Ano 6 | nº 1362 | 16 de novembro de 2020
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo na sexta-feira 13
Apesar das estratégias adotadas por grandes indústrias frigoríficas na última sexta-feira (13/11), das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria, 15 apresentaram alta na cotação do boi gordo
Em São Paulo a cotação do boi gordo estabilizou em R$290,00/@, preço bruto e à vista, R$289,50/@ com desconto do Senar e R$285,50/@ com desconto do Senar e Funrural. Já as fêmeas apresentaram variações positivas de 1,1% para a vaca e 0,7% para a novilha, na comparação dia a dia, ou seja, aumento de R$3,00/@ e R$2,00/@, respectivamente. Para os machos que atendem os requisitos de exportação, principalmente os que atendem o mercado chinês, foram verificadas ofertas de compra em R$300,00/@, bruto, com alguns dias de prazo. Vale ressaltar que um recuo nas cotações pode acontecer, reflexo do aumento gradual de indústrias frigoríficas fora das compras.
SCOT CONSULTORIA
Após altas sucessivas, arroba do boi tem queda no preço
A maior queda nas cotações foi observada em São Paulo, onde os valores da arroba do boi passaram de R$ 294 para 290 na sexta
Os preços da arroba do boi gordo apresentaram queda na sexta-feira, 13, nas principais regiões de produção e comercialização do país. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ritmo de negócios caiu substancialmente. “A indústria frigorífica optou por retomar as negociações em diversos estados com preços mais baixos. A consequência dessa estratégia está na retração do volume ofertado; as escalas de abate no geral estão encurtadas neste momento, em média elas estão posicionadas para daqui três dias úteis”, assinala Iglesias. O impasse entre pecuaristas e frigoríficos deve predominar no decorrer da próxima semana, avaliando toda a mudança de comportamento evidenciada nos últimos dias. “Ambos agirão de maneira cautelosa. Algumas unidades seguem indicando a possibilidade de ofertar férias coletivas; a intenção ainda é de reduzir a capacidade de abate em escala nacional”, aponta o analista. Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 290 a arroba, ante R$ 294 na quinta-feira. Em Uberaba, Minas Gerais, os valores ficaram em R$ 285 a arroba, ante R$ 285 – R$ 286 a arroba. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, a cotação ficou em R$ 282 a arroba, contra R$ 285 a arroba. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 278 a arroba, contra R$ 280 a arroba. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, a cotação baixou, ficando em R$ 275 a arroba, ante R$ 276 a arroba. No mercado atacadista, os preços encerram a semana com acomodação. De acordo com Iglesias, a tendência de curto prazo ainda remete a reajustes, em linha com o aquecimento da demanda no decorrer do mês de novembro, avaliando a entrada dos salários e outros benefícios que incidem sobre o período de festividades. “Por fim, os frigoríficos pretendem reduzir a capacidade de abates, o que pode ser traduzido como um elemento de retração da oferta de carne”, diz Iglesias. Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro permaneceu em R$ 15,40 o quilo, e a ponta de agulha seguiu em R$ 15,30 o quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Preço da carne bovina subiu no atacado com osso
Na última sexta-feira (13/11), no mercado atacadista de carne bovina, o preço da carcaça casada castrada subiu R$0,25/kg, ou seja, variação positiva de 1,4% e tem sido negociada por R$18,40/kg, segundo levantamento da Scot Consultoria
O escoamento está travado, poucas negociações foram realizadas durante a última semana, sendo verificado um maior volume de negócios somente na quinta-feira (12/11). Espera-se maior movimentação nesse mercado devido ao período de final de ano.
SCOT CONSULTORIA
China detecta coronavírus em carne congelada e embalagens vindas do Brasil e outros países
A cidade chinesa de Jinan informou neste fim de semana que detectou a presença de coronavírus em bife e tripas bovinas e nas embalagens destes produtos oriundos de Brasil, Bolívia e Nova Zelândia, enquanto duas outras capitais de província detectaram o vírus em embalagens de carne suína vindas da Argentina
A China está aumentando os testes em alimentos congelados após detectar repetidamente o vírus em produtos importados, o que tem levado à suspensão de importações, embora a Organização Mundial da Saúde afirme que o risco de se contrair Covid-19 em alimentos congelados é baixo. Em Jinan, capital da província de Shandong, no leste da China, os produtos envolvidos foram importados por uma unidade da Guotai International Group e pela Shanghai Zhongli Development Trade, informou a comissão municipal de saúde na noite de sábado. Os produtos entraram pelos portos de Xangai, disse a comissão, sem nomear as empresas que os embarcaram para a China. Mais de 7.500 pessoas que podem ter sido expostas testaram negativo para coronavírus. Casos de coronavírus em carne de porco congelada foram relatados em Zhengzhou, capital da província de Henan, na região central, e em Xian, capital de Shaanxi. Não ficou imediatamente claro se os dois casos teriam conexão entre si. As amostras com resultado positivo em Zhengzhou vieram de um lote de 24 toneladas de carne de porco congelada enviada de um depósito em Qingdao, em Shandong, disseram as autoridades. Na sexta-feira, a cidade chinesa de Wuhan comunicou que detectou o novo coronavírus em embalagem de um lote de carne bovina de um carregamento de agosto da Marfrig. No mesmo dia a Marfrig informou que não iria comentar o assunto.
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ECONOMIA
Dólar sobe 1,6% ante real em semana de maior volatilidade
O dólar fechou perto da estabilidade ante o real na sexta-feira, mas não sem antes exibir gangorra similar à dos últimos dias, ao fim de uma semana em que a moeda acumulou valorização em meio a aumento de volatilidade
O dólar à vista registrou variação negativa de 0,07% na sexta, para 5,4754 reais. Na semana, a cotação subiu 1,58%, devolvendo parte do tombo de 6,07% da semana anterior, quando ocorreram as eleições norte-americanas. O real viu elevação de volatilidade implícita na semana, saindo de 16,6% para 18,2%. O real caiu cerca de 1,6% ante o peso mexicano apenas nesta sessão e, na semana, recuou 2,75%. Um dos pontos cruciais contra o câmbio é de ordem fiscal, com o mercado ainda receoso sobre o futuro do teto de gastos e frustrado com a lentidão da agenda de reformas econômicas. Citando justamente problemas relacionados às contas públicas, o Itaú Unibanco elevou na sexta-feira de 4,50 reais para 5,00 reais o prognóstico para a taxa de câmbio nominal ao fim de 2021. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que o desalinhamento negativo da taxa de câmbio no Brasil voltou a aumentar no fim do terceiro trimestre e a ficar entre os maiores já vistos nos últimos anos. “A persistência do desalinhamento frente a uma melhora consistente dos fundamentos ao longo de 2020 nos leva a reiterar que a desvalorização do real tem sido ocasionada principalmente por fatores de risco relacionados tanto à pandemia quanto à situação fiscal”, disse Emerson Marçal, Coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV (FGV EESP) e um dos autores do estudo, de divulgação trimestral. Além do tema fiscal, a pressão sobre o câmbio tem se mantido diante da demanda por dólares decorrente de ajustes no “overhedge” –proteção cambial adicional adotada por bancos e cuja eficiência foi colocada em xeque diante de mudanças, anunciadas neste ano, em regras tributárias. Essa correção pode implicar compra de no mínimo 15 bilhões de dólares até o fim do ano, segundo cálculos de algumas instituições financeiras. “A compra de dólar futuro hoje é antecipação de zeragem de ‘overhedge’. Por isso o DI está, ainda, bem-comportado, assim como a bolsa”, comentou Vitor Péricles, economista e sócio-gestor da LAIC-HFM Gestão de Recursos. O dólar futuro, cujas operações encerram às 18h15, subia 0,26% às 17h06, para 5,4760 reais. As taxas de DI caíram cerca de 4 pontos-base nesta sessão, e o Ibovespa saltava 1,9% a cerca de uma hora do fechamento no mercado à vista.
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Ibovespa fecha em alta e assegura ganho semanal com respaldo de NY
O Ibovespa retomou o fôlego e fechou em alta de mais de 2% na sexta-feira, assegurando mais uma semana de ganhos e ampliando a performance positiva em novembro, com Wall Street respaldando compras em meio a uma bateria de resultados corporativos
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,1%, a 104.656,58 pontos, acumulando elevação de 3,7% na semana e de 11,4% no mês, de acordo com dados preliminares. No ano, ainda recua 9,5%. O volume financeiro no pregão somava 27,6 bilhões de reais. Os pregões norte-americanos aceleraram os ganhos no final do pregão, o que fez o Ibovespa renovar máximas, embora não tenha conseguido superar os 105 mil pontos que ultrapassou ao longo da semana. O S&P 500 avançou 1,4%, segundo dado preliminar. Profissionais da área de renda variável têm citado rotação de carteiras e entrada de estrangeiros no mercado secundário como fatores para o desempenho da bolsa paulista, com apostas positivas para uma vacina contra o Covid-19 de pano de fundo. Blue chips como Petrobras e Bradesco responderam pelas maiores contribuições positivas, mas alta de 6,84% em Notre Dame Intermédica ON, que divulga balanço na segunda-feira, também teve peso representativo.
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Economia tem recuperação recorde no 3º tri, mas não recupera perdas, aponta BC
A economia brasileira mostrou recuperação com crescimento recorde no terceiro trimestre diante do relaxamento das medidas de contenção ao coronavírus e auxílio do governo, mas insuficiente para compensar as perdas históricas nos três meses anteriores sob os efeitos da pandemia
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 1,29% em setembro sobre o mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0%. Com isso, o indicador encerrou o período de julho a setembro com ganho recorde para a série histórica iniciada em janeiro de 2003 de 9,47% sobre os três meses anteriores. Mas o resultado não foi suficiente para apagar o mergulho de 10,18% no segundo trimestre em dado revisado pelo BC na sexta-feira. O IBC-Br mostra que os maiores impactos da pandemia de Covid-19 foram sentidos em março e abril, com a atividade entrando em um processo de recuperação desde então com a flexibilização das medidas de isolamento. Ainda assim, a economia tem um longo caminho a percorrer. Na comparação com setembro de 2019, o IBC-Br apresentou perda de 0,77% e, no acumulado em 12 meses, teve queda de 3,32%, segundo números observados divulgados pelo BC.
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Agroindústrias têm forte recuperação
Indicador do FGV AGro subiu 7,2% em setembro ante o mesmo mês de 2019
Após as fortes quedas observadas nos primeiros meses de pandemia e avanços tímidos em julho e agosto em relação aos mesmos meses de 2019, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) registrou reação expressiva em setembro. Segundo o FGV Agro, o indicador registrou variação positiva de 7,2% na comparação interanual. O salto, o maior para um mês de setembro desde o início da série histórica em 2003, foi impulsionado pelo segmento de alimentos e bebidas, cujo avanço foi de 11,6%, também recorde. Mas, depois de seis meses de recuos, também houve crescimento na área de produtos não-alimentícios, embora ainda baixo (2,1%). O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. No ramo de alimentos e bebidas, cresceram em setembro ante o mesmo mês de 2019 as produções de alimentos de origem vegetal (17,4%) e animal (4,4%), e as de bebidas alcoólicas (15,3%) e não alcoólicas (12,1%). Entre os produtos não alimentícios, houve avanços em fumo (53,8%), produtos florestais (7,6%) e borracha (1,5%), mas retrações em biocombustíveis (6,7%), produtos têxteis (2,9%) e insumos (0,4%). De acordo com o FGV Agro, mesmo com a forte recuperação o indicador encerrou os nove primeiros meses do ano em queda de 2,5%. Mas poderá subir em 2020 como um todo, o que no fim do primeiro semestre parecia não ser uma possibilidade plausível. Com os resultados de setembro, o centro passou a prever que o resultado anual do PIMAgro ficará entre uma queda de 2,5% e um aumento de 0,6%.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
Eduardo Miron, ex-CEO da Marfrig, será conselheiro do Frigol
Frigorífico da família Gonzaga de Oliveira deflagrou estratégia para reforçar estrutura de capital
Em meio às medidas para reforçar a estrutura de capital, o Frigol, quarto maior frigorífico de bovinos do país, contratou o executivo Eduardo Miron, ex-CEO da Marfrig, como o primeiro conselheiro independente da empresa. A contratação faz parte da estratégia de profissionalização do Frigol. Até então, apenas membros da família Gonzaga de Oliveira integravam o colegiado. Nos próximos meses, um segundo membro independente deve ser nomeado para o conselho. Com larga experiência na indústria de carnes e boa interlocução no mercado de capitais, Miron ajudará na profissionalização da gestão. O Frigol, que possui dois abatedouros no bioma amazônico, também tem como um dos desafios evoluir nas temáticas ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês). “A experiência de Miron no agronegócio e, particularmente, em carne bovina, bem como nas áreas de finanças, auditoria, governança, riscos e I&T, é determinante para tê-lo conosco neste novo e vibrante momento de crescimento da Frigol”, disse, em nota, o Presidente do Conselho de Administração do grupo, Djalma Gonzaga de Oliveira. Nos dez anos de Marfrig, Miron foi Vice-Presidente de finanças e relações com investidores e CEO global, além de executivo da Keystone. Na empresa de Marcos Molina, o agora conselheiro do Frigol realizou operações bilionárias, como a venda da Keystone à Tyson Foods e a aquisição da americana National Beef. O executivo deixou a Marfrig em março, em meio à reorganização promovida pela empresa. Por um contrato de non compete firmado quando saiu da Marfrig, Miron não poderia ir para os principais concorrentes — JBS e Minerva. Mas não havia impedimento para o Frigol, um frigorífico de médio porte que fatura mais de R$ 2 bilhões por ano. O grupo dos Gonzaga de Oliveira ainda não tem planos de abrir o capital, mas vem trabalhando para reduzir os custos da dívida e vislumbra emitir, pela primeira vez, títulos de dívida como debêntures ou de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), afirmou recentemente ao Valor o CEO do Frigol, Marcos Câmara.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Até 2023, teremos boa expectativa da China para carne suína, diz ABCS
Presidente da entidade diz que é o momento de o criador investir com responsabilidade; colher os frutos dos recordes nas exportações, mas apostar no mercado interno, já que a China deve recuperar sua produção e reduzir as importações
As exportações de carne suína estão batendo recorde mês a mês em 2020, tanto em volume embarcado como no valor arrecadado. Esse desempenho vai se sustentar? A rentabilidade do produtor vai permanecer com saldo positivo? O programa Direto ao Ponto abordou esses temas com o Presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes. Na sua avaliação, o principal comprador da carne suína brasileira deve ainda manter um movimento de alta nas importações. “Ano que vem e, acredito que até 2023, a gente deve ter uma boa expectativa com a China”, afirmou Lopes. A projeção do setor é fechar este ano entre 900 mil e 950 mil toneladas de exportação, mais de metade com destino ao país asiático. De janeiro a outubro, já foram embarcadas, ao todo, 752,67 mil toneladas da proteína, alta de 41% em relação ao mesmo período de 2019. Em valor, o crescimento foi ainda mais expressivo se comparado aos 10 meses do ano passado: 49%, atingindo US$ 1,75 bilhão. Marcelo Lopes contou que o setor vive um cenário incomum, no qual existe rentabilidade tanto do criador de suíno como do produtor de grãos. “O ideal dessa situação é o equilíbrio. Coisa que nunca conseguimos e estamos conseguindo porque ainda existe uma potência mundial que é China e está fazendo esse contrapeso”, ponderou. Segundo ele, o preço do suíno teve alta de 40% a 50%. Ele, esclareceu, porém, que os chineses já estão investindo na tecnificação da produção de suínos para recuperar o rebanho perdido durante o surto de peste suína africana. Com isso, as importações da carne devem cair, mas as de grãos devem seguir a tendência de alta. Lopes informou que a China entrou 2020 com um déficit de 20 milhões de toneladas de carne suína. “Já liberaram as importações. Você tem a questão do drawback que é a liberação de PIS e Cofins para as empresas que fazem a exportação. Então, a gente está pretendendo abrir isso para outros produtores que possam trabalhar com exportação”, disse. No caso das importações, Lopes se referiu a suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC) para soja e milho provenientes de países de fora do Mercosul. A decisão foi tomada mês passado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Outra providência, completou Marcelo Lopes, é a busca pelo aumento do consumo do mercado interno. Hoje, quase 80% da produção de carne suína já é destinada a população brasileira. Contudo, o consumo per capita do brasileiro, de 16 kg/ano, ainda é muito baixo se comparados a outros países também produtores como Estados Unidos, com 30 a 40 kg per capita/ano; Europa, com nações que chegam 60 kg per capita ano; e China, com 25 kg a 30 kg per capita/ano, pontuou Lopes.
CANAL RURAL
MEIO AMBIENTE
Produtoras de carne brasileiras sobem em ranking global de sustentabilidade
Três empresas nacionais – Marfrig, BRF e JBS – galgaram posições no Fairr Index, que avalia 60 companhias globais de capital aberto
Ainda há muito a ser feito, mas os esforços em direção à sustentabilidade das grandes produtoras de carne do Brasil começam a ser reconhecidos lá fora. No caso, a Fairr Initiative, associação de investidores que, juntos, detêm US$ 25 trilhões sob sua gestão e conta com membros do porte de Nordea, UBS, Pimco e Credit. A entidade lançou a 3.ª edição do Coller Fairr Protein Producer Index, que avalia 60 companhias globais de capital aberto ligadas à produção de alimentos à base de carnes, peixes e lácteos. Tyson, Fonterra, JBS, Marfrig, BRF, Minerva, Louis Dreyfuss Company e Cofco são algumas das multinacionais avaliadas. A pecuária sustentável será um dos temas debatidos no Summit Agronegócio Brasil 2020, evento do Estadão que será realizado entre 23 e 25 de novembro. Os investidores costumam consultar o índice para decidir se vale a pena aplicar ou manter recursos no segmento de proteína animal no mundo. Embora o relatório deste ano continue apontando Marfrig, BRF e JBS como companhias de “médio risco” e Minerva como de “alto risco” – em relação aos critérios adotados pela Fairr –, as três primeiras galgaram posições que indicam avanços na sustentabilidade. Os critérios envolvem emissões de gases de efeito estufa, desmatamento, uso de antibióticos, condições de trabalho e investimento em proteínas alternativas. Mesmo figurando na categoria “médio risco”, a Marfrig comemorou o avanço de posições, de 11.º para 4.º lugar no ranking. De acordo com o Diretor de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa, Paulo Pianez, “é preciso considerar que o setor de carne bovina está no âmbito das proteínas animais que têm um grau de complexidade maior”, justifica. “Toda e qualquer empresa que atua no Brasil, principalmente em pecuária, tem esse grau de risco médio em função das questões de sustentabilidade ligadas à biodiversidade e à rastreabilidade da cadeia de fornecedores.” Ele prevê, porém, que com as medidas anunciadas pela empresa este ano, sobretudo em relação ao rastreamento total da cadeia de fornecedores de gado, há chance de figurar, no ano que vem, como empresa de “baixo risco”. Outra gigante global, a JBS, subiu da 17.ª para a 9.ª posição no Fairr Index. O presidente da companhia, Gilberto Tomazoni, vê “com bons olhos” esse avanço. “Isso é consequência de vários e importantes investimentos da JBS, tanto na área social quanto ambiental”, diz. “Não fazemos isso para evoluir nos rankings, e sim porque achamos que é o jeito certo de agir.” Recentemente, a JBS anunciou um amplo programa, o Juntos pela Amazônia, que compreende, entre outras medidas, a rastreabilidade total dos fornecedores de gado para a companhia e um fundo de preservação. Na BRF, o VP de Qualidade, P&D e Sustentabilidade Neil Peixoto, diz que ter avançado três posições no Fairr Index (da 13.ª para a 10.ª) “é mais um reflexo dos compromissos da BRF em prol da sustentabilidade e da gestão da cadeia de suprimentos como um todo”. A Minerva Foods, como única companhia brasileira que retrocedeu no índice, da 25.ª para a 33.ª posição, rebate alguns critérios de avaliação usados pelo Fairr Index. Um deles diz respeito à compra de soja de áreas desmatadas para alimentar o gado. Segundo o Diretor de Sustentabilidade da Minerva, Taciano Custodio, a companhia praticamente não compra soja para seus confinamentos de gado.
O ESTADO DE SÃO PAULO
ABRAFRIGO
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