Ano 11 | nº 2492 | 23 de junho de 2025
NOTÍCIAS
Exportações sustentam preços do boi gordo em mercado de valorização contida
Demanda externa impulsiona o setor, enquanto o cenário interno mostra sinais de cautela
O mercado físico do boi gordo apresentou preços firmes ao longo da última semana, embora as altas tenham perdido força em comparação com o ritmo registrado até a primeira quinzena de junho. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, com os frigoríficos mais cautelosos, o movimento de valorização foi contido à espera da entrada mais expressiva de animais confinados via contratos a termo. “O mercado ainda centra suas atenções nas exportações, com um desempenho bastante favorável, enquanto o mercado doméstico conta com suas fragilidades”, afirma. Os preços da carne bovina ficaram estáveis durante a semana. “A reposição entre atacado e varejo segue mais lenta, como é comum na segunda metade do mês, o que pode pressionar os preços no curto prazo.” Segundo Iglesias, além disso, há uma tendência de consumo por proteínas mais acessíveis, como frango, ovos e embutidos, o que reduz o ritmo de vendas da carne bovina no mercado interno. Preços da arroba do boi gordo: São Paulo: R$ 325 (alta de 1,56% frente aos R$ 320 da semana anterior). Goiás: R$ 305 (estáveis). Minas Gerais: R$ 305 (alta de 1,7% frente aos R$ 300). Mato Grosso do Sul: R$ 320,30 (alta de 1,56% em comparação aos R$ 315). Mato Grosso: R$ 320 (alta de 1,6% frente aos R$ 315). As exportações de carne bovina in natura seguem como principal alicerce do mercado. Nos primeiros dez dias úteis de junho, o Brasil embarcou 117,2 mil toneladas do produto, com receita de US$ 634,4 milhões — uma média diária de US$ 63,4 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O desempenho representa crescimento de 47,6% na média diária de receita frente a junho de 2024, além de alta de 21,8% no volume médio exportado por dia e aumento de 21,2% no preço médio da tonelada, que ficou em US$ 5.411,40.
Agência Safras
Boi/Cepea: Baixa oferta sustenta cotações
Desde o início de junho, o mercado pecuário como um todo tem se mantido firme, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, os reajustes não são intensos, mas frequentes.
A oferta é relativamente baixa, e, para preencher as escalas, frigoríficos precisam ajustar os preços. Pesquisadores explicam que pecuaristas seguem na expectativa de novas altas após o feriado e negociam aos poucos. Começa a aumentar as vendas de gado de confinamento, e esses animais, em lotes mais padronizados e com bom acabamento, alcançam valores maiores. O ritmo de embarques está mais acelerado que em maio, o que ajuda a explicar os preços firmes tanto dos animais para abate quanto da carne no atacado nacional. O volume exportado por dia aumentou 13% em relação ao mês passado, subindo para a média de 11,7 mil toneladas de carne in natura. Em junho/24, a média diária foi de 9,6 mil toneladas, ou seja, o desempenho dessa parcial do mês está quase 22% maior, conforme dados da Secex analisados pelo Cepea.
Cepea
Mercado do boi gordo volta a ganhar fôlego no Rio de Janeiro
O mercado está firme no estado. As chuvas recentes têm contribuído para a sustentação dos pastos, o que tem permitido aos pecuaristas aguardarem por melhores preços para negociar. As ofertas têm sido escassas, o que também tem sustentado um tom altista nas cotações.
Com isso, na comparação semanal, para a cotação do boi gordo, a alta foi de 1,7%, ou R$5,00/@, cotado em R$300,50/@. A cotação da vaca e a da novilha teve um aumento de 1,9%, ou R$5,00/@, negociadas em R$271,00/@ e R$276,00/@, respectivamente, segundo o levantamento da Scot Consultoria. Os preços são a prazo e descontados os impostos (Senar e Funrural). Em São Paulo, o diferencial de base do boi gordo é de R$10,00/@, ou menos 3,3%, com a arroba negociada em R$310,50, considerando o preço a prazo e livre de impostos.
A expectativa para o curto prazo é de estabilidade a alta nas cotações.
Scot Consultoria
Oferta curta e demanda aquecida puxam alta do boi gordo
Preço da arroba sobe em junho e quadro de baixa oferta mantém tendência positiva para o segundo semestre, apontam especialistas
O mercado do boi gordo mantém o ritmo de valorização em junho. A alta reflete a oferta mais limitada de animais e a demanda aquecida tanto no mercado interno quanto nas exportações. Segundo a Scot Consultoria, a arroba do boi gordo em São Paulo já é negociada entre R$ 315 e R$ 320, acumulando alta de R$ 15 ao longo do mês, com ganhos de cerca de R$ 1 por dia. De acordo com Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria, essa recuperação é resultado da menor oferta de animais terminados, após um mês de maio marcado por maior volume de abates, sobretudo devido à perda de qualidade das pastagens com a transição do outono para o inverno. “O cenário atual é de oferta enxuta e demanda aquecida, tanto interna quanto externa, o que sustenta preços mais altos. O mercado futuro também reflete esse movimento, com cotações na faixa dos R$ 320, sinalizando firmeza para o segundo semestre”, destaca. Gonçalves. O analista ressalta ainda que as exportações seguem em ritmo forte, com preço médio da carne bovina in natura na casa dos US$ 5.300 a US$ 5.400 por tonelada, os maiores desde o fim de 2022. “Se mesmo com um primeiro trimestre recorde de abate, com 9,8 milhões de cabeças, os preços da arroba se mantiveram acima dos R$ 300, a expectativa é de que o segundo semestre, com oferta mais ajustada, mantenha as cotações ainda mais firmes”, afirma. Essa mesma visão do cenário pecuário é compartilhada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo os pesquisadores, os preços estão em alta desde o início de junho, com reajustes não tão intensos, mas constantes. A oferta segue relativamente baixa, e os frigoríficos precisam pagar mais para preencher as escalas. Além disso, começa a crescer o volume de animais de confinamento, que, por serem mais padronizados e bem-acabados, atingem preços mais altos. Do lado externo, as exportações seguem aquecidas. O volume embarcado por dia subiu 13% em relação a maio, alcançando média de 11,7 mil toneladas de carne bovina in natura. Em comparação com junho do ano passado, o desempenho parcial do mês já é quase 22% superior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior analisados pelo Cepea. O cenário, de acordo com os especialistas, combina demanda firme, oferta limitada e embarques robustos, o que mantém as cotações em trajetória de alta, com projeções positivas para o segundo semestre.
Estadão Agro
ECONOMIA
Dólar fecha em alta ante real com exterior em dia de ajustes pós-Copom
Após oscilar abaixo dos R$5,50 reagindo à alta da Selic, o dólar virou para o positivo e fechou em alta ante o real na sexta-feira pós-feriado, em meio às preocupações com os desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio.
Em uma sessão de liquidez reduzida, o dólar à vista fechou em alta de 0,47%, aos R$5,5270. Na semana, porém, a moeda acumulou baixa de 0,26% e, no ano, recuo de 10,55%. Às 17h07, na B3, o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,71%, aos R$5,5335. Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 25 pontos-base, de 14,75% para 15,00%, surpreendendo boa parte do mercado. Além disso, o BC transmitiu uma mensagem hawk (dura) sobre o cenário, ao indicar que tende a manter a Selic em 15,00% no encontro de julho “para examinar os impactos já acumulados do ajuste já realizado”, como registrou seu comunicado, mas deixando a porta aberta para uma retomada do ciclo de altas de juros depois disso, se necessário. A decisão do Copom aumentou o diferencial de juros do Brasil em relação ao exterior, o que em tese é um fator de atração de investimentos para o país. No início da tarde, o dólar já oscilava com leves ganhos ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas no exterior, em meio ao noticiário sobre o conflito no Oriente Médio. “O dólar realmente ameaçou uma queda, em função do Copom, mas há outras coisas que podem influenciar o dólar e que ainda estão para acontecer, como uma eventual atuação dos EUA na guerra do Irã”, comentou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, ao justificar a virada da moeda norte-americana para o positivo. Apesar do alívio pontual, ao longo do dia o dólar manteve ganhos ante boa parte das demais divisas, incluindo o real. Às 17h18, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,13%, a 98,799.
Reuters
Ibovespa fecha em queda com recuo de Vale e Selic a 15%
O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, perdendo os 137 mil pontos na mínima, pressionado particularmente pelo declínio da Vale, mas também pelo recuo de ações sensíveis a juros após o Banco Central elevar a Selic ao maior nível em quase 20 anos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,15%, a 137.115,83 pontos, chegando a 136.814,52 pontos no pior momento e marcando 138.719,09 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$30,75 bilhões, com a volta do feriado de Corpus Christi também marcada por vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista. No acumulado da semana, o Ibovespa registrou uma variação negativa de 0,07%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou na noite da quarta-feira uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a 15%, no sétimo aumento seguido, contrariando parte das previsões no mercado de manutenção da Selic. No comunicado que acompanhou a decisão, o BC destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”, mas que não hesitará em novo aumento se necessário. Para a equipe da Ágora Investimentos, o BC sinalizou a interrupção do ciclo de alta, mas sem fechar a porta para mais ajustes, se preciso, e indicou que a taxa ficará elevada por bastante tempo para evitar a precificação prematura de corte. Na visão da equipe da XP Investimentos, a manutenção da Selic em 15% até meados do próximo ano seria suficiente para trazer a inflação para perto do intervalo da meta em 2026 e dentro da banda em 2027. “Algum grau de flexibilização monetária parece provável no ano que vem… Isso dependerá fortemente de como evoluirá a economia global e, sobretudo, das perspectivas para a política econômica doméstica em 2027”, acrescentou. No cenário externo, investidores continuam monitorando o conflito entre Israel e Irã, sem sinal de recuo de qualquer um dos lados, enquanto especulam a possibilidade de os Estados Unidos se envolverem na guerra. Em Nova York, o S&P 500 terminou o dia com decréscimo de 0,22%.
Reuters
EMPRESAS
Economia circular: o que grandes empresas de carnes estão fazendo para conter o descarte de resíduos
Empresas buscam reaproveitar o que antes era jogado fora. Para destinar corretamente uma profusão de resíduos gerados no campo e na indústria, e com isso também ampliar receitas, a cadeia de carne tem se estruturado de maneira a estimular a chamada “economia circular”.
“Trata-se da adoção de valores que são demandados pela sociedade nos dias de hoje e que devem permanecer nos planos de negócio de agora em diante. Na prática, significa conceber e encaixar novos módulos produtivos dentro do negócio inicial, a fim de aproveitar os coprodutos. É uma tomada reformulação que acaba conferindo resiliência aos produtores e às indústrias, em função de diversificação de mercados”, afirma Aldo Ometto, professor coordenador de inovação e líder da área de economia circular do CEPID Bridge, da USP. A união entre setores de pesquisa e a nova visão de gestão de algumas indústrias tem levado à descoberta de novas possibilidades. Na cadeia de carnes, a indústria tem se estruturado para definir novos negócios a partir dos – até então – resíduos. A JBS, gigante mundial do setor de proteínas, abraçou há 20 anos o conceito de reaproveitamento de resíduos. Segundo relatório de sustentabilidade da companhia, hoje 99% dos materiais de cada bovino processado são aproveitados. Em aves e suínos o percentual é de 95%. Para isso, a empresa criou em 2009 a JBS Novos Negócios, empresa responsável pelo desenvolvimento de projetos de economia circular. “Os negócios são tratados como unidades independentes, que devem ser autossustentáveis e obter resultados financeiros positivos, mas o foco número um das atividades na Novos Negócios é achar uma destinação para cada resíduo gerado na companhia. Para nós, o retorno ambiental que gera é maior do que o valor em receita”, pontua Nelson Dalcanale, presidente da JBS Novos Negócios. Na prática, foram criadas diversas empresas para atuação em setores específicos. A Genu-in, produz 12 mil toneladas de colágeno e gelatina por ano, desenvolvidos a partir de peptídeos de colágeno de alto desempenho obtidos a partir do couro bovino. A Campo Forte produz fertilizantes eficientes e sustentáveis feitos a partir de resíduos orgânicos. A Biopower é uma das maiores produtoras de biodiesel do país, tendo como matéria-prima os resíduos orgânicos gerados pelo processamento de bovinos. A JBS Couros produz couros nos estágios wet blue, semi e acabado para os segmentos automotivo, moveleiro, de calçados, artefatos, entre outros. Esses são alguns exemplos dentro de um universo maior de iniciativas da companhia. Há oito anos, a BRF também criou uma divisão para atender a mercados estratégicos, a partir do desenvolvimento de produtos de maior valor agregado produzidos com resíduos. A BRF Ingredients oferece globalmente produtos como proteínas hidrolisadas e uma linha completa de farinhas e óleos para aquacultura, suinocultura e pet food. De acordo com a empresa, o papel dessa divisão da companhia é transformar 100% dos coprodutos gerados no abate de aves e suínos — como ossos, vísceras, penas, gordura e sangue — em ingredientes de alto valor agregado para diversos mercados. “A BRF Ingredients opera em escala global, com presença em 10 países, e atuação nos principais mercados de nutrição animal, saúde humana, nutrição vegetal e ingredientes alimentícios. A unidade processa anualmente cerca de 1,6 milhão de toneladas de matéria-prima composta por coprodutos frescos e seguros. No Brasil, são 31 unidades de produção, distribuídas por sete estados”, afirma Marcel Sacco, vice-presidente de Marketing e Novos negócios da BRF. No setor de ingredientes alimentícios, a empresa fornece aromas naturais de carne, proteínas de soja e farinhas de empanamento. Em nutrição animal, oferece proteínas hidrolisadas, farinhas e óleos voltados para aquicultura, suinocultura e pet food. Na saúde humana, atua com insumos essenciais como heparina e válvulas cardíacas de origem suína, fundamentais para medicamentos e próteses. A Minerva Foods também adotou o modelo de criação de empresas especializadas em diferentes ramos de negócios para ganhar mercados a partir dos resíduos. A Minerva Biodiesel utiliza o sebo bovino com fonte de energia renovável. A Minerva Casings utiliza as vísceras na produção de invólucros para a indústria de alimentos embutidos. Já a Minerva Leather produz e comercializa couro para as indústrias têxtil, calçadista e automobilística. E por fim, resíduos sólidos de origem animal, como ossos e outros componentes não comestíveis, são destinados à Minerva Ingredientes, que comercializa produtos para as indústrias de cosméticos e pet food. Além das iniciativas relacionadas à indústria diretamente, a Minerva também mantém um projeto para o reaproveitamento dos uniformes de trabalhadores das unidades industriais. Os uniformes antigos são destinados a Retalhar, uma Empresa B certificada, que recicla resíduos têxteis, evitando que tecidos descartados acabem em aterros sanitários ou sejam incinerados. Na operação de bovinos da Marfrig, a circularidade é aplicada visando 100% de aproveitamento da matéria-prima. Após a retirada da carne destinada ao consumo humano, todas as demais partes dos animais são processadas e direcionadas a diferentes mercados e cadeias produtivas. O couro é comercializado para as indústrias automobilística, moveleira, calçadista e de moda. Vísceras, gordura, cartilagens e ossos são transformados em ingredientes utilizados por setores como os de cosméticos, farmacêutico, fertilizantes e rações. O sebo é destinado à produção de biodiesel e utilizado como insumo em produtos de higiene e limpeza. Já a farinha de carne e ossos é vendida para empresas que atuam na fabricação de rações para piscicultura, animais de estimação e granjeiros. As tripas bovinas passam por um processo de tratamento e calibração, sendo comercializadas tanto no mercado interno quanto em países importadores.
Valor Econômico
Minerva aprova homologação do aumento de capital de R$ 2 bilhões
Companhia vai utilizar os recursos para reduzir dívidas após compra de unidades da Marfrig. Inicialmente, a meta da Minerva era conseguir ao menos R$ 1 bilhão, contando com o apoio garantido de seus principais acionistas
O frigorífico Minerva informou na noite da sexta-feira (20) que seu conselho de administração aprovou a homologação de aumento de capital no montante de R$ 2 bilhões, por meio da emissão de 386,8 milhões de novas ações ordinárias, e a atribuição de 193,4 milhões de bônus de subscrição como vantagem adicional. No início do mês, a companhia já havia levantado R$ 1,715 bilhão no processo de aumento de capital só com os acionistas que detinham o direito de preferência na aquisição das novas ações. O montante representava cerca de 85,75% do valor máximo que a companhia buscava, de R$ 2 bilhões. Inicialmente, a meta da Minerva era conseguir ao menos R$ 1 bilhão, contando com o apoio garantido de seus principais acionistas, a holding da família Vilela de Queiroz e o fundo saudita Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic). Com os recursos levantados, a maior exportadora de carne bovina da América do Sul já iniciou o corte de suas dívidas, que aumentaram após a compra de unidades de abate da Marfrig.
Globo Rural
GOVERNO
Bloqueio de verba do seguro rural pode reduzir cobertura em 30% já em 2025
Cálculo é de entidades que representam as seguradoras. Orçamento de apoio à contratação das apólices caiu quase à metade, desagradando o setor agro
A área coberta por seguro rural no Brasil pode cair quase 30% ainda neste ano, devido à redução do orçamento para apoiar a contratação de apólices. O cálculo foi divulgado nesta sexta-feira (20/6) pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). As entidades apontam que a área segurada diminuiu de 14 milhões para 7 milhões de hectares entre 2023 e 2024. Em 2025, pode cair para menos de 5 milhões de hectares, o equivalente a 6,11% do plantio previsto para a safra de grãos 2024/25: 81,798 milhões de hectares. A verba inicial do seguro era de R$ 1,06 bilhão. Em maio, o governo liberou R$ 179,2 milhões para culturas de inverno, frutas, pecuária e florestas. O Ministério da Agricultura deve divulgar na próxima semana um novo cronograma para os recursos restantes. “O bloqueio representará um duro golpe à política de proteção contra riscos agroclimáticos”, afirmaram as entidades em nota. “As seguradoras ampliaram sua capacidade de assumir riscos e aprimoraram produtos e serviços para atingir a meta de 20 milhões de hectares protegidos”, ressaltaram. As seguradoras chegaram a pedir um orçamento adicional de R$ 2,8 bilhões para o próximo ano. Na visão das empresas, experiências como as de Estados Unidos e Espanha mostram que políticas robustas de apoio são estratégicas para proteger a produção e a segurança alimentar. Representações do setor produtivo também criticaram a postura do governo. O Sistema Faep (Federação de Agricultura do Estado do Paraná, Senar/PR e sindicatos rurais) manifestou preocupação. Antes do bloqueio de recursos, entidades pediam R$ 4 bilhões para o PSR. “Os recursos já eram abaixo do que o setor agropecuário precisa. Agora, a situação ficou ainda mais complicada, deixando os produtores rurais descobertos em meio à safra”, afirmou Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema Faep. O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR) classificou o bloqueio de orçamento do seguro rural como “mais um duro golpe” do governo no setor produtivo.
Globo Rural
Governo anuncia Plano Safra 25/26 em 30 de junho e primeiro de julho
Condições de crédito rural para a próxima temporada começam a vigorar no mês que vem. Plano Safra para a agricultura empresarial e familiar deve somar R$ 600 milhões disponíveis para o crédito rural
O governo federal bateu o martelo sobre as datas de lançamento do Plano Safra 25/26. A divulgação do crédito rural para a agricultura familiar, elaboradas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, será no dia 30 de junho. Já o Plano Safra da agricultura empresarial, a cargo do Ministério da Agricultura, será no dia 1º de julho, informaram três fontes a par do assunto. Antes, havia expectativa de que os lançamentos pudessem ser em 25 e 26 de junho, mas houve o ajuste para encaixar os eventos na agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As cerimônias, como de costume, deverão ser Palácio do Planalto. Essa será a segunda vez em três anos de governo que o Ministério da Agricultura lançará o seu Plano Safra “atrasado”, já dentro do período de vigência das regras, que começa em 1º de julho. Em 2024, o anúncio foi em 3 de julho. Na semana passada, a assessoria do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já havia desmarcado uma reunião dele com o Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), prevista para 30 de junho. A justificativa era que “provavelmente” o Plano Safra 2025/26 não estaria liberado para divulgação até aquela data, o que foi confirmado agora. Técnicos da equipe econômica e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário ainda discutem detalhes, como valores e juros. Fontes afirmam que o montante para pequenos, médios e grandes produtores deve passar de R$ 600 bilhões. A maior parte virá das mudanças na exigibilidade de fontes como depósitos à vista, poupança rural e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Não há definição do montante dos Fundos Constitucionais do Centro-Oeste (FCO), Norte (FNO) e Nordeste (FNE). O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já enviou uma estimativa inicial, mas o Ministério da Fazenda solicitou um ajuste. Há tratativas com os bancos operadores (Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia) “para verificar a viabilidade de um eventual aprimoramento desses números”, informou a Pasta. Na safra 2024/25, os Fundos destinaram aproximadamente R$ 36,3 bilhões nas três regiões. No Ministério da Agricultura, há expectativa de uma possível reunião na próxima semana com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que retornará de férias na segunda-feira (23/6). Técnicos tentam convencer a área econômica do governo a conceder descontos nos juros de custeio de produtores que usam bioinsumos e cultivam plantas de cobertura para diminuir a exposição do solo em épocas de entressafra. A equipe do ministro Carlos Fávaro também quer redução de taxas para médios produtores que cultivam alimentos, como arroz e feijão. Há, no entanto, uma avaliação de que os juros vão subir em quase todas as categorias, puxados pela alta da Selic, que encarece o gasto orçamentário com a equalização. O custo orçamentário inicial do Plano Safra 2024/25, que termina em 30 de junho, era de R$ 16,3 bilhões: R$ 10,4 bilhões na agricultura familiare R$ 5,9 bilhões na empresarial. No Ministério do Desenvolvimento Agrário, a tentativa é de preservar os juros de 3% do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o custeio da produção de itens da cesta básica e de 2% para a atividade agroecológica. A pasta também quer dar visibilidade para a atuação dos pequenos produtores na transição energética.
Valor Econômico
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos acumulam alta em junho com exportações aquecidas e reforço de estoques no mercado interno
Movimento antecipado de compradores antes do Corpus Christi impulsionou as cotações na última semana. Segundo a Scot Consultoria, o ritmo de vendas deve desacelerar no mercado físico.
Mesmo com o mês já avançado, os preços dos suínos seguem em alta no mercado físico. A proximidade do feriado de Corpus Christi estimulou a movimentação dos compradores, que anteciparam as negociações para reforçar os estoques, impulsionando as cotações. No entanto, a Scot Consultoria aponta que a expectativa é de que o ritmo de vendas desacelere nos próximos dias, com um mercado mais calmo. No mercado atacadista de São Paulo, a carcaça especial foi cotada, em média, em R$12,80 por quilo, alta de 2,4% em sete dias. Nas granjas, o suíno terminado está cotado, em média, em R$165,00 por arroba, incremento de 3,1% no preço em igual comparação. “No acumulado do mês, a alta foi de 7,1% nas granjas e 5,8% no atacado”, informou a Scot Consultoria. Além das antecipações no mercado interno, as vendas externas também contribuem para o cenário altista. A exportação de carne suína in natura, até a segunda semana de junho, totalizou 51,7 mil toneladas. O volume médio diário, de 5,2 mil toneladas, está 10,3% maior que o embarcado por dia em junho do ano passado. O Cepea destacou em seu boletim semanal que o avanço nos valores do vivo, por sua vez, está atrelado ao aquecimento na demanda, como geralmente verificado nas primeiras semanas do mês. “As temperaturas mais amenas desta época do ano, associadas às festividades sazonais, reforçam o aumento na procura pela proteína suína. Além disso, a oferta interna está mais enxuta”, informou o Cepea. Na última quarta-feira (18), o Cepea divulgou seu levantamento de preços em que registrou na maioria avanços nas praças acompanhadas. O Indicador do Suíno Vivo em Minas Gerais ficou estável e precificado em R$ 8,43/kg. No Paraná, o preço do animal teve alta de 0,49% e está precificado em R$ 8,13/kg. Já na região do Rio Grande do Sul, o animal registrou ganho de 0,25% e está precificado em R$ 8,15/kg. Em São Paulo, o valor ficou próximo de R$ 8,71/kg e com uma valorização de 0,35%. Em Santa Catarina, o valor do suíno registrou ganho de 0,74% e está cotado em R$ 8,12/kg. O Itaú BBA destacou que as margens da suinocultura continuam sólidas em maio e na primeira quinzena de junho, na casa dos 25%, o que equivale a um resultado de R$ 240 por animal terminado. Há um ano era de R$ 94/cabeça. “Os custos da suinocultura caíram 3%, ao passo em que os preços do animal vivo avançaram 1%, e este patamar do spread se manteve na primeira metade de junho, com os custos e os preços caindo proporcionalmente, na ordem de 2%”, disse o Itaú BBA.
Scot Consultoria/Itaú BBA/Cepea
Suínos/Cepea: Quedas dos insumos e altas do vivo elevam poder de compra
O poder de compra do suinocultor paulista frente aos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) tem avançado neste mês, acumulando sete semanas seguidas de aumento, apontam levantamentos do Cepea.
De acordo com o Centro de Pesquisas, esse cenário é resultado das desvalorizações do milho e do farelo, além da alta nos preços do suíno vivo. O avanço nos valores do vivo, por sua vez, está atrelado ao aquecimento na demanda, como geralmente verificado nas primeiras semanas do mês. Segundo pesquisadores do Cepea, as temperaturas mais amenas desta época do ano, associadas às festividades sazonais, reforçam o aumento na procura pela proteína suína. Além disso, a oferta interna está mais enxuta.
Cepea
OMSA considera como resolvido caso de gripe aviária em granja comercial no RS
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) considerou um caso de gripe aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul como encerrado, apontou o site da instituição, movimento que auxilia na retomada de mercados que impuseram restrições à carne de frango do Brasil.
A avaliação da OMSA foi feita após o governo do Brasil, maior exportador global de carne de frango, autodeclarar-se livre da doença durante a semana, seguindo um período de observação de 28 dias, e à medida que novos casos em plantéis comerciais não foram registrados. Na avaliação da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), que representa as indústrias, a consideração do OMSA deverá permitir a redução de embargos comerciais à carne de frango do Brasil, algo que depende da decisão de cada país. “A oficialização pela OMSA é um passo importante em todo este processo. A partir daqui a expectativa é que o restabelecimento do fluxo dos embarques para os mercados suspensos seja gradativamente retomado, conforme as negociações com cada país importador”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin, após pedido de comentário. Na quarta-feira, após o Brasil fazer a autodeclaração de que está livre da doença, a África do Sul reduziu sua restrição à carne de frango brasileira, antes imposta para todo o país, para o Estado do Rio Grande do Sul. O primeiro surto de gripe aviária do país, que atingiu uma granja comercial em Montenegro (RS), no mês passado, desencadeou uma série de proibições comerciais, inclusive do maior importador, a China. Com isso, a exportação de carne de frango in natura do Brasil teve uma queda de cerca de 25% em volume pela média diária nas duas primeiras semanas de junho, na comparação com o dado do mesmo mês do ano passado, de acordo com números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), publicados na última segunda-feira.
Reuters
Após semanas de pressão, preços do frango reagem e proteína volta a ganhar competitividade no atacado
Com oferta controlada e compras antecipadas antes do feriado, preços do frango reagem pela primeira vez desde caso de gripe aviária e registram alta no atacado, reforçando a competitividade da proteína.
Com a oferta mais ajustada e antecipações de compras antes do feriado, o mercado do frango ganhou força e competitividade frente às demais proteínas. Os preços do produto se mantêm firmes, com o frango inteiro se destacando frente ao dianteiro bovino e carcaça suína, atraindo a preferência do varejo e do consumidor. De acordo com as informações da Scot Consultoria, os preços no mercado atacadista apresentaram recuperação na última semana. Desde o anúncio do primeiro caso registrado de gripe aviária em granja comercial no país, em 15 de maio, esta é a primeira vez que os preços têm variação positiva. Nos últimos sete dias, no mercado atacadista, o frango médio teve alta de 3,7%, sendo negociado, em média, em R$7,05 por quilo. Nas granjas de São Paulo, os preços permaneceram nas mesmas bases, com a ave terminada cotada, em média, em R$5,50 por quilo. A referência para o animal vivo no Paraná seguiu estável e está cotado em R$ 5,46/kg. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também seguiu estável e está sendo negociada em R$ 4,73/kg. Apesar de avanços nos preços, o aumento da oferta no mercado interno pesou sobre as cotações nas últimas semanas, moderando as margens do setor. “Os preços de carne de frango perderam sustentação, após os embargos de diversos países às exportações brasileiras”, informou o Itaú BBA. Segundo os dados do Cepea, após atingirem R$ 8,81/kg em 15/maio, a curva perdeu sustentação, com os preços recuando 16,3% até o dia 16/jun, voltando para R$ 7,37/kg, próximo da cotação de há um ano. Com base no levantamento de quarta-feira (18), o indicador do frango resfriado permaneceu estável e está cotado a R$ 7,43/kg. Já o frango congelado também ficou estável a R$ 7,43/kg. No levantamento do Cepea mostram que os preços médios da carne de frango vêm caindo com força comparando-se esta parcial de junho com o mês anterior. As cotações das principais concorrentes (bovina e suína) também têm recuado, mas de forma mais moderada. Como resultado, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente às substitutas, aponta o Centro de Pesquisas. Segundo pesquisadores, a grande quantidade de carne de frango disponível no mercado interno em junho – diante das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária – tem pressionado significativamente os valores dessa proteína. Na ausência de novos casos em criação comercial, o Itaú BBA destaca que os embargos ainda vigentes deverão começar a ser retirados, mas isso dependerá da vontade dos importadores. “Isso não significa a restauração automática das compras externas, mas sim mais força nas negociações. A China, por exemplo, impôs um embargo de 60 dias a partir de 16/maio”, reportou a consultoria. Além da China, a União Europeia, Coreia do Sul, Canadá entre outros países, seguem com um banimento a todo o país. Já o México, reduziu o embargo para apenas o RS, seguindo o Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Ou seja, apesar das menores restrições de alguns destes principais clientes externos, as exportações de junho, pelo menos, ainda deverão ser bastante afetadas. Ainda que o grande assunto no setor sejam os impactos decorrentes dos mercados externos fechados, vale destacar o viés positivo dos custos de produção, com o milho devolvendo as altas nos últimos meses, com a consolidação dos bons números da safrinha e o farelo de soja bastante descontado. Com relação aos custos ao avicultor, o Itaú BBA destacou que o spread do frango abatido, o mês de maio fechou com o indicador nos 44%, contra médias de 30% nos últimos 5 anos e 35% desde 2006. Em maio/24 o indicador estava em 38%. Já para o mês de junho, tomando os preços e custos estimados até a primeira quinzena, temos 2% de queda dos custos e preço médio da ave abatida 13% menor, ou seja, um spread de 36%.
Scot Consultoria/Itaú BBA/Cepea
Frango/Cepea: Maior oferta pressiona médias da carne
Levantamentos do Cepea mostram que os preços médios da carne de frango vêm caindo com força comparando-se esta parcial de junho com o mês anterior.
As cotações das principais concorrentes (bovina e suína) também têm recuado, mas de forma mais moderada. Como resultado, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente às substitutas, aponta o Centro de Pesquisas. Segundo pesquisadores, a grande quantidade de carne de frango disponível no mercado interno em junho – diante das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária – tem pressionado significativamente os valores dessa proteína.
Cepea
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