Ano 10 | nº 2337 |23 de outubro de 2024
NOTÍCIAS
Preço do boi gordo estável em São Paulo
Com alguns frigoríficos ainda fora das compras, o preço do boi gordo permaneceu estável. No entanto, a volatilidade vigente leva os pecuaristas a reterem as boiadas, na expectativa de melhores negócios
Na terça-feira, a Scot Consultoria voltou a detectar elevação nos preços das fêmeas abatidas no Estado de São Paulo. Ainda pelos dados da Scot, o “boi- China” vale R$ 310/@ no mercado paulista, enquanto o bovino “comum” é negociado por R$ 305/@. Com isso, as ofertas estão reduzidas, dificultando a formação de escalas e sinalizando preços acima da referência. A cotação da vaca subiu R$3,00/@ e a da novilha R$2,00/@. As escalas estão curtas, em média, entre quatro e seis dias. Na Bahia, a ponta vendedora está negociando devagar, resultando na redução da oferta. Como consequência, as cotações subiram. Na região Sul, a cotação do boi gordo e da vaca subiu R$5,00/@. Para a novilha, o aumento foi de R$2,00/@. Na região Oeste, a arroba do boi gordo subiu R$2,00. Para a vaca, o aumento foi de R$3,00/@ e, para a novilha, de R$5,00/@. No Sudeste de Rondônia, com escalas, em média, entre quatro e cinco dias e, pouca oferta, a cotação na região subiu R$5,00/@ para todas as categorias. Na exportação de carne bovina in natura, até a terceira semana de outubro, o volume de carne bovina in natura exportado foi de 176,4 mil toneladas – média diária de 12,6 mil toneladas – superando o desempenho médio diário do mesmo período de 2023 em 42,1%. O preço médio da tonelada ficou em US$4,6 mil. Na comparação feita ano a ano, o faturamento está 42,3% maior.
Scot Consultoria
Mercado do boi gordo segue em alta graças à intensa demanda de exportação
Atual posição das escalas de abate, que permanecem apertadas em grande parte do país, também dão suporte aos preços
O mercado físico do boi gordo volta a apresentar alta em seus preços. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo. “Isso acontece em linha com a atual posição das escalas de abate, que permanecem apertadas em grande parte do país”. Segundo ele, as exportações seguem como uma variável determinante na atual temporada, ocupando um papel relevante na formação dos preços da arroba do boi gordo. Preços médio da arroba do boi: São Paulo: R$ 309,92. Goiás: R$ 304,46. Minas Gerais: R$ 304,71. Mato Grosso do Sul: R$ 306,48. Mato Grosso: R$ 293,85. O mercado atacadista segue com preços firmes, ainda em perspectiva de alta no curto prazo. O quarto dianteiro é precificado a R$ 18,20 por quilo. O quarto traseiro permanece cotado a R$ 23,20 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 17,25 por quilo.
Agência Safras
Arroba do boi gordo atinge R$ 310 em São Paulo
Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse aumento ultrapassa os 20%
Nos primeiros 15 dias de outubro, o indicador do boi gordo, segundo o Cepea, acumulou uma alta de 9,1%, com negociações que chegaram a R$ 310 à vista em São Paulo, descontado o Funrural. Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse aumento ultrapassa os 20%. Segundo Hyberville Neto, diretor da HN Agro, esse movimento de alta nos preços está sendo sustentado pelo bom escoamento tanto no mercado interno quanto no internacional. “A partir de julho, o mercado tem subido. No início do movimento, foi uma puxada maior do consumo, tanto no escoamento internacional quanto no doméstico”, explica Hyberville. Ele também destaca o impacto da baixa taxa de desemprego, que ajuda a manter o consumo de carne em alta no curto prazo. Outro fator importante é a forte demanda externa, especialmente da China. Hyberville aponta que “em setembro, tivemos o maior volume exportado da história e, em outubro, com dados parciais, estamos com a maior média diária da história”. Ele acrescenta que, caso o ritmo seja mantido, “pode ser mais um recorde quebrado”. Sobre o futuro, Hyberville acredita que o mercado deve se manter firme até o final do ano, embora uma acomodação nos preços após a alta recente não seja descartada. “O mercado não deve voltar aos patamares anteriores, mas alguma acomodação nesses próximos meses não seria algo fora da curva”, afirma. Ele ressalta que, com a oferta restrita e exportações em alta, os fundamentos continuam favoráveis para um mercado firme. Apesar do cenário positivo, a margem dos frigoríficos diminuiu, o que pode influenciar as negociações nos próximos meses. “A margem da indústria caiu, pois o preço no atacado subiu um pouco menos do que o boi gordo”, explica Hyberville. Ele ainda pondera que, mesmo com essa queda, “a margem ainda está num patamar historicamente positivo”. Para os pecuaristas, o cenário é de atenção. Hyberville sugere que produtores que estão com gado em confinamento garantam um preço mínimo. “Agora não é hora de travar preço fixo, porque o mercado está positivo, mas alguma acomodação pode acontecer”, orienta. Ele destaca que garantir um valor mínimo é uma estratégia interessante para quem tem gado com data definida de venda. A previsão é de que o ciclo pecuário entre em uma fase mais positiva. “Nós ainda estamos vendo um volume de oferta elevado, mas isso deve mudar em breve, com a redução da participação de fêmeas nos abates”, conclui Hyberville, destacando que essa fase de alta tende a beneficiar os pecuaristas, especialmente com a valorização dos bezerros.
Canal Rural
Preço da carne deve subir até 40% em Mato Grosso
Desde agosto, o preço da carne em Mato Grosso tem registrado aumentos, chegando a 16% em alguns estabelecimentos
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo MT), Paulo Bellincanta, a previsão é de um novo reajuste, variando entre 20% e 30%. De acordo com Bellincanta, a continuidade dessa alta será influenciada pela oferta, demanda e pela disponibilidade de matéria-prima nos pastos. Ele explica que esse movimento faz parte de um ciclo pecuário, onde a oscilação na oferta de bezerros e bois magros impacta diretamente os preços. “Nos últimos dois anos, houve uma oferta excessiva de carne, o que resultou no abate de muitas matrizes devido aos preços pouco atrativos. Isso levou à insegurança dos produtores, que optaram por não manter as fêmeas e, em muitos casos, converteram áreas de pasto para o cultivo de soja”, afirmou.
Pecuaria.com.br
Exportação de carne bovina ao mercado árabe sobe 89%, para US$ 1,44 bilhão
Embarques da proteína para região atingem recorde histórico, com destaque para os Emirados Árabes e Egito
As exportações brasileiras de carne bovina ao mercado árabe somaram US$ 1,44 bilhão no acumulado de janeiro a setembro de 2024, um crescimento de 88,95% sobre a receita obtida em igual período de 2023, informou a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Trata-se de novo recorde de vendas aos países da Liga Árabe, com valores acima do total registrado em 2019, o melhor ano da série histórica. No período de nove meses do ano, os Emirados Árabes Unidos lideraram as compras de carne bovina brasileira, com receita de US$ 547,02 milhões, um avanço de 168,56% sobre o valor de igual intervalo do ano passado. As vendas ao Egito, segundo no ranking, subiram 22,54% no período, para US$ 244,37 milhões, seguido pela Arábia Saudita, com valor arrecadado de US$ 203,04 milhões – aumento anual de 26,13%. Além da carne bovina, destaque para as vendas de açúcar, frango e milho – esses produtos registraram avanços nos volumes embarcados na casa dos dois dígitos, de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. No acumulado de janeiro a setembro, os embarques totais aos 22 países árabes avançaram 25,64% sobre igual intervalo de 2023, para US$ 17,72 bilhões. O superávit gerado no período foi de US$ 9,74 bilhões, receita que já superou o saldo obtido durante os 12 meses do ano passado, de US$ 8,68 bilhões. Segundo a Câmara, a pauta de exportação aos países da Liga Árabe foi liderada por açúcar, proteínas animais e minério de ferro. “Esses produtos tiveram crescimento de demanda, indicando que a região segue com consumo em alta e seus projetos de infraestrutura a todo o vapor, mesmo com as recentes revisões nos investimentos governamentais na economia do pós-petróleo”, observam os analistas da Câmara. Na avaliação de Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe, os resultados reforçam a importância dos mercados árabes nas exportações. “Desde o fim dos anos 1970, os árabes vêm desenvolvendo relações comerciais com o Brasil crescentes e complementares, com nosso país atuando na segurança alimentar do bloco”, afirmou. Para Mourad, o conflito que escala no Oriente Médio (entre Israel e Líbano) deve ser visto como um ponto de atenção para todo o setor exportador. O executivo ressalta, no entanto, que a situação ainda não afetou diretamente os grandes mercados da região e nem foi capaz de desacelerar o ritmo dos embarques até aqui. “Conflitos anteriores aumentaram os custos logísticos, mas nunca prejudicaram as vendas de forma significativa, até porque exportamos muitos gêneros de primeira necessidade”, lembra Mourad, que acrescenta: “Esperamos que o conflito atual se encerre o mais breve possível”. O executivo espera ainda que os embarques sigam em ritmo intenso nesta reta final do ano, com os importadores buscando reforçar os estoques para o Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, que ano que vem começa mais cedo, no fim de fevereiro.
Portal DBO
ECONOMIA
Dólar fecha estável, abaixo de R$5,70, apesar de alta no exterior
Em um dia de agenda esvaziada, o dólar oscilou em margens estreitas na terça-feira até encerrar a sessão praticamente estável no Brasil, pouco abaixo dos 5,70 reais, em meio ao avanço da moeda no exterior, onde investidores se posicionavam para uma possível vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos EUA e para cortes menores de juros
O dólar à vista fechou o dia em leve alta de 0,06%, cotado a 5,6967 reais. Em outubro a divisa acumula elevação de 4,54%. Às 17h19, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a 5,6995 reais na venda. No exterior o dólar já sustentava pela manhã ganhos ante uma cesta de moedas fortes e em relação a várias divisas de países emergentes, em meio à perspectiva de que o Federal Reserve cortará sua taxa de juros em apenas 25 pontos-base em novembro, e não em 50 pontos-base. Além disso, a eleição presidencial dos EUA continuou sustentando as cotações do dólar, à medida que crescem as expectativas de uma vitória de Trump sobre a democrata Kamala Harris. As políticas de Trump são vistas como potencialmente inflacionárias, o que também afetaria o câmbio. Durante a tarde o avanço do dólar ante boa parte das demais divisas no exterior continuou dando certo suporte às cotações no Brasil, que retornaram para perto da estabilidade. Mas assim como as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), o dólar oscilava em margens estreitas, em um dia de “pausa” após os fortes avanços vistos no mês de outubro. Durante a tarde, declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à emissora norte-americana CNBC foram consideradas dentro do script mais recente da instituição. Na entrevista, Campos Neto repetiu que a economia brasileira está resiliente e que o mercado de trabalho está apertado, reiterando que a instituição busca atingir o centro da meta de inflação, de 3%.
Reuters
Ibovespa marca mínima desde agosto com queda da B3
O Ibovespa fechou em queda na terça-feira, quase perdendo o patamar dos 129 mil pontos no pior momento, com as ações da B3 entre as maiores pressões negativas após a empresa elevar sua previsão de alavancagem para 2024
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,31%, a 129.951,37 pontos, menor patamar de fechamento desde 8 de agosto, após marcar 129.094,35 pontos na mínima e 130.345,51 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou apenas 18,217 bilhões de reais, de uma média diária de quase 23,6 bilhões de reais em 2024. Na visão do responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi, há uma leve aversão a risco internacional que pesa sobre o mercado brasileiro, enquanto a China continua decepcionando em relação aos estímulos. “Isso, obviamente, piora um pouco o humor do investidor estrangeiro no geral para (ativos de mercados) emergentes”, acrescentou. Nos EUA, o apetite a risco tem sido moderado dada a cautela com a eleição presidencial norte-americana no próximo dia 5 de novembro, mas também expectativas de um Federal Reserve menos “dovish” após dados sugerindo que a economia norte-americana permanece robusta. De acordo com o sócio e advisor da Blue3 Willian Queiroz, os números sobre atividade das últimas semanas aumentaram a probabilidade de o banco central dos EUA não promover dois cortes de 0,25 ponto percentual neste ano. No Brasil, os negócios também permanecem suscetíveis a preocupações com as contas públicas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou a busca pelo centro da meta de inflação, mas também repetiu que “é difícil imaginar” uma situação na qual o país possa viver com juros mais baixos do que hoje sem um choque fiscal positivo. Zanlorenzi citou que investidores estão convivendo já há algum tempo com essa preocupação em relação ao quadro fiscal e o mercado “claramente não tem dado o benefício da dúvida, preferindo manter posições mais cautelosas nesse momento”. A agenda doméstica mostrou ainda que a arrecadação do governo federal teve alta real de 11,61% em setembro sobre o mesmo mês do ano anterior, somando 203,169 bilhões de reais, no melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1995. “O governo conseguiu melhorar a arrecadação em setembro, mas continua com um gasto maior do que o esperado pelo mercado”, destacou Queiroz, citando que há uma expectativa “muito grande” de anúncios de cortes de despesas na próxima semana.
Reuters
Arrecadação federal cresce 11,61% em setembro e bate recorde para o mês
A arrecadação do governo federal teve alta real de 11,61% em setembro sobre o mesmo mês do ano anterior, somando 203,169 bilhões de reais, no melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1995, informou a Receita Federal na terça-feira
O dado mensal veio acima da expectativa indicada em pesquisa da Reuters, que apontava para arrecadação de 201,1 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a setembro, a arrecadação foi de 1,934 trilhão de reais, 9,68% acima do registrado nos primeiros nove meses de 2023, já descontada a correção pela inflação. O dado também representa um recorde para o período. Em setembro, os recursos administrados pela Receita, que englobam a coleta de impostos de competência da União, avançaram 11,95% em valor ajustado pela inflação frente a um ano antes, a 196,646 bilhões de reais. No período de janeiro a setembro de 2024, o ganho foi de 9,67%, totalizando 1,842 trilhão de reais. Já as receitas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, avançaram 2,23% em setembro frente ao mesmo período de 2023, a 6,523 bilhões de reais. No acumulado de janeiro a setembro, esses recursos tiveram alta real de 9,92%, totalizando 92,456 bilhões de reais. Segundo a Receita, o desempenho positivo do mês passado foi influenciado pelo comportamento de indicadores macroeconômicos, o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis e o desempenho dos tributos do comércio exterior em função do aumento do volume das importações, das alíquotas médias e da taxa de câmbio. O Fisco também apontou como impulsionadores da arrecadação ganhos com o crescimento da contribuição previdenciária diante de dados positivos da massa salarial e do recolhimento de tributos que haviam sido adiados durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Entre os destaques de setembro, no recorte por tributo, a arrecadação de PIS/Pasep e Cofins registrou crescimento real de 18,92%, a 45,684 bilhões de reais. Também houve alta real na receita previdenciária em 6,29%, a 54,493 bilhões de reais. O recolhimento de Imposto de Importação e IPI vinculado cresceu 44,30% no mês, a 9,925 bilhões de reais. Na divisão por setores, a arrecadação do comércio atacadista teve forte alta real em setembro ante o mesmo mês de 2023, de 23,9%. Também foram registrados ganhos nos setores de combustíveis, financeiro e fabricação de veículos. Os dados positivos ajudam na busca pelo déficit zero pela equipe econômica, que agora também promete aliviar as contas públicas por meio de um reforço em medidas de contenção de gastos do governo.
Reuters
FMI revisa PIB do Brasil e prevê alta de 3% em 2024 e desaceleração em 2025
Organismo internacional havia piorado a previsão de crescimento do País para 2024 no levantamento de julho, quando temia o impacto das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul
O Fundo Monetário Internacional (FMI), voltou a melhorar a projeção de crescimento do Brasil neste ano, após piorá-la em julho último, quando temia o efeito econômico das enchentes no Rio Grande do Sul. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 3% em 2024, o que representa um aumento de 0,9 ponto porcentual em relação à estimativa anterior, de 2,1%, informou o organismo no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 22. “Esta é uma revisão devido ao consumo e investimentos mais fortes no primeiro semestre do ano devido a um mercado de trabalho aquecido, transferências governamentais e interrupções menores do que o previsto devido a enchentes (no Rio Grande do Sul)”, justifica o FMI, no documento, divulgado às margens das suas reuniões anuais, que ocorrem em Washington DC, nos Estados Unidos, ao longo desta semana. Ao melhorar a projeção, o Fundo segue outros organismos, a exemplo do Banco Mundial e bancos da Faria Lima a Wall Street, que têm melhorado as estimativas para a expansão do Brasil em meio à surpresa positiva com o PIB local. Caso o cenário previsto pelo FMI se materialize, o País vai apresentar uma leve aceleração em relação a 2023, quando cresceu 2,9%. Ainda assim, o Brasil deve se expandir abaixo do ritmo de economias emergentes e em desenvolvimento no exercício vigente. O fundo estima alta de 4,2% neste e no próximo ano. Por outro lado, o País é esperado crescer acima da expansão prevista para a região da América Latina e Caribe, de 2,1% e 2,5%, respectivamente. Para 2025, o FMI fez o movimento contrário e reduziu a estimativa para o avanço do PIB brasileiro, antevendo uma desaceleração da economia doméstica. O fundo projeta aumento de 2,2%, o que representa uma queda de 0,2 ponto porcentual em relação à estimativa anterior, divulgada em julho último. “Com a política monetária ainda restritiva e o esperado esfriamento do mercado de trabalho, espera-se que o crescimento [do Brasil] modere em 2025″, avalia o FMI, em. Por sua vez, o Fundo vê os preços mais resistentes no Brasil. O FMI espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 4,3% neste ano, acima da sua última projeção, de 4,1%. Em 2025, o indicador deve desacelerar para 3,6%, também acima da estimativa anterior, de 3,0%. Este patamar será alcançado apenas em 2029, segundo o Fundo. Ainda assim, os preços no Brasil seguem uma trajetória de esfriamento. Em 2023, o IPCA ficou em 4,6%. Ao comentar sobre o comportamento da inflação nos países da América Latina, o Fundo destaca revisões para cima no indicador. No caso do Brasil, o crescimento salarial robusto impede uma desinflação mais rápida no setor de serviços, avalia. O FMI espera que o índice de desemprego no Brasil fique em 7,2% neste e no próximo ano, abaixo das estimativas anteriores. No ano passado, foi de 8%. Na visão do Fundo, as premissas de política monetária no Brasil são “consistentes” com a convergência da inflação dentro da faixa de tolerância até o fim de 2024. Depois de ter começado a baixar os juros antes de economias desenvolvidas, o País entrou em novo ciclo de elevação das taxas em meio à deterioração das expectativas para os preços e os temores fiscais no front doméstico. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o aumento que o FMI fez na projeção de crescimento do PIB do Brasil para este ano é o maior já realizado pelo organismo. “É a primeira vez que um aumento da previsão é tão grande quanto esse”, comemorou Haddad, ao falar com jornalistas, em Washington. Ao seu lado, o novo diretor-executivo do Brasil no FMI, André Roncaglia, explicou que o ajuste na projeção para o PIB do Brasil foi o maior que o fundo fez em termos de crescimento para todos os países que ele acompanha. “É reflexo tanto das políticas do ponto de vista fiscal, mas também do efeito dos investimentos, dos gastos que o governo vem fazendo na recuperação do Rio Grande do Sul e o próprio efeito da reforma tributária sobre as expectativas da economia e a melhoria do ambiente de negócios”, disse Roncaglia. Haddad disse ainda que a economia brasileira está crescendo com uma inflação relativamente controlada e que a revisão do FMI é sinal do potencial de crescimento sustentável do País. “Não é uma coisa que vai acontecer esse ano e, dali a pouco, para. Nós temos toda a condição de continuar crescendo”, afirmou.
O Estado de São Paulo
Indústria do Brasil sobe à 40ª posição em ranking de produção com 116 países
País avançou 30 posições em 1 ano na comparação do 2º trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, com a queda do juro e a alta na renda no período; elevação da Selic acende alerta
A indústria de transformação brasileira voltou a melhorar sua posição no ranking mundial de crescimento da produção, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. A produção industrial da transformação cresceu 2,9% no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo período do ano anterior. O desempenho alçou o Brasil à 40ª posição em um ranking de 116 países com informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (United Nations Industrial Development Organization, a Unido). Um ano antes, a indústria de transformação brasileira amargava a 70ª colocação, ou seja, o País avançou 30 posições no ranking. Segundo Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi, parte do dinamismo visto na indústria de transformação brasileira em 2024 é produzido por um impacto defasado (o impacto da política monetária na atividade econômica costuma ser defasado em alguns meses) do último ciclo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que facilitou o acesso ao crédito para consumo de bens duráveis. O ciclo de queda da Selic se iniciou em agosto de 2023, ao descer de 13,75% para 13,25%, e terminou em maio passado, ao estacionar em 10,50%, antes de subir a 10,75% em setembro (já fora do período pesquisado). “É justamente essa indústria de bens duráveis que vem puxando o dinamismo industrial brasileiro neste ano. Tem também outros fatores: ganho de melhores empregos no Brasil, ganho de rendimento real por causa disso, uma acomodação no processo inflacionário, programas públicos importantes como reajuste do salário-mínimo e ampliação do Bolsa Família, e os fatores pontuais também como pagamento de precatórios antecipados que favorecem porque injetam condições demanda na economia. E teve sinalizações de políticas mais estruturantes, como um retorno de financiamentos de longo prazo para investimentos do BNDES, e outras pontuais, como o programa de redução de impostos para veículos”, enumerou Cagnin. No acumulado do primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo semestre do ano anterior, a indústria de transformação brasileira cresceu 2,3%, ante uma elevação de 2,0% no total mundial. O Iedi ressalta que, no segundo trimestre, o Brasil mostrou melhor posição no ranking do que outros países latino-americanos “de destaque”, como Chile (-0,6%, figurando na 71ª posição), México (-1%, em 75º lugar), Colômbia (-3%, em 95º) e Argentina (-17,1%, em 115º lugar). A produção industrial argentina só não foi pior que o desempenho da Palestina, que amargou uma perda de 28,5% em meio aos bombardeios de Israel. Já o resultado positivo do Brasil superou também no ranking países como os Estados Unidos (-0,1%), Reino Unido (-0,5%), França (-1,5%), Japão (-2,9%) e Itália (-2,9%). Nas primeiras posições da lista figuraram Trinidad e Tobago (82,9%), Armênia (42,3%), Ruanda (21,5%), Kuwait (16,6%) e Taiwan (15,0%).
O Estado de São Paulo
Corrente de comércio chegou a US$ 34,8 bi no mês de outubro
As exportações brasileiras atingiram a marca de US$ 274,5 bilhões de janeiro até a terceira semana de outubro, com corrente de comércio de US$ 486,6 bilhões e superavit de US$ 62,4 bi no período, segundo dados da balança comercial brasileira divulgados nessa segunda (21/10) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex-MDIC)
Assim, até a 3ª semana de outubro/2024, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,48 bilhões. O saldo, também por média diária, foi de US$ 231,58 milhões. Comparando-se este período com a média de outubro/2023, houve crescimento de 4,1% na corrente de comércio. Os dados apontam que, quando considerado apenas o mês de outubro, as exportações somaram US$ 19 bi, com superávit de US$ 3,24 bi e corrente de comércio de US$ 34,8 bi. No acumulado, até a 3ª semana do mês de outubro de 2024, nas exportações por setor e produto, comparando com outubro de 2023, houve crescimento de US$ 41,46 milhões (5,6%) em produtos da Indústria de Transformação, recuo de 18,6% nas vendas de Agropecuária e de 10,6% nas da Indústria Extrativa. Houve aumento nas vendas de café não torrado e produtos hortícolas, na Agropecuária; pedra, areia e cascalho, minérios de alumínio e de metais preciosos na Indústria Extrativa; e carne bovina e celulose na de Transformação. Nas importações por setor e produto, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi: crescimento de US$ 2,84 milhões (16,9%) em Agropecuária; queda de US$ 3,17 milhões (3,9%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 152,4 milhões (17,5%) em produtos da Indústria de Transformação.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
GOVERNO
BNDES disponibiliza mais R$ 2,2 bilhões para programas do Plano Safra 2024-2025
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES disponibilizou na terça-feira, 22, mais R$ 2,2 bilhões para operações de crédito no âmbito de programas do Plano Safra 2024-2025
Com a medida, o total de recursos ainda disponível nos diferentes Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGF) a serem repassados pelo Banco é de R$ 11,2 bilhões, com prazo de utilização até junho de 2025. Os recursos poderão ser utilizados por produtores rurais, cooperativas e agricultores familiares para custeio e investimento em diversas finalidades, incluindo ampliação da produção, aquisição de máquinas e equipamentos, armazenagem e inovação.
BNDES
FRANGOS & SUÍNOS
Frigorífico reduz estresse de suínos com temperatura controlada e música clássica
Arquitetos investem na criação de suínos, mas usando práticas de bem-estar animal
Os arquitetos Rodrigo Torres e Andrea Zerbetto, donos do Grupo ARO Incorporações e Obras, atuam há mais de 20 anos no mercado de construção de residências de luxo e preservação de patrimônio cultural. Recentemente, o casal passou a investir em outro tipo de projeto: um frigorífico de carne suína. A unidade, que receberá investimento de R$ 25 milhões, ficará na Fazenda Memória, em Raul Soares (MG), na Zona da Mata Mineira, onde o casal mantém um plantel de 10 mil suínos. A propriedade terá capacidade de abate de 90 animais por dia e deverá entrar em operação em 2025. O plano da dupla é vender, no Brasil e no exterior, cortes nobres de carne suína com certificação de bem-estar animal e carbono zero. O casal começou a investir no agronegócio em 2017, após decidir diversificar atividades para ampliar a renda. Rodrigo diz que, após a morte do avô, que criava suínos em Raul Soares, os 17 filhos e a mulher decidiram vender a Agropecuária Irmãos Torres. Quando comprou o negócio, a Fazenda Memória tinha 8 mil suínos e 600 matrizes, que a propriedade vendia para frigoríficos. “Desde o começo, o plano era verticalizar a produção. Agora a gente conseguiu tirar do papel”, disse Torres. A empresa obteve R$ 13,5 milhões de recursos do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e R$ 6 milhões de investidores de familiares e amigos. O casal entra com R$ 5,5 milhões em recursos próprios. A principal atividade será a produção de cortes nobres de carne suína da raça Duroc, considerada o “Angus” da suinocultura. A empresa optou por 30 linhas de produtos, entre carne in natura congelada e produtos como ragu de carne suína, terrine e patê suíno, vendidos em latas ou embalagens acartonadas, em porções de 250 gramas. O desenvolvimento dos produtos ocorreu sob a consultoria do especialista Flavio Saldanha. O portfólio inclui bife ancho, bochecha, prime rib, T-bone, panceta, bife de picanha, linguiças, hambúrgueres suínos e outros. Os produtos chegarão ao mercado com a marca O Cortês, desenvolvida pela Greco Design. A escolha da lata tem relação com a preferência dos consumidores da Europa, um dos mercados que a empresa quer alcançar. “No Brasil, existe um certo preconceito com a carne em lata. Mas, na Europa, os melhores produtos, como foie gras, caviar e bacalhau, vêm em lata”, disse Torres. No mercado interno, o foco será a venda para empórios, supermercados e restaurantes no Sudeste e Distrito Federal. Já nas exportações, EUA e países da Europa serão os alvos prioritários. Inicialmente, o abastecimento será com produção da Fazenda Memória, que adota boas práticas agropecuárias, baseadas em bem-estar animal, sustentabilidade, emissão zero de carbono. Torres diz que, para reduzir o estresse dos animais, o ambiente conta com temperatura controlada, e os animais têm brinquedos e ouvem música clássica. A trilha sonora inclui movimentos de Brahms, Mozart e Tchaikovski. O frigorífico usará energia fotovoltaica e energia gerada com biogás que biodigestores produzem a partir do aproveitamento de dejetos dos animais. A produção é consorciada com florestas para neutralizar as emissões de carbono. Torres conta que o projeto inclui o plantio de 1,5 milhão de árvores na fazenda. “Nossa meta não é aumentar o plantel. A ideia é incentivar outros produtores da região a adotarem o mesmo modelo de produção para atender a demanda de cortes nobres, se a demanda superar a nossa capacidade”, diz. A expectativa da empresa é atingir um faturamento de R$ 120 milhões por ano, com uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de cerca de 30%.
Globo Rural
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868