CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 1237 DE 18 DE MAIO DE 2020

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Ano 6 | nº 1237| 18 de maio de 2020

 

NOTÍCIAS 

Boi casado caiu na primeira quinzena de maio

Segundo levantamento da Scot Consultoria, no mercado atacadista, o boi casado de animais castrados ficou cotado em R$13,00/kg (15/5), queda de 0,6% na comparação com o início da semana passada, e retração de 0,1% na primeira quinzena de maio, resultado do fluxo de vendas conservador.

Para mensuração do impacto das medidas de contenção da disseminação do coronavírus no consumo de carne bovina, comparamos o mercado presente com a primeira quinzena de maio de 2019. Na primeira quinzena de 2019 em vez de queda, a cotação da carne subira 2,6%, sob o efeito do dia das mães e com os serviços de alimentação (bares, restaurantes e lanchonetes) funcionando.

SCOT CONSULTORIA 

Preços altos e poucos negócios efetivados no mercado de reposição

Sem perspectivas de melhora no mercado do boi gordo, a reposição continua tendo dificuldade em ganhar ritmo

Outro fator que colabora para o cenário de poucos negócios é a diminuição do poder de compra do invernista e recriador. Na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados, os preços estão 0,1% menores em relação semana anterior, no entanto, desde o início do ano, as cotações dos animais de reposição acumulam alta de 3,7%. As altas estão sendo puxadas pelas fêmeas, considerando a média de todas as categorias, a valorização foi de 4,8%, frente a 3,1% da média das categorias dos machos anelorados, tomando o início do ano como referência.

SCOT CONSULTORIA 

Boi gordo: semana com preços pouco alterados e vendas ainda tímidas

No atacado, o escoamento, principalmente os cortes nobres, ainda ocorre de forma lenta, enquanto as exportações para a China vão garantindo rentabilidade

O mercado físico do boi gordo teve preços pouco alterados nesta semana. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos operaram com escalas de abate curtas, estratégia adotada diante das incertezas em relação à demanda de carne bovina com as políticas de distanciamento social vigentes em grandes centros consumidores afetando drasticamente as vendas. “Alguns frigoríficos tentaram pressionar os pecuaristas por preços mais baixos para as boiadas, o que atrapalhou o fluxo de negócios. Enquanto isso, os animais que cumprem os requisitos para exportação à China garantem ágio de até R$ 10 por arroba em relação ao boi comum”, assinalou. No atacado, o escoamento da carne, principalmente os cortes nobres, ainda ocorre de forma demasiadamente lenta, enquanto as exportações para a China vão garantindo a rentabilidade e um alivio para os frigoríficos.

AGÊNCIA SAFRAS

ECONOMIA 

Dólar completa mais uma semana em alta embalado por incerteza política doméstica

O dólar mais uma vez teve uma sessão de intensa volatilidade no mercado brasileiro, fechando em alta moderada na sexta-feira, depois de oscilar entre firmes perdas e ganhos, evidência do grau de incerteza do mercado sobre o cenário para o país.

A cotação voltou a subir 1,73% na semana. A moeda negociada no mercado à vista encerrou o dia em alta de 0,33%, a 5,8392 reais na venda. A moeda oscilou entre valorização de 0,86% (para 5,8700 reais) e queda de 1,03% (a 5,7600 reais), num pregão sem intervenções do Banco Central. Na B3, o dólar futuro mostrava acréscimo de 0,49%, a 5,8530 reais, às 17h10. O dólar chegou a esboçar queda mais cedo, especialmente entre 10h e 11h, mas as mínimas perto de 5,76 atraíram compras. A divisa encontrou fôlego adicional por volta de 12h, logo após o Ministério da Saúde comunicar que Nelson Teich havia pedido demissão do cargo de ministro, menos de um mês após assumir a pasta e na segunda troca de comando do ministério em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus pelo país. Analistas citam com frequência que uma virada positiva para o real só tende a acontecer quando a economia começar a dar sinais de melhora. Contudo, a escalada da disseminação do coronavírus no país e o imbróglio político em Brasília têm afastado cada vez mais esse cenário, o que mina a expectativa de fluxo cambial —ou seja, prejudicando o cenário para ingresso de dólares. A moeda norte-americana avança 7,38% em maio e dispara 45,51% em 2020. O real tem o pior desempenho no ano entre as principais moedas globais.

Reuters 

Ibovespa fecha em queda com saída de ministro agravando receios

O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, com a renúncia do Ministro da Saúde adicionando ruídos ao cenário político, em meio a um ambiente já complicado para o mercado financeiro brasileiro em razão de desdobramentos da pandemia do Covid-19

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,84%, a 77.556,62 pontos, tendo oscilado dos 77.426,10 pontos aos 79.538,23 pontos. O volume financeiro somou 26 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 3,37%. Nelson Teich pediu demissão do cargo de ministro da Saúde, menos de um mês após assumir, em decorrência de desavenças com o Presidente Jair Bolsonaro, na segunda troca de comando do ministério em meio ao avanço da pandemia do Covid-19 pelo país. “É mais um ministro desautorizado pelo presidente”, mais um ruído em tão pouco tempo”, observou o gestor Ricardo Campos, sócio na Reach Capital. Teich vinha sendo cobrado pelo Presidente a modificar o protocolo do ministério para ampliar a recomendação do uso da cloroquina no tratamento à Covid-19, apesar de o Ministro ter afirmado que não considera o remédio uma solução. Na mesma direção, Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, destacou que a notícia trouxe mais instabilidade política, aumentando assim a preocupação do investidor. A pauta brasileira contemplou ainda o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que retraiu 5,90% em março ante o mês anterior. A JBS ON perdeu 4,58%, após apresentar prejuízo de 5,9 bilhões de reais no primeiro trimestre, uma vez que a forte valorização do dólar atingiu em cheio a linha financeira da companhia, ofuscando o aumento da receita. Em teleconferência com analistas, a empresa disse que a demanda nos EUA, sua principal geradora de receita, está muito forte, com regiões reduzindo medidas de isolamento social.

REUTERS 

Desembolsos do BNDES caem 42% no 1º trimestre

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou na sexta-feira que seus desembolsos no primeiro trimestre caíram 42% ante igual período de 2019

Os empréstimos no período somaram 8,3 bilhões de reais, com queda em todos os segmentos: agricultura, infraestrutura, indústria, comércio e serviços. As aprovações também caíram, mas as consultas avançaram 10% ano a ano. Os empréstimos para indústria somaram 1,3 bilhão de reais, queda de 50% ano a ano, enquanto as liberações para infraestrutura somaram 2,9 de reais, recuo de 58%. No trimestre, o BNDES registrou lucro líquido de 5,5 bilhões de reais, queda de 50% ano a ano. O resultado foi ancorado pela carteira de participações societárias do banco que promoveu no começo do ano uma venda de papéis da Petrobras.

REUTERS 

Produção agroindustrial recuou 5,6% em março, aponta FGV

No primeiro trimestre, indicador setorial registrou queda de 1,2% 

O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) confirmou as expectativas e registrou queda expressiva em março, quando de fato começaram a ser sentidos no país os reflexos negativos da pandemia da covi-19. Segundo cálculos recém-concluídos, a retração foi de 5,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, determinada sobretudo por uma queda de 9,4% no segmento de produtos não-alimentícios, puxada pela área de têxteis, que recuou 22%. No ramo de produtos alimentícios e bebidas houve variação negativa de 1,9%, definida por uma retração de 18,7% na área de bebidas. O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV. Com o resultado de março, destacou o FGV Agro, “a produção agroindustrial do primeiro trimestre do ano foi ‘empurrada’ para o campo negativo” e, no período, o índice registrou baixa de 1,2% na comparação com o intervalo de janeiro a março de 2019. O cenário negativo decorrente do novo coronavírus sobre as economias brasileira e global fará de 2020 um ano para ser esquecido pelas agroindústrias, por mais que em algumas frentes, como a de alimentos básicos, os problemas sejam menores. Como já informou o Valor, o FGV Agro projeta queda de 3,4% no setor, levando em consideração baixas de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 10% da confiança do empresariado, além de estagnação no valor das exportações.

VALOR ECONÔMICO 

EMPRESAS 

BRF deve retomar operações em Lajeado após acordo com MP sobre Covid-19

A companhia de alimentos BRF informou na sexta-feira que deve retomar as atividades da unidade de Lajeado (RS), após a celebração de um acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul relacionado a melhores práticas de segurança em meio à pandemia do coronavírus

O efetivo reinício das operações na unidade, que abate frangos e suínos, depende da homologação do acordo pela Justiça do Estado. A unidade gaúcha irá trabalhar com capacidade reduzida até o dia 25 de maio, quando a operação poderá ser normalizada, informou o comunicado da empresa. “A companhia dá destaque às medidas protetivas relacionadas aos processos de higienização continua na unidade, testagem de colaboradores de acordo com o protocolo estabelecido pelo Hospital Israelita Albert Einstein e divulgação de dados dos casos suspeitos e confirmados para as autoridades de saúde, Vigilância Sanitária e Ministério Público.” A BRF ressaltou que a testagem ativa dos colaboradores, que já está sendo realizada desde a semana passada em Lajeado, foi reforçada nesta semana e visa aperfeiçoar o processo de triagem e identificação de casos positivos e suspeitos, o que já era feito por meio de busca ativa. “A Companhia fornecerá equipamentos médico-hospitalares e insumos, no valor de 1,2 milhão de reais, com o objetivo de reforçar a capacidade do hospital Bruno Born, de Lajeado, e o hospital de Estrela, no combate e tratamento das vítimas do Covid-19”, disse o comunicado. Com isso, a BRF afirmou que está muito segura do cumprimento efetivo de todas as medidas protetivas e protocolos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.

REUTERS 

JBS enfrenta “enorme volatilidade” em meio à pandemia de coronavírus

A JBS disse na sexta-feira que está enfrentando uma “enorme volatilidade” relacionada a custos e preços de produtos devido à crise de saúde global causada pelo coronavírus

Em teleconferência para discutir os resultados do primeiro trimestre, executivos da JBS disseram que a demanda dos consumidores se afastou do food service, tendência vista em todos os mercados. Porém, embora não haja diferenças significativas nas margens de food service e nas vendas de carne no varejo, está se tornando cada vez mais difícil prever custos, preços e o comportamento do consumidor. A JBS obtém a maior parte de sua receita nos mercados dos EUA, onde alguns Estados estão começando a reabrir gradualmente suas economias e as perspectivas operacionais da companhia podem melhorar, disseram executivos. O Presidente da divisão JBS USA, André Nogueira, afirmou durante a teleconferência que a empresa está vendo demanda muito forte por carne nos EUA depois que a oferta foi reduzida após fechamentos de fábricas. Segundo ele, “nesta semana, a indústria no geral está rodando a 75% do que era na mesma semana do ano passado em carne bovina, 84% em porco e 99% em frango. Nós (JBS) estamos um pouco acima disso nas últimas duas semanas”. “Em food service, começa a haver uma recuperação bastante significativa nas últimas duas semanas, conforme alguns Estados (nos EUA) começam a abrir, ainda que com restrições. É surpreendente”, acrescentou Nogueira. Por outro lado, a divisão brasileira de carne bovina tem enfrentado dificuldades, após a empresa afastar funcionários em março e abril em resposta a possíveis surtos da doença. Executivos da companhia disseram ainda que problemas logísticos em exportações de carne bovina do Brasil foram resolvidos no atual trimestre. A JBS registrou na quinta-feira prejuízo líquido de 6 bilhões de reais no primeiro trimestre, em grande parte devido a movimentos cambiais. Na sessão desta sexta-feira, as ações da JBS tinham o pior desempenho do Ibovespa, com queda de mais de 6%. Excluindo efeitos cambiais no último trimestre, a JBS teria registrado lucro líquido de 803 milhões de reais.

REUTERS

FRANGOS & SUÍNOS 

Exportação de carne suína do Brasil deve superar expectativa, aponta ABPA

As exportações de carne suína do Brasil em 2020 deverão superar as expectativas iniciais, enquanto que os embarques da proteína de frango também crescerão pela forte demanda da China, segundo o Diretor-Executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

Em videoconferência na sexta-feira, ele estimou os embarques brasileiros de carne suína entre 900 mil e 1 milhão de toneladas em 2020, o que representaria um crescimento de 33% ante 2019. Em dezembro, a associação previra alta de ao menos 15% nas exportações de suíno. Já os embarques de carne de frango devem seguir firmes, ficando entre 4,3 milhões e 4,5 milhões de toneladas em 2020, previsão estável ante a divulgada no final do ano passado, que já apontava aumento de até 7% em relação a 2019. Segundo o executivo, a demanda por carnes da Ásia está forte, uma vez que a China precisar lidar com a escassez de proteína causada pela peste suína africana, que resultou em uma redução drástica do plantel no maior consumidor global de carne de porco. Santin disse ainda que a demanda asiática tem ajudado a compensar a queda na demanda no mercado local, afetado pelos impactos da pandemia da Covid-19.

REUTERS

Frango: reação das cotações nas granjas, mas queda no atacado

Após semanas de estabilidade no preço para o produtor, o frango na granja fechou a semana passada cotado em R$3,00 por quilo, alta de 3,4% em sete dias

Já o produto no atacado apresentou queda, fechando a primeira quinzena de maio cotado, em média, em R$3,82 por quilo, baixa de 3,3% quando comparado com o fechamento da primeira semana do mês. Essa queda sinaliza um mercado fragilizado, já que as quedas ocorreram antes da segunda quinzena do mês, período de compras mais lentas. Abril apresentou redução de 2,67% no volume exportado, queda após cinco meses consecutivos de alta, porém, o acumulado do ano mostra que o produto está com bom desempenho, chegando a alta de 5,22% quando comparado ao mesmo período de 2019.

SCOT CONSULTORIA

INTERNACIONAL 

Após a China suspender frigoríficos, produção de carne na Austrália começa a ser afetada

A produção de carne por animais que são livres de produção hormonal (HGP-Free) na Austrália começa a ficar comprometida com a suspensão das importações chinesas de carne bovina, tendo em vista que o País adotou o recurso em rápida expansão nos últimos dois anos, e isso foi impulsionado, quase inteiramente, pelas exigências do mercado chinês

“Três das quatro plantas de carne bovina australianas suspensas resolveram paralisar os abates dos animais livres de hormônios. A Kilcoy Global Foods, por exemplo, normalmente dedica dois dias por semana ao abate sem HGP, grande parte da produção destinada à China”, informou o site australiano Beef Central. Outro fator que comprometeu a produção dos animais livres de hormônios foi à redução das compras da União Europeia neste ano, o que intensificou a dependência da Austrália no mercado asiático, como consumidor de carne sem HGP. Os analistas de mercado na Austrália informam que ainda é muito cedo para ver o impacto da suspensão no mercado do boi, mas alguns antecipam que deve ocorrer uma redução nos preços ofertados para o gado alimentador sem HGP. De acordo com as informações do site Beef Central, os impactos da suspensão ainda estão sendo absorvido pelo o mercado australiano, tanto a JBS quanto a NCMC indicaram que as operações estão normais, pois se esforçaram para transferir o produto para mercados alternativos. O segundo segmento de mercado que provavelmente será impactado é o dos animais que se alimentam por grãos, Grainfed como são chamados no País. Duas das quatro plantas suspensas são dedicadas à produção, como a Kilcoy Global Foods, com capacidade diária em torno de 1500 cabeças e JBS Beef City com capacidade de 800/cab por dia. “Todas as quatro plantas afetadas têm alternativas de mercado para seus produtos, mas algumas têm uma base de clientes de exportação muito menos diversa do que outras, e provavelmente, serão impactadas mais diretamente pela perda de acesso à China”, reportou o jornalista de agricultura da Beef Central, Jon Condon. As quatro plantas suspensas têm uma capacidade de abate diária de cerca de 6.600 cabeças por dia. Após a suspensão, nenhum frigorífico indicou intenções de reduzir os abates diários. Por outro lado, tem contêineres de carne resfriada nos portos que estavam prontas para serem embarcadas para a China, mas que agora estão voltando aos frigoríficos. A JBS divulgou uma declaração na quarta-feira (14), dizendo que estava trabalhando ativamente com o Departamento de Agricultura da Austrália (DAWR) para resolver os problemas técnicos que a China levantou. Já que o país asiático alegou que embargou as plantas frigoríficas por problemas de rotulagem e documentação.

Beef Central

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