CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2011 DE 30 DE JUNHO DE 2023

clipping

Ano 9 | nº 2011 |30 de junho de 2023

 

NOTÍCIAS

Sobe a cotação da novilha gorda em São Paulo

A indústria frigorífica, após altas ao longo da semana, observa um cenário de estabilidade e firmeza para os preços praticados para o boi gordo, mantendo o patamar de preços observados no levantamento de ontem. Para a novilha, alta de R$2,00/@, agora negociada por R$ 232/@, no prazo, valor bruto.

Segundo a Scot, os preços do boi gordo paulista e da vaca terminada ficaram estáveis, em R$ 247/@ e R$ 212/@, respectivamente (valores brutos e a prazo). O “boi-China” continua valendo R$ 255/@ em São Paulo, também no prazo, preço bruto, acrescenta a Scot. São observadas movimentações acima da referência para o “boi China”, porém em baixos volumes. Com uma movimentação positiva para o preço pago em dólares pela tonelada de carne bovina, por parte do nosso principal comprador, não devem ser descartadas altas para o “boi China” no curto prazo. Na região Sudeste de Mato Grosso, alta de R$5,00/@ para todas as categorias terminadas. A região acompanha as movimentações positivas da fronteira do estado, que observa enxugamento da oferta de gado. Dessa forma, o boi é negociado em R$ 210/@, a vaca em R$ 190/@ e a novilha em R$ 195/@. No Sudeste de MT, o “boi-China” está valendo R$ 220/@, com ágio de R$ 10/@ sobre o animal destinado ao mercado interno, de acordo com a Scot.

SCOT CONSULTORIA

Mercado do boi: preços continuam subindo

Na cidade de São Paulo, a referência para a arroba do boi atingiu R$ 256. Em Dourados (MS), o valor foi de R$ 251

O mercado físico do boi gordo registrou aumento nos preços nesta quinta-feira (29). A oferta restrita e as escalas de abate mais curtas têm gerado dificuldades na composição do mercado, o que tem levado a ajustes nos preços. Essa dinâmica já era esperada para o período de transição entre o segundo e terceiro trimestre, de acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Segundo Iglesias, tudo indica que o mês de julho terá uma oferta mais limitada, sendo que a maior oferta de animais confinados ocorrerá apenas em agosto. Na cidade de São Paulo, a referência para a arroba do boi atingiu R$ 256. Em Dourados (MS), o valor foi de R$ 251. Em Cuiabá, a arroba foi cotada em R$ 211,00. Já em Goiânia, a indicação foi de R$ 230,00 para a arroba do boi gordo. Em Uberaba (MG), o preço da arroba atingiu R$ 243,00. Os preços da carne bovina no atacado permanecem estáveis. Segundo Iglesias, há indícios de que haverá um aumento nas cotações durante a primeira quinzena do mês, devido ao aumento do consumo causado pela entrada dos salários na economia. No entanto, a competitividade da carne de frango em relação à carne bovina continua sendo um fator determinante. O quarto traseiro foi cotado a R$ 18,15 por quilo, o quarto dianteiro a R$ 14,00 por quilo e a ponta de agulha a R$ 13,65 por quilo.

AGÊNCIA SAFRAS

Boi/Cepea: Primeiro semestre se encerra com valores em queda, mas preço esboça reação

Os preços da arroba do boi gordo vêm esboçando certa reação neste final de junho. Apesar disso, o primeiro semestre se encerra com os valores em forte queda

E essas desvalorizações mantiveram muitos pecuaristas em alerta ao longo desse período, que foi marcado por oferta maior de animais para abate e pela suspensão – de um mês – nos envios de carne bovina ao principal destino da proteína nacional, a China. No acumulado da parcial deste ano (de 29 de dezembro de 2022 a 27 de junho de 2023), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 registra queda de 10%. Segundo levantamento do Cepea, a baixa foi causada por fatores produtivos e econômicos, dentre eles o maior investimento na produção pecuária nos últimos anos, que resultou em aumento na oferta de animais. Outro fator que aumentou a pressão sobre as cotações é o ainda baixo consumo de carne bovina no mercado interno, sobretudo nos primeiros meses do ano. Agentes consultados pelo Cepea afirmam estar confiantes de que a procura interna pela carne se aqueça no segundo semestre, fundamentados pelos atuais preços mais competitivos da carne.

Cepea

ECONOMIA

Dólar à vista fecha em baixa de 0,08%, a R$4,8469 na venda

O dólar à vista se manteve em alta durante a maior parte da sessão, após dados econômicos positivos nos EUA reforçarem a percepção de que a taxa de juros norte-americana poderá ficar elevada por mais tempo, mas a divisa migrou para o negativo na reta final dos negócios, encerrando em leve baixa

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8469 reais na venda, com queda de 0,08%. Na B3, às 17:09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,01%, a 4,8555 reais. A moeda norte-americana à vista chegou a oscilar em baixa no início da sessão, marcando a cotação mínima de 4,8288 reais (-0,45%) às 9h05, mas rapidamente migrou para o território positivo. Além do impulso interno dos últimos dias, com alguns investidores refazendo posições defensivas (compradas em dólar) após os recuos mais recentes, as cotações obedeceram ao noticiário externo. No fim da tarde, porém, o anúncio de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, daria uma entrevista coletiva às 17h15 trouxe pressão de baixa para a moeda norte-americana, que encerrou perto da estabilidade.

REUTERS

Ibovespa avança em dia com Campos Neto e CMN no foco

A reação na bolsa paulista encontrou suporte em declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deixando ainda mais claro que a porta está aberta para um corte da Selic em agosto, o que também apoiou alívio na curva de juros

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,46 %, a 118.382,65 pontos após fechar em queda em quatro dos últimos cinco pregões, acumulando no período uma perda de 3,1%. O volume financeiro nesta quinta-feira somou bilhões de reais. O Ibovespa agora acumula alta de 9,3% em junho, com ganho de 16,2% no segundo trimestre e elevação de 7,9% no primeiro semestre. O pregão encerrou com agentes financeiros na expectativa pelo desfecho da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) — particularmente a decisão sobre as metas de inflação –, que foi divulgado nos ajustes de fechamento. Antes dos ajustes, o Ibovespa acusava alta de 1,58%. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o CMN optou por manter em 2026 a mesma meta de inflação de 3% já vigentes para 2024 e 2025, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos, e adotar uma meta “contínua” a partir de 2025. A reunião do CMN ganhou relevância em meio ao debate sobre as expectativas de inflação de longo prazo e suas consequências para a política monetária. Segundo Haddad, a meta contínua terá um “horizonte de tempo relevante”, que na prática será de 24 meses. Em entrevista que foi ao ar na noite de quarta-feira na GloboNews, Haddad já havia dito que o centro da meta para 2024 seria mantido em 3% e sinalizou a intenção de alterar o horizonte para se atingir o objetivo. O penúltimo pregão da semana também foi marcado por uma bateria de divulgações domésticas, incluindo o Relatório Trimestral de Inflação do BC, dados de emprego do Caged, números sobre a dívida do governo central e o IGP-M, entre outros.

REUTERS

Proposta de reforma tributária é das piores da história do Brasil

Tributaristas avaliam que mudanças trarão complexidade maior que a de hoje e entraves ao crescimento econômico

Economistas e tributaristas questionam em artigo a efetividade da reforma tributária em discussão no Congresso. Os autores levantam questões como o abandono do sistema tributário atual em favor de um modelo ainda pouco estruturado, com alíquotas indefinidas, dependentes da aprovação de lei complementar. O possível aumento da carga tributária também é alvo de críticas, bem como a excessiva centralização tributária que pode prejudicar o pacto federativo definido na Constituição.

A reforma tributária do consumo, traduzida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45, prometia fundir cinco tributos: Cofins, PIS, IPI, ICMS e ISS. Seus idealizadores projetavam um sistema que iria promover maior simplicidade, menos burocracia, não cumulatividade plena e migração da tributação para o destino, dando cabo à chamada guerra fiscal. O substitutivo daquela PEC nega essas pretensões. Ao contrário, parece trilhar a marcha da insensatez, celebrizada na conhecida obra de Barbara Tuchman, que destacou a irracional supremacia das veleidades particulares sobre o interesse coletivo, em importantes episódios da história. Ele propõe a instituição de dois novos tributos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), no âmbito federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), no subnacional. O primeiro resultaria da fusão de Cofins e PIS, e o segundo derivaria da fusão de ICMS com ISS. A criação dos novos tributos não ocorreria de imediato. A CBS seria implantada em 2026, com alíquota de 1%. Já a partir de 2027, o Senado definiria sua alíquota, procedendo-se à extinção de Cofins e PIS. A nova alíquota teria de preservar a arrecadação, sempre em relação a um cenário “de referência”, que afinal é um conjunto de projeções e dados não verificáveis. O IPI também seria extinto naquele mesmo ano, exceto para os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. Um imposto “seletivo” seria criado para produtos como o tabaco. O IBS é ainda mais complexo. Sua implantação só ocorreria em 2029. A partir daí até 2032, haveria uma transição, com redutor anual de 1/5 aplicado sobre as alíquotas do ICMS e do ISS, a serem extintos em 2033. No período de transição, o Senado fixaria as alíquotas de referência do IBS, de modo a preservar as receitas dos estados e municípios, conforme a mesma lógica do cenário de referência. Existiriam, portanto, dois tributos com alíquotas indefinidas, a serem fixadas, ano a ano, com risco evidente de erro de estimativa. Reforma tributária sobre consumo: perguntas e respostas. Presume-se, em exercício preliminar, que a alíquota resultante dos dois tributos seria de cerca de 30%. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) participaria do cálculo das alíquotas de referência para subsidiar as decisões do Senado, no caso do IBS, com base em informações prestadas por um Conselho Federativo e pelos entes federados. Dessa forma, tenta-se vender a tese de que ninguém perderia um centavo. A propósito, qual seria essa alíquota mágica? Ninguém tem a resposta. Não é preciso ser versado em assuntos tributários para antever um agigantamento do contencioso. O diabo, costuma-se dizer, está sempre nos detalhes. Desta vez, porém, parece acomodar-se, sem qualquer pudor, em cada um dos dispositivos do substitutivo da PEC nº 45. Além da suposta simplificação, outra bandeira hasteada pelos idealizadores da PEC nº 45 era a migração da tributação do consumo para o destino. O substitutivo prevê que essa migração, no IBS, venha a ocorrer em 2033, admitindo-se que o termo inicial de vigência desse imposto seja 2029. Essa mudança, entretanto, já poderia ter sido implementada por mera Resolução do Senado Federal, alterando-se as alíquotas interestaduais vigentes do ICMS (7% ou 12%, cobradas na origem). A tão deplorada guerra fiscal do ICMS, por inobservância da legislação aplicável, poderia ser enfrentada pela instituição com severas punições: ao contribuinte beneficiário, mediante pagamento do imposto não pago com os acréscimos legais; à entidade federativa responsável, por meio dos impedimentos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal; e aos agentes públicos responsáveis, por enquadramento em improbidade administrativa e em crime contra as finanças públicas, a ser tipificado. A definição de alíquotas para o IBS é remetida à lei complementar. À boca miúda, ouve-se sempre “ah, na reforma tributária, para tudo que é importante, a resposta está pronta —lei complementar”. E você, contribuinte? Alguma preocupação com o aumento da carga tributária em certos setores, como o de serviços, que amargará significativa elevação de impostos? É racional tal deslocamento de carga tributária em desfavor de setores altamente empregadores de mão de obra, serviços temporários, sociedades profissionais e certas atividades na área de saúde e de educação que não venham a ser incluídas nas listas positivas de futuras e incertas leis complementares? A imolação do ISS no altar da não cumulatividade é um retrocesso que não esconde a verdadeira intenção de se abocanhar a crescente base tributária dos serviços, para compensar o encolhimento da base industrial, às custas de limitação da competência tributária dos municípios e obstaculizando a descentralização no federalismo fiscal brasileiro. O artigo 8º do substitutivo determina que lei complementar “poderá prever” regimes diferenciados, com alíquotas equivalentes à metade da alíquota de referência e, em alguns casos, com redução de 100%, respeitada a uniformidade no território nacional e desde que realizados os “ajustes” (aumentos) nas alíquotas de referência, a fim de preservar a arrecadação. Obviamente, haverá uma grande confusão. Regimes especiais “poderão” instituir alíquotas menores na CBS e no IBS para produtos agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais “in natura”, serviços de transporte, insumos agropecuários, produtos de higiene pessoal, atividades artísticas, medicamentos, serviços de educação e saúde. Não há dispositivo no texto garantindo que os tributos terão alíquotas reduzidas. E nem que a redução, se concedida, atenda às expectativas, caso a alíquota padrão aumente além do esperado por força do rosário de benefícios distribuídos em série. Essas reduções deverão ser compensadas, ao mesmo tempo, com majorações na alíquota padrão sobre os demais produtos e serviços. Não há garantia de absolutamente nada, pois tudo dependerá de lei complementar. O argumento dos defensores desse modelo é que, hoje, com o ICMS, as especificidades criadas por meio de regimes especiais, incentivos e isenções fiscais são muito mais numerosas. Ora, os incentivos do ICMS estão sendo garantidos até 2032. Além do mais, a prometida extinção demandará dinheiro vivo alocado pela União em um fundo exclusivamente destinado a essa finalidade, que poderá chegar a centenas de bilhões de reais. Trata-se de redobrada insensatez justamente no momento em que a crise fiscal ameaça a economia brasileira. Não para por aí. Haverá um segundo fundo, destinado ao desenvolvimento regional. Lei complementar disporá sobre os detalhes de ambos. Já se fala em dividir o bolo a partir dos critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE), isso sem contar que haverá certamente uma demanda por aumentos nos valores inicialmente propostos. Além disso, há notícias de que a renegociação da dívida dos estados com a União também teria sido colocada sobre a mesa. Outra complicação é o chamado “cashback” ou devolução de IBS e de CBS, o que, também, é remetido à definição por lei complementar. Caso venha a ser utilizado o cadastro único de beneficiários de transferências de renda, é preciso lembrar que serão mais de 90 milhões de pessoas a serem beneficiadas, o que certamente exigirá estruturas burocráticas gigantescas e robustos programas a serem adquiridos pelos contribuintes, especialmente nas atividades de varejo, ambos com custos exorbitantes, sem falar nos riscos de fraudes. Discussões sobre tributação de bens e serviços. As exceções vão se amontoando no texto, o que resultará em uma complexidade provavelmente bem maior que a de hoje. Uma espécie de monstrengo de difícil manejo. O que se está propondo não é nada simples. Já se esperava que a reforma não tocaria no Simples Nacional e na Zona Franca de Manaus. Porém, além deles, propõe-se o chamado regime específico de tributação a ser aplicado não só aos combustíveis, mas também às compras governamentais e aos serviços financeiros. Cabe perguntar: se o IBS é tão bom, por que todos querem ficar de fora da alíquota de referência? É evidente que aqueles que conseguirem se mobilizar, vão buscar escapar da alíquota geral. Trata-se, rigorosamente, de um mergulho no escuro de inspiração aventureira. Os que ganharem, ganharão, e os que perderem talvez venham a ser compensados com recursos da União, a viúva de sempre, o que significa importante aumento de carga tributária ou de endividamento público. Além da ausência de um diagnóstico amplo, detalhado, consensual e compartilhado sobre a carga tributária, há que se registrar a pretensão de criar um Conselho Federativo, órgão supostamente técnico com competência para editar normas, uniformizar interpretações, arrecadar imposto e distribuí-lo entre estados e municípios. Trata-se de uma instância poderosa para dirigir a fatia mais importante da tributação do país, hoje equivalente a cerca de 9% do PIB (ICMS e ISS). Seus poderes estão listados no substitutivo e incluem até mesmo a iniciativa para propor projeto de lei complementar relativamente ao novo imposto subnacional. É assim que morre uma federação. Os governos estaduais e municipais perderão ingerência sobre sua própria receita. Não é pouco. O Conselho Federativo teria o poder de interferir até na fixação da alíquota do IBS. Em nome da automatização, da centralização, do controle ou de coisas abstratas e pouco explicadas como essas, pretende-se atribuir àquele conselho poderes extravagantes. A cada ente federativo cabe administrar seus próprios tributos. Isso é parte essencial do pacto federativo, insusceptível de alteração por emenda constitucional. Acrescente-se que essa proteção ao pacto federativo é tão rigorosa que a Constituição veda a possibilidade de deliberação de emenda meramente tendente a ofendê-lo. Trata-se, convém não esquecer, de cláusula pétrea constitucional. A União aceitará que a CBS tenha sua alíquota definida pelo TCU e pelo Senado? Essa possibilidade encerra um preocupante risco fiscal. Visando conquistar apoio dos estados, o fundo originalmente proposto foi desmembrado em dois. Não tarda os estados exigirão mais recursos da União para custear ambos os fundos, como alertamos. Mais grave, em 2032, os prazos dos incentivos do ICMS talvez venham a ser prorrogados, como tem sido habitual. Definitivamente, essa proposta não será a solução para problemas tão difíceis e recorrentes. O outro fundo, de desenvolvimento regional, pode se transformar em um segundo FPE, cujos critérios atuais de partilha estão sendo questionados em ação no Supremo Tribunal Federal, alegando-se possível inconstitucionalidade. Já está muito claro. Perder-se-á uma fábula de dinheiro, sem qualquer garantia da boa aplicação do recurso. Destaque-se que, em anos de partilha do IR e do IPI, a desigualdade entre as regiões do país segue elevadíssima. São necessários novos instrumentos e novas estratégias, além do resgate do planejamento e da capacidade de fixar objetivos e metas nas áreas de infraestrutura e educação. Distribuir recursos a esmo é uma fantasia. A diferença é que, agora, o mesmo canto das sereias serve para atrair os estados, restringir seu poder de tributar e criar um sistema tributário mais complexo. Engana-se o setor industrial ao imaginar que sua situação melhorará com o avanço desse disparate tributário. O substitutivo, se aprovado como está, só piorará as condições de crescimento econômico, instalando no país uma máquina de ineficiências e complicações para quem produz. A guerra fiscal seguiria, mais forte do que nunca, agora financiada por subsídios canalizados diretamente do orçamento da União para as contas dos estados. Pior, o destino, tão aclamado, só seria concretizado em uma década, sendo a transição federativa concluída apenas em 2078! A Câmara e o Senado precisam compreender os riscos econômicos, políticos e sociais associados a este texto de 22 de junho de 2023, que já pode ser qualificado como uma das piores propostas de reforma tributária da história do país. Quer-se impor goela abaixo uma solução salvadora, a exemplo de um emplastro Brás Cubas, que a tudo e a todos curaria. É engraçado, na preciosa obra de Machado de Assis, porém desesperador quando se projeta para a vida real. Se aprovada, a tal PEC resultaria, a um só tempo, em seguro aumento de carga tributária para a maioria dos contribuintes e de complexidade para todos. Feriria o princípio federativo constitucional, ao estipular poderes excepcionais para o chamado Conselho Federativo, que, sem exagero, poderia ser visto como um fantasmagórico quarto ente federativo. Peca-se, por arroubos fundamentalistas, pelo abandono completo do sistema erigido até aqui. É a lógica do “vamos começar do zero”, como se as democracias consolidadas combinassem com esse tipo de estratégia disruptiva. A ciência política ensina que as democracias consolidadas se aperfeiçoam, quando há lideranças técnica e política adequadas ao modelo de avanços incrementais. Demonizar o ICMS e propor um imposto pior, no seu lugar, adianta o quê? Interessa a quem? Os seus problemas são muito conhecidos, e há soluções racionais para cada um deles. Não é preciso jogar fora o bebê junto com a água suja do banho. Sem dúvida, há urgente necessidade de aprimorar os tributos sobre o consumo, mas não é prudente tratar de forma açodada e displicente assunto tão sério. A proposta em discussão é repudiada pela imensa maioria dos contribuintes, parte dos quais, entretanto, teve sua severa carga tributária mitigada por providencial iniciativa de resgate, o que, por via oblíqua, implica aumentar ainda mais a carga tributária incidente sobre os que não foram resgatados. Os governantes do país têm de tomar as rédeas das discussões e formular uma proposta sensata e consistente de reforma tributária centrada em iniciativas para, em curto prazo, promover a simplificação e a redução da litigiosidade, mediante projetos de legislação infraconstitucional cujos efeitos seriam imediatos. Reforma tributária já, mas não essa.

Everardo Maciel  Consultor tributário e ex-secretário da Receita Federal (1995-2002, governo FHC) Felipe Salto Economista-chefe e sócio da Warren Rena, foi secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo (2022) Fernando Resende Ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (1996-1999), economista e professor na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, da FGV Jorge Rachid Consultor tributário e ex-secretário da Receita Federal (2003-2008, governo Lula; e 2015-2018, governos Dilma e Temer) José Roberto Afonso Pós-doutor pela Universidade de Lisboa em economia e professor do IDP. Marcos Cintra Professor titular de economia da FGV-SP e ex-secretário da Receita Federal (2019, governo Bolsonaro) Selene Peres Peres Nunes.

FOLHA DE SP

IGP-M cai mais do que o esperado em junho e tem maior deflação da série histórica, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) caiu mais do que o esperado em junho e marcou as taxas de deflação mais acentuadas da série histórica tanto na comparação mensal quando no acumulado do último ano

O IGP-M registrou queda de 1,93% em junho, após baixa de 1,84% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. Com esse resultado, o índice passou a mostrar baixa de 6,86% em 12 meses, marcando deflações recordes na série iniciada em 1989. A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de um recuo de 1,70% em junho frente a maio. Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, a leitura do IGP-M deste mês foi resultado da queda dos preços dos combustíveis na refinaria, com o diesel cedendo 13,82% e a gasolina caindo 11,69%. “Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, acrescentou ele. Desta forma, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 2,73% em junho, ante baixa de 2,72% em maio. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a recuar 0,25% no mês, deixando para trás a alta de 0,48% de maio. No âmbito do consumidor, as principais contribuições partiram dos preços da gasolina (-3,00%) e dos automóveis novos (-3,76%), explicou Braz. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,85% em junho, ante 0,40% em maio. A inflação no Brasil tem mostrado sinais de arrefecimento, de acordo com dados recentes, o que elevou a perspectiva de que o Banco Central começará em breve a cortar a taxa de juros Selic, atualmente em 13,75%. O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

REUTERS

Crédito deve crescer 7,7% neste ano, prevê Banco Central

O Banco Central (BC) prevê que o volume de crédito bancário crescerá 7,7% em 2023

A projeção teve uma ligeira alta diante da previsão anterior de 7,6%, divulgada em março deste ano, e continua indicando um processo de desaceleração do crédito, “compatível com o ciclo de aperto monetário” de alta na taxa Selic, os juros básicos da economia.A nova estimativa incorpora os novos dados do mercado de crédito e a revisão do cenário macroeconômico futuro. As informações são do Relatório de Inflação, publicação trimestral do BC, divulgado na quinta-feira (29). “Os dados do mercado de crédito divulgados desde o relatório anterior mostram evolução do saldo dos empréstimos às famílias acima do esperado, principalmente no segmento direcionado, enquanto os financiamentos às empresas recuaram de forma mais intensa, destacando-se o segmento livre”, informou o órgão. Para 2023, a projeção de crescimento do estoque do crédito livre para pessoas físicas aumentou de 8% para 9%, “refletindo a maior resiliência observada nas concessões até abril de 2023”. Por sua vez, a projeção de crescimento do crédito livre às empresas foi reduzida de 6% para 3%, “devido à desaceleração mais intensa do que a esperada no primeiro quadrimestre do ano”. “Esse movimento decorre, em parte, da oferta de crédito relativamente restritiva no início do ano, uma consequência tanto das condições gerais da economia, incluindo o estágio atual do ciclo monetário, como de repercussões do caso Americanas”, explicou o BC. O crédito livre é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito. A desaceleração do crédito livre foi parcialmente contrabalançada por um crescimento do crédito direcionado. Nesse segmento, a projeção de crescimento do saldo de pessoas físicas aumentou de 9% para 11%, diante da maior disponibilização de crédito rural no começo do ano. A revisão, por outro lado, também reflete a desaceleração ainda discreta do saldo do crédito imobiliário, a despeito da retração nas concessões observada desde meados de 2021. “Vale lembrar que, como os prazos da modalidade são altos e as amortizações relativamente pequenas em comparação ao saldo, movimentos das concessões têm impacto mais defasado na carteira de crédito”, explicou o BC. Por fim, no segmento de pessoas jurídicas, no crédito direcionado, a projeção foi mantida em 7%.

Agência Brasil

Caged mostra abertura de 155.270 vagas formais de trabalho em maio no Brasil, abaixo do esperado

O Brasil abriu 155.270 vagas formais de trabalho em maio, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência, em número abaixo do esperado e o mais fraco desde janeiro

A expectativa em pesquisa da Reuters era de criação líquida de 194.341 mil empregos no mês passado. A leitura foi fruto de 2,0 milhões de admissões e 1,845 milhões de desligamentos, e marcou o resultado mensal mais fraco desde os 86.099 empregos criados em termos líquidos em janeiro. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 865.360 vagas. No mesmo período de 2022, o superávit era de 1,103 milhão de postos de trabalho, segundo a série com ajustes. Houve saldo positivo de vagas em todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas no mês passado, com destaque para serviços, setor que abriu 83.915 postos. Houve criação de 8.429 empregos formais na indústria, 15.412 no comércio e 27.958 no setor de construção. Na agropecuária, por sua vez, foram abertos 19.559 postos de trabalho em termos líquidos. Os dados também mostraram superávit de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com leitura de 102.749, seguido por Nordeste (+14.683), Centro-Oeste (+14.473), Norte (+12.624) e Sul (+8.870). Com relação ao salário médio real de contratação, houve queda em maio para 2.004,57 reais, de 2.022,83 reais no mês anterior, de acordo com a série sem ajustes.

REUTERS

Governo central tem déficit primário de R$45 bi em maio, mostra Tesouro

O governo central registrou déficit primário de 45,014 bilhões de reais em maio, ante um saldo negativo de 39,318 bilhões de reais no mesmo mês do ano passado, informou o Tesouro Nacional na quinta-feira

O déficit do governo central, que compreende o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, no mês veio abaixo dos 47,9 bilhões de reais projetados por analistas em pesquisa da Reuters.

REUTERS

Confiança de serviços no Brasil vai a máxima em 8 meses em junho, diz FGV

A confiança do setor de serviços no Brasil saltou em junho para o maior patamar em oito meses, principalmente diante da melhor percepção sobre o momento atual, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da FGV Ibre subiu 3,7 pontos no mês, para 96,6 pontos, máxima desde outubro de 2022 (99,1), no quarto avanço consecutivo. Segundo Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre, com esse resultado a confiança de serviços encerra o segundo trimestre recuperando 60% do que havia perdido nos cinco meses anteriores. O Índice de Situação Atual (ISA-S) do setor de serviços avançou 5,9 pontos em relação a maio, para 99,3 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (100,0), enquanto o Índice de Expectativas (IE-S) ganhou 1,3 ponto contra o mês anterior, para 94,0 pontos, outro pico em oito meses (98,2). “Essa combinação de resultado sugere que o setor possa estar observando que o pior já passou”, disse Tobler. “Ainda não dá para afirmar que a recuperação continuará firme nos próximos meses, dado que os desafios econômicos persistem no país, mas começam a dar pequenos sinais de melhora”, concluiu o economista.

REUTERS

Governo muda sistema de metas de inflação após 24 anos e define alvo contínuo de 3%

Mudança no formato vale a partir de 2025 e substitui medição ao fim de cada ano

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) anunciaram na quinta-feira (29) a decisão de mudar o sistema de metas de inflação vigente há 24 anos e estabelecer que o Banco Central deve perseguir seu objetivo de forma contínua, e não mais anual. Além disso, foi determinado que o alvo para a variação de preços será de 3%. Com a mudança, o BC precisará buscar o patamar de inflação estabelecido sem se vincular ao chamado ano-calendário —como ocorre hoje. A meta será considerada cumprida se o indicador ficar entre 1,5% e 4,5% (considerando o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos). A mudança no horizonte vai valer a partir de 2025 e, segundo Haddad, foi uma “decisão de governo”. O ministro disse que o CMN (Conselho Monetário Nacional) foi apenas comunicado sobre essa nova diretriz. O colegiado é formado por Haddad, Tebet e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto —alvo preferencial das críticas do Executivo pelo nível atual dos juros. “Essa decisão [sobre o sistema de metas] não cabe ao CMN. O que fiz hoje foi comunicar uma decisão de governo, que é de competência do presidente da República”, disse Haddad. Apesar da declaração, o Ministro da Fazenda tentou por diversas vezes demonstrar que há indícios de concordância de Campos Neto com o novo sistema. Haddad citou declarações do presidente do BC de que a meta contínua seria mais “eficiente” do que o formato atual. Tebet disse também que não houve objeção da autoridade monetária. “Os votos foram por unanimidade.”

FOLHA DE SP

EMPRESAS

BRF lançará oferta de ações dia 3 de julho

Dona das marcas Sadia e Perdigão vai lançar oferta de ações (follow-on) para dar entrada ao investimento da Salic e da Marfrig

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, vai lançar na próxima segunda-feira (3) sua oferta de ações (follow-on) para dar entrada ao investimento do fundo soberano da Arábia Saudita, Salic, e da Marfrig, do empresário Marcos Molina, apurou o Valor. A operação irá injetar R$ 4,5 bilhões na BRF, metade da Salic e metade da Marfrig, conforme antecipado pelo Valor e já confirmado pela companhia. Segundo fontes, a operação será precificada apenas na semana do dia 10 de julho. Ao fim da operação a Marfrig, que tem 33% do capital da companhia, deverá passar a uma fatia de 38,7%. Já a Salic, que também é acionista da Minerva, passará a deter uma participação de 16% na empresa. As fatias podem mudar caso haja demanda dos investidores. Serão coordenadores da oferta JP Morgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, Safra, UBS BB e XP, apurou a reportagem. O aumento de capital tem como objetivo sanar a situação financeira da companhia, que há anos lida com seu alto endividamento. No primeiro trimestre deste ano, a dívida líquida da BRF encerrou em R$ 15,29 bilhões. Com isso, a alavancagem – indicador que mede a razão entre a dívida e o Ebitda ajustado – foi de 3,35 vezes, considerada alta. A BRF fará também na segunda-feira sua assembleia pra tratar do aumento de capital, passo necessário para a realização do follow-on. Procurada, a BRF não comentou.

VALOR ECONÔMICO

JBS leva 1,5 mil funcionários do Brasil para trabalhar na Austrália

Companhia fornece curso de inglês e permite que empregados que não são fluentes no idioma participem da seleção

A companhia de alimentos JBS anunciou na quinta-feira (29/6) a nova edição de seu programa de intercâmbio JBS Sem Fronteiras, que vai levar 1,5 mil funcionários para trabalhar nas operações da companhia no exterior. Segundo comunicado, nesta edição, os colaboradores serão alocados em diversas funções nas áreas produtivas e administrativas na JBS Australia. Os embarques já começaram em abril e devem seguir até dezembro deste ano. A JBS tem mais de 140 mil empregados na operação brasileira e está presente em mais de 20 Estados. Globalmente, a força de trabalho soma 260 mil profissionais em 24 países. “Com o JBS Sem Fronteiras, a companhia busca reter os seus talentos dentro da organização, aumentar a atratividade das posições produtivas junto as comunidades em que está presente e fortalecer a sua atuação como marca empregadora, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional dentro e fora do Brasil”, disse a empresa na nota. Para participar da nova edição do programa, os candidatos interessados precisam ter Ensino Fundamental completo, trabalhar na JBS há pelo menos 12 meses e ter, no mínimo, dois anos de experiência. Segundo a empresa, os aprovados no processo recebem suporte para a mudança de país, obtendo auxílio no processo do visto, compra de passagem, documentação e contrato de trabalho. Mesmo quem não fala inglês pode participar da seleção. O Instituto J&F oferecerá gratuitamente um curso do idioma com conteúdos interativos e aulas com professores nativos. A JBS Australia é uma das principais operações do grupo no mundo, responde por 9% da receita líquida global da companhia e emprega mais de 14 mil pessoas. A JBS opera no mercado australiano desde 2007, quando comprou a empresa de bovinos Australia Meat Holdings. Desde então, vem ampliando seus negócios na região por meio de uma série de aquisições. Hoje em dia, a empresa atua em alimentos preparados, no segmento de cordeiros, suinocultura e aquicultura.

VALOR ECONÔMICO

FRANGOS & SUÍNOS

Mercado de suínos com preços estáveis

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 117,00/R$ 120,00, assim como a carcaça especial, custando R$ 8,70/kg/R$ 9,00/kg

Conforme informações do Cepea/Esalq sobre o Indicador do Suíno Vivo, referentes à quarta-feira (28), os preços ficaram estáveis em Minas Gerais (R$ 6,47/kg), Paraná (R$ 5,841/kg), Rio Grande do Sul (R$ 5,89/kg), Santa Catarina (R$ 5,75/kg) e São Paulo (R$ 6,29/kg). Na quinta-feira (29) os preços do suíno comercializado na modalidade independente subiram em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, após a realização das Bolsas de Suínos. As lideranças do setor apontam para firmeza nos preços, com a melhor demanda.

Cepea/Esalq

Suinocultura independente: preços sobem na maioria das praças

Na quinta-feira (29) os preços do suíno comercializado na modalidade independente subiram em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina

Em São Paulo, o preço passou de R$ 6,42/kg vivo para R$ 6,53/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). No mercado mineiro houve alta, passando de R$ 6,50/kg para R$ 6,80/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve leve alta, saindo de R$ 5,80/kg vivo para R$ 6,05/kg vivo nesta semana. No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 22/06/2023 a 28/06/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 2,81%, fechando a semana em R$ 5,26/kg vivo. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 5,49/kg vivo”, informou o Lapesui.

AGROLINK

Suínos/Cepea: Demanda aumenta, e animal vivo e carne se valorizam

Os valores pagos pelo suíno vivo posto na indústria e os da carne negociada no atacado estão subindo nesta segunda quinzena de junho em todas as praças acompanhadas pelo Cepea, movimento atípico para este período

Segundo pesquisadores consultados pelo Cepea, essa reação é resultado do aquecimento da demanda. Ressalta-se que, sazonalmente, estações mais frias tendem a elevar o consumo de proteínas consideradas mais energéticas, como é o caso da suinícola. Além disso, eventos festivos típicos do mês de junho também reforçam a demanda pela carne.

Cepea

Estabilidade no mercado do frango

Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 4,50/kg, assim como o frango no atacado, valendo R$ 5,20/kg

Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o preço não mudou, valendo R$ 4,37/kg, assim como no Paraná, com preço de R$ 4,53/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (28), o preço da ave congelada subiu 1,34%, chegando a R$ 6,06/kg, enquanto o frango congelado não mudou de preço, fechando em R$ 5,98/kg.

Cepea/Esalq

MAPA pede que Japão reveja embargo ao Brasil

O Ministério da Agricultura está buscando a revisão da decisão do Japão de suspender as importações de produtos avícolas do Espírito Santo. Essa decisão foi tomada após a confirmação de um caso de gripe aviária em um pato de produção doméstica no estado

O Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Goulart, informou que o ministério apresentará as informações solicitadas pelo Japão e pedirá a revisão imediata da medida. Segundo Goulart, a decisão do Japão foi surpreendente, uma vez que não está de acordo com o protocolo sanitário bilateral entre os países e os requisitos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Ele destacou que as notificações de gripe aviária em aves silvestres ou de subsistência não afetam o status do Brasil como um país livre da doença em criações comerciais. Portanto, esses casos não deveriam resultar em restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, conforme previsto pela OMSA. Goulart também mencionou que um pedido inicial já foi feito ao Japão, reiterando o entendimento sanitário, e que a complementação das informações solicitadas deve ser concluída até amanhã. Essas informações adicionais dizem respeito às medidas de contenção da gripe aviária em resposta à emergência sanitária declarada pelo Brasil, incluindo o número de aves afetadas pela doença e o controle dos focos. A suspensão temporária das importações pelo Japão foi imposta após a confirmação de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1) em um pato de produção doméstica no município de Serra, no Espírito Santo. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Japão não importa produtos avícolas do estado. A suspensão japonesa afeta as importações de carnes de aves, aves vivas e ovos provenientes do Espírito Santo. Goulart avalia que a medida adotada pelo Japão não afeta a imagem do Brasil, mas reconhece o risco de outros países seguirem a mesma ação, uma vez que os padrões sanitários japoneses são reconhecidos como referência mundial.

MAPA

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