Ano 8 | nº 1887 | 23 de dezembro de 2022
NOTÍCIAS
Arroba do boi gordo estável na quinta-feira
Como de costume, o final do ano traz uma lentidão nas negociações para o mercado do boi gordo
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, nas regiões do interior de São Paulo, as escalas de abate estão fechadas para a primeira quinzena de 2023, o que resultou em estabilidade para as referências de preço da arroba de bovinos terminados. O boi gordo paulista segue valendo R$ 280/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 262/@ e R$ 272/@, respectivamente (preços brutos e a prazo), informou a Scot. O “boi-China” está cotado em R$ 285/@ no mercado de São Paulo (preço bruto e a prazo). Com escalas de abate fechadas para a primeira quinzena de 2023, o conforto nas negociações levou a estabilidade para as referências de preço da arroba de bovinos terminados. No mato Grosso – Norte, em relação ao levantamento anterior (21/12), a cotação da arroba de bovinos terminados permaneceu estável. No Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, alta para a arroba de boi gordo de R$1,00. Para vaca gorda e novilha gordas, os preços permaneceram estáveis.
SCOT CONSULTORIA
Mercado físico de boi gordo seguiu com preços acomodados na quinta
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, em vários estados, a exemplo de São Paulo, os frigoríficos atuam de maneira comedida nas compras e reticentes quanto a preços, com escalas de abates tranquilas
“A tendência é que o mercado continue perdendo liquidez no decorrer dos próximos dias por conta das festividades. O foco deve passar agora para o início de 2023, de como será o escoamento dos cortes no atacado, do ritmo de embarques e as vendas para a China”, disse Maia. Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi ficou em R$ 270 com prazo mais curto para pagamento. Para padrão China, as indicações foram de R$ 285/290. Em Minas Gerais, os preços seguem sem alteração, sinalizado entre R$ 290/295. Já em Dourados (MS), a cotação é de R$ 265. Em Campo Grande (MS) arroba é indicada em R$ 265. Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 263. Em Vila Rica, cotações de R$ 261. Já em Goiânia (GO), a arroba teve cotação de R$ 275/280, assim como em Mineiros (GO). O mercado atacadista registrou preços estáveis para a carne bovina no decorrer do dia. De acordo com Maia, com redes varejistas já posicionadas para o período de festas, a tendência é de pouco espaço para reajustes dos cortes bovinos no curto prazo. Além disso, o consumo na ponta final deve ser aquecido nos próximos dias por conta da capitalização das famílias com o décimo terceiro salário, além das festividades. Um ponto complicador e que merece atenção após a virada do ano é a situação dos cortes de frango, em queda, fator que deve afetar negativamente por ser produto substituto mais acessível. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 14,90 por quilo. Já a ponta de agulha caiu, ficando com preço de R$ 15,40. O quarto traseiro do boi ficou cotado em R$ 20,80 por quilo.
AGÊNCIA SAFRAS
Boi/Cepea: Preço do boi está em recuperação, mas repasse à carne é parcial
Depois de cair com certa força em novembro e voltar ao menor patamar real desde outubro/19, o preço médio da arroba do boi gordo no mercado paulista tem se recuperado em dezembro
Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da baixa oferta de animais de confinamento neste mês e do aquecimento na demanda pela carne nesta época do ano. As valorizações observadas para a arroba bovina até têm sido repassadas à carne, mas de forma parcial. No atacado da Grande São Paulo, agentes consultados pelo Cepea relatam que as recentes elevações nos preços da proteína bovina acabam sendo limitadas, já que parte dos consumidores ainda busca outras carnes mais baratas, como suínos e frango, por conta da restrição no orçamento do brasileiro.
Cepea
ECONOMIA
Congresso Nacional aprova Orçamento para 2023 e inclui Bolsa Família de R$ 600
A peça orçamentária contempla uma projeção de déficit primário de R$ 231,5 bilhões
O Congresso Nacional aprovou, na quinta-feira, o Orçamento da União para 2023. A peça orçamentária contempla uma projeção de déficit primário de R$ 231,5 bilhões. O aumento em relação à proposta encaminhada pelo Poder Executivo, de R$ 63,7 bilhões, se dá pela ampliação do teto de gastos de R$ 145 bilhões. Também entrou na conta o espaço fiscal adicional de R$ 23 bilhões gerado pela exclusão desse teto de despesas com investimentos, que foram previstas com a aprovação ontem da PEC da Transição – formulada para que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consiga cumprir com promessas assumidas na campanha. A emenda constitucional determinou, contudo, que essas despesas não serão consideradas para fins de verificação do cumprimento da meta. Entre os compromissos de Lula que agora ficam previstos no Orçamento está pagamento de R$ 600 do programa Bolsa Família, bem como um adicional de R$ 150 por criança de até seis anos. O salário mínimo terá aumento real de 3%, ficando em R$ 1.320 em 2023. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL), havia proposto um valor de R$ 1.302. A ampliação do teto também permitiu a recomposição e aumento dos recursos para as áreas mais importantes da administração pública. A Educação terá um orçamento de R$ 130,6 bilhões, ante R$ 119,8 bilhões previstos anteriormente. “O orçamento anterior era inexequível. Este é o orçamento possível”, alegou o relator-geral, senador Marcelo Castro. Na Saúde, o valor mínimo a ser aplicado era de R$ 149,9 bilhões. A PLOA 2023 atendia esse piso da saúde se computadas as parcelas das reservas de contingência destinadas ao atendimento de emendas de bancada estadual e de relator-geral. O novo relatório, por sua vez, prevê a aplicação de R$ 173,1 bilhões nessa área. O montante programado prevê acréscimo de despesa de R$ 24,1 bilhões. O projeto de lei foi elaborado com a observância do teto de gastos da União aplicável ao exercício financeiro de 2023, estabelecido em R$ 1,8 trilhão, ao se considerar a projeção do IPCA de 2022 de 7,2%. Contudo, um dos efeitos da EC 126/2022 foi a elevação do teto de gastos da União em R$ 145 bilhões, o que faz com que alcance R$ 1,95 trilhão”, apontou o relator. Em decorrência de recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucionais as emendas de relator, os R$ 19,4 bilhões antes previstos para esse dispositivo foram redistribuídos: R$ 9,5 bilhões para emendas individuais, na proporção dos valores aprovados até a apresentação do relatório-geral, e pouco mais de R$ 9,8 bilhões alocadas em RP2, identificador de recursos que farão parte da programação normal do governo federal. Castro previu ainda que R$ 3,2 bilhões serão utilizados para garantir que os servidores públicos federais recebam um reajuste salarial de 9%, assim como já seria concedido aos servidores do Judiciário.
VALOR ECONÔMICO
Dólar fecha em queda após Lula anunciar 16 novos ministros
Moeda norte-americana fechou a sessão da quinta-feira em queda de 0,33%, vendida a R$ 5,1857
O dólar fechou a sessão em queda na quinta-feira (22), repercutindo a promulgação da PEC que aumenta o teto dos gastos por um prazo menor, o anúncio dos futuros ministros do governo Lula e a divulgação de dados econômicos dos EUA. A moeda norte-americana recuou 0,33%, vendida a R$ 5,1857. Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,06%, cotado a R$ 5,2030. Com o resultado, passa a acumular alta de 0,03% no mês e queda de 6,67% no ano. O mercado ainda sofre influência da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta o teto de gastos e que foi promulgada pelo Congresso na quarta-feira — ela permite manter o valor do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) em R$ 600 e reajustar o salário-mínimo acima da inflação. A principal mudança foi no prazo de vigência da PEC, que passará a ser de apenas um ano, em vez de dois anos. A alteração foi bem recebida pelos investidores, que seguem atentos a eventuais sinais sobre o quadro fiscal brasileiro. Também na quinta, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2023. O texto já havia passado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e, com a aprovação pelo plenário, segue para sanção presidencial. Além disso, na quinta, o presidente eleito Lula anunciou os nomes de ministros do futuro governo. Na equipe econômica, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adicionou quatro nomes de sua futura equipe. No exterior, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos aumentou a uma taxa anualizada de 3,2% no terceiro trimestre, informou o Departamento de Comércio dos EUA, em sua terceira estimativa. A segunda estimativa dava conta de alta de 2,9%. Já a primeira estimativa mostrava crescimento de 2,6%. Já o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou menos do que o esperado na semana passada, apontando para um mercado de trabalho ainda apertado. Esses dados destacaram a força da economia dos Estados Unidos e agravaram as preocupações com o contínuo aperto da política monetária pelo Federal Reserve (BC dos EUA). “Os dados do PIB superaram muitas expectativas. Há preocupações de que a economia não está desistindo com muita facilidade e está travando uma luta que provavelmente exigirá que o Fed permaneça agressivo e mantenha a taxa de juros mais alta por mais tempo”, disse à Reuters Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.
G1/O GLOBO
Ibovespa fecha estável com exterior negativo e nomeações de ministros
Os negócios ainda foram mediados por anúncio de nova leva de ministros pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. No setor de proteínas a MARFRIG ON teve alta de 6,74%, a 7,44 reais, sua quinta alta em seis sessões, enquanto JBS ON aumentou 3,21%, a 20,89 reais
O Ibovespa fechou praticamente estável na quinta-feira (22), após pregão volátil, diante de uma queda forte das ações em Nova York com novos dados econômicos que criaram temores de manutenção da política monetária agressiva pelo Federal Reserve. O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,11%, a 107.551,52 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 20,1 bilhões de reais, ante média diária em dezembro até a véspera de 30,1 bilhões. A principal notícia do dia foi a nomeação de mais de uma dezena de ministros por Lula, incluindo seu futuro vice, Geraldo Alckmin, para a pasta da Indústria e Comércio. O presidente eleito fez questão de dizer que irá “contemplar” aqueles que o ajudaram na campanha eleitoral e ainda não foram citados. Adriano Yamamoto, head comercial da corretora do C6 Bank, chamou atenção para a baixa liquidez do mercado na sessão, o que é comum no final de ano, e disse não acreditar que “as nomeações estejam fazendo muito preço”. Segundo ele, após a indicação de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda, a estratégia do governo já foi precificada pelos agentes financeiros. No Congresso, após a PEC da Transição ser aprovada na véspera, na quinta-feira foi o Orçamento de 2023 que teve aval dos parlamentares, no que foi a última sessão deliberativa do ano, à medida que deputados e senadores entram em recesso na sexta-feira. O exterior pressionou o cenário local, com queda de 1,4% do S&P 500, após dados econômicos fortes nos Estados Unidos elevarem temores de um aumento de juros pelo banco central norte-americano por mais tempo.
REUTERS
FRANGOS & SUÍNOS
Suínos: preços em alta se sustentam
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a arroba do suíno CIF ficou estável em R$ 148,00/R$ 152,00, assim como a carcaça especial, valendo R$ 11,50/R$ 12,00 o quilo
Na cotação do animal vivo, conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (21), houve aumento de 0,29% no Paraná, chegando a R$ 6,99/kg, e de 0,13% em Minas Gerais, alcançando R$ 7,96/kg. Ficaram estáveis os preços no Rio Grande do Sul (R$ 6,92/kg), Santa Catarina (R$ 7,07/kg), e em São Paulo (R$ 7,92/kg). Na quinta-feira (22) as principais Bolsas de Suínos do mercado independente registraram aumento de preços, com alguns Estados chegando ao “empate” entre o preço de venda do animal e os custos de produção, devido à proximidade das festas de final de ano.
Cepea/Esalq
Suinocultura independente: final de ano aquece setor e preços sobem
No Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 15/12/2022 a 21/12/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 2,43%, fechando a semana em R$ 6,68/kg vivo. “Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 7,01/kg vivo”, informa o Lapesui
No mercado mineiro, o valor subiu na quinta-feira, passando de R$ 8,00/kg vivo para R$ 8,20/kg vivo segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), com preço sugerido pela entidade. Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve alta, saindo de R$ 7,16/kg para R$ 7,36/kg vivo nesta semana. Em São Paulo, o preço passou de R$ 8,26/kg vivo para R$ 8,53/kg segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), com acordo entre suinocultores e frigoríficos, com negociação realizada na segunda-feira (19).
AGROLINK
Suínos/Cepea: Movimento de valorização eleva poder de compra
A procura aquecida por carne suína, sobretudo para atender à demanda de fim de ano, tem impulsionado os valores do animal vivo na segunda quinzena de dezembro
E pesquisadores do Cepea ressaltam que, dentre os principais insumos utilizados na atividade pecuária suinícola, as cotações do milho estão firmes, e as do farelo de soja registram avanços, mas de forma menos intensa que os registrados para a proteína. Nesse cenário, o poder de compra dos suinocultores paulistas e catarinenses frente a esses insumos tem aumentado.
Cepea
Preços estáveis no mercado do frango
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, a ave na granja ficou estável em R$ 5,10/kg, assim como o frango no atacado, cotado em R$ 6,98/kg
Na cotação do animal vivo, São Paulo ficou sem referência de preço. Em Santa Catarina não houve mudança de preço, custando R$ 4,21/kg, da mesma maneira que no Paraná, precificado em R$ 5,08/kg. Conforme informações do Cepea/Esalq, referentes à quarta-feira (21), houve queda de 0,51% para o preço da ave congelada, alcançando R$ 7,78/kg, e de 0,89% para o frango resfriado, fechando em R$ 7,83/kg.
Cepea/Esalq
INTERNACIONAL
Situação da gripe aviária está piorando na França, diz ministério
A disseminação da gripe aviária se acelerou nas últimas semanas na França, o segundo maior produtor de aves da União Europeia, disse o Ministério da Agricultura na quarta-feira, aumentando a preocupação com a escassez
A França já havia detectado um aumento nos surtos de gripe aviária durante o verão, depois de ver sua pior onda da doença na temporada passada, que levou ao abate de cerca de 20 milhões de frangos, patos e perus e uma queda acentuada na produção de aves e foie gras. “A situação da saúde em relação à gripe aviária altamente patogênica (HPAI) na França se deteriorou desde agosto e piorou nas últimas semanas”, disse o ministério da agricultura em seu site na quarta-feira. Até 20 de dezembro, 217 surtos de gripe aviária foram detectados em fazendas francesas, ante 100 em 2 de dezembro, e o número de casos também aumentou acentuadamente na vida selvagem, disse o ministério. O ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, viajou à região na quinta-feira para apresentar uma estratégia de vacinação para combater a doença. A França está testando vacinas em pássaros com patas palmadas, como patos e gansos. Ele espera convencer outros estados membros da UE a ter uma abordagem comum, já que os produtores de aves temem as restrições comerciais frequentemente impostas à carne de animais vacinados. A gripe aviária tem se espalhado globalmente, devastando bandos, com mais de 100 milhões de vítimas na Europa e nos Estados Unidos. Embora o vírus seja inofensivo em alimentos, sua disseminação é uma preocupação para governos e indústria avícola devido à devastação que pode causar aos rebanhos, à possibilidade de restrições comerciais e ao risco de transmissão humana. A França colocou o país em alerta “alto” para a gripe aviária no mês passado, forçando as granjas a manter as aves dentro de casa. Também impôs medidas especiais, incluindo abates preventivos em certas regiões para evitar a propagação da doença.
REUTERS
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