CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2472 DE 23 DE MAIO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2472 | 23 maio de 2025

 

NOTÍCIAS

A cotação do boi gordo continua em queda em São Paulo

A cotação no mercado do boi gordo registrou nova queda, desta vez de R$2,00/@ para todas as categorias. As escalas de abate estão, em média, para oito dias.

No Mato Grosso, na região Norte, ocorreram poucos negócios. Por conta da falta de chuva está tendo bastante oferta de bovinos. Com isso, a cotação da arroba do boi gordo caiu R$2,00. Na região Sudoeste os preços estão estáveis. Não houve alterações nos preços na região de Cuiabá. Na região Sudeste, a cotação da novilha caiu R$4,00/@, a cotação do boi e a da vaca não mudou. No Rio Grande do Sul, na região Oeste, a cotação do boi gordo e a da vaca caiu R$0,05/kg. Na região de Pelotas, os preços permaneceram estáveis.

Scot Consultoria

Arroba do boi gordo: preços tendem a cair mais no curto prazo

Posicionamento das escalas de abate entre 8 e 9 dias úteis na média nacional e o desgaste das pastagens ajudam a explicar o cenário

O mercado físico do boi gordo teve preços acomodados na maioria das regiões na quinta-feira (22). Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por patamares mais baixos de preço no curto prazo, em linha com o confortável posicionamento das escalas de abate, que hoje atendem entre 8 e 9 dias úteis na média nacional. “A sazonalidade explica muito bem esse ambiente, considerando o desgaste das pastagens que resulta em uma menor capacidade de retenção e maior disponibilidade de boiadas para o abate. A oferta de fêmeas permanece relevante no Centro-Norte brasileiro, o que terá consequências no curto, médio e longo prazo. Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 301,83. Goiás: R$ 286,43. Minas Gerais: R$ 290,47. Mato Grosso do Sul: R$ 301,14. Mato Grosso: R$ 297,91. O mercado atacadista se deparou com recuo das cotações dos cortes congelados durante a quinta-feira. De acordo com Iglesias, a expectativa ainda é por continuidade deste movimento no curto prazo, considerando a reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, período pautado por menor apelo ao consumo. “Vale mencionar que boa parte da população ainda prioriza o consumo de proteínas de menor valor agregado, caso da carne de frango, embutidos e ovos em geral.” O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 23,90 por quilo, o dianteiro segue no patamar de R$ 19,00 por quilo e a ponta de agulha ainda é cotada a R$ 17,80, por quilo.

Agência Safras

Gripe aviária deixa frigoríficos cautelosos na compra de gado

Indústrias já mostram cautela na compra de gado, cientes de que a oferta de frango cresce no mercado interno por embargos. Lygia Pimentel: “A arroba já estava caindo e a gripe foi um motivo a mais para pressionar”

A descoberta do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial do Brasil deixou os frigoríficos de carne bovina mais cautelosos na compra de gado. O clima é de incerteza, pois não se sabe até que ponto a oferta de frango, concorrente da carne bovina, crescerá no mercado interno, o que agrava um cenário já sazonalmente negativo para os preços do boi gordo. O anúncio, na semana passada, de um foco da doença em uma granja de matrizes em Montenegro (RS) desencadeou uma série de suspensões temporárias nas exportações de produtos avícolas. Ao todo, mais de 20 países aplicaram algum tipo de restrição ao frango brasileiro e seus subprodutos. Esse produto não exportado será redirecionado a outros importadores ou ficará no mercado doméstico. “A indústria está preocupada com as definições sobre a situação da gripe aviária. Nesses casos de incerteza, a postura é mais conservadora e de fazer escalas [de compra de gado] mais curtas”, disse uma fonte de frigorífico ao Valor. A diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, ressaltou que o vírus H5N1 e suas consequências para o setor de carnes ajudam a intensificar a queda da arroba. “O mercado já estava caindo, e foi um motivo a mais para pressionar negativamente”. No acumulado de 2025 até ontem, o preço do boi gordo caiu 5,57%, de acordo com o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), para R$ 303,65 a arroba. Nesta época do ano, os preços do boi gordo no mercado físico costumam cair, com o fim do período das chuvas, que reduz a disponibilidade de pasto. Isso obriga muitos pecuaristas a ofertarem os animais. O analista da Datagro Pecuária, João Figueiredo, observou que, nos últimos 30 anos, esse cenário se repetiu em 28. Ele acrescentou que o aumento da concorrência tende a deixar o ambiente menos favorável para a carne bovina. Segundo Figueiredo, com a eventual maior oferta, o frango deve ficar um pouco mais barato, puxando para baixo também a carne bovina. Dados da Scot Consultoria mostram que esse movimento já começa a se materializar. Na última semana, os preços de todas as categorias da carne bovina recuaram no atacado. No segmento de carne com osso, a carcaça casada do boi capão caiu 3,4%, negociada em R$ 21,15 por quilos, e a do boi inteiro baixou 2,9%, cotada em R$ 19,65. As carcaças de vaca e de novilha também ficaram com preços menores na redução semanal, em 3,9% e 3,2%, respectivamente. “Com o frango mais barato e considerando o perfil do consumidor brasileiro, há uma tendência de redução no consumo de carne bovina — por apresentar maior valor agregado em relação às demais proteínas animais — reforçando a pressão negativa sobre seus preços”, disse Rafaela Facchina, analista da Scot. “Esse movimento já vem sendo observado principalmente no atacado, com menor procura por parte do varejo para reposição de estoques, o que tem elevado o volume armazenado nas câmaras frigoríficas. No curto prazo, o cenário deve seguir pessimista, com vendas restritas e tendência de queda nas cotações [da carne bovina]”, acrescentou a analista. No lado da oferta de boi, o pesquisador do Cepea Thiago Bernardino afirmou que há pecuaristas que resistem em vender animais quando os preços são considerados muito baixos. “O mercado está buscando um ajuste no meio de todo esse cenário que também é muito especulativo”, afirmou.

Valor Econômico

ECONOMIA

Dólar se recupera e fecha em alta ante o real em reação ao aumento do IOF

Após oscilar abaixo dos R$5,60 no meio da tarde, com o mercado reagindo positivamente à contenção de R$31,3 bilhões em gastos pelo governo, o dólar recuperou força e fechou a quinta-feira em alta ante o real, com investidores reagindo negativamente à notícia de aumento do IOF.

O dólar à vista fechou em alta de 0,35%, aos R$5,6611. No mês, a divisa acumula baixa de 0,27%. No início do dia o dólar subia ante o real, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior e com a queda do petróleo — produto importante da pauta de exportação brasileira. Mas já no início da tarde a moeda se firmou em baixa, enquanto investidores se posicionavam antes da divulgação pelo governo, às 14h30, do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, referente ao segundo bimestre do ano. Por volta das 14h15 — antes mesmo da divulgação — o dólar despencou, em meio a informações do jornal Valor Econômico de que a contenção seria de R$31 bilhões e haveria aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A confirmação do número foi feita pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e posteriormente oficializada pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento. O governo anunciou uma contenção de R$31,3 bilhões em gastos dos ministérios para cumprir regras fiscais, incluindo um contingenciamento de R$20,7 bilhões e um bloqueio de R$10,6 bilhões. Sem essa contenção, o resultado primário de 2025 seria de déficit de R$51,7 bilhões — fora da meta do governo para o ano. O mercado aprovou os números em um primeiro momento, o que se refletiu na renovação de mínimas das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e do dólar. Às 14h40 — ainda antes da oficialização pelo Ministério da Fazenda — o dólar à vista marcou a mínima de R$5,5971 (-0,78%). No entanto, a demora do governo em esclarecer os detalhes do aumento do IOF estressou os negócios, fazendo o dólar recuperar força ante o real. Um dos receios era de que a alteração do IOF pudesse afetar operações de câmbio — o que de fato se confirmou após o fechamento do mercado à vista, às 17h00. Depois de os detalhes das mudanças do IOF serem divulgados, o dólar para junho — atualmente o mais líquido no mercado brasileiro — aprofundou a alta. Entre as mudanças anunciadas pela Receita Federal está a cobrança de IOF de 5% para aportes mensais superiores a R$50 mil em planos de seguro de vida do tipo VGBL, sendo que antes havia isenção. Além disso, a Receita informou mudanças nas alíquotas de IOF em operações de crédito para empresas e em operações de câmbio diversas, como as que incluem compra de moeda em espécie e aplicações em fundos no exterior, entre outras.

Reuters

Ibovespa fecha em queda com Petrobras

O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, pressionado principalmente pelas ações da Petrobras acompanhando o petróleo no exterior, em sessão também marcada pela divulgação de uma contenção de R$31,3 bilhões em gastos pelo governo federal para cumprir regras fiscais e expectativa de anúncio de elevação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,44%, a 137.272,59 pontos, após marcar 137.087,96 pontos na mínima e 138.837,08 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$24,8 bilhões. De acordo com o gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa paulista reagiu positivamente a informações no começo da tarde de que o governo faria uma contenção de gastos maior que a esperada, que foram confirmadas na sequência com a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas Primárias. “Ao anunciar um contingenciamento maior que o esperado, o governo melhora a percepção sobre o fiscal, ajudando o Banco Central na tarefa de ancorar expectativas de inflação e, em algum momento, iniciar o ciclo de cortes de juros”, analisou. Ele ressaltou, contudo, que informações envolvendo aumento do IOF, confirmadas no final da tarde após o fechamento da bolsa, acabaram repercutindo negativamente, minando a melhora no pregão. A contenção anunciada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento inclui um contingenciamento de R$20,7 bilhões e um bloqueio de R$10,6 bilhões. Em relatório de avaliação fiscal, as pastas apontaram que sem a contenção anunciada, o resultado primário de 2025 seria de déficit de R$51,7 bilhões. Após ruídos divulgados com o pregão aberto, o governo publicou no Diário Oficial da União decreto com mudanças no IOF, envolvendo seguros, crédito a empresas e câmbio.

Reuters

Governo anuncia elevação de IOF para empresas, previdência e operações cambiais

O governo Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na quinta-feira elevações de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com impacto sobre empresas, operações de câmbio e previdência privada, com previsão de arrecadação de R$20,5 bilhões em 2025 e R$41 bilhões em 2026.

A maior parte das medidas terá validade a partir de sexta-feira, segundo o governo. Por se tratar de um imposto regulatório, o IOF pode ser alterado por iniciativa do governo, sem necessidade de aval do Congresso Nacional. De acordo com o Ministério da Fazenda, será unificada em 3,5% a alíquota de IOF sobre operações de câmbio com cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais, além de remessa de recurso para conta de contribuinte brasileiro no exterior e compra de moeda em espécie. A alíquota de 3,5% também será cobrada em operações de empréstimo externo de curto prazo, transferências relativas a aplicações de fundos no exterior e outras operações de saída de recursos do país não especificadas. A cobrança sobre entrada de recursos será mantida em 0,38%. Em outra mudança, o teto de IOF de operações de crédito por empresas passa de 1,88% ao ano para 3,95% ao ano. No caso de empresas do Simples, a cobrança passa de 0,88% ao ano para 1,95% ao ano. Nos planos de previdência privada Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), a cobrança de IOF deixa de ser zero e passa para 5% nos casos de aportes mensais superiores a R$50 mil. “Identificamos uma brecha, um caminho de evasão fiscal, no uso de uma ferramenta que é voltada para previdência complementar que acabou sendo utilizada por pessoas de alta renda para investir como se fosse um fundo de baixíssima tributação”, disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, argumentou que o conjunto de alterações busca corrigir distorções tributárias, melhorar o quadro fiscal e apoiar o trabalho do Banco Central para arrefecer a inflação.

Reuters

Governo anuncia contenção de gastos de R$ 31,3 bilhões e elevação do IOF

Contenção foi necessária porque aumentou a previsão de déficit primário e de gastos neste ano

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na quinta-feira (22/5) o congelamento de R$ 31,3 bilhões para cumprir as metas fiscais deste ano, na primeira contenção anunciada para 2025. O bloqueio de recursos, realizado para o cumprimento do limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal, ficou em R$ 10,6 bilhões. Já o contingenciamento, realizado para o Governo reduz estimativa de arrecadação extra, mas eleva a de dividendos em cumprimento da meta de resultado primário, ficou em R$ 20,7 bilhões. A contenção faz frente à piora nas projeções de resultado primário do governo central – que passaram de superávit de R$ 14,6 bilhões para déficit de R$ 51,7 bilhões sem considerar o congelamento. Os dados fazem parte do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do segundo bimestre, divulgado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e pelo Ministério da Fazenda. Segundo o Valor apurou, o governo também vai elevar o Imposto sobre Operação Financeiras (IOF). Havia uma grande expectativa do mercado sobre a primeira contenção de gastos para este ano, tendo em vista que o primeiro Relatório Bimestral, previsto para março, não foi divulgado, já que não havia, à época, aprovação do Orçamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o montante “parece ser suficiente para cumprir o arcabouço fiscal” e foi definido pelo consenso dos ministros e do presidente Lula. “Muita gente do mercado previa necessidade menor do que R$ 31 bilhões, mas fizemos questão de ser transparentes.” Ele disse que o desejo do governo é que a necessidade de contenção de gastos diminuía ao longo do ano, mas ponderou que não é possível prever o andamento da execução orçamentária. Também disse que a equipe econômica tomará outras medidas, se necessário, para garantir o cumprimento da meta. “Dia a dia da área econômica é sugerir o que entendemos que é adequado para a boa trajetória das contas públicas. Neste momento, contenção nos parece suficiente para cumprir arcabouço fiscal”, destacou Haddad. Ele disse que três fatores levaram ao contingenciamento de gastos: paralisação parcial da Receita Federal, que afetou a arrecadação; desoneração da folha de pagamentos e mudança na taxa de juros. O governo federal revisou a sua projeção para o resultado primário do governo central deste ano, de superávit de R$ 14,6 bilhões para déficit de R$ 51,7 bilhões, sem considerar a contenção de gastos anunciada. Os números levam em conta Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC). A meta para 2025 é de déficit zero, com intervalo de 0,25 ponto do Produto Interno Bruto (PIB) para mais ou para menos, o equivalente a R$ 30,9 bilhões. Como o valor ficou fora do limite inferior da meta, foi anunciado o contingenciamento de R$ 20,7 bilhões, de forma que o governo consiga cumprir o limite inferior da meta de primário, explicou o secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que, juridicamente, o governo não pode fazer um contingenciamento para atingir o centro, e sim a banda inferior. Mas garantiu que, do ponto de vista político, o governo buscará o centro da meta de resultado primário. Levando em conta os precatórios, a projeção do governo federal passou de déficit de R$ 29,5 bilhões (0,37% do PIB) para déficit de R$ 97,0 bilhões (0,8% do PIB). A rigor, a meta fiscal estará formalmente cumprida se o governo registrar este ano um déficit de até R$ 75 bilhões, ou 0,6% do PIB. Esse valor corresponde à soma da margem de tolerância, de R$ 30,9 bilhões, e dos R$ 44,1 bilhões em precatórios que podem ser deixados fora das regras fiscais deste ano. A estimativa de receitas primárias em 2025 caiu R$ 31,3 bilhões, para R$ 2,899 trilhões, na comparação com a LOA 2025. Por sua vez, a estimativa para as receitas líquidas subiu R$ 25,8 bilhões, para R$ 2,318 trilhões. Já a previsão para as despesas primárias subiu R$ 25,8 bilhões, para R$ 2,415 trilhões. A estimativa para as despesas obrigatórias subiu R$ 36,4 bilhões, para R$ 2,204 trilhões. Por sua vez, a projeção para as despesas discricionárias (aquelas que podem ser cortadas livremente, como investimentos) caiu R$ 10,6 bilhões, para R$ 210,6 bilhões. Receitas A projeção de receitas do governo federal com concessões e permissões para 2025 caiu R$ 8,8 bilhões em relação à estimativa anterior, prevista no Orçamento. Com isso, a estimativa ficou em R$ 6,6 bilhões. A arrecadação esperada com dividendos e participações, por sua vez, subiu R$ 10 bilhões, alcançando R$ 43,4 bilhões. O governo espera ainda arrecadar R$ 122,3 bilhões com a exploração de recursos naturais, R$ 9,4 bilhões a menos do que calculado anteriormente. Já a projeção de receitas administradas pela Receita Federal ficou em R$ 1,876 trilhão (queda de R$ 46,8 bilhões).

Valor Econômico

MEIO AMBIENTE

UE define que Brasil é país de ‘risco padrão’ de desmatamento

Lista de classificação de risco da UE criará desvio de comércio ao favorecer países em detrimento de outros

A Comissão Europeia publicou na quinta-feira (22/5) a primeira lista que classifica os países de acordo com risco de desmatamento, para controlar a entrada de sete commodities a partir do fim do ano no mercado europeu e que terá impacto no comércio agrícola. O Brasil foi classificado como de “risco padrão” (médio) com outros 49 países. A classificação representou um óbvio alívio ao Brasil, por não ter sido etiquetado como de ‘risco alto’, até porque o sentimento entre importantes observadores sempre foi de que a lei antidesmate e a escolha dos produtos tinham como grande alvo justamente o Brasil. De toda maneira, a lei antidesmate e a classificação de risco deixarão o Brasil sobre pressão permanente dos europeus. Não será surpresa se Bruxelas usar essa lei para questionar expansão de produção em determinadas áreas, alegando com a revisão de sua classificação de risco, por exemplo. Além disso, o “benchmarking” adotado pela UE não deixa de arranhar a reputação do país. E a classificação de risco-país pela Europa, na prática, criará desvio de comércio ao favorecer países em detrimento de outros – favorecendo os EUA, por exemplo. Somente quatro países foram colocados na categoria de risco elevado: Rússia, Bielorússia, Myanmar e Coreia do Norte – já sujeitos a sanções do Conselho de Segurança da ONU ou do Conselho da UE sobre as importações ou exportações das commodities e de produtos relevantes. Outros 50 estão na categoria de “risco padrão”, como grandes produtores agrícolas da América Latina, África e Ásia. No Mercosul, somente o Uruguai ficou como país de “baixo risco”, o que explica porque os uruguaios nunca se juntaram a outros países para questionar a lei europeia. Na Ásia, Vietnã e Tailândia também ficaram como países de baixo risco, provavelmente por terem aceitado bilateralmente certas exigências feitas por Bruxelas. No total, 142 países foram classificados como tendo “risco baixo” de desmatamento. Essa classificação junta “amigos” do Ocidente, como Austrália e Canadá; potências com as quais a Europa quer ficar bem e teme retaliação como EUA, China e Índia; e países que provavelmente não tem nem mais o que desmatar. A classificação de risco-país leva em conta a produção dos sete produtos básicos abrangidos pelo Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR) – gado, cacau, café, óleo de palma, borracha, soja e madeira e alguns de seus produtos derivados como couro, chocolate, pneus ou móveis. O plano europeu é interditar o acesso dessas commodities produzidas em zonas desmatadas após o fim de 2020. Exportadores terão que apresentar provas documentais de que sua produção não envolveu desmatamento fora desta data de corte, antes de poderem comercializar seus produtos nos 27 países membros da UE. A classificação de risco define a extensão das verificações de conformidade que os 27 países membros do bloco europeu precisão fazer. Significa controlar 9% dos operadores dos produtos originários de países considerados como “alto risco”, 3% dos produtos vindos de países com “risco padrão” e 1% dos produtos vindos de países com “baixo risco” de desmate. Ou seja, a classificação de risco significa quantos contêineres vão ser controlados. As mercadorias originárias de países com risco maior terão maior controle e mais risco de autuações. Assim, os 142 países na categoria de “baixo risco” terão obrigações simplificadas de “due diligence” para operadores e comerciantes. Eles precisarão coletar informações, mas não precisarão avaliar e mitigar os riscos do desmatamento. China, Índia e África do Sul estão nessa categoria. Conforme a UE, a avaliação comparativa de países garantirá uma implementação simples, justa e econômica de sua lei antidesmate. O bloco diz que a lei já está produzindo desenvolvimentos positivos no combate ao desmatamento, às mudanças climáticas e à perda de biodiversidade. Já para produtores como o Brasil, a lei é equivocada e discriminatória. As obrigações da lei passarão a ser aplicadas em 30 de dezembro deste ano para as grandes empresas e em 30 de junho de 2026 para as micro e pequenas empresas. A publicação desta quinta-feira da lista de benchmarking é acompanhada por um documento de trabalho da equipe que descreve a metodologia em que o benchmarking se baseia.

Valor Econômico

INTERNACIONAL

Exportações de carne bovina dos EUA em março/25 atingem maior receita em 9 meses

Embarques do mês passado alcançaram faturamento de US$ 922 milhões, alta de 4% sobre março/24, segundo dados do USDA

As exportações de carne bovina totalizaram 109.330 toneladas em março/25, um aumento de 1% em relação ao mesmo mês de 2024, enquanto a receita chegou a US$ 922 milhões, um acréscimo anual de 4% e o mais alto valor desde junho/24, segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e compilados pela Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF). No acumulado de janeiro a março deste ano, os embarques norte-americanos de proteína bovina ficaram ligeiramente abaixo do volume registrado em igual trimestre do ano passado, atingindo 310.368 mil toneladas. Porém, em receita, as vendas externas cresceram 2%, para US$ 2,53 bilhões, considerando a mesma base de comparação. “Apesar de muita incerteza, a demanda global por carne bovina dos EUA continua forte e resiliente”, disse Dan Halstrom, CEO da USMEF. Ele acrescentou: “Os resultados de março confirmam isso, com a demanda aumentando em Taiwan e México, atingindo níveis recordes na América Central e se mantendo estável no Japão e na Coreia do Sul”. No entanto, os membros USMEF acreditam que as tarifas retaliatórias da China, além da demora do governo chinês em renovar a habilitação de algumas unidades norte-americanas de exportação da proteína, irão impactar mais fortemente os embarques de abril/25 e maio/25. As exportações norte-americanas de carne suína aumentaram 3% em março/25, em comparação com o resultado de igual mês do ano anterior, totalizando 269.344 toneladas, o que resultou em receita de US$ 769,7 milhões (um aumento anual de 4%). Os embarques da proteína no primeiro trimestre superaram ligeiramente o valor recorde do ano anterior, com US$ 2,11 bilhões, embora tenham sido um pouco menores em volume (754.488 toneladas). “Março foi outro mês espetacular para a demanda por carne suína dos EUA no México e na América Central, e as exportações também se recuperaram bem para a Colômbia e Coreia”, afirmou Halstrom. “O acesso livre de tarifas tem impulsionado as exportações para esses mercados-chave, onde continuamos vendo uma competição acirrada”, acrescentou ele. Segundo a federação, a atual elegibilidade das plantas para exportação para a China é menos problemática para a carne suína do que para a carne bovina, já que a China renovou a maioria dos estabelecimentos suínos em meados de março/25. Mas Halstrom alertou que tanto as exportações de carne suína quanto os embarques de carne bovina para a China praticamente pararam devido às tarifas proibitivas.

USMEF

CARNES

Preço do boi cai mais que o do frango após confirmação de gripe aviária

Levantamento do Cepea mostra que, após uma semana de confirmação, o mercado interno da carne de frango não evidencia desarranjo da oferta.

De 15 a 20 de maio, o frango resfriado no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 1%, conforme levantamentos do Cepea. A justificativa seria o enfraquecimento da demanda na segunda quinzena, como típico para o período. Em suínos, foi mantido o ritmo leve de queda visto desde o início da semana passada, com o preço da carcaça especial suína caindo 0,5% da quinta passada até essa terça. Já a cotação da carcaça casada bovina recuou fortemente, em 3,7% no atacado da Grande São Paulo. Também neste mercado, os preços dos animais para abate e da carne vinham em baixa, mas as quedas a partir da sexta-feira se intensificaram. De acordo com pesquisadores do Cepea, atacadistas comentam que as vendas da carne bovina estão fracas no início desta segunda quinzena, mas a desvalorização dos cortes e a pressão exercida por frigoríficos nas compras de novos lotes de animais sinalizam que o mercado pecuário está refletindo de forma intensa os impactos de eventual aumento da oferta interna de carne de frango.

Cepea

FRANGOS & SUÍNOS

CEPEA: Preços do mercado de suínos avançam em maio  

Os produtos suinícolas acompanhados pelo Cepea avançaram na segunda quinzena de maio com pequenas variações de preços. De acordo com o Centro de Pesquisas, no atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína se desvalorizou levemente nos últimos dias, refletindo o enfraquecimento da demanda doméstica típico deste período do mês (menor poder de compra).

Diante disso, o setor costuma reajustar os preços para baixo, a fim de manter a liquidez nas vendas e evitar acúmulo de estoques. No balanço de maio, porém, as médias seguem acima das do mês anterior. Em relação ao primeiro caso confirmado de Influenza Aviária (IA) em uma granja avícola comercial, registrado na última quinta-feira, 16, no município de Montenegro (RS), agentes da suinocultura consultados pelo Cepea relatam atenção redobrada e certa apreensão. Isso porque, conforme o Centro de Pesquisas, eventuais alterações na oferta doméstica de carne de frango podem impactar os preços da carne suína, dada a relação de concorrência entre as proteínas.

Cepea

Suinocultura independente: Preços dos suínos com quedas na entrada da segunda quinzena do mês

Os preços foram impactados com a entrada da segunda quinzena do mês e o impacto da gripe aviária no Rio Grande do Sul.

De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo apresentou desvalorização de 1,82% na semana e está cotado em R$ 08,64/kg vivo. Na semana passada estava em R$ 8,80/kg. No mercado mineiro, o valor do animal apresentou queda de 4,65% nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 08,20/kg vivo, sendo que na semana anterior estava cotado em R$ 8,60/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou queda de 1,31%, em que passou de R$ 8,38/kg na semana passada e está precificado em R$ 8,27/kg vivo.

APCS/ Asemg/ ACCS

Atualização do MAPA sobre a suspensão de exportações em razão da gripe aviária

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou nova atualização das medidas adotadas por países importadores da carne de aves brasileira, em função da detecção de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no município de Montenegro (RS).

Suspensão total das exportações de carne de aves do Brasil: China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka e Paquistão. Suspensão para o Estado do Rio Grande do Sul: Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia. A Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão decidiram retirar a suspensão do país todo e reduziram a restrição geográfica para o estado do Rio Grande do Sul. Suspensão para o município de Montenegro (RS): Emirados Árabes Unidos e Japão. O Mapa permanece em articulação com as autoridades sanitárias dos países importadores, prestando, de forma ágil e transparente, todas as informações técnicas necessárias sobre o caso. As ações adotadas visam garantir a segurança sanitária e a retomada segura das exportações o mais breve possível. Aos consumidores o Mapa reitera o esclarecimento de que o consumo de carne de aves e de ovos não apresenta risco para a saúde.

MAPA

Desinfecção da granja de Montenegro é concluída e área entra no período de vazio sanitário por 28 dias

Prazo passou a ser contado a partir de quinta-feira, 22 de maio

A granja de reprodução avícola de Montenegro, com caso confirmado de gripe aviária, entrou em período de vazio sanitário a partir de quinta-feira (22/5). O processo de limpeza e desinfecção dos galpões, máquinas e outras estruturas e equipamentos da granja, que envolve escritório, almoxarifado, vestiários, lavanderia, foi finalizado na noite da quarta-feira (21/5). As ações começaram com a confirmação do foco de gripe aviária, com o sacrifício das aves doentes restantes no dia 16 de maio, que ainda estavam na granja. Além do início da retirada da cama das aves e a destruição dos ovos que ainda permaneciam no local. “Este processo durou dois dias, e a partir daí foi iniciada a lavagem dos aviários, dos ninhos, do galpão, cortinas, telas, de todas as estruturas envolvidas na produção”, conta a médica veterinária Alessandra Krein, do Programa de Sanidade Avícola do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). O processo de limpeza começou no domingo (18/5) e seguiu até esta quarta-feira (21/5) com a desinfecção das instalações e equipamentos. “A limpeza é muito importante para que os agentes químicos atuem nas estruturas limpas com maior eficácia, porque a maioria dos desinfetantes não vai conseguir agir de forma eficaz sem esta limpeza prévia”, explica Alessandra. Neste processo, estiveram envolvidos entre seis e 12 funcionários da granja e empresa contratada, dependendo do dia, sob a supervisão de cinco servidores da Seapi e um do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul fez todo o acompanhamento, desde o sacrifício das aves, com cinco servidores revezando neste processo, sendo que um deles fez o acompanhamento durante todo o tempo”, disse Alessandra. A partir da finalização da limpeza e desinfecção, a granja começou a contagem do período de vazio sanitário, que dura 28 dias para o caso de influenza aviária, já que são estipulados dois períodos de incubação de 14 dias. Este período está definido no Plano Nacional de Contingência do Mapa.

Secretaria da Agricultura/RS

Suspeitas de gripe em granjas comerciais seguem em análise

Resultados devem ficar prontos em apenas 14 dias. Estão em investigação casos em Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC)

O Ministério da Agricultura informou na noite da quinta-feira (22/5) que seguem em andamento as investigações de suspeitas de gripe aviária nas granjas comerciais de criação de aves nos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC). Novos exames precisarão ser feitos nas amostras coletadas nos dois estabelecimentos. A expectativa é que os resultados fiquem prontos apenas em 14 dias, disse uma fonte. Em nota, a Pasta disse que as análises iniciais apontaram para resultados com baixa carga viral ou possível degradação do material genético viral, o que inviabilizou o sequenciamento direto do vírus. Por conta disso, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA-SP) adotou o protocolo internacional preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para esses casos. As amostras estão sendo inoculadas em ovos embrionados com o objetivo de isolar o patógeno e aumentar a quantidade de material genético disponível para a realização de provas complementares, explicou o ministério. Segundo a Pasta, esse procedimento já foi aplicado em 33 amostras de vigilância passiva (casos suspeitos) ao longo dos últimos 12 meses, em um universo de 1.529 amostras analisadas, o que representa cerca de 2,2% do total. “O Ministério da Agricultura reforça que todas as etapas estão sendo conduzidas com rigor técnico, de acordo com os padrões internacionais, e seguem como prioridades da defesa agropecuária brasileira”, afirmou a Pasta, em nota.

Globo Rural

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