Ano 11 | nº 2562 | 29 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Boi gordo: cotações estáveis em São Paulo
Na sexta-feira, a cotação do boi gordo não mudou na comparação feita dia a dia. A oferta de boiadas esteve contida e as escalas de abates começaram a encurtar, o que justificou essa estabilidade. As escalas de abate atenderam, em média, a oito dias.
Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo “comum” seguiu negociado em R$ 305/@, a vaca gorda em R$ 280/@, a novilha terminada em R$ 295/@ e o “boi-China” em R$ 308/@ (todos os preços são brutos e com prazo). No Tocantins, o cenário foi de mercado ofertado e com escalas de abate confortáveis. Na região Sul, as escalas de abate atenderam, em média, a dez dias. Na região Norte, as escalas de abate ficaram, em média, em dez dias. Em Goiás, a oferta de bovinos esteve mais enxuta, mas a escala de abate foi suficiente. Em Alagoas, com a oferta tendo atendido à demanda, mas sem gerar excedentes, as cotações permaneceram estáveis na comparação diária.
Scot Consultoria
Apesar de as exportações estarem em alto nível, escalas de abate “folgadas” baixam os patamares
O mercado físico do boi gordo encerra a semana apresentando manutenção do padrão de negócios em grande parte do país.
O analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias destacou que os frigoríficos, em especial os de maior porte, ainda desfrutam de uma posição mais confortável em suas escalas de abate. “A incidência de animais de parceria segue relevante para justificar esse atual posicionamento das escalas. Exportações ainda são o grande elemento de suporte dos preços da arroba do boi gordo, com números bastante expressivos na atual temporada”, disse. Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 303,17 — ontem: R$ 304,08. Goiás: R$ 286,61 — R$ 286,79. Minas Gerais: R$ 285,29 — R$ 285,88. Mato Grosso do Sul: R$ 319,59 — R$ 319,89. Mato Grosso: R$ 293,05 — R$ 293,65. O mercado atacadista encerra a semana apresentando acomodação em seus preços. A expectativa é de algum avanço durante a primeira quinzena de outubro, período pautado por maior apelo ao consumo, com a entrada dos salários na economia motivando a reposição ao longo da cadeia produtiva. “Mais uma vez é válido mencionar que a carne de frango ainda dispõe de maior competitividade na comparação com as concorrentes, em especial se comparado a carne bovina”, ressalta Iglesias. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,00, por quilo; o dianteiro segue a R$ 17,00, por quilo; e a ponta de agulha se mantém a R$ 16,50.
Safras News
Paraguai e Argentina vendem mais carne aos EUA e recorrem ao Brasil para não faltar no mercado interno
De acordo com o levantamento feito pela HN Agro, o Paraguai comprou do Brasil até a terceira semana de setembro/25 1.482 toneladas de carne bovina, isso representa um avanço de 327% frente ao embarcado em setembro/24, que tinha comprado apenas 347 toneladas.
Já os Estados Unidos importaram 4.575 mil toneladas do Brasil até a terceira semana de setembro/25, isso significa uma queda de 78% no comparativo anual, em que os americanos compraram 20.869 mil toneladas de carne bovina brasileira em setembro do ano anterior.
Em paralelo, as exportações paraguaias para os EUA cresceram 40% no mesmo período, evidenciando o papel do país como um hub de redistribuição regional. Analistas reforçam que, oficialmente, a triangulação direta da carne brasileira para os EUA não é permitida. O que ocorre, na prática, é a substituição: os vizinhos vendem sua própria carne aos americanos e importam do Brasil para manter o abastecimento interno. O impacto desse rearranjo já aparece nas cotações. O boi gordo no Paraguai atingiu, na última semana, máxima histórica de US$ 71,70/@, acumulando 12 semanas consecutivas de alta, segundo a Scot Consultoria. O valor está US$ 14,64 acima da arroba brasileira, que segue como a mais barata entre os grandes players internacionais (US$ 57,43/@ na referência paulista). Na Argentina, o boi gordo é negociado a US$ 62,5/@, também acima do nível brasileiro. Isso reforça a tese de que, mesmo penalizado pela tarifa, o Brasil permanece como fornecedor mais competitivo, servindo como “reserva de mercado” para os países vizinhos que precisam atender ao consumidor interno sem pressionar a inflação doméstica. Segundo as informações da Agrifatto, o Brasil continua com a arroba de boi gordo mais barata entre os principais fornecedores do mercado internacional de carne bovina, chegando na semana passada a um valor médio de US$ 57,1/@. Apesar do tarifaço, estimativas apontam que as exportações brasileiras de carne bovina podem crescer 10% em 2025, apoiadas justamente na demanda dos parceiros regionais. “Não é que a carne brasileira esteja chegando aos EUA via triangulação. O que acontece é que Argentina e Paraguai vendem sua produção e, para recompor estoques internos, recorrem ao Brasil, que é a origem mais competitiva do mundo”, explica Rodrigo Costa, Analista da PINE Agronegócios e Contribuidor no TC Investimentos. Para Isabella Camargo, zootecnista e analista da HN Agro, esse efeito dominó mostra a importância estratégica do Brasil: “O mundo depende da gente para comer. Mesmo diante de adversidades, o agro brasileiro encontra novos caminhos.” A medida de Donald Trump, ao invés de enfraquecer os embarques de carne bovina do Brasil, acabou fortalecendo as exportações brasileiras. Para o mês de setembro, as expectativas são que as exportações alcancem um novo recorde no volume e no faturamento.
Notícias Agrícolas
Preço do boi gordo segue estável, com indústrias fora das compras
Liquidez da carne bovina segue fraca no mercado
A oferta de boiadas esteve contida e as escalas de abates começaram a encurtar:
A semana encerrou morna no mercado pecuário, com demanda dos frigoríficos se mantendo baixa, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Muitos compradores abandonaram os negócios já na quinta-feira (25/9), comentando que só voltariam na terça ou quarta-feira. Na sexta-feira (26/9), nas praças de referência de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), a cotação do boi gordo não mudou na comparação diária. Os preços seguiram a R$ 305 a arroba para o pagamento a prazo, segundo a Scot Consultoria.
A oferta de boiadas esteve contida e as escalas de abates começaram a encurtar, o que justificou essa estabilidade, afirma a Scot. As escalas de abate atenderam, em média, a oito dias. A consultoria Agrifatto destaca que a liquidez da carne bovina segue fraca, com a oferta de carne com osso para o atacado próxima à das semanas anteriores. Os preços permanecem majoritariamente estáveis, com o boi castrado apresentando oferta limitada, enquanto dianteiro e ponta de agulha contam com maior disponibilidade, mas baixa liquidez.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar acompanha exterior e cai ante o real após dado de inflação dos EUA
Após dois dias de alta firme, o dólar fechou a sexta-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior após o índice de inflação PCE, indicador bastante observado pelo banco central norte-americano, ficar em linha com o esperado pelo mercado.
O dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,49%, aos R$5,3386. Na semana a divisa acumulou alta de 0,34% e, no ano, queda de 13,60%. Às 17h03 na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,55%, aos R$5,3405. O Departamento do Comércio dos EUA informou pela manhã que o índice de preços PCE subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o indicador avançou 2,7%, depois de ter subido 2,6% em julho. O núcleo do índice, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, teve alta de 0,2% no mês passado, mesma taxa de julho. Nos 12 meses até agosto, houve alta de 2,9% no núcleo, igual a julho. Os resultados do PCE ficaram em linha com todas as medianas das projeções dos economistas ouvidos pela Reuters, reforçando a perspectiva de novo corte de juros pelo Fed no fim de outubro –- o que, em tese, torna o Brasil ainda mais atrativo ao capital internacional. Após a divulgação do PCE, o dólar se firmou no território negativo ante o real e, às 15h48, atingiu a cotação mínima de R$5,3362 (-0,54%), alinhado ao recuo da moeda norte-americana também no exterior. Às 17h05 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,36%, a 98,140. Pela manhã, o Banco Central informou que o Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$4,669 bilhões em agosto. Em 12 meses, o déficit acumulado totalizou o equivalente a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado foi melhor que o esperado por economistas ouvidos pela Reuters, que projetavam déficit de US$5,5 bilhões em agosto. O rombo do mês passado foi mais do que compensado pelo saldo de investimentos diretos no país (IDP), de US$7,989 bilhões.
Reuters
Ibovespa fecha quase estável com Vale ofuscando setor financeiro
O Ibovespa fechou com uma alta discreta na sexta-feira, sustentada principalmente pelo setor financeiro, com destaque para B3, que avançou 2%, em pregão enfraquecido pela Vale com a queda do minério e pelo tombo de Braskem, que está avaliando opções para sua estrutura de capital.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,1%, a 145.446,66 pontos, tendo marcado 145.145,81 pontos na mínima e 146.234,55 pontos na máxima do dia. Na semana, perdeu 0,29%. O volume financeiro somou apenas R$15,96 bilhões, bem abaixo da média diária do mês de R$22,6 bilhões, que é menor do que a média do ano, de R$23,8 bilhões. De acordo com o analista de investimentos Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, a fraqueza de Vale e Petrobras acabou debilitando o Ibovespa, dado o peso relevante que têm no índice, mas o pregão também refletiu um pouco de “compasso de espera” para um possível encontro entre os presidentes dos EUA e Brasil. Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu ao afirmar, durante seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, que havia se encontrado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brevemente nos bastidores e que havia gostado do brasileiro, acrescentando que eles conversariam na próxima semana. Dizendo-se “satisfeito” com a rápida conversa que teve com Trump na terça-feira após fazer seu discurso de abertura na ONU em Nova York, Lula confirmou na quarta-feira a possibilidade de uma reunião entre os dois nos próximos dias.
“Lula e Trump devem se encontrar para discutir sobre as tarifas (comerciais) e isso pode influenciar bastante o comportamento da bolsa”, afirmou Mollo. Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam em alta, após dados de inflação dentro do esperado alimentarem as perspectivas de queda de juros nos Estados Unidos neste ano. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, registrou acréscimo de 0,59%. Nos EUA, o índice de preços PCE, medida de inflação preferida do Fed, subiu 0,3% em agosto, depois de alta de 0,2% em julho. Nos 12 meses até agosto, o PCE avançou 2,7%, depois de ter subido 2,6% em julho.
Reuters
Exportações do agronegócio brasileiro crescem 1,5% em agosto apesar das tarifas americanas
Valor embarcado para os Estados Unidos teve queda de 17,6% em comparação com igual período de 2024, mas demanda crescente em outros mercados compensou a baixa
Em 6 de agosto, entrou em vigor a tarifa americana adicional de 50% anunciada por Donald Trump em julho deste ano sobre produtos importados do Brasil. Entre julho e agosto, foi observada uma diminuição de 27,7% das exportações do agro para os EUA, enquanto na base de comparação anual (entre agosto de 2025 e de 2024) houve uma queda de 17,6%. A redução ficou concentrada em produtos como carne bovina, café, madeira, açúcar e pescados. Contudo, o recuo das vendas ao mercado americano não foi suficiente para derrubar as exportações totais do setor. Na mesma comparação anual, as vendas externas do agronegócio aumentaram 1,5%, apesar de uma queda entre os meses de julho e agosto de 7,8% — variação considerada normal para o período. O baixo efeito sobre o montante total exportado deve-se à parcela relativamente pequena de produtos que o agronegócio brasileiro exporta aos EUA. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 164,3 bilhões em produtos do agro para o mundo, sendo que o mercado americano respondeu por 7% desse montante. Com isso, o país foi o terceiro maior destino dos embarques do agronegócio, atrás da União Europeia (15% das exportações totais) e da China (31%). Entre os principais produtos de agro exportados aos EUA estão produtos florestais (US$ 3,7 bilhões, em 2024), café (US$ 2,1 bilhões), carne bovina (US$ 1,4 bilhão), suco de laranja (US$ 1,05 bilhão), e açúcar e etanol (US$ 871 milhões). Entre esses produtos, a carne bovina foi uma das mais afetadas pelo “tarifaço”, já que a tarifa enfrentada pela proteína, que era de 26,4% fora da cota, subiu para 76,4%. Entre julho e agosto, as exportações desse produto aos EUA caíram 48,7%, o que normalmente não é esperado, dado a forte demanda sazonal do verão americano. Além disso, na comparação anual, a queda do volume exportado foi de 51,2%, algo não observado para o mês desde 2022, quando também houve uma redução expressiva dos embarques brasileiros aos EUA. Contudo, isso não foi suficiente para estragar o bom ano para as exportações totais da carne bovina brasileira, que teve recorde de exportações em agosto e já registra um volume exportado acumulado 14,4% superior ao de 2024 no mesmo período. Embarques expandiram significativamente para países como México, Paraguai, Argentina — o que pode indicar um movimento de reorganização das grandes indústrias de carne brasileiras — e a Rússia. Neste ano, a expectativa é que o ritmo continue aquecido, devido à grande demanda global combinada a uma oferta mais restrita.
Com isso, o impacto das tarifas americanas ao agronegócio brasileiro é heterogêneo. Se de uma forma macro — isto é, na visão global do setor — não foram observados grandes prejuízos nas exportações agro no mês de agosto, de uma forma micro — focada em segmentos e atividades dependentes do mercado americano —, o cenário é distinto. As tarifas não alteraram significativamente a trajetória dos embarques do agronegócio brasileiro, que entre janeiro e agosto de 2025 acumularam US$ 111,7 bilhões, 0,02% a mais do que no mesmo período de 2024. Entretanto, para empresas exportadoras do agro que atendem majoritariamente clientes nos EUA, as tarifas representaram um choque financeiro.
INSPER
GOVERNO
Brasil lidera exportação mundial em nove setores do agro
Para especialista, o Brasil tem condições de ter 40% do mercado mundial de carne de frango, 30% do mercado mundial de carne bovina e 20% de carne suína
Principal exportador mundial, Brasil responde por 31% dos embarques globais de café
O Brasil lidera as exportações mundiais em pelo menos nove cadeias produtivas do agronegócio. A informação está em levantamento da Harven Business School. Café, suco de laranja, soja e açúcar são alguns exemplos. Segundo Marcos Fava Neves, fundador da Harven, essa relevância traz ao Brasil não apenas ganhos econômicos, mas também grandes desafios em relação à sustentabilidade, inovação e formação de líderes preparados para manter a competitividade no mercado internacional. “O Brasil é uma potência mundial do agronegócio. Até o final dessa década, o Brasil tem condições de ter 40% do mercado mundial de carne de frango, 30% do mercado mundial de carne bovina e 20% de carne suína, se consolidando como principal fornecedor de alimentos do mundo”, diz Fava Neves. A porcentagem de participação do Brasil nas exportações mundiais, é bem ampla. O país participa de 74% das exportações de suco de laranja, 59% de soja, 56% de açúcar e 36% de carne de frango. Para carne bovina, café e fumo, o Brasil exporta 31%. Por fim, celulose (29%) e algodão (28%) fecham as 9 cadeias em que o Brasil lidera as exportações mundiais. No restante das cadeias, o Brasil tem participação em: milho (24%), etanol (23%), carne suína (15%), arroz (1%) e trigo (1%).
Globo Rural
INTERNACIONAL
Argentina retoma aplicação de retenciones sobre grãos e carnes após atingir cota
A Argentina retomará a aplicação do imposto sobre exportações (retenciones) sobre grãos e seus subprodutos e carnes, após atingir a cota de US$ 7 bilhões, segundo a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca, na sigla em espanhol).
Com isso, as exportações serão retomadas ao nível anterior, de 26% para a soja, 24,5% para farelo e óleo, 9,5% para o milho e 5% para a carne bovina. O governo argentino anunciou a suspensão na segunda-feira, 22, com validade até 31 de outubro ou até que fossem registradas exportações equivalentes a US$ 7 bilhões, de acordo com o comunicado no Diário Oficial. Nas redes sociais, a Arca publicou que a cota havia sido atingida e, com isso, “foi desativada a opção de registro das Declarações Juradas de Venda ao Exterior (DJVE) que estejam amparadas pelo benefício do referido decreto”. “A partir de agora, somente poderão ser registradas DJVE sob o esquema vigente anterior ao decreto 682/2025”, escreveu.
Agência Arca
CARNES
Carne bovina ganha espaço frente a frango e suíno em setembro, mas segue menos competitiva na comparação anual
A expectativa é que segundo semestre tenha uma melhora no poder de compra da população, o que pode favorecer o consumo de carnes de maior valor agregado, como a bovina.
O mercado atacadista de proteínas em São Paulo registrou movimentações distintas em setembro, segundo dados do Cepea. No caso da carne bovina, os preços do dianteiro ficaram praticamente estáveis na parcial do mês, com alta de 0,3% frente a agosto e de expressivos 26% em relação a setembro do ano passado. A primeira quinzena foi marcada por melhora nas vendas internas e externas, com exportações em bom ritmo, o que impulsionou os preços. No entanto, na segunda metade do mês, o consumo doméstico perdeu força e aumentaram as ofertas com valores mais baixos, mesmo com a continuidade das exportações. Já no mercado de frango, setembro trouxe estabilidade após quatro meses de queda. O frango congelado subiu 2,7% em relação a agosto e 2,5% na comparação anual, enquanto a carcaça de frango manteve preços firmes após a retração provocada pela gripe aviária registrada em maio. Já para a carne suína, a boa demanda diante da oferta colaborou para alta de 5,8% frente a agosto e de 4,1% no comparativo anual. De acordo com as informações da zootecnista e analista da HN Agro, Isabella Camargo, 1 kg de dianteiro bovino equivale a 2,6 kg de frango congelado em setembro. A relação ficou 2,3% menor do que em agosto, sinalizando ganho de competitividade para a carne bovina frente ao frango no curto prazo. Porém, em relação ao ano passado, a diferença ainda é 22,9% maior, mostrando perda no longo prazo. Quando comparado à carcaça suína, 1 kg de dianteiro equivale a 1,43 kg de suíno, sendo o menor patamar de 2025 até agora, com queda de 5,1% frente a agosto, mas ainda 21% acima do visto em 2024. Assim, no balanço do mês, a carne bovina ganhou espaço frente às concorrentes, mas segue menos competitiva em relação ao ano anterior. Embora o ritmo das exportações siga firme em 2025, a maior parte da produção permanece no mercado interno. O segundo semestre costuma trazer melhora no poder de compra da população, o que pode favorecer o consumo de carnes de maior valor agregado, como a bovina. Por outro lado, a alta inadimplência das famílias, mesmo diante da queda no desemprego, pode estimular a procura por alternativas mais baratas, como a carne suína e de frango, que também vêm apresentando maior competitividade frente à bovina no comparativo anual.
HN Agro
Brasil recebe autorização para exportar produtos cárneos para o Azerbaijão
Em 2024, as importações de carne de frango do país cresceram 46% na comparação com 2023
Consumo per capita de carne de frango no Azerbaijão gira em torno de 15 quilos por habitante O Ministério da Agricultura, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, anunciou ontem que o Brasil recebeu autorização para exportar produtos cárneos para o Azerbaijão. Localizado na região do Cáucaso e com cerca de 10,2 milhões de habitantes, o país tem ampliado suas relações comerciais com o Brasil nos últimos anos, segundo o governo brasileiro. Em 2024, o Brasil exportou US$ 21 milhões para Azerbaijão, com destaque para carnes, produtos florestais e outros produtos de origem animal. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lembra que o Brasil já registrou fluxos significativos de exportação de carne de frango ao Azerbaijão, interrompidas em 2019 e retomada de forma pontual em 2024. No último ano, as importações do país chegaram a 41,9 mil toneladas, crescimento de 46% na comparação com 2023. Segundo a ABPA, o consumo per capita de carne de frango no Azerbaijão gira em torno de 15 quilos por habitante, com 141 mil toneladas consumidas internamente e projeção de alcançar até 152 mil toneladas em 2026. Para a associação, a abertura reforça a posição do Brasil como parceiro estratégico do Azerbaijão, em um momento de crescimento consistente da demanda local.
Valor Econômico
FRANGOS & SUÍNOS
Preços da suinocultura atingem máxima do ano, aponta Itaú BBA
Os dados estão disponíveis no Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA
Os preços do suíno vivo em São Paulo alcançaram a máxima do ano na primeira semana de setembro, superando o patamar registrado no fim de fevereiro, de R$ 9,40/kg. Após estabilidade em julho, as cotações subiram de forma consistente em agosto, quando a média mensal foi de R$ 8,75/kg, alta de 3,3% em relação a julho e de 3,6% frente ao mesmo mês de 2024. No atacado paulista, a meia carcaça suína encerrou agosto a R$ 13/kg, avanço de 6,9% em relação ao mês anterior. Os custos de produção permaneceram estáveis em agosto, em torno de R$ 6/kg na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Com a elevação dos preços do animal terminado, o spread estimado da atividade chegou a 28%. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne suína devem crescer até 7,2% em 2025, alcançando 1,45 milhão de toneladas, enquanto a produção está projetada em 5,42 milhões de toneladas (+2,2%). O consumo doméstico deve permanecer estável, com consumo per capita estimado em 18,5 kg/ano. Para 2026, a expectativa é de novos recordes, com exportações em 1,55 milhão de toneladas (+7%) e produção de até 5,55 milhões de toneladas (+2,4%).
Itaú BBA
Após retomada dos embarques para UE, mercado do frango mostra recuperação dos preços em setembro
Preços médios da carne de frango avançaram 6,3% no comparativo mensal
Apesar do final do mês, as cotações do frango registraram movimentações pontuais positivas nesta semana impulsionadas pelo reaquecimento das exportações brasileiras, com destaque para o retorno das vendas à União Europeia e a expectativa de retomada dos embarques para a China. Com base no levantamento realizado pela Scot Consultoria, o preço do frango no atacado permaneceu estável e está cotado em R$ 7,55/kg nos últimos sete dias. Nas granjas, os preços permaneceram estáveis. Em São Paulo, a ave terminada segue negociada, em média, em R$ 6,40/kg. A referência para o animal vivo no Paraná apresentou alta de 0,60%, em que passou de R$ 4,97/kg na sexta-feira passada para R$ 5,00/kg registrado nesta sexta-feira (26). A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também seguiu estável e está sendo negociada em R$ 4,75/kg. Com base no levantamento do Cepea, o indicador do frango resfriado registrou ganho de 2,13% em que saiu de R$ 7,98/kg na sexta-feira anterior e agora está cotado em R$ 8,15/kg. Já o frango congelado também registrou um avanço de 0,60% no comparativo semanal, em que saiu de R$ 7,96/kg para R$ 7,99/kg.
Pela primeira vez desde o episódio da gripe aviária em uma granja comercial do Brasil, em maio, os preços médios da carne de frango avançam frente aos do mês anterior. Segundo o Centro de Pesquisas, na parcial de setembro (até o dia 24), o frango congelado é negociado no atacado da Grande São Paulo à média de R$ 7,40/kg, 6,3% acima da de agosto, mas ainda abaixo dos R$ 8,60/kg de maio/25. Pesquisadores explicam que a recuperação dos valores está atrelada sobretudo ao reaquecimento das exportações brasileiras de carne avícola ao longo deste mês, que vem ajudando a enxugar a oferta doméstica. “O retorno das vendas à União Europeia nesta segunda quinzena – os envios ao bloco estavam suspensos desde maio –, bem como a expectativa de retomada dos embarques à China reforçam o otimismo do setor nacional”, informou. De acordo com as informações da Safras & Mercado, na semana o Brasil recebeu uma delegação chinesa para avaliar a possível retomada das exportações, o que tem gerado expectativas positivas entre os participantes do setor.
Safras/Scot Consultoria
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