antes de levar 15 meses para perder grande parte dos ganhos. Entretanto, os EUA se estabilizaram 38% acima do nível anterior, o que potencialmente indica um novo piso. Embora os preços do gado australiano também tenham levado dois anos para atingir um pico, apenas os estágios muito iniciais de um declínio são iminentes e uma importante flexibilização dos preços provavelmente aguardará um mercado de gado mais equilibrado (provavelmente a partir de 2018), à medida que a produção aumenta e a pressão de reabastecimento recua. Hipoteticamente, se a Austrália seguir o mesmo padrão do que ocorreu nos Estados Unidos, e levando em conta outros fatores, como a produção global e as previsões de preços de bovinos/carne bovina, o mercado de gado australiano poderia ver uma queda de 20-40% com relação ao pico, ainda que se fixe em uma magnitude similar acima da média dos últimos 10 anos. As exportações australianas de carne bovina e de carne de vitelo provavelmente acompanharão a menor produção de carne bovina e deverão diminuir mais 5% em 2017. Embora esta deva ser a terceira queda consecutiva, continuará a ser o quinto maior volume de exportação registrado. O mercado interno está mostrando sinais mais fortes e o consumo de carne per capita na Austrália deverá crescer ligeiramente em 2017, chegando perto de 26kg por pessoa. As exportações de gado vivo também continuarão a ser desafiadas pelo menor pool de gado bovino (especialmente no norte), pela resistência de alguns mercados aos níveis de preços atuais e pela contínua incerteza em torno das políticas de importação. Para 2017, as exportações de gado vivo deverão ser de 800 mil cabeças, 24% a mais – seguindo o declínio de 21% ocorrido no ano passado.

Meat and Livestock Australia

O novo império da carne na América do Sul

Paraguai cresce como potência exportadora de carne bovina

O Paraguai se transformou na última década no sexto maior exportador mundial de gado bovino, superando países de referência na região, como a Argentina e o Uruguai, mas não o gigante Brasil, primeiro na classificação, que só em outubro exportou o equivalente a 449 milhões de dólares (1,4 bilhão de reais) em carne. Além do Brasil, o Paraguai compete nos mercados internacionais com potências pecuárias como Austrália, Índia, Estados Unidos e Nova Zelândia. O Presidente da Câmara Paraguaia da Carne, Korni Pauls, comemorou num evento em dezembro o final de um ano “bem-sucedido” para os frigoríficos locais. Apesar de um surto de febre aftosa em 2008, que causou incerteza para os produtores e estremeceu acordos comerciais internacionais, o setor está crescendo outra vez. O Paraguai tem 14,2 milhões de cabeças de gado, um pouco mais de duas por habitante, e nos últimos 30 anos os grandes produtores investiram na melhora genética de raças muito adaptáveis, o que fez deste um fornecedor atraente para países que precisam repor ou melhorar seus rebanhos bovinos. Foi assim que as vacas paraguaias foram pelos ares. O país embarcou quase 2.000 cabeças em oito aviões com destino ao Equador, país que está se iniciando no mercado exportador depois de ser declarado livre da aftosa em 2015. Nunca antes houve um transporte aéreo de semelhante volume: 50 touros e 1.906 vacas. Ao todo, 680 toneladas dos melhores animais das quatro raças mais prestigiosas do Paraguai: braford, brangus, brahman e nelore. O objetivo: ajudar a renovar a genética bovina do Equador. Os produtores recebem o equivalente a 2.500 reais por cada vaca exportada e até 47.400 por cada exemplar de touro reprodutor. Uma operação de quase 19 milhões de reais, segundo o diretor de exportações do Ministério de Agricultura e Gado do Paraguai, Omar Sosa. Como contrapartida, o Equador encontrou no Paraguai o gado que melhor se adapta ao seu clima e solo: “Ao calor, à umidade, à abundância de insetos, às secas e inundações”, enumerou Sosa. A atenção despertada pela operação comercial fez com que o nome do Paraguai corresse o mundo, com menções em numerosos veículos de imprensa internacionais. Pelos cálculos de Sosa, tratou-se de uma publicidade grátis que poderia ter custado quase cem milhões de reais. “Isso posiciona ao Paraguai no mundo, a relevância que alcançou não tem comparação. É um valor indireto”. “Foi muito importante, porque pudemos demonstrar que não exportamos só carne, mas também que estamos começando a exportar genética, que é valor agregado”, reflete o Presidente da Comissão da Carne da Associação Rural do Paraguai (ARP), Carlos Pedretti. Pedretti estimou que nos últimos 12 anos as exportações paraguaias de carne tenham saltado de 186.000 toneladas, que lhe renderam 124 milhões de dólares, para 397.000 toneladas, num valor de 1,275 bilhão de dólares (quatro bilhões de reais). O país já exporta para União Europeia, Egito, Colômbia, Rússia, Taiwan e Brasil, e busca novos mercados, como Cuba e Dubai. “A genética paraguaia se impôs. Enviam-se sêmen e embriões, e o Paraguai vai ficando conhecido no mundo como fornecedor”, acrescenta Pedretti. “De uma feira semanal para a venda de animais, passamos a quatro. Há muito mais venda de genética”, disse o diretor da ARP. Na feira da localidade de Mariano Roque Alonso, a mais importante do Paraguai, que acontece todo mês de julho, os animais puro-sangue são vendidos por até 70 milhões de guaranis (38.700 reais).

El País

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