CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2583 DE 28 DE OUTUBRO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2583 | 28 de outubro de 2025

 

NOTÍCIAS

Cotação no mercado do boi gordo estável em São Paulo

A última semana do mês começou com poucos negócios. A oferta diminuiu, sustentando os preços. Na comparação feita dia a dia, as cotações não mudaram. As escalas de abate estavam, em média, para oito dias.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, na praça de São Paulo, o boi gordo “comum” está cotado em R$3 11/@, a vaca gorda em R$ 287/@, a novilha terminada em R$ 301/@ e “boi-China” segue valendo R$ 316/@ (preços brutos, no prazo). Em Minas Gerais, o cenário é de pouca oferta e escoamento de carne lento, limitando os negócios. Na região do Triângulo, não houve alteração nas cotações. Na região de Belo Horizonte e Norte, a cotação na novilha subiu R$2,00/@. Para o boi gordo e para a vaca não houve alteração. Na região Sul, a cotação da vaca subiu R$2,00/@, e para as demais categorias não mudou. A arroba do “boi China” subiu R$3,00. No atacado da carne com osso, as vendas perderam força com o avanço do mês, reflexo do menor volume de pedidos de reposição por parte do varejo. A carcaça casada do boi capão subiu 0,5%, ou R$0,10/kg, e a do boi inteiro subiu 0,8%, ou R$0,15/kg. Entre as fêmeas, não houve alteração na cotação. No mercado de carnes alternativas, a cotação do frango médio caiu 2,0%, ou R$0,15/kg. A cotação do suíno especial caiu 0,8%, ou R$0,10/kg.

Scot Consultoria

Preços do boi gordo sobem em parte do país com redução nas escalas de abate

Redução na oferta de animais impulsiona preços em estados como Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul

O mercado físico do boi gordo apresentou reajustes positivos em diversas regiões do país ao longo desta semana, impulsionado pela redução nas escalas de abate dos frigoríficos. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, unidades do Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul registraram elevação nas cotações diante da menor disponibilidade de animais prontos para o abate. Em São Paulo, os preços permaneceram estáveis, já que os frigoríficos de maior porte seguem com escalas mais confortáveis e boa oferta proveniente de parcerias. No dia 22 de outubro (quarta-feira), os valores da arroba do boi gordo na modalidade a prazo foram os seguintes: São Paulo (Capital) – R$ 315,00 a arroba, alta de 1,61% frente aos R$ 310,00 da semana anterior. Goiânia (GO) – R$ 305,00 a arroba, avanço de 1,67% frente aos R$ 300,00. Uberaba (MG) – R$ 305,00 a arroba, aumento de 1,67%. Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 330,00 a arroba, elevação de 1,54%. Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 300,00 a arroba, estável. Rondônia (Vilhena) – R$ 290,00 a arroba, valorização de 3,57% frente aos R$ 280,00 da semana passada. O mercado atacadista também mostrou firmeza, com melhor equilíbrio entre atacado e varejo. Segundo Iglesias, o pagamento do 13º salário, a abertura de vagas temporárias e as confraternizações de fim de ano devem estimular o consumo interno de carne bovina nas próximas semanas. O traseiro bovino foi cotado a R$ 25,00/kg, estável, enquanto o dianteiro subiu 1,10%, chegando a R$ 18,20/kg.

Safras News

ECONOMIA

Dólar cai no Brasil após Lula discutir agenda comercial com Trump

O dólar fechou a segunda-feira em baixa ante o real, reagindo ao recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior e ao encontro no fim de semana, considerado positivo pelo mercado, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, aos R$5,3706. No ano, a divisa acumula queda de 13,08%. Às 17h13, na B3 o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,27%, aos R$5,3810. No domingo, Lula e Trump se encontraram na Malásia para discutir a agenda comercial e econômica entre os dois países. Lula pediu a Trump que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros seja suspensa durante o processo de negociação entre os países, conforme relato do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Em entrevista coletiva já após o encontro, Lula afirmou que Trump “garantiu” que os dois países chegarão a um acordo sobre comércio. O presidente norte-americano, por sua vez, após deixar a Malásia, disse que teve uma “boa reunião” com Lula, a quem descreveu como “um cara bastante enérgico”, mas estava incerto sobre as perspectivas de um acordo. “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos”, disse a repórteres a bordo do avião presidencial Air Force One. O encontro entre os dois presidentes contribuiu para reduzir um pouco mais as tensões entre Brasil e Estados Unidos, o que abriu espaço para a baixa do dólar ante o real nesta segunda-feira, em paralelo ao avanço do Ibovespa para perto dos 147 mil pontos. O movimento esteve em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante quase todas as demais divisas no exterior, onde os investidores demonstravam otimismo em relação a um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China, após Trump afirmar que os dois países estão prontos para isso. “Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, disse Trump aos repórteres no avião presidencial Air Force One, a caminho do Japão. “A China está chegando e será muito interessante.” Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, devem se reunir no final desta semana. Às 17h11, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,10%, a 98,821.

Reuters

Ibovespa fecha em alta e renova recordes com otimismo generalizado

No setor de proteínas, MBRF ON saltou 6,45%, após sua subsidiária integral BRF GmbH assinar contrato de investimento com a Halal Products Development Company (HPDC), uma subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita, o PIF. A transação marca o primeiro passo para a realização de um IPO da BRF Arabia a partir de 2027. Até a última sexta-feira, os papéis acumulavam um declínio de quase 23% em outubro.

A MINERVA ON recuou 0,42%, no segundo pregão seguido de queda, após uma sequência de oito pregões de alta, período em que acumulou valorização de quase 10%. Na última quinta-feira, o fôlego do papel teve suporte em decisão dos EUA de quadruplicar a cota tarifária da carne bovina da Argentina, país onde a Minerva, maior exportadora de carne bovina in natura e seus derivados da América do Sul, tem seis plantas. O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, renovando máximas históricas e encostando nos 148 mil pontos, em uma sessão de recordes em Wall Street e nova melhora em previsões de inflação no Brasil, enquanto MBRF disparou após acordo com o fundo soberano da Arábia Saudita. Discussões comerciais entre autoridades chinesas e norte-americanas alimentaram expectativas de um acordo entre as duas maiores economias do mundo, tendo no radar um encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping previsto para quinta-feira, o que reverberou na bolsa paulista. Também repercutiu o encontro de Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, com o brasileiro afirmando que o norte-americano “garantiu” durante a reunião que Brasil e EUA chegarão a um acordo sobre o comércio. A semana ainda reserva decisão de juros do Federal Reserve na quarta-feira, com as apostas no mercado sinalizando expectativa de corte de 0,25 ponto percentual. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,55%, a 146.969,1 pontos, após marcar 147.976,99 na máxima e 146.173,72 na mínima do dia. O volume financeiro somou R$16,488 bilhões, abaixo da média diária do mês, de R$22,283 bilhões. De acordo com o analista Nícolas Merola, da EQI Research, trata-se de uma semana muito importante para os mercados, que começou com “pé direito”, em boa parte pelas expectativas para a reunião entre Trump e Xi. Isso, afirmou, está acalmando os mercados e apoiando a busca por ativos de risco. O pregão no Brasil ainda teve como pano de fundo pesquisa Focus mostrando nova queda nas previsões no mercado para o IPCA em 2025 e 2026, com a mediana das estimativas para este ano recuando para 4,56% e aproximando-se do teto da meta de inflação buscada pelo Banco Central.

Reuters

Agroindústria recua 2,1% em agosto, revela FGVAgro

No acumulado do ano, a queda é de 0,5%.

O volume de produção da Agroindústria registrou queda de 2,1% em agosto ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a retração é de 0,5%, de acordo com os dados da pesquisa sobre o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) do FGVAgro. Em agosto, os setores que mais contraíram foram: Bebidas (-4,9%) e Produtos Não-Alimentícios (-4,2%), ambos acumulam quedas sucessivas ao longo do ano. No setor de Bebidas, as alcoólicas sofreram uma redução em sua produção de 11,8%, atingindo o menor nível desde 2014. Vale ressaltar que os casos de contaminação por metanol ocorreram em setembro, após o período analisado pela pesquisa. No segmento de Produtos Não Alimentícios, a contração foi derivada, principalmente, da queda na produção de Biocombustíveis (-24,1%), o pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 2003. Segundo análise dos pesquisadores do FGVAgro, o ano de 2025 tem sido desafiador para a Agroindústria, por alguns motivos, entre eles, a economia brasileira em ritmo de desaceleração devido, principalmente, à política monetária restritiva; valorização do real, reduzindo a competitividade e/ou a receita de alguns produtos agroindustriais brasileiros no mercado internacional e; os efeitos de primeira e de segunda ordens decorrentes do tarifaço. Dessa forma, é importante ressaltar que parte da perda decorrente do tarifaço não se deu apenas pela redução dos embarques com destino aos EUA (efeitos de primeira ordem), mas pela deterioração das expectativas dos empresários (efeitos de segunda ordem), inclusive de segmentos que tinham sido classificados como “isentos” da elevação da tarifa anunciada em julho pelo presidente Donald Trump.

FGVAgro 

Mercado reduz projeção de alta do IPCA de 2025 de 4,70% para 4,56%, mostra Focus

Para 2026, a mediana das expectativas para a inflação oficial do país foi reduzida de 4,27% para 4,20% e, para 2027, de 3,83% para 3,82%

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira em 2025 recuou de 4,70% para 4,56%, na quinta queda seguida, segundo o relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira (27) com estimativas coletadas até sexta-feira (24). Para 2026, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cedeu de 4,27% para 4,20% e, para 2027, recuou de 3,83% para 3,82%. Selic Para a taxa básica de juros (Selic), a mediana das estimativas manteve-se em 15% no fim de 2025, pela 18ª semana seguida; se manteve em 12,25% no fim de 2026 pela 5ª semana seguida e seguiu em 10,50% em 2027 pela 37ª semana. A mediana das projeções para o crescimento da economia brasileira em 2025 foi reduzida de 2,17% para 2,16%. Para 2026, a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi alterada de 1,80% para 1,78%, e, para 2027, foi elevada de 1,82% para 1,83%. 7 A mediana das projeções para o dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,45 para R$ 5,41. Para 2026, a mediana das expectativas para a moeda americana se manteve em R$ 5,50 e, para 2027, recuou de R$ 5,51 para R$ 5,50.

Valor Econômico

Confiança do consumidor brasileiro sobe pelo 2º mês seguido em outubro, diz FGV

A confiança dos consumidores brasileiros avançou pelo segundo mês seguido em outubro diante da melhora da percepção sobre o presente e das expectativas futuras, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados na segunda-feira.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês alta de 1,0 ponto, chegando a 88,5 pontos. “A segunda alta consecutiva da confiança do consumidor consolida a trajetória de recuperação gradativa do indicador, iniciada em março de 2025, após as perdas incorridas no fim do ano passado”, disse em nota Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE. “O resultado foi impulsionado pela melhora da percepção sobre o presente e das expectativas futuras, além de ter sido notadamente influenciado pela alta da confiança das famílias de menor renda”, completou. Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) quanto o Índice de Expectativas (IE) tiveram alta de 1,0 ponto no mês, alcançando respectivamente 83,0 e 92,8 pontos. Entre os quesitos que compõem o ISA, o indicador de situação econômica local atual avançou 2,3 pontos, para 95,5 pontos. No IE, o indicador de situação econômica local futura avançou 2,3 pontos, para 106,9 pontos, maior nível desde outubro de 2024 (107,2 pontos). “O quadro do mês sinaliza um consumidor menos pessimista dada a manutenção do emprego e da renda junto a uma trajetória de queda da inflação nos últimos meses. Por outro lado, os níveis de inadimplência e a alta taxa de juros comprometem uma melhora mais robusta da confiança”, disse Gouveia. Com a taxa básica de juros mantida em 15%, o Banco Central disse que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

Reuters

GOVERNO

Acordo Brasil- EUA pode sair em 10 dias; veja os bastidores das negociações

Encontro entre Donald Trump e Xi Jinping pode influenciar os rumos das relações comerciais do Brasil com EUA e China

O encontro entre os líderes do Brasil e dos Estados Unidos (EUA) renovou os ânimos dos empresários do agronegócio. Mesmo assim, ainda há um ar de cautela quanto aos próximos passos, já que uma suspensão das sobretaxas de 40% era esperada após a reunião que aconteceu no último domingo, 26, na Malásia, e não se concretizou. Para o ex-secretário de Comércio Exterior e colunista do Agro Estadão, Welber Barral, a movimentação foi importante, mas o foco dos norte-americanos estava em outras questões. Ele avalia que “há muitas pautas na mesa” dos EUA. “A grande prioridade deles nesta viagem é primeiro a China, depois a Coréia do Sul. Os Estados Unidos vão anunciar um acordo com a Coréia e, posteriormente, vários acordos lá com a Tailândia e o Camboja, que assinaram nesses últimos dias. Provavelmente, agora, que eles vão parar para ver a questão do Brasil”, disse à reportagem. Um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, é esperado para esta quinta-feira, 30, na Coréia do Sul. Também em compasso de espera está o acordo entre esses dois países, o que pode afetar a relação Brasil-China e Brasil-EUA. Barral cita, por exemplo, a investigação chinesa para aplicação de medidas de salvaguardas sobre a carne bovina importada. A investigação é no âmbito de todas as importações da proteína, ou seja, envolve não só a carne brasileira, mas também de outros países, como Estados Unidos, Argentina e Austrália. “Eu acho que os chineses estão esperando para ver o que vai dar com esse acordo com os Estados Unidos, porque os Estados Unidos podem até colocar esse tema na pauta”, comentou Barral, que também cuida da defesa de associações no processo de investigação. Uma fonte do setor empresarial que participou da comitiva brasileira revelou ao Agro Estadão que o clima foi de animação e satisfação após as reuniões. Além de Lula e Trump, equipes dos dois países tiveram um segundo momento de conversas. Na avaliação dele, o “acordo deve sair no máximo em dez dias, liberando as tarifas”. Questionado se a parte brasileira teve a impressão de que o Brasil não era uma das prioridades na viagem de Trump, ele disse não vê do mesmo jeito. Mas reconheceu que há uma vontade grande do líder americano de tratar com Xi Jinping. Um dos pleitos colocados por Lula foi de que houvesse uma retirada da sobretaxa de 40% para que as negociações pudessem avançar. Na análise do ex-secretário de Comércio Internacional, isso pode não acontecer, se o ritmo das tratativas for rápido. “Por experiência, ou vai ter uma negociação rápida e aí eles vão deixar para negociar tudo quando for fechado o acordo, ou a negociação vai ficar muito complicada e aí eles vão fazer uma redução parcial até terminar a negociação, que é o que eles fizeram com a China, por exemplo”, opinou Barral. Também, nesta segunda, 27, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou a jornalistas que uma “equipe de alto nível” deve ir a Washington nos próximos dias para avançar com as negociações. Além disso, já foi firmado um cronograma de reuniões entre as partes técnicas que estão tratando do tema.

O Estado de São Paulo/Agro

Lula diz que estabeleceu com Trump uma regra de negociação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou ontem à noite (horário local da Malásia) a única observação feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao pedido brasileiro para suspender a sobretaxa contra exportações brasileiras. Trump disse que o Brasil queria fazer um acordo e que “vamos ver”.

“Primeiro eu interpreto como um óbvio. Não era possível, nem vocês acreditavam, que numa única conversa a gente pudesse resolver os problemas. O que nós estabelecemos é uma regra de negociação, e toda vez que tiver uma dificuldade eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone, eu tenho o telefone dele, nós vamos colocar as equipes para negociar”, afirmou Lula ao sair para um jantar de gala oferecido pelo primeiro-ministro da Malásia a chefes de Estado presentes em Kuala Lumpur. “A minha equipe é de alto nível, é o [Geraldo] Alckmin, é o [Fernando] Haddad e é o Mauro Vieira, e nós queremos negociar o fim das punições ao nosso ministro da Suprema Corte, nós queremos negociar o fim da punição contra o ministro [Alexandre] Padilha e a sua filha, nós queremos negociar a taxação, porque a taxação foi equivocada, numa mentira que deveria ter com o Brasil”, acrescentou. O presidente comentou que Trump sabe disso porque entregou para ele uma carta. “Portanto, não foram apenas palavras. Ele tem um documento sabendo o que o Brasil quer e eu acho que nós vamos fazer um bom acordo.” Em seguida, entrou no carro com sua esposa, Janja, e foi para a festa, vestido com roupa típica da Malásia.

Valor Econômico

Missão na Ásia resulta em novos acordos para produtos agrícolas brasileiros

Agendas na Indonésia e na Malásia promoveram abertura de mercados, revisão de protocolos sanitários e parcerias técnicas

A missão do governo brasileiro ao Sudeste Asiático, que termina nesta terça-feira, 28, trouxe avanços para o setor agropecuário nacional. As negociações conduzidas na Indonésia e na Malásia resultaram na abertura de seis novos mercados, na retomada de exportações estratégicas e na assinatura de acordos voltados à cooperação técnica e científica — medidas que devem ampliar a competitividade e a presença do setor em uma das regiões mais dinâmicas do comércio mundial. A Malásia anunciou a abertura de mercados para produtos como pescados, gergelim, ovo em pó, melões do Ceará e do Rio Grande do Norte, e maçãs do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Também foi retomado o comércio de carne de frango brasileira com o país, com a atualização do protocolo sanitário. A medida reduziu de 12 para três meses o período de suspensão em casos de Influenza Aviária, o que traz mais previsibilidade e segurança às exportações. Além disso, a Malásia antecipou para novembro a auditoria que poderá habilitar novos frigoríficos de carne suína, permitindo ampliar os embarques brasileiros. No campo da cooperação técnica, foi firmado um acordo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Embrapa e o Instituto de Pesquisa Agrícola da Malásia (MARDI). O documento prevê projetos conjuntos em biotecnologia e nanotecnologia, além de intercâmbio técnico nas cadeias de sorgo, soja, milho e coco. Outro ponto foi a confirmação da retomada do sistema de pré-listing para exportações de carne de frango à União Europeia, suspenso desde 2018. O mecanismo simplifica o processo de habilitação de frigoríficos, eliminando a necessidade de auditorias individuais e reduzindo custos operacionais. Na Indonésia, as negociações avançaram para ampliar o mercado de carne bovina. Está prevista uma nova auditoria ainda este ano para habilitação de plantas exportadoras. Também foi firmado um acordo de cooperação com a autoridade quarentenária local, que define regras de equivalência sanitária, fitossanitária e certificação eletrônica — mecanismos que aumentam a confiança mútua e reduzem barreiras comerciais. Com os acordos, o Brasil soma 466 mercados abertos para produtos do agronegócio desde o início deste governo.

Estadão/Agro

EMPRESAS

MBRF amplia parceria com fundo saudita e cria a Sadia Halal

Abertura de capital (IPO) deve acontecer partir de 2027 na Bolsa de Riad. Negócio será a maior empresa de frango halal do mundo, com atuação também no mercado da carne bovina

A MBRF, empresa resultante da fusão entre Marfrig e BRF, está ampliando sua joint venture com a Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária integral do Public Investment Fund (PIF), fundo soberano da Arábia Saudita. A transação, avaliada em US$ 2,07 bilhões, dará origem à Sadia Halal e marca o primeiro passo para a realização de uma abertura de capital (IPO) a partir de 2027, na Bolsa de Riad, uma das dez maiores do mundo. Segundo a MBRF, o negócio engloba as fábricas e centros de distribuição da empresa localizados na Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, e o negócio de exportações diretas de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região. “A expansão da parceria com a HPDC visa reforçar a presença regional da MBRF em um dos mercados mais lucrativos e influentes do mundo, aproximando cada vez mais nossas marcas dos consumidores locais e assegurando a presença permanente na agenda de segurança alimentar do país. Além disso, a operação abre a possibilidade para um IPO a partir de 2027”, afirmou Marcos Molina, chairman e controlador da MBRF. A MBRF prevê que o negócio será a maior empresa de frango halal do mundo, com atuação também no mercado da carne bovina. O mercado halal representa hoje 7,3% das vendas da BMRF. “É um mercado gigante. Até 2027, há projeções de que seja um mercado que atinja mais de US$ 1,5 trilhão de consumo”, ressaltou Fábio Mariano, vice-presidente da MBRF para o mercado halal e CEO da Sadia Halal. A estimativa também está relacionada aos dados demográficos, já que, segundo ele, espera-se que a população muçulmana cresça nos próximos anos a um ritmo duas vezes maior do que o restante da população. O negócio prevê a celebração de um acordo de fornecimento de produtos de frango e bovinos da MBRF para a Sadia Halal com duração de 10 anos renováveis, a partir das fábricas localizadas no Brasil.

Globo Rural

INTERNACIONAL 

China acelera compras de carne bovina à espera de decisão sobre salvaguardas

Pequim diminuiu ritmo de aquisições na primeira quinzena de outubro, mas, no caso do Brasil, as compras continuam avançando

A China deve decidir em novembro se irá aplicar ou não medidas de salvaguarda sobre suas importações de carne bovina. A conclusão da investigação, em andamento desde o fim de 2024, pode ter reflexos diretos sobre o mercado global e, principalmente, sobre o Brasil — o maior fornecedor da proteína vermelha ao país asiático. Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o comportamento recente da China nas compras internacionais de carne bovina já reflete o clima de expectativa em torno dessa decisão. “Esse ritmo forte de compras que observamos agora pode ser um sintoma de que os importadores estão tentando se antecipar a alguma medida do governo, que eventualmente possa impor cotas ou tarifas adicionais”, avalia Iglesias. Iglesias explica que, normalmente, entre agosto e novembro, a China intensifica suas compras como forma de criar estoques internos para atender os preparativos do Ano Novo chinês, que ocorre no fim de janeiro de cada ano. Por isso, o movimento verificado nos últimos meses foi recorde. Em setembro, por exemplo, dados compilados pela consultoria Agrifatto mostram que a China importou um volume recorde de 190 mil toneladas de carne bovina — o maior já registrado em um único mês. Esse cenário, contudo, tem sido consistente desde janeiro, com aumento gradual nas compras e quebras sucessivas de recordes mensais. Nas últimas semanas, entretanto, os chineses começaram a colocar o pé no freio, pelo menos frente ao volume histórico adquirido no último mês. As ofertas pela tonelada de carne bovina caíram entre 4% e 5%, sendo negociadas atualmente em torno de US$ 5,4 mil. Para a consultoria Agrifatto, o movimento é sazonal. “Todo fim de ano, a China reduz o ritmo de importações após formar estoques mais robustos para o período de festas. Ainda assim, o temor em relação a possíveis medidas de salvaguarda e o aumento do rigor nas inspeções alfandegárias trazem insegurança ao mercado e pressionam as negociações”, aponta o relatório. Mesmo com o cenário de cautela, o Brasil segue sendo o principal fornecedor de carne bovina para o gigante asiático. No acumulado de 2025 (até setembro), os chineses importaram cerca de 1,85 milhão de toneladas de carne bovina, considerando todos os países — uma queda anual próxima de 4%. Apesar da leve retração no total, as exportações brasileiras cresceram. Entre janeiro e setembro, a China importou aproximadamente 875 mil toneladas de carne bovina brasileira. O volume representa um incremento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, a participação do Brasil no total de carne bovina importada pela China chegou a 47%.

Estadão/Agro

Preço do gado cai nos EUA por preocupações com pressão de Trump para baixar valor

Os contratos futuros do gado bovino dos EUA despencavam nesta segunda-feira, ampliando uma queda acentuada depois que o presidente Donald Trump reclamou na semana passada que os preços estavam muito altos.

Os comerciantes disseram que esperam cada vez mais que o governo de Trump incentive mais importações de carne bovina e gado, em uma tentativa de compensar a oferta restrita dos EUA e reduzir os preços para os consumidores. Os preços da carne bovina nos EUA atingiram recordes este ano, pois a produção diminuiu e a demanda dos consumidores permaneceu forte. A produção foi prejudicada depois que uma seca que durou anos no oeste dos EUA atingiu as pastagens e aumentou os custos de alimentação, forçando os fazendeiros a reduzirem seus rebanhos para os níveis mais baixos em décadas. “Esse mercado está precificando a ideia de que todo o declínio da carne bovina dos EUA em 2026 será compensado”, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da corretora Allendale. Na bolsa de Chicago, os futuros do boi para novembro caíram cerca de 4%, a 338,450 centavos de dólar por libra-peso, no início da tarde. A bolsa ampliou temporariamente os limites diários de negociação dos mercados na semana passada, depois que os futuros afundaram. Na semana passada, Trump pediu aos pecuaristas que baixassem os preços, ao mesmo tempo em que os enfureceu com um plano para quadruplicar as importações de carne bovina argentina com tarifas baixas do país. Os pecuaristas disseram que o aumento das importações ameaça seus meios de subsistência e que Trump deveria apoiar a demanda por produtos dos EUA. Os comerciantes disseram acreditar que Trump poderá reduzir as tarifas sobre os produtos brasileiros, incluindo a carne bovina, após uma reunião no domingo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trump impôs tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros em agosto, diminuindo as importações americanas de carne bovina do maior exportador do mundo. “No início da semana passada, não esperávamos que as tarifas contra os produtos brasileiros fossem removidas”, disse Nelson. “Agora isso é muito possível.” Nesta semana, o ministro da agricultura do México deve viajar para Washington com o objetivo de chegar a um acordo sobre a reabertura da fronteira para o gado mexicano. Desde maio, Washington tem bloqueado a maior parte das importações de gado mexicano para impedir a entrada de um parasita, restringindo ainda mais os suprimentos dos EUA.

Reuters 

CARNES

Frango, suíno e boi: preços e valorização obtidos pelos principais exportadores mundiais em 2025

O Índice mensal de Preços das Carnes da FAO tem como base os preços alcançados pelos principais exportadores mundiais de cada tipo de carne.

No frango, EUA e Brasil; na carne suína, EUA, Brasil e União Europeia; na carne bovina, Austrália, EUA e Brasil. No tocante aos produtos brasileiros, nos primeiros nove meses de 2025 apenas a carne de frango apresentou queda de preço em relação ao mesmo período de 2024 (-1,37%), enquanto as exportações norte-americanas experimentaram valorização de 5,5%. O preço da carne de frango exportada pelo Brasil foi cerca de 27% superior ao dos EUA. Já nas exportações de carne suína, apenas o produto brasileiro experimentou valorização neste ano – de 9,19%. O preço da carne suína dos EUA recuou 0,78% e o da União Europeia retrocedeu 7,38% – efeito da PSA que andou rondando alguns países do bloco neste ano. O preço brasileiro foi quase 14% superior ao da UE, revertendo a situação registrada em 2024, quando ficou 3,5% abaixo. Na carne bovina, a valorização dos preços brasileiros (+17%) ficou ligeiramente abaixo da experimentada pela Austrália (+21,14%). Mas ultrapassou de forma significativa o aumento obtido pelos EUA, inferior a 1%.

FAO

Europa enfrenta onda severa de gripe aviária e teme crise

Em menos de três meses, o velho continente já registrou 56 surtos da doença, em 10 países

A Influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP ou gripe aviária) volta a se espalhar rapidamente pela Europa. O avanço da doença reacende temores de uma repetição das crises de anos anteriores, quando dezenas de milhões de aves foram sacrificadas e os preços dos alimentos dispararam. Segundo a ESA, órgão francês de vigilância da saúde animal, foram registrados 56 surtos entre agosto e meados de outubro em 10 países da União Europeia e no Reino Unido — esse é o maior número de países em uma década registrando surtos precoces. Os casos se concentram principalmente na Polônia, maior produtora de aves do bloco, além de Espanha e Alemanha. No mesmo período do ano passado, 31 surtos tinham sido confirmados em nove países. Na Alemanha, as autoridades de saúde confirmaram que, até a semana passada, mais de 400 mil aves já foram sacrificadas em razão da gripe aviária. O Instituto Friedrich Loeffler (FLI) destacou que a atual onda é semelhante à epidemia de 2021 — uma das piores já registradas no país. Na época, as autoridades sanitárias alemãs tiveram que eliminar mais de 2 milhões de aves para conter a doença. Até o momento, a gripe aviária foi detectada em 30 granjas alemãs, levando ao abate de galinhas, patos, gansos e perus. O FLI alertou que “é impossível prever como a situação vai evoluir”. As perdas mais expressivas ocorrem nos estados de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Brandemburgo, no nordeste do país. No distrito de Märkisch-Oderland, em Brandemburgo, o governo anunciou o abate de mais 130 mil aves adicionais, após ter destruído cerca de 150 mil no início do ano. Também foram registradas mortes em massa de aves na área de Linumer Teichland, ao noroeste da região. A situação também é crítica na Holanda. O governo holandês confirmou na última semana que 161 mil frangos foram abatidos em uma granja no centro-leste do país, após a detecção do vírus. Em resposta, foi proibido o transporte de aves e produtos avícolas em um raio de 10 quilômetros do local. A medida afeta 26 propriedades rurais. Além disso, o Ministério da Agricultura holandês determinou que todas as granjas mantenham as aves confinadas e suspendeu exposições de animais como forma de prevenir novos focos. Na Eslováquia, a Organização Mundial de Saúde Animal confirmou um surto em uma fazenda no norte do país, próxima à fronteira com a Polônia. Segundo as autoridades locais, 27 aves morreram e o restante do plantel — 197 animais, entre galinhas, patos e gansos — foi abatido para conter a propagação. Apesar de o número total de surtos ainda ser menor do que em 2022, especialistas temem que o início antecipado da temporada e o aumento das migrações de aves selvagens criem um cenário de nova crise sanitária e econômica para o setor avícola europeu neste inverno.

Agro Estadão

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