Ano 5 | nº 1092| 03 de outubro de 2019
NOTÍCIAS
Alta do boi gordo em Goiás e Pará
A oferta de animais terminados está restrita, principal fator que tem ditado o rumo dos preços
Em Goiás, um dos principais estados confinadores do país, há negócios sendo realizados acima da referência, principalmente na região Sul do estado, onde a arroba do boi gordo está cotada em R$144,50, à vista, livre de Funrural, alta de 0,3% frente ao fechamento de terça-feira (1/10). Além do Sul de Goiás, foram registradas altas em Campo Grande-MS, Sudeste de Mato Grosso, Paragominas-PA, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. No Espírito Santo e Rio de Janeiro, a valorização do boi gordo foi de 1,4% e 1,0%, respectivamente, considerando o preço à vista, no mesmo período. Já em Paragominas-PA, a escala de abate gira em torno de três dias, o que fez com que os frigoríficos ofertassem preços maiores. A cotação está em R$148,00/@, à vista, livre de Funrural, e há ofertas de preço acima da referência. Vale ressaltar que em São Paulo as programações de abate tiveram um ligeiro avanço em relação à semana anterior, o que indica que as compras fluíram melhor nos últimos dias. No estado, as escalas atendem, em média, sete dias.
SCOT CONSULTORIA
Justiça determina afastamento de 39 fiscais investigados na 4ª fase da Operação Carne Fraca
A 1ª Vara Federal de Ponta Grossa determinou o afastamento de 39 fiscais investigados na 4ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada na terça-feira (1º)
A determinação atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que afirma que auditores fiscais ligados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e órgãos municipais conveniados receberam vantagens indevidas da BRF. De acordo com a Polícia Federal (PF), 60 servidores são investigados nesta fase da operação. O afastamento se refere a todos os fiscais investigados que ainda estão na ativa. Entre os servidores afastados, estão: 31 fiscais do Ministério da Agricultura; 1 fiscal do Ministério da Saúde; 2 fiscais da Secretaria Estadual de Agricultura de Santa Catarina; 3 fiscais da Prefeitura de Mineiros (GO), em convênio com o Mapa; 1 fiscal da Prefeitura de Jataí (GO) em convênio com o Mapa; 1 fiscal da Prefeitura de Capinzal (SC). Segundo a PF, a BRF colaborou espontaneamente com as investigações e passou a relação de fiscais que foram favorecidos. Segundo a própria empresa, cerca de R$ 19 milhões foram pagos em vantagens indevidas aos fiscais em um esquema que durou até 2017. A BRF informou que nenhum de seus escritórios ou instalações ou de seus administradores foi alvo de mandados nesta fase da operação, e que “as atividades seguem em plena normalidade”. A empresa afirmou que tem colaborado com as autoridades para o esclarecimento dos fatos apurados nas investigações conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público.
G1
Banco: queda das exportações de carne bovina não preocupa
O BTG informou em relatório trimestral de proteína animal que vê continuidade da lucratividade sólida de empresas brasileiras do setor
Além disso, o boletim projetou aumento da demanda global em decorrência das perdas nos plantéis de suínos na China em decorrência da peste suína africana. O banco tem como recomendações principais para o setor a JBS e a Minerva, e se mantém neutro para BRF e Marfrig. Os dados de exportações divulgados na segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia foram considerados “mistos”, mas não foram vistos como causa de preocupação. De acordo com o BTG, a queda nas exportações de carne bovina em setembro mostrada pela Secex aconteceu em parte porque setembro de 2018 teve volume recorde de embarques e o terceiro trimestre do ano passado teve o impulso das vendas atrasadas em decorrência da greve dos caminhoneiros. Já para a carne de frango, a queda anual no volume exportado em setembro foi considerada “um pouco surpreendente, considerando o aumento do volume de produção de carne de frango no Brasil (com patamares recordes alcançados em agosto)”. Os preços também ficaram abaixo da expectativa. Entretanto, o banco acredita que a lucratividade dos players brasileiros no setor deve se manter forte em decorrência dos spreads substancialmente acima da média histórica. Embora o BTG não tenha considerado positivos os volumes de carne suína exportados, a alta dos preços e o custo de grãos sob controle mantiveram os spreads em bons níveis.
ESTADÃO CONTEÚDO
ECONOMIA
Ibovespa recua forte em 2,9% e fecha na mínima em um mês
O Ibovespa fechou em forte queda na quarta-feira, tocando mínima em um mês, liderada pelo tombo de mais de 5% das ações da mineradora Vale, em sessão marcada por aversão a risco global
As perdas na bolsa paulista ainda foram endossadas por um “tropeço” na votação da reforma da Previdência, com o governo derrotado em um destaque que derrubou novas regras mais rígidas sobre o abono salarial. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,9%, a 101.031,44 pontos, mínima de fechamento desde 3 de setembro. Foi também o maior declínio percentual diário desde 14 de agosto. O volume financeiro no pregão somou 17,1 bilhões de reais. Nos Estados Unidos, Wall Street fechou com fortes perdas, após dados sobre a criação de empregos no setor privado norte-americano reforçarem temores sobre o ritmo da atividade naquele país, já evidenciados por números da indústria na véspera. Para o analista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, as fortes perdas nas bolsas refletiram uma visão mais conservadora de investidores que estão colocando na conta riscos de uma mudança no ciclo econômico, para crescimentos menores à frente. “Todo mundo está em momento observação, de adotar postura mais conservadora, levando em consideração que cada vez mais há dados que evidenciam essa mudança de ciclo”, afirmou. A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou os EUA a imporem tarifas sobre 7,5 bilhões de dólares em bens europeus, em disputa sobre subsídios à Airbus, o que levou o governo norte-americano a anunciar itens sujeitos a novas tarifas. No Brasil, o Senado concluiu a votação em 1º turno da reforma da Previdência, mas ela foi contaminada pelas discussões sobre o pacto federativo e disputas por protagonismo com a Câmara dos Deputados, além de derrota do governo em destaque que reduziu a economia prevista com a reforma. A MARFRIG ON fechou com variação positiva de 0,09%, entre as poucas altas do índice na sessão, dando sequência à valorização dos últimos pregões, enquanto JBS ON caiu 4,40% e BRF ON cedeu 1,18%. Na contramão, MINERVA ON, que não está no Ibovespa, avançou 3,82%, após assinar memorando para formar uma joint venture com dois empresários chineses focada em distribuição de carne bovina na China.
REUTERS
Dólar tem queda ante real com exterior
O dólar registrou queda frente ao real na quarta-feira, com investidores desmontando apostas na alta da moeda norte-americana, num dia de fraqueza global da divisa após dados nos Estados Unidos reforçarem expectativas de cortes de juros no país
O alívio na cotação se deu ainda no dia em que o Senado concluiu a votação em primeiro turno da proposta de reforma da Previdência, ainda que a economia total esperada tenha sido reduzida. O dólar à vista caiu 0,67%, a 4,1344 reais na venda. É a maior baixa diária para um fechamento desde 11 de setembro (-0,76%) e o menor patamar desde 18 de setembro (4,1028 reais). Na B3, o contrato de dólar de maior liquidez cedia 0,64%, a 4,1400 reais. A máxima do dia (4,1825 reais na venda) foi alcançada no começo da sessão e a partir de então o dólar só perdeu força para bater uma mínima de 4,1304 reais perto do fim do pregão. O real tem ficado atrás da Bolsa e da renda fixa nos últimos meses justamente porque tem servido de ativo de proteção aos investimentos nesses mercados. A volta do crescimento é um fator citado por analistas como necessário para o retorno do fluxo cambial ao país, o que ajudaria a baixar o dólar.
REUTERS
EMPRESAS
BRF refinancia R$1,6 bi com Bradesco e faz pré-pagamento de linhas com Santander
A companhia de alimentos BRF informou na quarta-feira que concluiu refinanciamento com Bradesco no total de cerca de 1,6 bilhão de reais, o que permitirá o alongamento do prazo médio de linhas de crédito de 2,7 para 6,5 anos
Paralelamente, a BRF disse que realizou com o banco Santander pré-pagamento de parte das linhas de crédito rural que venceriam no início de 2020, cujo principal totaliza de cerca de 700 milhões de reais, como parte da gestão de passivos da companhia. A empresa, uma das maiores produtoras de carnes do Brasil, declarou também que pretende realizar resgate total antecipado de bonds, com juros de 7,25% e com vencimento em 2020, no valor total de cerca de 86 milhões de dólares. “Dessa forma, a companhia continua atuando em consonância com a sua estratégia de extensão do prazo médio de suas dívidas, reduzindo o custo do seu endividamento financeiro e mantendo uma sustentável posição de liquidez de curto prazo”, destacou em nota.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Exportação de carne suína cresce quase 37% em valor em setembro
Alta acompanhou a valorização de 32,1% no preço médio pago pelo produto brasileiro
As exportações brasileiras de carne suína in natura registraram alta de 36,8% em valor em setembro na comparação com igual período do ano passado, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) na terça-feira, 1 de outubro. No total, o país recebeu US$ 114,8 milhões com a venda do produto no mercado internacional no último mês. A alta acompanhou a valorização de 32,1% no preço médio de exportação da carne suína in natura, para US$ 2.306,6 ante US$ 1.745,8 registrados no ano passado. Em volume, as exportações avançaram 3,5% no último mês, para 49,8 mil toneladas. Na comparação com julho, as exportações de carne suína no último mês registraram avanço de 13,2% em volume e de 17,1% em valor. O preço médio, por sua vez, subiu 3,4% na comparação mensal.
PORTAL DBO
Peste suína na China é tempestade perfeita para Brasil navegar’
Segundo a analista de mercado da Agrifatto Lygia Pimentel, o rebanho suíno chinês deve cair entre 70% e 80% até a metade de 2020
A consultoria Agrifatto acredita que o surto de peste suína africana na China deve proporcionar um cenário interessante para os criadores do Brasil. Durante o 5º Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro – Perspectivas e Inovações Financeiras do Agro, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a analista de mercado Lygia Pimentel afirmou que esta é uma ‘tempestade perfeita para o Brasil navegar’. Pimentel explica que a doença é um evento sem precedentes na história da produção de carnes mundial. “Nunca aconteceu algo parecido”, ressalta. Dados da empresa indicam que o rebanho suíno chinês deve cair entre 70% e 80% até a metade de 2020. “Até 2018, a China tinha 450 milhões de suínos, eles são os maiores consumidores. Estimamos que esse número caia de 300 milhões a 340 milhões de cabeças”, calcula. Essa diminuição no número de animais já impacta expressivamente as cotações no país asiático. Os preços do leitão, por exemplo, já subiram 122% na comparação com o mesmo período do ano passado. A carne suína subiu 82% em um ano e o suíno vivo, 91%. Os valores de outras proteínas também foram impactadas: as carnes de frango, bovina e de ovinos já subiram 23%, 19% e 20% no ano, respectivamente. Para Lygia, ‘quem souber surfar a onda’ e aumentar produção de suínos vai conseguir colher os resultados pelos próximos cinco a oito anos. “Porque ainda não acabou, deve se ampliar. Há um cenário interessante se formando para nós”, enfatiza.
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