Ano 11 | nº 2400 |05 de fevereiro de 2025
NOTÍCIAS
Estabilidade nos preços do boi gordo em São Paulo
Fevereiro começou com escassez na oferta. Compradores afirmam que a venda de carnes permaneceu devagar. Dessa forma, desenhou-se um cenário de estabilidade nas cotações de todas as categorias.
Segundo dados da Scot, na praça de São Paulo, as cotações de todas as categorias não sofreram alteração na terça-feira (4/2). Portanto, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 325/@ e o “boi-China” está cotado em R$ 327,00/@. Por sua vez, vaca e a novilha gordas são vendidas no mercado paulista por R$ 298/@ e R$ 312/@, respectivamente. As escalas de abate atendem, em média, oito dias. Ressalta-se, ainda, que parte dos compradores continua fora do mercado e aguarda definições sobre as vendas no final de semana para voltar aos negócios. Em Alagoas, a oferta de bovinos apresentou uma leve redução, mas sem mudar o mercado. As escalas de abate estão, em média, para dez dias. Na Bahia, na região Sul, a oferta seguiu boa e a venda de carnes melhorou nos últimos dias. Mesmo assim, os preços caíram. A cotação do boi gordo e da vaca caiu R$3,00/@ e a da novilha R$2,00/@. As escalas de abate atendem, em média, treze dias. Na região Oeste, o preço do boi cedeu R$5,00/@ e o da vaca R$1,00/@. O preço da novilha ficou estável. As escalas de abate estão, em média, para dezesseis dias. No Acre, o cenário permaneceu de estabilidade nas cotações.
Scot Consultoria
Preços do boi gordo tiveram recuperação
Dificuldade na aquisição de boiadas levou os frigoríficos a atuarem de maneira mais contundente no mercado hoje
O mercado físico do boi gordo apresentou alguma recuperação em seus preços nesta terça-feira (4). A alta nos preços da arroba foi mais consistente em São Paulo, onde a dificuldade na aquisição de boiadas levou os frigoríficos a atuarem de maneira mais contundente no mercado. “Resta saber se com o recente reajuste haverá avanço das escalas de abate. Na Região Norte o quadro geral ainda é de boa disponibilidade de animais e escalas alongadas, e esse é outro elemento que precisa ser considerado, pois pode limitar altas mais consistentes em outras regiões produtoras”, diz o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias. Segundo ele, por outro lado, as exportações permanecem em bom nível, com perspectiva de recorde para a atual temporada. Preços médios do boi gordo (a prazo): São Paulo: R$ 328,08 (R$ 324,83 ontem). Goiás: R$ 306,25 (estável). Minas Gerais: R$ 314,41 (sem variação). Mato Grosso do Sul: R$ 312,95 (R$ 312,39 anteriormente). Mato Grosso: R$ 323,49 (R$ 322,01 na segunda). O mercado atacadista apresenta alta em seus preços para a carne bovina. Segundo Iglesias, ainda há expectativa de continuidade do movimento durante a primeira quinzena de fevereiro, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição ao longo da cadeia produtiva. “Importante destacar que os cortes do dianteiro e da ponta de agulha apresentam maior propensão a reajustes, algo normal para o perfil de consumo delimitado para este período do ano”, pontuou. O quarto traseiro permanece precificado a R$ 24,50 por quilo. A ponta de agulha atingiu o patamar de R$ 17,80 por quilo, alta de R$ 0,30. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 17,80, por quilo, alta de R$ 0,30.
Agência Safras
Boi gordo subiu 2,7% no primeiro mês de 2025
Apesar da oferta reduzida de animais para abate, a demanda por carne bovina em ritmo mais lento nesta segunda quinzena do mês tem limitado os aumentos no preço da arroba
O Indicador do boi gordo Cepea fechou em R$326,00/@ em São Paulo no dia 30/1, ligeira alta (+0,2%) na comparação semanal. No acumulado de janeiro/25 o boi gordo subiu 2,7%. Nas indústrias, a carne bovina recuou 2,9% nesta semana, com a carcaça casada (boi) cotada em R$22,70/kg no atacado paulista. Em curto prazo, a tendência é preços andando de lado no mercado do boi gordo, no entanto, com a virada de mês espera-se uma melhoria na demanda na ponta final da cadeia, o que pode gerar valorizações no preço da arroba e carne bovina. Na B3, a bolsa de valores do Brasil, é possível realizar a venda futura de commodities, incluindo o boi gordo. Além de ser uma ferramenta essencial para mitigação de riscos e garantia de margens atrativas, o mercado futuro também pode representar uma oportunidade para negociar a arroba do boi gordo a preços superiores aos praticados em meses anteriores. Um exemplo dessa oportunidade pode ser observado na diferença histórica de preços entre os contratos de maio e outubro. Maio, tradicionalmente, é o período de oferta dos animais terminados a pasto, resultando em preços mais baixos. Já outubro, por sua vez, costuma apresentar preços mais elevados, pois a oferta de animais é mais restrita. Nos últimos 10 anos, a média da diferença de preços entre outubro e maio foi de R$ 6,96/@. Já as médias dos últimos 5 e 3 anos foram ligeiramente superiores, em R$ 8,93/@ e R$ 7,29/@, respectivamente, segundo dados do Cepea. O que chama atenção no cenário atual é que, no mercado futuro, a diferença entre outubro e maio está em R$ 21,05/@ (maio – R$ 313,95 e outubro – R$ 335,00, quando este relatório é escrito). Esse sugere que o preço de maio pode estar subprecificado ou que outubro pode estar superprecificado. De qualquer forma, a venda de outubro a R$ 335/@ parece uma oportunidade interessante, pois não apenas supera métricas históricas, mas também oferece uma boa rentabilidade e contribui para mitigar riscos indesejáveis.
Cepea
Preço do boi gordo de MT sobe 50,4% em jan/25 sobre jan/24, informa Imea
No mês passado, a cotação média da arroba atingiu R$ 316,45 no Estado, com valorização de R$ 106,10/@ no período de um ano
Em janeiro/25, o preço médio da arroba do boi gordo em Mato Grosso ficou em R$ 316,45/@, uma alta de 4,83% sobre dezembro/24 e valorização de 50,44% (ou +106,10/@) em relação ao valor médio de janeiro/24, informa o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O instituto destaca também o forte desempenho da arroba mato-grossense na quinta semana de 2025, que fechou o período valendo R$ 321,37/@, em média. Trata-se da segunda maior média semanal da série histórica do Estado. Porém, o Imea observa que o movimento de alta nos preços locais do boi gordo não impede baixas pontuais no curto prazo. “Desse modo, um ponto de atenção é a oferta de gado a pasto e das fêmeas não emprenhadas na última estação de monta, que começam a aparecer nas indústrias e pode influenciar (negativamente) nos preços”, alerta.
IMEA
ECONOMIA
Dólar cai pela 12ª sessão consecutiva no Brasil e fecha abaixo de R$5,80
O dólar completou nesta terça-feira a 12ª sessão consecutiva de queda no Brasil, encerrando abaixo dos 5,80 reais pela primeira vez este ano, com as cotações acompanhando o recuo quase generalizado da moeda no exterior em meio a novos dados do mercado de trabalho dos EUA e aos desdobramentos das disputas tarifárias entre países
O dólar à vista fechou em baixa de 0,76%, aos 5,7719 reais, a menor cotação desde 19 de novembro do ano passado, quando encerrou em 5,7679 reais. Apesar do movimento contido em algumas sessões, desde 17 de janeiro o dólar não fecha um dia em alta, totalizando agora 12 sessões consecutivas em queda. Esta é a maior sequência negativa em 20 anos, desde o período entre 24 de março e 13 de abril de 2005, quando o dólar fechou em baixa por 14 sessões consecutivas. Em 2025 a moeda norte-americana acumula baixa de 6,59%. Às 17h22 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido no mercado brasileiro — cedia 0,69%, aos 5,7970 reais. O mercado de câmbio repetiu na terça-feira um roteiro comum nas últimas sessões, com o dólar ensaiando altas no início do dia, mas migrando para o território negativo ao longo da sessão. Desta vez as cotações despencaram perto do meio-dia, com a divulgação de números sobre o mercado de trabalho norte-americano. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que as vagas de emprego em aberto — uma medida da demanda por mão de obra — diminuíram em 556.000, para 7,6 milhões no último dia de dezembro, conforme o relatório Jolts. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto 8,0 milhões de vagas em aberto em dezembro. Os números sugeriram que o mercado de trabalho dos EUA pode estar desaquecendo, o que é uma boa notícia sob o ponto de vista do controle da inflação — daí a perda de força dos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, do dólar ante várias divisas. O enfraquecimento global do dólar esteve ligado também à leitura de que as tarifas anunciadas pelos EUA contra México, Canadá e China no fim de semana estão sendo usadas dentro de uma estratégia de negociação e que não serão necessariamente levadas a cabo. Na segunda-feira os EUA já haviam anunciado a suspensão por 30 dias das tarifas aplicadas ao México e ao Canadá, para negociação entre os países. Nesta terça-feira foi a vez de a China anunciar uma série de medidas de retaliação aos EUA — mas com prazo para começar apenas em 10 de fevereiro, em uma clara brecha para que o presidente norte-americano, Donald Trump, negocie até lá. “Esta guerra comercial acabou dando um fôlego para os países emergentes, que tiveram suas moedas ganhando um pouco de espaço”, comentou durante a tarde Lucélia Freitas Aguiar, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. Operador ouvido pela Reuters pontuou que, com o presidente dos EUA, Donald Trump, aparentemente mais maleável com a questão das tarifas, o dólar cedeu no exterior e deixou investidores no Brasil “sem motivos para comprar” a moeda. Neste cenário, após marcar a cotação máxima de 5,8279 reais (+0,21%) às 9h14, pouco depois da abertura, o dólar à vista atingiu a mínima de 5,7563 reais (-1,02%) às 13h54. A queda do dólar contribuiu para o recuo das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com prazos mais longos, em um dia de divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. No fim da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o recente movimento de queda do dólar “ajuda muito” no combate à inflação.
Reuters
Ibovespa recua sem o apoio de Petrobras e na contramão dos índices americanos
Volume financeiro no índice foi de R$ 15,6 bilhões e de R$ 19,8 bilhões na B3
Sem o suporte das ações da Petrobras e de outras blue chips, o Ibovespa remou na contramão das bolsas americanas e encerrou o dia em queda de 0,65%, aos 125.147 pontos, variando entre 124.694 pontos e 125.964 pontos. Já o Nasdaq avançou 1,35%, enquanto o S&P 500 teve alta de 0,72% e o Dow Jones teve ganhos de 0,30%. O volume financeiro no índice foi de R$ 15,6 bilhões e de R$ 19,8 bilhões na B3. A retaliação da China sobre a política tarifária americana renovou as incertezas de investidores no pregão, especialmente depois de o presidente americano, Donald Trump, afirmar que está “tranquilo” com as tarifas e que não conversará mais hoje com o presidente chinês, Xi Jinping. A divulgação de uma prévia operacional com números em linha com o previsto, ou um pouco mais fracos do que o esperado pelo mercado, afetou os papéis da Petrobras em um pregão em que pesou também a queda nos preços da commodity. No fim do dia, as ações PN da petroleira cederam 0,99%, enquanto as ON tiveram perdas de 1,26%. O dia também foi mais negativo para os papéis da Vale que fecharam em queda de 0,35%. Por outro lado, ações de alguns bancos avançaram, caso das preferenciais do Itaú Unibanco, que subiram 0,36%. O movimento ocorreu um dia antes da apresentação dos resultados da instituição, que ocorre amanhã após o fechamento do mercado. Em relatório, os analistas do BTG esperam que o Itaú entregue um conjunto de resultados positivos. Segundo eles, a variação cambial deve ajudar no crescimento da carteira de empréstimos total por mais um trimestre. “Assim, antecipamos um crescimento da carteira de crédito em linha com o trimestre anterior (+9,5% ano a ano)”, destaca. O BTG, porém, diz não esperar que os resultados trimestrais provoquem uma forte reação do mercado, seja ela positiva ou negativa, mas não nega que alguma volatilidade pode surgir devido aos dividendos extraordinários que também serão anunciados. “Esperamos que o valor total alcance R$ 18 bilhões neste trimestre (R$ 15 bilhões extraordinários + R$ 3 bilhões).
Valor Econômico
Alimentos pressionam e preços ao produtor no Brasil acumulam alta de 9,42% em 2024, diz IBGE
Os preços ao produtor no Brasil aceleraram a alta em dezembro e encerraram 2024 com avanço acumulado de 9,42% sob pressão de alimentos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira
No último mês do ano o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,48%, de 1,25% no mês anterior. Em 2023, o índice havia apresentado queda de 4,99% no acumulado do ano. “O resultado do IPP em dezembro e no ano de 2024 como um todo pode ser explicado, parcialmente, pela alta recente e corrente do dólar. Isso porque o câmbio, pela ótica do produtor, impacta diversos setores da indústria”, explica Murilo Alvim, analista do IBGE. “Praticamente todos os setores que se destacaram no indicador de longo prazo sofreram, em alguma medida, impacto do dólar: alimentos, metalurgia, químicos, fumo, madeira e outros equipamentos de transporte”, completou. Em dezembro, o dólar à vista valorizou 2,96% ante o real, terminando 2024 com alta acumulada de 27,36%, maior oscilação desde 2020. O IBGE apontou que os alimentos foram a atividade com maior influência em dezembro e no acumulado no ano, marcando respectivamente altas de 1,90% e 14,08% — a última a maior variação em um fechamento de ano desde dezembro de 2021 (18,66%). “Esse resultado é, em grande parte, explicado pelos maiores preços das carnes, especialmente as bovinas e as de aves. O grupo de abate e fabricação de produtos de carne, por exemplo, teve alta de 2,84% no mês”, disse Alvim, citando fatores como demanda mais aquecida, aumento das exportações e a alta do dólar. Além das carnes, teve forte influência no resultado anual de alimentos o café, que disparou 69,28% em 2024, em meio ao declínio global da oferta, de acordo com Alvim.
O impacto dos alimentos nos bolsos dos consumidores já pôde ser sentido no IPCA-15 de janeiro, que subiu 0,11%. Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital subiram 7,52% no acumulado do ano, enquanto bens intermediários avançaram 8,49% bens de consumo avançaram 11,24%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Reuters
Dívida pública federal fecha 2024 em R$7,3 tri e pode saltar até 16% neste ano, aponta Tesouro
A dívida pública federal fechou 2024 em 7,316 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, prevendo que ao final de 2025 o estoque poderá alcançar até 8,500 trilhões de reais, uma elevação nominal de 16,2%.
Após um ano desafiador para a gestão da dívida pública, com ruídos fiscais no Brasil e incertezas sobre a economia dos Estados Unidos, o Tesouro projetou que seguirá cada vez mais dependente de títulos atrelados à Selic, papéis buscados por investidores em momentos de alta volatilidade e que embutem riscos para o custo da dívida no curto prazo. Em valores absolutos, o crescimento da dívida federal no ano passado foi de 795,7 bilhões de reais, com impulso de uma alta de 1,55% em dezembro ante novembro. O dado final ficou dentro do intervalo de 7,0 trilhões a 7,4 trilhões de reais estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2024. Para 2025, a meta do Tesouro é que a dívida pública federal feche o ano no intervalo de 8,100 trilhões de reais a 8,500 trilhões de reais, bem acima de 2024. Em setembro do ano passado, diante de uma aceleração da participação de títulos atrelados à Selic na dívida pública, o Tesouro revisou o PAF e alterou a composição prevista para 2024. A pasta aumentou a fatia de títulos vinculados à Selic e reduziu as previsões para papéis ligados à inflação e prefixados. A participação dos títulos atrelados à Selic passou de 39,66% no final de 2023 para 46,29% em dezembro, dentro da meta revisada de 43% a 47%. A previsão é que essa participação siga em alta neste ano. Segundo o Tesouro, os papéis atrelados à Selic subirão para patamar entre 48% e 52% em 2025. Com uma maior dependência desses títulos pós-fixados, o governo fica sujeito a elevações abruptas do gasto com juros da dívida pública em períodos de alta da Selic, o que ocorre neste momento, com o Banco Central dando um choque na política monetária para controlar a inflação. “Em que pese esse aumento e essa concentração (de títulos atrelados à Selic), o Tesouro ainda está em uma posição confortável com relação ao custo”, disse o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Daniel Leal, argumentando que há diversificação no estoque da dívida, com títulos de custo mais baixo. Para ele, é provável que a estratégia de composição da dívida pública no longo prazo, que mira uma participação de 23% de títulos ligados à Selic, não seja alcançada pelo Tesouro em 10 anos diante desse movimento recente. No entanto, o governo continuará buscando o objetivo, disse. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que a previsão de maior participação desses papéis acompanha o interesse do mercado. Para ele, não há sentido em atuar contra a demanda por esses títulos. Em relação aos papéis prefixados, a participação caiu a 21,99% do total no fim de 2024, frente a 26,53% em dezembro de 2023. O patamar, que ficou dentro da meta de 22% a 26%, deve ficar entre 19% e 23% em 2025, segundo o PAF. Já os papeis indexados à inflação fecharam 2024 em 26,96% da dívida, abaixo do patamar de 29,76% registrado um ano antes, sendo que a referência para o ano era de 25% a 29%. Para 2025, esses títulos devem representar 24% e 28% do total. Os títulos remunerados pelo câmbio tiveram participação de 4,76% da dívida total em dezembro do ano passado, ante 4,05% em dezembro de 2023, também dentro da faixa de 3% a 7% fixada como meta. Para 2025, devem ficar novamente entre 3% e 7%. A meta do Tesouro é que a parcela da dívida vencendo em 12 meses fique no intervalo de 16% a 20% em 2025, depois de ter fechado o ano passado em 17,9%. Já a meta para o prazo médio da dívida passará para a faixa entre 3,8 anos e 4,2 anos, depois de a proporção fechar 2024 em 4,0 anos. No fechamento do ano, a reserva de liquidez — colchão de segurança para gestão da dívida pública — ficou em 860 bilhões de reais, abaixo do patamar de 982 bilhões de reais do fim de 2023. O valor é suficiente para bancar 6,24 meses de vencimentos à frente, patamar considerado confortável pelo Tesouro. Em relação ao custo médio do estoque da dívida, o nível subiu para 11,80% ao ano, ante 10,51% no encerramento do ano anterior. O custo médio das emissões da dívida interna, por sua vez, recuou para 11,04%, ante 11,62% em dezembro de 2023. A participação de não residentes na dívida pública interna, por sua vez, subiu de 9,48% para 10,20% no fim de 2024. Ceron afirmou que ainda é cedo para afirmar se há uma tendência de retomada da participação de investidores estrangeiros na dívida, acrescentando que esse fluxo tende a aumentar se o país seguir em processo de melhora em avaliações de agências de risco.
Reuters
BC destaca riscos com expectativa de inflação desancorada, economia sobreaquecida e câmbio depreciado
O Banco Central elencou a desancoragem das expectativas de inflação, o grau de sobreaquecimento da economia e o impacto de políticas econômicas sobre o câmbio como riscos relevantes para o debate de política monetária, mostrou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)
No documento, a autarquia apontou que ainda que parte dos riscos de alta para os preços à frente tenha se materializado, o Comitê julgou que eles seguem presentes prospectivamente. “Um tema de risco recorrente no debate do Comitê tem sido a desancoragem das expectativas de inflação, inclusive para prazos longos”, disse o BC no documento divulgado na terça-feira. “Outro risco bastante presente é com relação ao grau de sobreaquecimento da economia, em particular, seus efeitos sobre a inflação de serviços… Há também um risco à alta da inflação relativo à condução de políticas econômicas interna e externa, com impacto primordial por meio da taxa de câmbio.” As explicações foram dadas após o Copom, na decisão da semana passada, ter feito alterações em seu balanço de riscos para a inflação, apesar de manter a visão de que há uma assimetria altista para os preços à frente. Na ata, o BC informou que a efetivação de determinadas políticas nos Estados Unidos pode pressionar os preços de ativos domésticos. O documento ponderou que pode haver pressão de baixa nos preços caso não se materialize o cenário de medidas prometidas pelo governo Donald Trump, que já se incorporaram em preços de ativos. Do lado dos riscos de baixa para a inflação, o BC disse na ata que alguns dos fatores já não se mostravam mais presentes, enquanto outros apareceram com mais força no debate. “A possibilidade de uma desaceleração da atividade global ou de impactos mais fortes do que o esperado do aperto monetário sobre a desinflação global parece menos provável”, apontou. No entanto, o Comitê apontou a possibilidade de uma desaceleração mais forte da atividade no Brasil, algo que poderia gerar impactos desinflacionários. Mas ponderou que seu cenário-base já contempla uma desaceleração e que não há evidência de desaceleração abrupta. O BC ainda avaliou que vetores inflacionários seguem adversos, como hiato do produto positivo (quando a economia opera acima de sua capacidade), depreciação cambial, inflação corrente mais elevada e expectativas de mercado mais desancoradas. Para a autarquia, esse cenário exige uma política monetária mais contracionista. A comunicação se diferencia da apesentada na reunião de dezembro, quando o BC se referia à necessidade de uma política de juros “ainda mais contracionista”. “Comitê acompanhou com atenção os movimentos do câmbio, que tem reagido, notadamente, às notícias fiscais domésticas, às notícias da política econômica norte-americana e ao diferencial de juros”, disse. Na última quarta-feira, o Copom decidiu seguir o ritmo de aperto nos juros já previsto ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.
Reuters
MEIO AMBIENTE
Frigoríficos ainda monitoram pouco o fornecimento de gado na Amazônia
Mas segundo Radar Verde, nível de transparência das empresas melhorou. “O primeiro ponto da análise é que tivemos evolução, mesmo que lenta”, avalia Paulo Barreto
Os frigoríficos de carne bovina que atuam na Amazônia ampliaram o nível de transparência na divulgação de dados sobre a cadeia de fornecimento de gado, uma prática importante para ajudar a conter o desmatamento na região. No entanto, estudo Radar Verde mostra que ainda há um grande desafio relacionado ao controle do fornecimento direto ou indireto de animais para abate à indústria. Em 2024, o estudo realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e pelo Instituto O Mundo que queremos avaliou 146 empresas — no ano anterior, haviam sido 132 companhias. Segundo o levantamento, a quantidade de empresas de carne que divulgou resultados de auditorias independentes sobre o controle de fornecimento de gado cresceu de 11 para 13. Além disso, as empresas com sites disponíveis para avaliação do Grau de Controle dos fornecedores eram 38 em 2023 e chegaram a 41 no ano passado, de acordo com o estudo. “O primeiro ponto da análise de 2024 é que tivemos uma evolução, mesmo que lenta, especialmente comparada à necessidade. Isso ajudou a conter parte do desmatamento”, disse Paulo Barreto, pesquisador sênior do Imazon. Apesar dos avanços, a avaliação geral do Radar Verde — que inclui o monitoramento de fornecedores diretos e indiretos em diversos níveis — indica que, em 2024, apenas 0,7% das empresas apresentaram controle intermediário da cadeia pecuária em que estão envolvidas na Amazônia, 8,2% tinham controle baixo e 91,1%, controle muito baixo. Nenhum frigorífico teve avaliação alta na análise geral. No ano anterior, as empresas com controle muito baixo eram 92%, enquanto as com monitoramento baixo representavam 7% e as com nível intermediário de controle eram 1%. Segundo Barreto, esse resultado decorre sobretudo do baixo controle de fornecedores indiretos. Isso significa que a empresa corre o risco de comprar animais criados, nas primeiras etapas da cadeia, em áreas de desmatamento. Com relação aos controles sobre o fornecimento direto para o frigorífico, houve queda. Do total, seis foram classificadas com grau de controle muito alto nesse quesito — em 2023, foram sete. Marfrig, Minerva e Rio Maria lideram a lista dos mais bem avaliados no controle de fornecedores diretos, seguidos por Masterboi, Frigol e Mercúrio Alimentos. A gigante JBS tem monitoramento considerado alto dos fornecedores diretos e supera a Mercúrio no controle de indiretos. A companhia também tem o maior Grau de Exposição ao Risco de Desmatamento, seguida pela Frigo Manaus, Frialto, Masterboi e Amazon Boi. “A JBS tem o maior grau de exposição ao risco, em parte pela dimensão de suas operações. Sua zona de compra tem 11,5 milhões de hectares com exposição ao risco, mais que o dobro do segundo colocado. É uma área maior que o Estado de Santa Catarina”, destaca o estudo Radar Verde. Procurada, a JBS informou ao Valor que avalia, desde 2009, milhares de potenciais fazendas fornecedoras de bovinos diariamente, por meio de um sistema de monitoramento geoespacial. “Nossa Política de Compras de Matéria-Prima proíbe a aquisição de animais de propriedades com desmatamento ilegal, áreas de embargo ambiental, unidades de conservação e terras indígenas ou quilombolas, entre outros requisitos, como estar na Lista Suja do Trabalho Escravo”, disse a empresa em nota. A JBS ainda informou que, em 2021, criou a Plataforma Pecuária Transparente, que utiliza a tecnologia blockchain. O sistema permite que os fornecedores diretos da empresa apliquem os mesmos critérios socioambientais aos seus próprios fornecedores de animais. A partir de 1 de janeiro de 2026, somente os produtores que estiverem na plataforma poderão vender bovinos para a JBS. A Marfrig afirmou que não obteve acesso ao relatório, mas reconhece a importância de iniciativas que fomentem a transparência, como a Radar Verde. “Por meio do Programa Verde+, a empresa monitora 100% de seus fornecedores diretos e 79% dos indiretos em todos os biomas brasileiros. Na Amazônia, a rastreabilidade dos indiretos já é de 89%. A meta pública da companhia é atingir 100% de rastreabilidade em todos os biomas até o final deste ano”, afirmou em nota. A Frigol afirmou que “empresas como a Frigol, que têm avançado ano a ano em seus controles e transparência, têm sido penalizadas pela metodologia, por isso a Frigol optou por não responder ao questionário do indicador da Radar Verde quando solicitada”. Segundo a empresa, em 2023, a Frigol realizou pela primeira vez o protocolo de Avaliação e Monitoramento de 100% dos Fornecedores Indiretos Nível 1 e houve o atingimento de 77% de conformidade. Procurada, a Minerva não comentou. Sobre a metodologia, Barreto, do Imazon, afirmou que um questionário é enviado às empresas e, em geral, elas não têm respondido. Há também checagem no site oficial das companhias e consultas em dados públicos como das auditorias do TAC.
Globo Rural
FRANGOS & SUÍNOS
Altas nas cotações para o mercado de suínos na terça-feira
Conforme a Scot Consultoria, o valor da arroba do suíno CIF em São Paulo teve aumento de 1,30%, com preço médio de R$ 156,00, enquanto a carcaça especial subiu 4,10%, fechando em R$ 12/kg, em média.
Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à segunda-feira (3), houve aumento de 1,49% em Minas Gerais, chegando a R$ 8,16/kg, elevação de 1,30% no Paraná, com valor de R$ 7,77/kg, incremento de 0,25% no Rio Grande do Sul, chegando a R$ 7,94/kg, valorização de 1,95% em Santa Catarina, custando R$ 7,85/kg, e de 0,50% em São Paulo, fechando em R$ 7,98/kg.
Cepea/Esalq
Frango no atacado paulista tem leve alta
A maioria das cotações no mercado do frango ficaram estáveis na terça-feira (4), com exceção de tímida alta para a ave no atacado paulista
De acordo com a Scot Consultoria, o valor do frango na granja em São Paulo ficou estável, custando, em média, R$ 5,40/kg, enquanto o frango no atacado subiu 0,27%, custando, em média, R$ 7,47/kg. No caso do animal vivo, o preço ficou estável no Paraná, com valor de R$ 4,65/kg, da mesma forma que Santa Catarina, custando R$ 4,61/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, Vivo, referentes à segunda-feira (3)), tanto a ave congelada quanto o frango resfriado ficaram estáveis, custando, respectivamente, R$ 8,24/kg e R$ 8,26/kg.
Cepea/Esalq
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868