CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2584 DE 29 DE OUTUBRO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2584 | 29 de outubro de 2025

 

NOTÍCIAS

Preços do boi gordo sobem em São Paulo e Pará

Preço do boi China sobe R$ 1 por arroba

De acordo com o informativo Tem Boi na Linha, divulgado na terça-feira (28) pela Scot Consultoria, as escalas de abate em São Paulo permaneceram curtas, com média de sete dias. De acordo com o levantamento, o encurtamento das escalas está relacionado à menor oferta de boiadas, o que levou as indústrias a elevarem as ofertas de compra para garantir a matéria-prima e cumprir contratos. Com esse cenário, a cotação do boi gordo e do “boi China” registrou alta de R$ 1,00 por arroba, enquanto os preços das fêmeas permaneceram estáveis no estado. No Pará, as escalas de abate também encurtaram e a oferta de animais foi menor, resultando em aumento das cotações em todas as regiões. Em Marabá, o preço de todas as categorias subiu R$ 2,00 por arroba, com escalas médias de seis dias. Em Redenção, o preço da vaca aumentou R$ 6,00 por arroba, e o da novilha, R$ 3,00 por arroba. As escalas de abate atendiam, em média, a cinco dias. Em Paragominas, a cotação da novilha teve alta de R$ 3,00 por arroba, enquanto as demais categorias permaneceram estáveis. As escalas médias de abate foram de quatro dias. Em Alagoas, tanto o boi gordo quanto a vaca registraram elevação de R$ 5,00 por arroba em relação ao dia anterior.

Scot Consultoria

Semana abre com altas nas cotações do boi gordo

Exportações em alta e ritmo de consumo doméstico fortalecem os preços, enquanto o mercado atacadista mantém estabilidade

O mercado físico do boi gordo iniciou a semana apresentando alta generalizada nos preços. Segundo a consultoria Safras & Mercado, frigoríficos de menor porte enfrentaram escalas de abate mais apertadas, comprando de forma mais agressiva, enquanto os de maior porte atuam de maneira mais comedida, aproveitando a boa incidência de animais de parceria. O movimento de alta também foi evidenciado em São Paulo, onde as negociações já se aproximam dos R$ 320/@ na modalidade a prazo. As exportações seguem em alto nível, funcionando como importante fator de sustentação dos preços ao longo do ano. Preços do boi gordo (arroba): São Paulo: R$ 315,42 a prazo. Goiás: R$ 305,86. Minas Gerais: R$ 304,41. Mato Grosso do Sul: R$ 328,18. Mato Grosso: R$ 302,27. No mercado atacadista, os preços permaneceram acomodados durante a segunda-feira, mas o ambiente de negócios indica possível continuidade do movimento de alta no curtíssimo prazo, impulsionado pelo aumento do consumo doméstico, 13º salário, criação de postos temporários de emprego e confraternizações. Preços no atacado: Quarto traseiro: R$ 25,00. Quarto dianteiro: R$ 18,20. Ponta de agulha: R$ 17,20.

Safras News

Volume parcial de carne bovina exportada até agora supera 276 mil toneladas e ultrapassa exportação de outubro do ano passado

Até a quarta semana de outubro/25, os embarques de carne bovina alcançaram 276,5 mil toneladas, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic. 

O volume parcial de outubro já é maior que o mês inteiro do ano passado quando as exportações alcançaram 270,2 mil toneladas. A média diária exportada segue em 15,4 mil toneladas, avanço de 25% frente a média diária do ano anterior, que ficou em 12,2 mil toneladas. O faturamento para a carne bovina até a quarta semana de outubro/25 ficou em US$ 1,527 bilhão, superando a receita total de outubro de 2024, que foi de US$ 1,259 bilhão. A média diária do faturamento na quarta semana de outubro ficou em US$ 84,8 milhões e registrou um ganho de 48,2%, frente ao observado no mês de outubro do ano passado, que ficou em US$ 57,2 milhões. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 5.525 por tonelada e isso representa um ganho anual de 18,5%, em relação a 2024 quando o valor médio ficou em US$ 4,661 por tonelada.

SECEX/MDIC

ECONOMIA

Dólar fecha em leve queda ante o real com mercado à espera do Fed

O dólar oscilou em margens estreitas e fechou perto da estabilidade no Brasil na terça-feira, com investidores mantendo posições antes da decisão sobre juros do Federal Reserve, na quarta-feira, e das negociações comerciais entre EUA e China, na quinta-feira.

A moeda norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,19%, aos R$5,3605. No ano, a divisa acumula queda de 13,25%. Às 17h02, na B3, o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — caía 0,33%, aos R$5,3660. No exterior, o dia foi de sinais mistos para o dólar ante as divisas pares do real: alta ante a lira turca e o peso chileno, mas baixa ante o rand sul-africano — em movimentos contidos, assim como visto no Brasil. A expectativa para a reunião de quarta-feira do Federal Reserve permeava os negócios, com os agentes esperando um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos, mas à espera de pistas sobre o que virá depois. Atualmente, a taxa de referência nos EUA está na faixa entre 4,00% e 4,25%. No fim da tarde, a ferramenta CME FedWatch mostrava que os ativos precificam 99,9% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros nos EUA nesta quarta. Além disso, há 90,8% de chance de corte de mais 25 pontos-base dezembro, enquanto as apostas para o encontro do fim de janeiro do Fed estão mais equilibradas: 48,3% para mais um corte de 25 pontos-base e 47,4% para manutenção. Profissionais do mercado têm destacado que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, somada à manutenção da Selic em 15% ao ano nos próximos meses, como vem indicando o Banco Central, favorece o fluxo de dólares para o Brasil, o que tem impactado as cotações. “O país continua sendo um bom destino em busca de ‘carry’ (trade). Esse é o movimento que temos visto, inclusive, da bolsa batendo recordes”, comentou Ricardo Chiumento, superintendente da Mesa de Mercados do BS2. “É um movimento de fraqueza do dólar global e, por outro lado, um carry positivo do lado brasileiro”, acrescentou. Em operações de carry trade, investidores tomam empréstimos no exterior, onde os juros são menores, e aplicam no Brasil, onde o retorno é maior. Outro ponto de atenção são as negociações comerciais dos Estados Unidos com a China. Na quinta-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, vai se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, para discutir saídas para o embate comercial entre os países.

Reuters

Ibovespa renova máxima com apoio de Vale e salto de MBRF

O Ibovespa avançou pelo quinto pregão seguido na terça-feira, renovando máxima de fechamento, com Vale entre os principais suportes, assim como MBRF, ainda embalada por acordo envolvendo fundo soberano saudita.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,35%, a 147.476,22 pontos, de acordo com dados preliminares, fechando acima dos 147 mil pela primeira vez e superando o recorde de fechamento registrado na véspera, de 146.969,10. No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a 147.810,55 pontos, sem conseguir superar o topo intradia também apurado na segunda-feira, de 147.976,99 pontos. Na mínima, registrou 146.574,67 pontos. O volume financeiro no pregão somava R$18,4 bilhões antes dos ajustes finais.

Reuters 

EMPRESAS

Ações da MBRF voltam a subir um dia após anúncio de criação da Sadia Halal

Conversas com a Halal Products Development Company para a expansão da joint venture ganharam tração em agosto. Abertura de capital está prevista para 2027

As ações da MBRF (MBRF3) registraram nova alta na terça-feira (28/10), um dia depois do anúncio da criação da Sadia Halal. No início da tarde, os papeis haviam alcançado uma alta de 14,25%, ampliando os ganhos de mais de 6% de ontem. As conversas entre a MBRF, de Marcos Molina, e a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita, para a expansão da joint venture ganharam tração em agosto, após acionistas de BRF e Marfrig darem o aval para a fusão, apurou o Valor. A empresa e a HPDC já mantinham uma parceria desde 2022.Conforme informou a empresa, a transação, que vai criar a Sadia Halal, foi avaliada em US$ 2,07 bilhões e vai englobar s fábricas e centros de distribuição da MBRF localizados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos; suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, além do negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região MENA. A abertura de capital da companhia na bolsa de Riad prevista para 2027 é por conta da legislação local, que exige que uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) só pode ocorrer após um ano após uma reestruturação corporativa relevante, como o caso da joint venture anunciada nesta segunda-feira. “A projeção é de que a empresa consiga entregar os demonstrativos financeiros de 2026 em março de 2027. Então abril (de 2027) seria o mais cedo que daria para fazer (um IPO)”, disse uma fonte. Um interlocutor próximo à transação disse que a bolsa de Riad tem sido ativa para IPOs e que empresas com o “selo PIF” (investidas pelo fundo soberano) têm obtido forte demanda de investidores. O Citi assessorou a MBRF na operação e o banco Rothschild a HPDC.

Valor Econômico

Frigorífico Zimmer pede recuperação judicial com dívidas de R$ 75 milhões

Frigorífico do Rio Grande do Sul, especializado em carne bovina, demitiu 95 funcionários na última semana.

Localizado no Rio Grande do Sul, há 50 anos o frigorífico atua no processamento de carne bovina. Com dívidas que somam R$ 75 milhões, o frigorífico Zimmer ingressou na segunda-feira, 27, com pedido de recuperação judicial na Vara Regional Empresarial de Caxias do Sul (RS). Segundo nota enviada pelo escritório MSC Advogados, responsável pelo processo, a medida foi necessária para viabilizar a reestruturação financeira da empresa, diante da elevação dos custos, redução das margens e dificuldade de acesso a crédito. “O objetivo é garantir a continuidade das atividades empresariais e a preservação dos empregos”, informou em nota. Na última semana, 95 pessoas foram demitidas do frigorífico e, agora, a empresa opera com 325 colaboradores. Com mais de 50 anos de atuação, o frigorífico Zimmer tem sede em Parobé e filial em Capão do Leão, ambos municípios do Rio Grande do Sul. A empresa atua no processamento de carne bovina e concentra cerca de 90% de sua produção no mercado gaúcho, mas também é habilitada a exportar a mais de 20 países, entre eles Chile, Paraguai, Emirados Árabes Unidos e Egito.

Estadão/Agro

GOVERNO

Japão está “muito perto” de abrir seu mercado à carne bovina do Brasil, diz Fávaro

Ministro da Agricultura diz que o Brasil está na fase final do protocolo sanitário e pode abrir o mercado ainda em 2025. Mercado japonês é de alta renda, mas também altamente exigente, aponta ministro.

O Japão está “muito perto” de abrir seu mercado para a carne bovina brasileira, informou o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, durante viagem à Malásia. Segundo ele, as negociações estão avançando “rapidamente”. “Algo que estava paralisado há mais de 25 anos agora está muito próximo de acontecer, restam apenas alguns detalhes”, disse à Bloomberg News. Fávaro lembrou que o mercado japonês é de alta renda e muito lucrativo, mas também altamente exigente. Além disso, um dos requisitos para liberação das compras era que o Brasil fosse declarado livre de febre aftosa sem vacinação — reconhecimento obtido no início deste ano. Conforme o ministro, o Brasil está na fase final do protocolo sanitário e “assim que ele for concluído, o mercado será aberto”, o que ele espera que ocorra até o fim do ano. As declarações de Fávaro acontecem cerca de quatro meses após visitas de autoridades japonesas ao Brasil para inspecionar o sistema sanitário brasileiro. Na ocasião, no entanto, a comitiva do Japão visitou apenas instalações dos estados do Sul do país que já tinham recebido a chancela de área livre de aftosa sem vacinação antes mesmo do status nacional ser alcançado. O movimento levantou especulações no setor de que os três estados da região sejam os primeiros a serem liberados a enviarem carne bovina aos japoneses. Anteriormente, entretanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolveu-se diretamente nas negociações para que a carne produzida nacionalmente possa chegar ao mercado japonês durante sua visita ao Japão em março deste ano.

Estadão/Agro

INTERNACIONAL

JBS é alvo de ação judicial nos EUA relacionada à meta climática

A JBS foi acusada de fazer falsas alegações sobre o clima em uma ação judicial nos EUA movida pelo grupo ativista Mighty Earth, um novo desafio para o maior produtor de carnes do mundo antes das negociações globais sobre o clima, em novembro.

A ação judicial contra a unidade da JBS nos EUA é a mais recente de uma série de processos contra empresas por alegações do chamado “greenwashing”, incluindo uma contestação bem-sucedida contra a gigante do petróleo TotalEnergies em um tribunal francês na semana passada. O caso, apresentado ao Tribunal Superior do Distrito de Columbia, em Washington, ocorre dias antes de a Procuradora Geral de Nova York, Letitia James, apresentar uma queixa revista em um caso semelhante. A Mighty Earth alega que a JBS fez afirmações enganosas sobre seu compromisso de atingir emissões líquidas zero até 2040 e que “omissões materiais” sobre os danos ambientais causados por suas operações violaram a lei de procedimentos de proteção ao consumidor. “Estamos questionando as alegações climáticas da JBS USA de ser ‘net zero até 2040’ como falsas e enganosas”, disse Alex Wijeratna, diretor sênior de investigações e leis da Mighty Earth, observando que a empresa não tinha um plano confiável para lidar com as emissões da cadeia de suprimentos. A JBS disse que “rejeita categoricamente” as alegações que sugerem que suas metas de sustentabilidade são enganosas ou que o financiamento foi obtido sob falsos pretextos. A empresa afirmou ainda que está fazendo progressos mensuráveis na abordagem das mudanças climáticas. “Nossas ações são guiadas pela ciência, transparência e responsabilidade, e continuamos focados em oferecer um progresso mensurável e significativo em direção a um sistema alimentar global mais sustentável”, disse em um comunicado. O diretor de sustentabilidade da JBS disse à Reuters em matéria publicada em janeiro que sua meta “net zero” até 2040 era uma aspiração, não uma promessa, embora a empresa tenha dito à Reuters, em uma declaração por escrito na época, que suas ambições climáticas permaneciam inalteradas. O grupo disse à Reuters que também enviou ao regulador financeiro da Grã-Bretanha uma reclamação sobre a suposta má conduta do Barclays porque subscreveu US$3 bilhões em títulos vinculados à sustentabilidade (SLBs) emitidos pela JBS em 2021, que eram “enganosos”. A JBS disse que esses títulos estavam vinculados a metas de desempenho verificadas, com progresso divulgado de forma transparente e auditado anualmente. O Barclays e a Autoridade de Conduta Financeira (FCA), que disse em agosto que estava monitorando o mercado de produtos com selo de sustentabilidade, não quiseram comentar. O Mighty Earth alega em seu processo que as SLBs da JBS USA, emitidas logo após o estabelecimento de sua meta em 2021, permitiram que ela lucrasse com a iniciativa ao garantir baixos custos de empréstimo. A queixa separada contra o Barclays é o mais recente desafio aos bancos sobre seus deveres de controles de risco relacionados a metas climáticas. O ING foi processado em março por seu financiamento a empresas de combustíveis fósseis, e ativistas do clima e dos direitos humanos entraram com um processo semelhante contra o BNP Paribas em 2023.

Reuters

MEIO AMBIENTE 

Nova proposta da UE para lei antidesmatamento frustra quem se preparou no agro do Brasil, diz Rabobank

Uma proposta da Comissão Europeia que traz algumas flexibilizações para a lei que proíbe a importação pelo bloco europeu de commodities ligadas à destruição de florestas frustra exportadores do agronegócio brasileiros que se prepararam para estar prontos para atender as exigências já em 2025, avaliaram especialistas do Rabobank.

Segundo analistas do banco holandês, que fizeram um estudo detalhado sobre o tema, muitas empresas brasileiras, incluindo do setor de soja, realizaram investimentos para atender as regras e capturar prêmios imediatos pelo cumprimento da legislação. Mas, pela proposta da comissão divulgada na semana passada, foi incluída uma flexibilização para dar mais 12 meses de adaptação a pequenas empresas, além de não prever multas para qualquer operador ao longo do primeiro semestre de 2026. No caso da soja e do farelo, pelo grande porte das tradings envolvidas nas negociações desses produtos, o adiamento para as menores companhias não traz benefício para o setor no Brasil, que teve custos consideráveis em logística e para a segregação de cargas para a UE, visando atender a lei. “Eu acho que é um problema bem significativo, até porque quem fez o investimento e se adaptou é porque estava ali buscando a possibilidade de capturar um prêmio melhor para ter acesso ao mercado europeu. O fato de não ter multa… já elimina um pouco a possibilidade de ter esse prêmio mais favorável para o mercado europeu”, disse Marcela Marini, especialista do Rabobank. A União Europeia respondeu por pouco menos da metade das exportações de farelo de soja do Brasil no ano passado. A isenção inicial da multa para quem descumprir as normas, conforme a mais recente proposta para a entrada em vigor da lei ainda em 2025 e não ser postergada em mais um ano, seria válida apenas se aprovada pelo Parlamento Europeu. Uma decisão sobre como a norma será executada é esperada nas próximas semanas. Se a nova proposta não for confirmada, a legislação entra em vigor ao final de 2025, sem flexibilizações, como previsto quando foi adiada no ano passado. De acordo com um estudo do banco ao qual a Reuters teve acesso, um novo adiamento poderia gerar perdas financeiras para aqueles que se prepararam para entregar os requisitos da UE no prazo, resultando ainda em receios sobre projetos complementares. Para a exportação de carne bovina brasileira, a entrada da lei ao final de 2025 com flexibilizações representaria “muito mais frustração”, por não estar se obtendo um retorno para os investimentos no prazo, “do que uma oportunidade” de se ganhar tempo, disse o analista Wagner Yanaguizawa. “Essa bonificação que estava sendo esperada não deve ocorrer já nesse curto prazo”, opinou.

Reuters

Governo deve revisar cálculo de emissões de gases da agropecuária antes de entregar Plano Clima

“Responsabilização” do setor pelas mudanças climáticas ficaria menor, mas ainda acima do que lideranças defendem. Divulgação do documento está prevista para ocorrer na COP30, em Belém

Após pressão de representantes do setor agropecuário, o governo federal deverá revisar a alocação de emissões de gases de efeito estufa atribuídas aos produtores rurais no Plano Clima. Com isso, a “responsabilização” do agronegócio pelas mudanças climáticas na proposta oficial do governo federal ficaria menor. Ainda, assim os números ficariam acima do que lideranças do segmento defendem. O Plano Clima reúne dados sobre o impacto de cada segmento da economia nas mudanças climáticas e orienta a formulação de políticas públicas necessárias para o país cumprir suas metas de redução de emissão de gases de efeito estufa. De acordo com fontes do setor produtivo a par do assunto, a alocação, que é hoje de 1,4 bilhão de toneladas de CO2 equivalente, passará a ser de 900 milhões de toneladas. O número está acima das 643 milhões de toneladas atribuídas diretamente a emissões do setor.

No cômputo inicial, estão alocadas emissões de desmatamento ilegal e não de aspectos relacionados à produção em si, o que gerou as críticas dos produtores. O setor reclama ainda que o sistema não considera as remoções de carbono. Se isso fosse levado em conta, argumentam lideranças do agro, o balanço real seria de 440 milhões de toneladas de emissões. A área técnica do Ministério do Meio Ambiente confirma que a questão está em discussão, mas a publicação da proposta final ainda deve levar mais alguns dias, podendo até ser entregue um pouco antes da COP30. Fontes da Pasta dizem que não há “revisão para baixo” das alocações, mas, sim, uma definição das atividades que entrarão ou não na conta do setor, como desmatamento legal e ilegal e emissões dos assentamentos da reforma agrária em terras públicas. Os pedidos do setor foram para que saíssem da conta do agronegócio as emissões de uso da terra, mudança no uso da terra e florestas. O texto original exige que a agropecuária reduza em 36% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e em 54% até 2035. Representantes do setor reclamam, no entanto, de carga desproporcional de obrigações e responsabilidades sobre os produtores para cumprimento das metas nacionais. A proposta original vincula ao agronegócio a emissão de 813 milhões de toneladas de CO2 de desmatamentos, enquanto as emissões da produção agropecuária propriamente ditas somam 643 milhões de toneladas, dizem lideranças do setor. Já o Plano Setorial de Conservação da Natureza, que concentra as responsabilidades do poder público, considera 356 milhões de toneladas de CO2. Esse plano também deverá vai mudar de nome e abarcar outras emissões, disse uma fonte. O setor reclama que 55% da conta atribuída ao campo não são emissões da produção, mas sim de desmatamento. Outra fonte com conhecimento técnico disse que sem essa separação o Brasil é prejudicado em negociações comerciais, o que teria impacto, por exemplo, sobre a seção 301 da lei comercial dos Estados Unidos, usada para basear o tarifaço. “Estamos nos declarando culpados como responsáveis pelo desmatamento ilegal. Isso é uma insanidade em termos comerciais”, disse a fonte, sob a condição de anonimato. O Ministério do Meio Ambiente se manifestou por meio de nota: “O Plano Clima é ferramenta fundamental para a execução da Política Nacional sobre Mudança do Clima. Elaborado ao longo dos últimos dois anos em um processo que envolveu 25 ministérios sob coordenação compartilhada da Casa Civil, MMA e MCTI, funcionará como o guia das ações de enfrentamento à mudança do clima no Brasil até 2035. Será, ainda, o roteiro de implementação doméstica da NDC brasileira, a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa do país sob o Acordo de Paris. Durante o período de consulta pública (28 de julho a 18 de agosto), diversos segmentos sociais e econômicos, entre eles, o da agricultura e pecuária, encaminharam ao todo 1.989 sugestões em relação aos planos setoriais de mitigação do Plano Clima. O MMA informa que seguem em curso, no governo federal, discussões sobre essas propostas.”

Valor Econômico

FRANGOS & SUÍNOS

Recuo de preço do frango inteiro na exportação vem sendo maior que o dos cortes

As perdas de preço enfrentadas nas exportações de carne de frango após o episódio de IAAP na avicultura comercial vêm sendo mais sensíveis no frango inteiro, cujo preço médio em setembro passado foi 15% menor que o registrado no mesmo mês do ano passado.

Já a redução no preço dos cortes foi pouco além de 8%.  A redução de preços do frango inteiro não é fato novo, vem desde meados do ano passado. Em 2024, o pico de preço (US$1.937,83/t) foi registrado no mês de agosto e, desde o mês seguinte entrou em baixa contínua. Já os preços dos cortes – com o mesmo comportamento do frango inteiro desde agosto/24 – deram sinais de recuperação entre março e abril deste ano. Mas, com a IAAP e os embargos na exportação, também entraram em declínio. Registraram ligeira alta (perto de 1%) em setembro, mas ainda alcançam o menor valor dos últimos 19 meses. Na média dos nove primeiros meses de 2025, o preço conjunto de frango inteiro e cortes se encontra perto de 3% aquém da média de 2024 (12 meses). Em relação aos três anos anteriores (2021/2023) supera apenas o preço de 2021 (+10%), ficando 10,26% e 5,35% abaixo das médias registradas em 2022 e 2023.

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