Ano 7 | nº 1616 | 18 de novembro de 2021
NOTÍCIAS
Boi gordo: preços estáveis pós ajustes positivos nos últimos dias
Em São Paulo, a oferta de boiadas para abate continua limitada, mesmo com os ajustes dos últimos dias. Porém, mesmo que em ritmo cadenciado, as indústrias frigorificas conseguiram originar matéria-prima para os próximos quatro dias úteis, e com isso as cotações ficaram estáveis na comparação diária
No Oeste do Maranhão, a oferta limitada resultou em alta de R$2,00/@ para todas as categorias destinadas ao abate, na comparação diária. Em Redenção – PA, na mesma situação, houve alta de R$5,00/@ para todas as categorias destinadas ao abate. Até a segunda semana de novembro, o Brasil exportou 38,2 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária exportada foi de 4,78 mil toneladas, queda de 9,7% na comparação semanal e 42,9% menor comparado ao mesmo período de 2020.
SCOT CONSULTORIA
Boi gordo: arroba passa de R$ 300 nas principais praças de produção e comercialização
Preços disparam e carne também sobe no atacado; oferta restrita é pilar central desse movimento
O mercado físico de boi gordo voltou a ter preços acentuadamente mais altos na quarta-feira (17), com a arroba passando de R$ 300 nas principais praças de produção e comercialização. “O volume de animais terminados, prontos para abate, é insuficiente, muito restrito. Assim, o mercado seguirá convivendo com um quadro anêmico de oferta, considerando a entrada tardia de animais de pasto no mercado brasileiro, o que deve ocorrer apenas no final do primeiro trimestre de 2021”, disse o analista Fernando Henrique Iglesias. Em relação à retomada das compras de carne bovina brasileira por parte da China, são poucas as novidades. Os preços da suinocultura chinesa seguem reagindo, evidenciando que as estratégias governamentais voltadas ao enxugamento da oferta doméstica e da recuperação do mercado local começam a surtir o efeito esperado. Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 308,00 na modalidade à prazo, contra R$ 301,00 na terça-feira. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300,00. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 304,00, ante R$ 299,00. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 290,00, ante R$ 280,00. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 307,00 por arroba, contra R$ 300,00. Os preços da carne bovina seguem subindo no atacado. Os frigoríficos seguem tentando repassar a alta dos preços do boi gordo no preço da carne. Há grande volume de carne bovina represada nas câmaras frias, ainda aguardando uma posição por parte das autoridades chinesas. “Caso o embargo se prolongue, a tendência é que esse estoque seja disponibilizado no mercado interno”, alertou o analista de Safras & Mercado. O quarto traseiro teve preço de R$ 22,50 por quilo, alta de R$ 1,30. O quarto dianteiro atingiu o patamar de R$ 14,25, alta de R$ 0,10. A ponta de agulha teve preço de R$ 14,15 por quilo, alta de R$ 0,15.
AGÊNCIA SAFRAS
Frigoríficos reclamam que falta gado no RS
A instabilidade na oferta de bovinos para abate vem comprometendo a indústria frigorífica gaúcha. Não apenas o processamento de volumes tradicionais para o mercado consumidor, mas também a estrutura das plantas e até as condições de empregabilidade nas unidades
De acordo com o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), o ideal seria um abate médio semanal de 55 mil cabeças, mas, atualmente no Rio Grande do Sul, esse volume está em 40 mil. “Estamos com um déficit semanal de 15 mil bovinos para abate”, afirma o Diretor Executivo do sindicato, Zilmar Moussalle. O levantamento do Sicadergs mostra que os estoques de animais vivos na pecuária gaúcha vêm diminuindo nos últimos três anos: em 2018 eram 12,46 milhões, em 2019 ficaram em torno de 11,83 milhões e, neste ano, está em 10,92 milhões. Para Moussalle, os motivos estão na substituição da atividade pecuária por lavouras como soja e trigo, que dão retorno duas vezes ao ano – somado ao cenário econômico que vem levando à redução do consumo de proteína animal pelas famílias brasileiras. Para contornar o momento difícil, os frigoríficos estão sendo forçados a dispensar funcionários, transferir abates e, alguns casos, conceder férias coletivas. “A oferta de boi que temos hoje não é equiparada à capacidade que temos de abater. Estamos em um quebra-cabeça para não ter mais prejuízo”, expressa o diretor. O Presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Luís Felipe Barros, acredita que a quantidade de animais represados no campo a espera de melhores cotações também contribuiu para a ociosidade no abate. De acordo com o dirigente, em 2020 houve uma evolução crescente dos preços, fato que não se repetiu até agora em 2021. A redução dos embarques e de compras internas de mercados como São Paulo e Minas Gerais ampliou a oferta de gado na saída da pastagem, levando a uma queda de preços para a indústria. “Sabemos que existe um cenário empírico no qual a soja vem ocupando o lugar da pecuária, mas essa afirmação não vem de um estudo técnico”, afirma Barros. Segundo ele, existe sim uma diminuição da atividade pecuária, como relata o sindicato, no entanto, esse movimento não estaria ligado ao desestímulo do setor, e sim, a uma melhor eficiência na criação do rebanho. “A diminuição de abate do gado macho acima de 36 meses é compensada pelo aumento do abate de machos até 24 meses”, relata. Para o representante do Instituto Desenvolve Pecuária, a situação deve normalizar com o aumento da demanda de consumo ocasionada pelas festas de final de ano. “O cenário econômico atual de retenção de gado é causado pelo preço, e não relação com a diminuição do estoque de bois vivos”, assegura Barros, ao afirmar que a entidade se propõe a ser uma ponte de diálogo com os frigoríficos. A perspectiva é de que a remuneração ao pecuarista nas próximas semanas cresça entre 10% e 15%, fato que deverá reduzir o represamento de gado dentro da porteira e ampliar a atividade nas unidades de abate.
Jornal do Comércio
Boi: intenção de confinamento recua 5,32% em outubro/21 no Mato Grosso
A intenção dos pecuaristas em confinar gado de corte no Mato Grosso registrou um decréscimo de 5,32% frente ao levantamento realizado em julho pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA)
A queda ocorreu diante da ausência da China nas compras por carne bovina, que pressionou a arroba e fez com que os confinadores buscassem alternativas para a entrega dos seus animais. Apesar da queda no volume de animais confinados frente ao primeiro levantamento, o volume consolidado de animais confinados foi de 837.770 cabeças neste ano, obtendo um incremento de 1,84% quando comparado com o consolidado em 2020. “Uma parcela dos informantes relatou ter destinado seus animais ao pasto, como também alterou a formulação da ração ofertada no cocho no intuito de retardar a engorda”, informou o IMEA. O produtor rural limitou a sua oferta de bovinos e a maior disponibilidade de pasto devido às chuvas, acabou impulsionando os preços da arroba no estado para R$ 256,70/@. Na mesma linha, a oferta de fêmeas também foi restrita e movimentou as cotações da arroba para cima. Com isso, a variação foi de 5,93% ante a semana passada e cotada em R$ 246,21/@. Já com relação aos preços do mercado de reposição, a menor demanda acabou comprometendo os preços do bezerro que registraram um recuo de 1,92% no comparativo semanal e finalizou a semana cotado a R$ 2.780,85/cab.
IMEA
Exportações de sêmen bovino alcançam crescimento de 84% no terceiro trimestre
A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou o novo Index ASBIA 3º Trimestre 2021. A publicação foi elaborada a partir de 126.725 informações individuais. Segundo o documento, 77,6% dos municípios brasileiros utilizam a IA atualmente, representando um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado
Segundo o Presidente da Asbia, Márcio Nery, a publicação aponta um momento positivo para o setor. “O destaque absoluto fica por conta do crescimento de 13% no corte e 3% no leite. Atravessando uma tempestade perfeita de mercado, o melhoramento genético continua avançando. Em momentos difíceis assim, no passado, já assistimos uma retração forte superior a 20%”, comenta. Outro ponto alto do Index é o número de exportações de doses de sêmen. Nos primeiros nove meses de 2021, 637.447 doses foram exportadas, correspondendo a uma elevação de 84% em relação ao terceiro trimestre de 2020.A publicação apontou a aplicação de inseminação artificial em rebanhos de corte em 3.822 municípios e, em rebanhos leiteiros, em 3.747 municípios. Entre janeiro e setembro, foram coletadas 16.713.741 doses, o que representa um crescimento de 70% em relação ao mesmo período do ano passado. A ASBIA também registrou um crescimento de 24% nas importações. Em 2021, 9.657.242 doses entraram no mercado nacional. Houve ainda uma considerável elevação em relação à comercialização de doses. As vendas alcançaram um total de 18.537.403 doses vendidas, que comparadas às 15.233.306 dos primeiros nove meses de 2020, pontuam um crescimento de 22%. Destas, 4.258.915 doses eram de animais leiteiros, marcando um crescimento individual de 7%, e 14.278.488 doses eram de animais de corte, registrando uma variação de 27% em vista do ano passado. Entre janeiro e setembro de 2021, o Index ASBIA aponta a saída de 20.886.986 doses – um avanço de 25,1% em relação ao mesmo período de 2020.
Asbia
Após a China, agora Estados Unidos querem impedir carne bovina do Brasil
Pecuaristas norte-americanos alegam que brasileiros demoram muito para informar problemas sanitários
Motivos para barrar a carne do Brasil eles têm, e fortes. Em setembro, os Estados Unidos importaram 49% a mais carne bovina do Brasil do que em igual período do ano passado. A participação da proteína brasileira nas importações norte-americanas subiu para 9,7% até setembro, bem acima dos 5,6% de igual período do ano passado. Argentina, Uruguai, Austrália e México diminuíram a participação nas importações norte-americanas. O motivo alegado pela NCBA, a poderosa federação dos produtores norte-americanos, para impedir a entrada de carne brasileira, no entanto, é a falta de compromisso do Brasil em comunicar rapidamente problemas sanitários à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Eles citam os dois casos atípicos de vaca louca que ocorreram em Minas Gerais e Mato Grosso. As associações querem impedir a importação do produto “in natura”. Outras querem um bloqueio de todas as carnes.
Esta semana está sendo um período de avaliações desse setor pelo mundo. Foram divulgados relatórios do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) e do Rabobank , e o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) promoveu discussões com participação do Ministério da Agricultura, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). As avaliações são de que 2022 poderá ser um período mais normal do que foi este ano, deteriorado pela pandemia, trava chinesa nas importações e redução na oferta de animais para abate. O cenário para os produtores, porém, será de custos mais elevados no próximo ano e de necessidade de melhor gestão. Para os consumidores, as notícias também não são boas. Os preços podem estabilizar, mas não voltam aos patamares de há dois anos, quando eram menores. Para Ronaldo Carneiro Teixeira, Coordenador-Geral de planejamento e avaliação zoossanitária do Ministério da Agricultura, o rebanho será maior, mas terá um crescimento lento. Tecnologia no manejo, genética melhor, cuidados na alimentação e melhorias nas pastagens vão provocar esse crescimento. Angela Lordão, Gerente de Pecuária do IBGE, acrescenta que a oferta ainda será reduzida nos próximos meses, mas que a retenção de matrizes feita pelos pecuaristas deverá melhorar a oferta. O próximo ano será um período de mais bezerros, devido a essa retenção de fêmeas.
FOLHA DE SÃO PAULO
Seis estados relatam falta de vacina contra aftosa
Ministério diz que situação é pontual. Pelo menos até o momento, pasta da Agricultura descarta prorrogar segunda etapa de campanha de vacinação do gado, que termina dia 30
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que ainda não considera a hipótese de prorrogar a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, apesar de haver relatos de falta de doses em revendas de seis estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. A afirmação foi feita à Globo Rural por Ana Carlos Vidor, Chefe da Divisão de Febre Aftosa do Mapa. Segundo a pasta, em caso de dificuldade ou problema que impeça uma boa cobertura vacinal, as federações estaduais devem protocolar pedido de prorrogação no Serviço Veterinário Estadual (SVE), até dia 25 de novembro, que vai avaliar e remeter para análise do Mapa. A campanha termina em 30 de novembro. O produtor que não imunizar seu rebanho pode ser multado. “A etapa tem 30 dias de duração. Mesmo que tenha existido alguma dificuldade de acesso à vacina na primeira quinzena do mês em algumas localidades, será possível o produtor adquirir a vacina e realizar essa importante medida de prevenção da doença até o final de novembro”, afirma Ana. Ela ressalta que técnicos da Divisão de Saúde Animal do Mapa se reúnem rotineiramente com integrantes do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), responsável por disponibilizar o total de doses, para monitorar o andamento da campanha. A chefe da divisão de Febre Aftosa do Ministério, afirma que as reclamações tratam de situações pontuais de falta de vacina, devido à capilaridade de algumas regiões do país. Mas há doses suficientes. Ana Carlos Vidor relata que, na última reunião, em 12 de novembro, solicitou ao Sindan mais 1.485.000 doses, número que equivale a 1,6% do total para vacinar toda a população alvo da campanha, estimada em 78 milhões de bovinos e bubalinos de até 24 meses. Questionado, o Sindan também afirmou que o estoque é maior que a demanda e o que pode estar ocorrendo são falhas na distribuição.
GLOBO RURAL
ECONOMIA
Dólar à vista fecha em alta de 0,48%, a R$ 5,5264
O dólar emendou a terceira alta na quarta-feira, firmando-se acima de 5,50 reais e fechando na máxima em mais de uma semana, com as operações locais novamente guiadas pelo clima externo mais conservador e pela incerteza sobre o rumo das discussões fiscais no Brasil
O mercado “vendeu Brasil” de maneira geral, com o Ibovespa em queda de mais de 1% e nas mínimas em um ano e os juros futuros em disparada de 15 pontos-base em alguns vencimentos até janeiro de 2027. “Estou pessimista”, disse um gestor de um grande banco em São Paulo que pediu para não ser identificado. “A Bolsa deve cair bem, o DI é para cima –e eventualmente a curva inclina de novo–, e no dólar estou mais na dúvida”, disse, lembrando que o juro já mais alto e a perspectiva de que fique mais elevado ajudam a amortecer pressão na taxa de câmbio. O noticiário vindo de Brasília seguiu inspirando preocupação, com declarações do relator da PEC dos Precatórios no Senado não tão alinhadas às do presidente Jair Bolsonaro sobre reajuste de salários de servidores públicos, o que mantém o clima de indefinição sobre os rumos e usos da PEC. O dólar à vista subiu 0,48%, a 5,5264 reais na venda, máxima desde o último dia 8 (5,5417 reais). Em três altas seguidas, a cotação acumulou ganho de 2,28%. Além dos catalisadores domésticos, o exterior também operou a favor do dólar nesta quarta, uma vez que investidores evitaram ativos de risco por temores sobre aumento antecipado de juros nos EUA. O iene japonês, visto como ativo seguro, era destaque global de ganhos, enquanto algumas moedas emergentes –sobretudo peso chileno e lira turca– tinham fortes quedas.
REUTERS
Ibovespa fecha em queda pelo 3º pregão seguido com fiscal no radar
O Ibovespa fechou em queda na quarta-feira pelo terceiro pregão seguido, passando a mostrar sinal negativo em novembro, em meio a renovadas preocupações com o quadro fiscal, em um contexto de deterioração nas perspectivas econômicas do país
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,22%, a 103.131,51 pontos, segundo dados preliminares- mínima intradiária desde novembro de 2020. O volume financeiro somava 28,7 bilhões de reais, em sessão ainda marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa. Com tal desempenho, o Ibovespa passou a mostrar declínio de 0,36% no mês, segundo dados preliminares. Até a véspera, contabilizava alta de 0,9%.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: preços em alta para o animal vivo e para a carcaça na quarta-feira
Na cotação do animal vivo, o Cepea/Esalq informou que nos preços referentes à terça-feira (16), foi registrado aumento de 5,40% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,44/kg, avanço de 5.39% em São Paulo, atingindo R$ 7,04/kg e avanço de 4,37% no Paraná, subindo para R$ 6,21/kg
Também houve alta de 4,09% no Rio Grande do Sul, passando a R$ 6,11/kg, e de 2,96% em Minas Gerais, fechando em R$ 7,30/kg. Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF subiu 1,56%/1,50%, chegando a R$ 130,00/R$ 135,00, enquanto a carcaça especial aumentou 6,38%/6,12%, valendo R$ 10,00/R$ 10,40 o quilo.
Cepea/Esalq
Rabobank espera que a produção brasileira de carne suína aumente 2,5% em 2022
As exportações brasileiras de carne suína devem subir 1% em 2022 para um novo recorde, apesar de um declínio de 5% nas compras chinesas, segundo o Rabobank
“A China deverá continuar sendo o maior destino de exportações da carne suína do Brasil em 2022, apesar de menores importações”, disse o Rabobank. Em 2021, as exportações brasileiras de carne suína para a China têm apresentado alta e devem encerrar o ano com crescimento de 10%, segundo o Rabobank. No mercado doméstico, o banco estima que a demanda continuará positiva em 2022, em um cenário de forte redução do consumo per capita de carne bovina para um dos menores níveis em 25 anos. O Rabobank espera que a produção brasileira de carne suína aumente 2,5% em 2022.
CARNETEC
Frango: quarta-feira com preços estáveis ou em queda
Na cotação do animal vivo, os preços não mudaram em Santa Catarina, nem no Paraná, fixado em R$ 5,85/kg. São Paulo ficou sem referência de preço.
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à terça-feira (16), a ave congelada teve leve queda de 0,39%, atingindo para R$ 7,69/kg, enquanto o frango resfriado baixou 0,26%, fechando em R$ 7,77/kg. Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja teve queda de 1,82%, custando R$ 5,40/kg, enquanto o frango no atacado baixou 1,39%, atingindo R$ 7,10/kg.
Cepea/Esalq
Setores de aves e suínos aplaudem aprovação da desoneração da folha na CCJ
ABPA espera celeridade no processo de aprovação do Senado Federal, para sanção presidencial
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aplaudiu hoje a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara do Projeto de Lei n° 2541/2021, de autoria dos Deputados Federais Efraim Filho e Dagoberto Nogueira, que altera a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, para prorrogar o prazo quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta – chamada “desoneração da folha de pagamento” – até 2023. A lei tem por objetivo estimular a geração de emprego e renda em cadeias produtivas de setores intensivos em mão de obra, como é o caso da cadeia agroindustrial da avicultura e da suinocultura e outros setores. Na avaliação da ABPA, a aprovação na Câmara é uma vitória para o País, já que preserva temporariamente o modelo tributário em vigor desde a instalação da Lei 12.546, de 2011, para os 17 setores que mais empregam em todo o país. Uma eventual reoneração, alerta a ABPA, poderia causar impactos diretos nos custos de produção, agravando o quadro inflacionário dos alimentos decorrente das altas de insumos, além da suspensão imediata das contratações e um provável risco de perda de mão de obra em meio à retomada econômica. Hoje, a avicultura e a suinocultura do Brasil empregam 4 milhões de trabalhadores direta e indiretamente. Cerca de 500 mil postos de trabalho são gerados apenas nas plantas frigoríficas. Apenas durante o ano de 2020, em meio à pandemia, as agroindústrias do setor contrataram mais de 20 mil trabalhadores, com o aumento da produção de alimentos para o abastecimento interno.
ABPA
Tratativa com UE sobre frango poderá avançar
Denúncia que o Brasil fez recentemente contra o bloco na OMC pode acelerar discussões sobre barreiras
A denúncia aberta pelo Brasil contra a União Europeia (UE) na Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de barreiras à entrada de carnes brasileiras de aves no bloco poderá acelerar as discussões bilaterais sobre pendências que estão tendo impacto de dezenas de milhões de dólares em negócios, segundo analistas. As carnes brasileiras estão submetidas a um controle intensificado na UE desde 2018. Foi quando Bruxelas adotou o Regulamento 700, reclamando do “número significativo de casos sérios e repetidos de não-cumprimento devido à presença de salmonela nas carnes e preparação de aves’’. Além disso, em março daquele ano, autoridades brasileiras informaram à UE sobre a descoberta de um esquema fraudulento entre laboratórios privados e frigoríficos, com concessão de laudos que atestavam a ausência de salmonela em carnes de aves. Com o controle intensificado, 20% das carnes brasileiras são submetidas a uma amostragem física para desembarcar na Europa. Para se ter uma ideia, em 2017, o Brasil exportou 250,4 mil toneladas de carne de frango para o mercado europeu. Controlar fisicamente 20% desse volume é uma tarefa enorme, que atrasa as liberações. A carne brasileira entra na fila no processo de desembaraço para aguardar os testes, feitos às custas dos exportadores – e o custo sobe com o uso adicional de contêineres e a armazenagem de cargas. Além disso, 35 frigoríficos brasileiros seguem “deslistados” (proibidos de vender carnes à UE). Um porta-voz europeu afirmou ao Valor que “a medida de proteção da UE permanecerá em vigor até que uma auditoria no local tenha verificado que medidas corretivas foram postas em prática e são eficazes para corrigir as deficiências identificadas por auditorias anteriores”. Em 2020, o bloco chegou a prever quatro auditorias no Brasil: uma sobre rastreabilidade de carne bovina; outra em frigoríficos; uma terceira para verificação e habilitação de novas plantas em Tocantins, regiões do Acre, Mato Grosso e Distrito Federal; e a quarta sobre os problemas apontados sobre salmonela no frango. No entanto, com a pandemia da covid-19, não houve auditoria europeia, nem no Brasil nem em outros países parceiros. Neste ano, tampouco as missões ocorreram, pelo mesmo motivo. Portanto, há quatro auditorias pendentes para o Brasil. A avaliação de algumas fontes é que, se as auditorias tivessem ocorrido, os problemas teriam sido solucionados e, assim, não se chegaria à disputa que o Brasil abriu agora na OMC. Entre 2017, antes do controle intensificado que trava o fluxo normal do comércio, e 2020, a receita das exportações de carnes de frango e peru do Brasil para a UE caiu 48,2%, de US$ 727 milhões para US$ 376 milhões. As vendas de carne bovina diminuíram 22,5% no mesmo período, de US$ 571 milhões.
VALOR ECONÔMICO
RABOBANK: Produção e exportação de carne de frango no Brasil devem subir 1,5% em 2022
A produção e as exportações brasileiras de carne de frango devem crescer 1,5% em 2022, segundo estimativas do Rabobank divulgadas em relatório
A carne de frango ganhou espaço no consumo doméstico em 2021, já que tem um custo mais baixo em relação a outras proteínas animais, em cenário de forte redução no poder de compra da população e declínio de pacotes de assistência financeira às famílias. “A reabertura econômica com o aumento das vacinações, juntamente com a redução do desemprego e as eleições presidenciais, devem dar suporte à demanda doméstica em 2022”, disse o Rabobank. O banco espera que o cenário continue favorável às exportações brasileiras de carne de frango em 2022, com a recuperação da economia global, baixa disponibilidade de mão de obra em outros países produtores e desafios relacionados à gripe aviária no exterior.“ Isso deve ocorrer apesar de uma queda na demanda chinesa e da atual suspensão de exportações de algumas plantas para a Arábia Saudita. Mercados como Europa e Oriente Médio deverão continuar dando oportunidades para as exportações brasileiras”, disse o Rabobank.
CARNETEC
EMPRESAS
JBS emite e precifica US$2 bi com menores taxas de sua história
A JBS informou que emitiu e precificou no mercado de capitais internacional 2 bilhões de dólares, com as menores taxas de sua história, em sua primeira emissão após receber a classificação de “full investment grade” das agências Fitch e Moody’s
Metade do volume foi emitida por meio da sua subsidiária JBS Finance Luxembourg, em notas sêniores, com valor de face de 98,947 dólares, yield de 2,72% ao ano, cupom de 2,5% ao ano e vencimento em 2027. A outra metade foi emitida por meio de suas subsidiárias JBS USA Lux, JBS USA Finance e JBS USA Food Company, em “sustainability-linked unsecured senior notes” atrelados ao compromisso de redução de emissões de gases de efeito estufa pela JBS, com valor de face de 98,709 dólares, yield de 3,146% ao ano, cupom de 3,0% ao ano e vencimento em 2032. “A JBS pretende utilizar os recursos das Notas 2027 para refinanciar compromissos de curto prazo, além de cobrir outros propósitos corporativos gerais”, disse a empresa. “Já as Notas 2032 serão usadas para o resgate do saldo das Notas Sêniores com remuneração de 7,000% e vencimento em 2026 emitidos pela JBS USA Food Company”.
REUTERS
MEIO AMBIENTE
UE anuncia regras para proibir commodities de áreas desmatadas e coloca mais pressão sobre o Brasil
As regras proibirão a importação de soja, café, carne bovina, cacau, madeira e óleo de palma e de alguns produtos derivados, como couro, chocolate e móveis que sejam originários de desmatamentos
A União Europeia (UE) publicou ontem pela primeira vez globalmente regras para proibir a importação de seis commodities provenientes de terras desmatadas, com impacto sobre exportações agrícolas brasileiras para o mercado europeu. Mundo As regras proibirão a importação de soja, café, carne bovina, cacau, madeira e óleo de palma e de alguns produtos derivados, como couro, chocolate e móveis que sejam originários de desmatamentos. O objetivo, diz a UE, é garantir que somente produtos livres de desmatamento e legais (de acordo com as leis do país de origem) sejam permitidos no mercado da UE. A UE define ‘livre de desmatamento” como a condição dos bens produzidos em terras que não foram sujeitas a desmatamento ou degradação florestal após 31 de dezembro de 2020. Ou seja, nenhuma dessas commodities será autorizada a entrar nos 27 países do bloco europeu se tiver sido produzida em terra onde houve desmatamento legal ou ilegal depois dessa data. ‘Significa que exportadores (brasileiros) deverão comprovar que não houve um desmatamento na área produtiva depois do dia 31 de dezembro de 2020, mesmo sendo permitido pelo Código Florestal, diz Emily Rees, Diretora da Consultoria Trade Strategies em Bruxelas. Frans Timmermans, Vice-presidente da Comissão Europeia, e Virginijus Sinkevicius, Comissário para Meio Ambiente, destacaram que a iniciativa mostra que a UE quer liderar pelo exemplo. A UE diz que as novas regras são ‘um passo decisivo ao ir além do desmatamento ilegal para enfrentar qualquer desmatamento impulsionado pela expansão agrícola para produzir as commodities no escopo da regulamentação. As razões são múltiplas, diz a UE. Primeiro, as evidências disponíveis confirmam que uma parte do desmatamento é a conversão legal do uso da terra de acordo com as leis do país de produção. Em segundo lugar, o foco apenas na legalidade faria com que o regulamento se baseasse apenas no rigor das regras de terceiros países, potencialmente encorajando uma corrida em países altamente dependentes de exportações agrícolas que podem ser tentados a baixar sua proteção ambiental com o objetivo de facilitar o acesso de seus produtos ao mercado da UE. Em terceiro lugar, estabelecer uma definição de desmatamento poderia facilitar a implementação das regras e aumentar sua eficácia. O anúncio europeu feito hoje ocorre duas semanas depois que mais de 100 países, incluindo o Brasil, se comprometeram a acabar com o desmatamento global até 2030 na Conferência do Clima em Glasgow. As novas regras ainda precisarão ser aprovadas pelo Conselho Europeu, reunindo os Estados membros, e pelo Parlamento Europeu, onde o movimento antidesmatamento é especialmente forte e onde a percepção sobre o governo de Jair Bolsonaro é péssima. Os importadores europeus vão precisar fazer uma estrita ‘due diligence’ sobre o que importam. Um sistema vai avaliar países de acordo com o nível de risco de desmatamento. Obrigações de estrita rastreabilidade serão impostas, a partir do local onde as commodities foram produzidas. Companhias importadoras e supermercados europeus precisarão coletar as coordenadas geográficas de onde as mercadorias foram originadas e as autoridades competentes nos 27 países membros assegurarão que somente produtos livres de desmatamento entrem no mercado comunitário. As companhias europeias que não fornecerem informações corretas às autoridades nacionais poderão sofrer multas valendo até 4% de seu faturamento anual. Para a Comissão Europeia, a mensagem é claramente de que a Europa não aceitará produtos agrícolas vinculados a desmatamento. “O custo de compliance será elevado mesmo para aqueles produtores que se enquadram nas novas regras, já que será necessário comprovar que não houve desmatamento, por meio de imagens satélite e outras declarações’’, diz Emily Rees. Os países serão enquadrados pela UE como de “risco padrão’’, o que exigirá a “due diligence’’ completa pelos importadores para evitar importar desmatamento. Mas no caso de um país de alto risco de desmatamento, a commodity será submetido à “due diligence’’ completa, e também poderão ser exigidas medidas adicionais (como verificação por terceiros, auditorias especificas, escrutínio reforçado, etc), para se alcançar um risco insignificante na operação. Já no caso de países com baixo risco, os importadores poderão pedir para fazer uma diligência simplificada que reduz na prática seus custos.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Rússia importará 300 mil toneladas de carnes com tarifa zero
Cota para compras sem taxa de importação valerá por seis meses
A Rússia anunciou informou ontem ao governo brasileiro que abrirá uma cota de 300 mil toneladas para importações de carnes com tarifa zero, sendo 200 mil toneladas para carne bovina e 100 mil para suína. A informação foi transmitida à Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que cumpre agenda em Moscou. A medida valerá por seis meses. Hoje, a tarifa de importação para até 530 mil toneladas é de 15%. A Ministra reuniu-se com o chefe do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Sergey Dankvert. Ele garantiu que representantes do país farão ainda no primeiro trimestre de 2022 uma visita de inspeção ao Brasil para habilitar novos frigoríficos para exportações ao mercado russo.
VALOR ECONÔMICO
ABRAFRIGO
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY EDITORA ECOCIDADE LTDA
041 3289 7122