Ano 9 | nº 1973 |08 de maio de 2023
NOTÍCIAS
ABRAFRIGO
Abrafrigo – Nota de Pesar
A Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), comunica com profundo pesar o falecimento, na madrugada do domingo, do economista e pecuarista Evaldo Martins, 68 anos, irmão do prefeito Feira de Santana (BA), Colbert Martins Filho.
Segundo informações, ele estava em seu apartamento em Salvador quando sofreu um infarto fulminante. O velório e sepultamento serão a partir das 10h de segunda-feira (8), no cemitério Jardim da Saudade, na capital baiana. Evaldo foi uma das grandes lideranças do agronegócio baiano e da indústria da carne bovina brasileira, deixando significativa contribuição no trabalho da ABRAFRIGO e no desenvolvimento da pecuária nacional. Militante do MDB, na época PMDB, Evaldo foi Secretário Municipal da Fazenda entre 1989 e 1992, no governo do pai, Colbert Martins. A diretoria da ABRAFRIGO e todos os seus colaboradores prestam solidariedade a dor dos familiares, amigos e dos que com ele conviveram profissionalmente e pessoalmente, rendendo homenagens ao trabalho por ele realizado em toda a sua profícua carreira.
GLOBO RURAL/CARNETEC/AGROEMDIA/norte agropecuário/G1 GLOBO BA
NOTÍCIAS
Em São Paulo, cotações da arroba estão estáveis
As ofertas de compra diminuíram em função da maior oferta de bovinos e do volume já adquirido. Os preços nas últimas semanas estavam pressionados e finalizaram a semana estáveis
Para o boi, a referência é de R$262,00/@, para a vaca de R$240,00/@ e para a novilha de R$252,00/@, preços brutos e a prazo. Para o “boi China”, a cotação está em R$270,00/@, preço bruto e a prazo. Na região de Marabá no Pará, para a vaca e novilha, os preços ficaram estáveis na comparação dia a dia. Para o boi destinado ao mercado interno, queda de R$2,00/@. Com isso, a cotação do boi gordo está em R$228,00/@ e a da vaca e da novilha em R$215,00/@, preços brutos e a prazo. A cotação do “boi China” caiu R$5,00/@ na comparação feita dia a dia. Assim, está cotado em R$225,00/@, preço bruto e a prazo. Na região Sul do Tocantins, com as escalas de abate confortáveis, a cotação do boi caiu R$5,00/@ na comparação diária. Com isso, a cotação do boi está em R$224,00/@, a da vaca R$200,00/@ e da novilha R$204,00/@, preços brutos e a prazo.
SCOT CONSULTORIA
No atacado, carne bovina segue menos competitiva que proteínas concorrentes, especialmente a carne de frango
O mercado físico do boi gordo fechou a semana com inexpressivo fluxo de negócios. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, muitas indústrias se ausentaram da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para aquisição de boiadas no curto prazo
No geral, as escalas de abate permanecem muito confortáveis. O volume de oferta é expressivo, em especial no centro-norte brasileiro. O descarte de matrizes segue presente, aumentando a pressão de queda. Mesmo diante da boa demanda de carne bovina ao longo da primeira quinzena do mês, com o adicional de consumo relacionado ao Dia das Mães, parecem insuficientes para justificar altas mais robustas das cotações, disse Iglesias. São Paulo, capital: R$ 264. Dourados (MS): R$ 242. Cuiabá (MT): R$ 241. Goiânia (GO): R$ 235. Uberaba (MG): R$ 258. No mercado atacadista, a semana termina com preços firmes. O viés ainda é de alta das cotações no decorrer da primeira quinzena do mês, considerando a entrada dos salários na economia, somado ao adicional de demanda causado pelo Dia das Mães. A carne bovina segue menos competitiva na comparação com as proteínas concorrentes, especialmente em relação à carne de frango, aponta Iglesias. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 19,65 por quilo. O quarto dianteiro segue precificado a R$ 14,40 por quilo. A ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,50 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Abate de fêmeas no Norte do Brasil contribui para baixa de preços da arroba e da carne em outras regiões do país
Segundo analista, pressão baixista deve ser vista ao longo de maio devido à oferta de animais; preços devem se recuperar a partir de julho, mas sem altas explosivas
O mercado do boi encerra a semana com algumas altas tímidas na B3, motivados por movimentações no mercado físico paulista, segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Para ele, há ainda uma pressão baixista pairando sobre o setor, motivada pela oferta de animais. “Esta situação deve perdurar pelo mês de maio, e reajustes positivos devem ser vistos entre junho e julho, mas sem altas explosivas”, explicou. Detalhes trazidos por Iglesias dão conta de que, em abril, o abate de fêmeas foi grande na região Norte do país, e que este fator contribui para a redução nos preços formados em outras regiões do Brasil, seja no mercado físico ou até no preço da carne. “Em Rondônia, por exemplo, o abate em abril foi de 103,5 mil machos e 100 mil fêmeas, quase 50% a 50%”, explicou. Ele ainda detalha que, conforme dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF), em abril, do total de bovinos abatidos, 38% foram fêmeas. Quando se olha para março, essa proporção foi maior, 45% de fêmeas abatidas no cômputo de bovinos que foram para o frigorífico. No caso específico de março, Iglesias explica que foi uma questão de retenção de machos nas propriedades por parte dos pecuaristas em função do auto embargo brasileiro para as exportações com destino à China, dando prioridade de abate para as fêmeas.
AGÊNCIA SAFRAS
Carne do gado pantaneiro deve ter indicação geográfica até julho
Identificação reconhece não só as características do produto final como todo o modelo de produção
A indicação geográfica da carne de gado criado no Pantanal deve sair até julho, projeta a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO). Eduardo Cruzetta, presidente da entidade, explica que a identificação reconhece não só as características do produto final como todo o modelo de produção. “A identificação vai mostrar ao consumidor que a carne foi produzida a pasto, de forma natural e sustentável, com o bovino livre e saudável”, afirma Cruzetta. A ABPO pretende usar o mecanismo como um selo de qualidade que diferencie e valorize os produtos, o que permitirá remunerar os produtores por seus serviços ambientais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 85% da mata nativa do Pantanal está intacta. A proporção é bem maior que os índices de preservação de outros biomas. Atualmente, a associação tem filiados apenas em Mato Grosso do Sul. Mas, em paralelo ao processo para conseguir a indicação geográfica, a ABPO negocia a adesão de produtores de Mato Grosso. No ano passado, 79 mil bovinos foram abatidos sob os protocolos da ABPO de carne sustentável ou orgânica, gerando 14,5 mil toneladas de carne, um volume duas vezes maior que o de 2021. Neste ano, a expectativa é abater 130 mil cabeças certificadas. A associação também espera contribuir com o debate nacional sobre a rastreabilidade de bovinos, que ainda esbarra na dificuldade de se identificar os fornecedores indiretos dos frigoríficos. O protocolo da ABPO já exige a rastreabilidade desde o nascimento dos animais, mas com outro fim: garantir que eles tenham sido criados dentro do bioma. Apenas o abate pode ocorrer fora do Pantanal, desde que em frigoríficos autorizados. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Certificação por Auditoria e Rastreabilidade (Abcar), Luiz Witzler, que ajudou a ABPO a desenvolver o protocolo de carne sustentável, destaca a importância de a certificação ser feita por uma terceira parte. No caso do protocolo da pecuária pantaneira, é a IBD Certificações que audita o extrato de movimentação de gado das fazendas uma ou duas vezes ao ano. O processo é feito a partir da numeração dos bovinos fornecida pelo banco público do Ministério da Agricultura. “Com ele, é possível identificar os animais e rastrear sua origem”, explica Witzler. Segundo ele, é possível aplicar esse tipo de estratégia em todo o país. O presidente da Abcar diz que mecanismos que valorizem o produto sustentável são importantes para destravar a rastreabilidade no Brasil. “O pecuarista que vende ao frigorífico muitas vezes é recompensado, mas o produtor de cria, não”, afirma.
VALOR ECONÔMICO
Estatística da pecuária (Sudeste – RO)
Com alta oferta de bovinos, a cotação da arroba do boi gordo sofreu um recuo de 2,21%, ou R$5,00/@, em sete dias. Com o avanço do período seco e consolidação da entressafra de capim, o pecuarista está “desovando” a boiada e, com isso, a região está com a arroba que mais parece liquidação
A arroba do boi gordo é negociada, atualmente, em R$221,50/@, a prazo e descontados os impostos (Senar e Funrural), segundo o levantamento da Scot Consultoria. A novilha gorda está cotada em R$212,00/@, a prazo e descontado os impostos (Senar e Funrural), queda de 2,8%, em sete dias, as cotações estão pressionadas com o aumento do abate de fêmeas. O diferencial de base do boi gordo na praça, em relação a São Paulo, está 16,48% negativo, ou R$36,50/@ a menos, com o boi gordo na praça paulista cotado em R$258,00/@, livre de impostos e a prazo.
Em curto prazo, as cotações devem seguir pressionadas e com o menor ímpeto do comprador, que já está com as escalas de abates alongadas.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar cai quase 1% ante real na sexta. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,91%.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9437 reais na venda, em baixa de 0,97%, na menor cotação de encerramento desde 17 de abril, quando havia marcado 4,9380 reais. Foi o terceiro dia consecutivo em que a moeda norte-americana se manteve abaixo da linha psicológica de 5 reais. Na semana, o dólar acumulou queda de 0,91%.
De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia dos EUA abriu 253.000 postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, acima das 180.000 vagas projetadas por economistas consultados pela Reuters. Já o salário médio por hora subiu 0,5%, após avançar 0,3% em março. Por trás do movimento estava a percepção de que, embora o mercado de trabalho aquecido possa sugerir taxas de juros elevadas por mais tempo nos EUA –o que favorece o dólar–, os dados positivos reduzem o risco de recessão na maior economia do mundo. Resultados corporativos fortes, como no caso da Apple, e a alta das commodities completaram o quadro externo positivo. Neste cenário, os investidores globais foram em busca de ativos de maior risco, como o real brasileiro, o peso chileno e o peso mexicano, em detrimento do dólar norte-americano. Se nos últimos dias os investidores deram preferência a ativos mais seguros em função dos receios com possível recessão nos EUA e com a turbulência no setor de crédito, na sexta-feira a busca foi pelo risco após os dados de emprego e os balanços corporativos. “O pano de fundo é surpreendentemente animador. Os dados de emprego nos EUA vieram bons, o que dá segurança para o Federal Reserve manter os juros altos mais tempo. Em tese, isso dá força ao dólar. Mas o mercado na sexta-feira mostrou alívio em relação à possibilidade de recessão no país”, reforçou Cleber Alessie Machado, Gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. Na B3, às 17:16 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,91%, a 4,9680 reais. Pela manhã, o Banco Central vendeu 13.900 do total de 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.
REUTERS
Ibovespa sobe quase 3% em sessão positiva para ativos de risco
Índice acumula alta de 0,69% na semana
O Ibovespa registrou ganhos importantes na sessão da sexta-feira, em dia de maior apetite global por risco após dados dos Estados Unidos surpreenderem positivamente. Investidores também há um dia aproveitaram o carregado noticiário corporativo da sessão, com a divulgação de balanços trimestrais e de uma possível nova oferta de compra da Braskem, para ir às compras. No fim do dia, o Ibovespa saltou 2,91%, aos 105.148 pontos, subindo 0,69% na semana. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 22,59 bilhões no Ibovespa e R$ 28,06 bilhões na B3. Em Nova York, o S&P 500 subiu 1,85%, aos 4.136 pontos, Dow Jones fechou em alta de 1,65%, aos 33.674 pontos e Nasdaq registrou ganhos de 2,25%, aos 12.235 pontos. O destaque do dia foi o “payroll”, nos Estados Unidos, divulgado pela manhã. O indicador mostrou que houve criação de 253 mil vagas de trabalho em abril, acima das expectativas do mercado, de 180 mil postos; a taxa de desemprego caiu para 3,4%, enquanto o consenso era de 3,6%; e o salário médio por hora também subiu mais do que as expectativas. Assim, após a decisão de política monetária indicar que o Fed deve ter finalizado seu ciclo de aperto e dos dados indicarem que o país não parece, ao menos por ora, caminhar para uma recessão mais importante, as bolsas americanas e as commodities tiveram um pregão positivo, o que ajudou a bolsa brasileira. “A conjuntura não parece tão ruim quanto antecipada, tanto lá fora, como aqui dentro, o que nos permite voltar a tomar alguns riscos”, diz um gestor. Por aqui, declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à CBN ficaram no foco. Sobre as nomeações para as diretorias do Banco Central, ele disse que a decisão será anunciada quando “estiver madura”, mas chamou o Secretário-Executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, de seu braço-direito e disse que ele “pode assumir várias posições no governo”. Haddad também afirmou acreditar que já seria possível iniciar uma recalibragem na taxa de juros, e comemorou a reversão da liminar que suspendia os efeitos da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre tributação de benefícios fiscais do ICMS.
VALOR ECONÔMICO
Poupança tem resgate líquido de R$6,25 bi em abril, diz BC
A caderneta de poupança fechou abril com saques líquidos pelo quarto mês consecutivo, mostraram dados do Banco Central divulgados na sexta-feira
A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros registrou um saque líquido de 6,252 bilhões de reais no mês passado, após uma perda líquida de 6,087 bilhões de reais em março.
Em abril do ano passado, os saques líquidos somaram 9,877 bilhões de reais, sendo que o ano de 2022 terminou com um resgate total recorde de 103,237 bilhões de reais. No mês passado, os saques superaram os depósitos no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 5,075 bilhões de reais. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de 1,176 bilhão de reais. No ano, a poupança acumula uma perda de 57,485 bilhões de reais. O movimento de saques ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
REUTERS
Preços mundiais de alimentos sobem pela primeira vez em um ano, diz FAO
O índice de preços mundiais da agência de alimentos das Nações Unidas subiu em abril pela primeira vez em um ano, mas ainda está cerca de 20% abaixo do recorde atingido em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia
O índice de preços da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais negociadas globalmente, teve média de 127,2 pontos no mês passado, contra 126,5 em março, informou a agência na sexta-feira. A leitura de março havia sido originalmente dada como 126,9. A FAO, sediada em Roma, disse que o aumento de abril refletiu preços mais altos de açúcar, carne e arroz, que compensaram quedas nos índices de preços de cereais, laticínios e óleos vegetais. “À medida que as economias se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos”, disse o economista-chefe da FAO, Maximo Torero. O índice de preços do açúcar subiu 17,6% em relação a março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011. A FAO disse que o aumento está relacionado a preocupações com a oferta mais restrita após revisões para baixo nas previsões de produção para Índia e China, juntamente com produções abaixo do esperado anteriormente na Tailândia e na União Europeia. O índice da carne subiu 1,3% em relação ao mês anterior, enquanto os preços dos laticínios caíram 1,7%, os dos óleos vegetais recuaram 1,3% e os dos cereais retraíam 1,7%, com um declínio nos preços mundiais de todos os principais grãos superando a alta do arroz. “O aumento dos preços do arroz é extremamente preocupante e é essencial que a iniciativa do Mar Negro seja renovada para evitar outros picos de trigo e milho”, disse Torero, referindo-se a um acordo para permitir a exportação de grãos ucranianos via Mar Negro. Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO previu a produção mundial de trigo em 2023 de 785 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo dos níveis de 2022, mas ainda assim a segunda maior produção já registrada. “(As) perspectivas 2023/24 para a produção de arroz ao longo e ao sul do equador são mistas, em grande parte devido ao impacto regionalmente variado do evento La Niña”, disse a FAO. A FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2022 para 2,785 bilhões de toneladas, ante 2,777 bilhões anteriores, apenas 1,0% abaixo do ano anterior. A utilização mundial de cereais no período 2022/23 foi estimada em 2,780 bilhões de toneladas, disse a FAO, uma queda de 0,7% em relação a 2021/22. Espera-se que os estoques mundiais de cereais até o final da temporada 2022/2023 diminuam 0,2% em relação aos níveis iniciais, para 855 milhões de toneladas.
REUTERS
Renda agropecuária atinge R$ 1 tri, com safra recorde e alta das exportações
Setor mostra desempenho expressivo, contribuindo para um crescimento um pouco mais forte da economia brasileira neste ano
A renda agropecuária no Brasil deve atingir R$ 1 trilhão em 2023, com destaque para os R$ 647 bilhões do setor agrícola, num cenário marcado pela safra recorde de grãos e por exportações em alta. A renda do segmento pecuário, por sua vez, tende a ficar um pouco acima de R$ 350 bilhões. As estimativas, da MB Agro, evidenciam a importância do agronegócio para a economia brasileira, com um impacto que se irradia para a indústria e os serviços. Os produtos agrícolas e pecuários ainda vão garantir mais um saldo expressivo para a balança comercial neste ano. De janeiro a abril, a agropecuária respondeu por um quarto das exportações do país, fatia recorde para o período, alcançando US$ 25,8 bilhões. Nas contas da MB Agro, as vendas para o exterior de produtos do agronegócio, que também incluem bens com transformação industrial, vão render US$ 172,5 bilhões ao Brasil em 2023, 8% a mais que os US$ 159 bilhões registrados no ano passado. O total da renda agropecuária neste ano deve ficar muito próximo ao de 2022 – um pouco de 1% menor que o R$ 1,010 trilhão do ano passado, em valores já atualizados a preços de 2023. Enquanto a renda agrícola deve crescer 1,6% na comparação com 2022, a da pecuária vai recuar 5%, sempre a preços deste ano, nas estimativas da MB Agro. Em 2019, a renda somada dos dois setores ficou em R$ 698 bilhões, também a valores deste ano. Desde então, houve um salto de mais de 40%. O indicador é calculado levando em conta os preços e as quantidades produzidas. O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, diz que a alta dos últimos anos se deu por causa do forte choque de preços e do câmbio, que se desvalorizou. “Neste ano não temos esse efeito, mas temos uma safra muito boa, que ajudará a manter a renda elevada.” Em resumo, a alta da renda em 2023 não se deve ao aumento das cotações das commodities ou da desvalorização do real, mas ao aumento dos volumes produzidos. No caso da pecuária, Vale atribui a queda da renda a preços mais moderados num ano de evolução normal da produção. “É diferente dos grãos, que vão ter uma safra forte.” Vale destaca em especial o aumento esperado para a safra de soja e milho, “cujo volume é mais significativo do que os outros”. Pelas projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja deve alcançar 153,6 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, uma alta de 15,2%. A expectativa para o milho é um aumento de 10,2%, para 124,9 milhões de toneladas. Com o salto expressivo da safra, a renda agrícola se mantém elevada, diz Vale. A agropecuária, nesse cenário, vai ser responsável por um crescimento expressivo do PIB no primeiro trimestre. “Sucessivas revisões para cima da safra e maior exportação de carnes sugerem um PIB agropecuário mais forte”, diz o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato. “A Conab e o IBGE vêm revisando suas estimativas de safra para cima”, acrescenta ele. “Na mesma direção, os dados de abates também vêm surpreendendo, refletindo o aumento das exportações de proteína animal.” Como resultado, o PIB agropecuário deve contribuir quase 1 ponto percentual para a taxa de crescimento do PIB no primeiro trimestre, nas contas de Honorato. “Somado aos avanços do varejo e dos serviços, isso deve levar a um crescimento de 1,3% do PIB no período”, afirma ele, referindo-se ao avanço em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Para 2023, Honorato projeta crescimento da economia de 1,8%, com a agropecuária avançando 9%. Vale, por sua vez, estima uma expansão do PIB de 1% neste ano, com o setor agropecuário em alta de 7,2%. Em fevereiro, o PIB cresceu 2,5% na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). Coordenadora da pesquisa, Juliana Trece diz que o forte crescimento se deveu principalmente à atividade agropecuária. “Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês”, afirma ela, em nota. Em 2022, o agronegócio teve peso de 24,8% no PIB do país, segundo estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
VALOR ECONÔMICO
GOVERNO
Governo anuncia R$ 200 milhões para complementar Plano Safra 2022/2023
Em nota, o Ministério da Agricultura informa que o valor é de aplicação imediata e vai permitir a equalização de taxas de juros de R$ 8,4 bilhões em financiamentos
O Ministério da Agricultura anunciou, no sábado (6/5), a liberação de R$ 200 milhões em recursos complementares para o Plano Safra 2022/2023. Em nota, a Pasta informa que o valor é de aplicação imediata e vai permitir a equalização de taxas de juros de R$ 8,4 bilhões em financiamentos. A verba complementar será aplicada para destravar linhas, como o Moderfrota – de aquisição de máquinas e implementos agrícolas – irrigação, outros investimentos, além de custeio e pré-custeio. No comunicado, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, explicou que a medida foi necessária porque o Plano Safra não foi suficiente para atender a demanda do setor. No comunicado, Fávaro disse que os investimentos estavam paralisados. Ressaltou que, ainda no mês de janeiro, foram liberados R$ 2,7 bilhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas os recursos rapidamente terminaram. “Começamos então a busca por complementos orçamentários. Buscamos a complementação de recursos por meio de remanejamento de outros orçamentos para que nós pudéssemos disponibilizar os valores para o Plano Safra”, disse. A suplementação de R$ 200 milhões sairá de remanejamento de recursos do Ministério do Desenvolvimento Social. Uma portaria deverá ser publicada nos próximos dias para oficializar o aporte extra para a equalização dos juros do crédito rural. A complementação anunciada pelo Ministério da Agricultura foi discutida em reunião com a Secretária-Executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, na última quinta-feira (04). O valor é cinco vezes menor que o solicitado pelo Ministério da Agricultura ainda no início de março para reabrir as linhas equalizadas desse Plano Safra. Depois de dois meses de negociações, o resultado mostrou a dificuldade do governo para encontrar espaços orçamentários para atender as diversas demandas da Esplanada. A situação orçamentária – além do alto patamar da taxa Selic, mantida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central em 13,75% ao ano – é um obstáculo também para a construção do Plano Safra 2023/2024, que entrará em vigor em julho. Não há recursos para subvenção dos juros nas linhas equalizadas da próxima temporada. A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) estima a necessidade de R$ 25 bilhões no caixa do Tesouro Nacional para que as linhas durem os 12 meses, sem interrupções por esgotamento precoce de dinheiro. Na sexta-feira (05), a reunião entre o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Ministro da Agricultura e técnicos do Ministério do Planejamento e Orçamento foi cancelada. Fávaro viaja aos Estados Unidos neste domingo, onde cumpre agenda até terça-feira (9). No retorno ao Brasil, deverá intensificar as tratativas com a equipe econômica em relação ao próximo Plano Safra. No comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura, o Ministro ressaltou ainda a necessidade de mais aportes de recursos para a linha de crédito atrelada ao dólar voltada para ao agronegócio. O montante inicial foi de R$ 2 bilhões e, segundo a pasta, esgotado no primeiro dia da Agrishow, feira de tecnologia encerrada na sexta-feira (5), em Ribeirão Preto (SP). “Com juros de 7,59% ao ano, mais variação cambial em dólar, mais baratos que do Plano Safra, sem comprometer recurso do Tesouro, foi uma grande novidade com alta aptidão dos produtores”, avaliou Fávaro.
VALOR ECONÔMICO
FRANGOS & SUÍNOS
Preço do suíno vivo subiu em Minas Gerais e Santa Catarina
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 120,00/R$ 125,00, enquanto a carcaça especial aumentou, até 1,02%, valendo R$ 9,50/R$ 9,90 o quilo
Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (4), houve queda apenas em São Paulo, na ordem de 0,15%, chegando a R$ 6,72/kg. Foi registrada alta de 1,39% em Minas Gerais, atingindo R$ 6,55/kg, e de 1,69% em Santa Catarina, alcançando R$ 6,00/kg. Os preços ficaram estáveis no Paraná (R$ 5,95/kg), e no Rio Grande do Sul (R$ 6,23/kg).
Cepea/Esalq
China considera mais compras de carne suína para sustentar preços
O planejador estatal da China manterá discussões com outros departamentos sobre uma nova rodada de compras de carne suína para as reservas estatais em um esforço para apoiar os preços do suíno, informou o órgão na sexta-feira
Os preços do suíno estão em um nível baixo, disse a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) em sua conta oficial do Wechat, e caíram ainda mais na semana passada. Os preços ficaram abaixo de 15 yuans (US$ 2,17) por quilo no mês passado, mostram dados da Shanghai JC Intelligence Co, pressionados pelo excesso de oferta. Em Cangzhou, Hebei, um dos principais locais de comércio de suínos no norte da China, os preços do suíno caíram 44% desde outubro passado.
REUTERS
Frango: preços melhoraram na sexta-feira
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja teve aumento de 2,00%, chegando a R$ 5,10/kg, enquanto a ave no atacado subiu 0,30%, atingindo R$ 6,60/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina, o valor ficou estável em R$ 4,33/kg, enquanto no Paraná foi registrada queda de 0,62%, valendo R$ 4,80/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quinta-feira (4), a ave congelada subiu 1,07%, chegando a R$ 6,62/kg, enquanto o frango resfriado teve aumento de 0,76%, fechando em R$ 6,62/kg.
Cepea/Esalq
Frango/Cepea: Menor demanda reduz médias mensais em abril
Os preços médios da maioria dos produtos avícolas acompanhados pelo Cepea registraram quedas de março para abril. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento esteve atrelado à menor procura por carne de frango no último mês
Com isso, agentes do setor acabaram reduzindo os preços pedidos, com o objetivo de garantir o escoamento do produto e evitar a formação de estoques. Além disso, a perda de competitividade para a carne suína – que acumulou desvalorizações mais intensas do que as observadas para a de frango – pode ter reforçado a pressão sobre os valores. No atacado da Grande São Paulo (SP), o frango inteiro congelado se desvalorizou 2,8% de março para abril, com média de R$ 6,56/kg no último mês. Para o produto resfriado, o recuo no preço foi de 2%, com o quilo da carne negociado à média de R$ 6,59 em abril. No mercado de cortes e miúdos, o cenário também foi de desvalorização para a maior parte dos produtos.
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