Ano 11 | nº 2491 | 20 de junho de 2025
NOTÍCIAS
Boi: estabilidade nos preços em São Paulo
Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças paulistas, o boi gordo “comum” seguiu cotado em R$ 315/@, a vaca em R$ 287/@, a novilha em R$ 300/@ e o “boi-China” em R$ 320/@.
“A exportação de carne bovina in natura vive um momento excepcional”, observou o engenheiro agrônomo Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria. No acumulado de janeiro a maio de 2025, o Brasil embarcou 1,4 milhão de toneladas da proteína, com 10,9% sobre igual período de 2024. Em 2024, o volume exportado foi recorde (3,5 milhões de toneladas equivalente-carcaça), enquanto o setor alcançou o segundo maior faturamento da história (US$ 11,66 bilhões). Segundo Gonçalves, no primeiro trimestre deste, 35,4% da produção brasileira de carne bovina foi exportada, percentual que chegou a 41,6% em setembro/24. Para o segundo semestre de 2025, espera-se uma demanda externa forte. “Isso deve manter a participação das exportações de carne bovina brasileira em alta e sustentar preços em níveis elevados, especialmente com dólar acima de R$ 5,50 e o valor da tonelada de carne in natura perto de US$ 5.350”, relata Gonçalves, que acrescenta: “Entraremos na segunda metade do ano com uma oferta menor de boiadas gordas (período de entressafra), demanda externa aquecida e preços em patamares altos, um cenário favorável para o pecuarista”. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão de terça-feira (17/6) com ajustes negativos, com exceção para o contrato de julho/25. O papel com entrega em outubro/25 registrou recuo de 0,75%, para R$ 337,65/@, enquanto julho/25 teve leve valorização de 0,14%, fechando em R$ 327,30/@.
Scot Consultoria
Mercado concentra esforços nas exportações de carne bovina, enquanto demanda doméstica apresenta fragilidades
O mercado físico do boi gordo registrou preços predominantemente acomodados ao longo da quarta-feira (18). Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, os frigoríficos tentam cadenciar o movimento de alta, aguardando a entrada mais representativa de animais confinados no mercado (contratos a termo).
“O que se percebe é um mercado com um perfil mais lateralizado neste momento. Sob o prisma da demanda, o mercado ainda centra suas atenções nas exportações, com um desempenho bastante favorável, enquanto o mercado doméstico conta com suas fragilidades.”
Média da arroba do boi: São Paulo: R$ 321,75 — ontem: R$ 321. Goiás: R$ 305,36 — inalterado. Minas Gerais: R$ 302,35 — na terça: R$ 301,76. Mato Grosso do Sul: R$ 321,02 — ontem: R$ 320,68. Mato Grosso: R$ 317,97 — anteriormente: R$ 316,55. O mercado atacadista apresenta firmeza eu suas cotações durante a quarta-feira. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma retração dos preços no curto prazo, em linha com a reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês. “Além disso, precisa ser mencionada a predileção por proteínas mais acessíveis, a exemplo da carne de frango, dos ovos e dos embutidos em geral”, ressaltou. O quarto traseiro segue no patamar de R$ 24,50 por quilo; o dianteiro ainda é cotado a R$ 19,50 por quilo e a ponta de agulha continua no patamar de R$ 18,50 por quilo.
Agência Safras
Preço do boi gordo teve mais um dia de estabilidade na véspera do feriado
Mercado pecuário operou em ritmo lento nesta quarta-feira. Segunda quinzena de junho não arrefeceu os preços da carne no atacado nem dos animais para abate
Com a aproximação do feriado de Corpus Christi, o mercado pecuário operou em ritmo lento na quarta-feira (18/6). A grande maioria das praças no Brasil registrou os mesmos preços da véspera. Das 32 regiões pecuárias pesquisadas pela Scot Consultoria, 24 permaneceram com estabilidade nas cotações. Em apenas oito foram registradas altas: Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Campo Grande (MS), sudoeste e sudeste de Mato Grosso, sudeste de Rondônia, norte do Tocantins e Acre. Nas praças de Barretos e Araçatuba, referências para o mercado paulista, a cotação estava a mesma em relação à terça-feira para todas as categorias de bovinos. Assim, o boi gordo seguido com o preço médio de R$ 315 a arroba no pagamento a prazo. As escalas de abate na região estão, em média, para nove dias. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a segunda quinzena de junho não arrefeceu os preços da carne no atacado nem dos animais para abate. Ainda que não sejam intensos, os reajustes continuam dando o tom do mercado. Alguns frigoríficos vão emendar o feriado e se preocupavam em completar escalas até esta quarta-feira, sem pressão por novas compras para as próximas semanas. Em algumas unidades, as escalas de abate se alongaram para até 14 dias. No atacado da Grande São Paulo, segundo o Cepea, todos os cortes com osso tiveram aumento na última terça-feira. A carcaça casada subiu para R$ 22,19 à vista, alta de 0,5% no dia. Já a reposição segue movimentada principalmente com negócios de bezerro.
Globo Rural
Virada de ciclo pecuário deve pressionar margens da indústria de carne bovina no Brasil
Demanda interna tem surpreendido, mas repasse da alta de preços tende a se tornar um desafio. Em um cenário de menor oferta, frigoríficos terão dificuldades de fazer repassa de preços aos consumidores
A virada de ciclo pecuário prestes a ocorrer no Brasil deve pressionar as margens da operação da indústria de carne bovina no mercado interno, destacou na quarta-feira (18/6) o head de agronegócios da XP Investimentos, Leonardo Alencar, durante a Feicorte 2025, em Presidente Prudente (SP). Segundo ele, a demanda interna tem surpreendido o setor, mas num cenário de menor oferta, o repasse da alta de preços tende a se tornar um desafio para os frigoríficos. “O frigorífico é um elo intermediário na cadeia. Ele vai tentar repassar a alta do boi para o consumidor final de alguma maneira, mas num cenário de menor oferta ele não consegue fazer esse repasse todo e acaba sendo espremido”, destacou o executivo. A previsão da XP é de margens operacionais abaixo de 10% nos próximos dois anos para os principais frigoríficos do país, chegando a 5% no caso da JBS este ano. De acordo com Alencar, esse cenário é restrito às operações no mercado interno, onde a indústria tem tido maior dificuldade para repassar altas ao consumidor. No mercado externo, a previsão é de exportações e preços em alta. “A grande questão é o câmbio, que pode reduzir um pouco a competitividade das exportações. Mas os frigoríficos que atuam no mercado interno tendem a arbitrar melhor essa questão dos preços”, observou o head de agronegócios da XP. Nesse sentido, Alencar ressaltou que quanto maior a diversificação geográfica da indústria, menor a sua suscetibilidade às oscilações de mercado. Para a Marfrig, a previsão da XP é de margem operacional de 9,9% este ano, enquanto para a Minerva a projeção do banco é de margem operacional de 9,2%. “O saldo seria a JBS sentir menor efeito do ciclo do boi no Brasil e depois a Marfrig e em seguida a Minerva”, completou Alencar.
Globo Rural
ECONOMIA
BC eleva Selic em 0,25 ponto e prevê taxa em 15% por período “bastante prolongado”
O Banco Central decidiu na quarta-feira elevar a taxa Selic em mais 0,25 ponto percentual, a 15,00% ao ano, e destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.
Na decisão de elevar os juros pela sétima vez consecutiva, tomada por unanimidade, o BC disse que a interrupção do ciclo será feita se confirmado o cenário esperado, ponderando que não hesitará em elevar a Selic novamente se necessário. “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, informou o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em comunicado. A decisão da quarta divergiu da expectativa de mercado captada em pesquisa da Reuters, na qual 27 de 39 economistas entrevistados entre 9 e 12 de junho projetavam que o BC manteria a Selic em 14,75% ponto neste mês. Nesta semana, porém, o mercado financeiro precificava, ainda que por margens estreitas, chances majoritárias de o BC anunciar um aumento adicional de 0,25 ponto na Selic. De acordo com a diretoria do BC, a prevista interrupção no ciclo de aperto na reunião de julho terá a finalidade de examinar os impactos acumulados do ajuste já feito e então avaliar se o nível corrente dos juros, “considerando a sua manutenção por período bastante prolongado”, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. Com a decisão desta quarta, os juros básicos vão ao maior nível em quase 20 anos. O novo patamar da Selic é o mais elevado desde julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Iniciado em setembro do ano passado, o ciclo de aperto acrescentou 4,5 pontos percentuais à Selic, com o choque nos juros sendo levado a cabo também sob o comando de Gabriel Galípolo, na presidência do BC desde janeiro por nomeação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No comunicado desta quarta, a autarquia disse que indicadores de atividade econômica ainda têm apresentado “algum dinamismo”, sendo observada certa moderação no crescimento, enquanto a inflação se manteve acima da meta. A autoridade monetária não alterou seu balanço de riscos para a trajetória da inflação, apontando que as chances de alta e de baixa para os preços à frente seguem mais elevadas do que o usual. As expectativas de mercado para os preços seguem desancoradas, fator tratado com preocupação pela autarquia, com a previsão para o IPCA de 2025 no boletim Focus baixando de 5,53% antes do encontro do Copom em maio para 5,25% nesta semana. Para 2026, foco do horizonte relevante de atuação do BC, as expectativas baixaram de 4,51% para 4,50% –o dado ficou inalterado em 4,00% para 2027. O BC, por sua vez, piorou nesta quarta sua projeção de inflação para este ano em relação a maio, com estimativa passando de 4,8% para 4,9%, considerando o cenário de referência, que segue projeções de mercado para os juros. Para o fechamento de 2026, atual horizonte relevante, a projeção foi mantida em 3,6%. Para fazer as projeções do cenário de referência divulgadas na quarta, o Copom considerou uma taxa de câmbio que parte de R$5,60, abaixo dos R$5,70 usados na reunião de maio.
Reuters
Dólar fecha quase estável antes de decisão do BC sobre juros
A expectativa antes das decisões sobre juros do Federal Reserve e, em especial, do Banco Central do Brasil manteve o mercado de câmbio travado na quarta-feira, com o dólar encerrando a sessão muito próximo da estabilidade ante o real, pouco acima dos R$5,50.
O dólar à vista fechou em leve alta de 0,07%, aos R$5,5012, já após o anúncio do Fed, mas com investidores à espera da decisão do BC brasileiro, ainda na noite desta quarta. No ano, o dólar acumula baixa de 10,97%. Às 17h03 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,10%, aos R$5,5125. As preocupações em torno do conflito entre Israel e Irã deram alguma sustentação ao dólar nas primeiras horas da sessão, mas a divisa teve dificuldades para se manter em alta ante o real. Mais do que a disputa no Oriente Médio, o mercado brasileiro manteve o foco nas decisões de juros da “superquarta”, no Brasil e nos Estados Unidos. Por conta disso, investidores pouco se movimentaram durante o dia. A decisão do Federal Reserve, no meio da tarde, pouco alterou o cenário. O Fed informou, como esperado, a manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,5%, indicando que espera por pelo menos dois cortes da taxa ainda em 2025. Após a decisão, o dólar seguiu oscilando próximo da estabilidade no Brasil. Mais do que para o Fed, a ansiedade do mercado se manteve voltada para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para depois das 18h30, quando os negócios já estavam fechados. No exterior, o dólar tinha sinais mistos ante as demais divisas no fim da tarde, sustentando leves ganhos ante uma cesta de moedas. Às 17h12, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 98,906.
Reuters
Ibovespa fechou com declínio modesto antes de feriado
O Ibovespa fechou com um declínio tímido na quarta-feira, em meio à análise de decisão e perspectivas econômicas do banco central dos Estados Unidos e tendo o conflito entre Irã e Israel ainda no radar, enquanto Embraer foi destaque de alta com notícias positivas da Paris Air Show.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com decréscimo de 0,15%, a 138.625,79 pontos, de acordo com dados preliminares, após uma sessão sem sinal único, na qual marcou 138.443,11 pontos na mínima e 139.160,55 pontos na máxima do dia.
O volume financeiro nesta véspera de feriado, também marcada pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, somava R$20,46 bilhões antes dos ajustes finais. Agentes financeiros ainda aguardam a decisão de juros do Banco Central no Brasil na quarta-feira, sem consenso sobre o desfecho da reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) — se uma alta de 0,25 ponto percentual ou estabilidade dos atuais 14,75% ao ano.
Reuters
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$345 milhões em junho até dia 13, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$345 milhões em junho até o dia 13, em movimento puxado pela via comercial, informou na quarta-feira o Banco Central.
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$640 milhões em junho até o dia 13. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de junho até o dia 13 foi positivo em US$985 milhões. Na semana passada, de 9 a 13 de junho, o fluxo cambial total foi negativo em US$92 milhões. No acumulado do ano até 13 de junho, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$9,995 bilhões.
Reuters
Valor da produção agropecuária deve crescer 12% em 2025
Segundo a CNA, estimativa é que o VBP atinja R$ 1,52 trilhão neste ano. Milho deve ter uma alta de 33% na receita
O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deve atingir R$ 1,52 trilhão em 2025. O montante, se confirmado, indica crescimento de 12,3% em relação ao valor registrado no ano passado, segundo projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgado nesta quarta-feira (18/6). O VBP corresponde ao faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias, com base na média dos preços reais (IGP-DI) recebidos pelos produtores de todo o país. A receita estimada para a agricultura é de R$ 1 trilhão, alta de 12,5% em relação ao ano passado. A soja, cultura com maior participação no VBP agrícola (36,6%), deve ter alta de 9,6% neste ano, com aumento de produção de 14,8% e previsão de queda nos preços (-4,5%). O milho, que tem participação de 17% no VBP agrícola, deve registar aumento na produção (10,9%) e nos preços (19,9%). Com isso, a estimativa do grão é de alta de 33% na receita. O café arábica e o café robusta também têm previsões de alta no faturamento, de 62,2% e 84,3%, respectivamente. Para a pecuária, a projeção para o VBP é de R$ 516,3 bilhões, expansão de 12% na comparação com 2024, com destaque especialmente para ovos e carne bovina. No caso dos ovos, a CNA estima um aumento de 3,65% na produção e 17,1% nos preços, resultando em um crescimento previsto de 21,3% no VBP do produto. Quanto à carne bovina, que corresponde a 48,1% do VBP pecuário, projeta-se um crescimento de 17,5% no valor de produção, impulsionado pela valorização de 17,9% nos preços e uma queda de 0,30% na produção. Também há expectativas de alta no VBP para o leite (2,7%) e o frango (8,7%).
CNA
FRANGOS & SUÍNOS
Suinocultura Independente: Frigoríficos conseguem novos reajustes de preços
Com menos animais ofertados, Santa Catarina teve um ganho de 0,86% nas cotações
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo apresentou manutenção dos preços e está precificado em R$ 08,97/kg vivo. No mercado mineiro, o valor do animal apresentou desvalorização de 2,35% nesta semana e está sendo negociado próximo de R$ 08,50/kg vivo, sendo que na semana anterior estava cotado em R$ 8,70/kg, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal registrou leve ganho de 0,86%, em que passou de R$ 8,18/kg na semana passada e está precificado em R$ 8,25/kg vivo.
APCS/ Asemg/ ACCS
Brasil comunica à OMSA o fim do vazio sanitário e se autodeclara livre da gripe aviária
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou oficialmente, na quarta-feira (18), à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o fim do vazio sanitário, conforme previsto nos protocolos internacionais. Com a notificação, o país se autodeclara livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).
O período de vazio sanitário teve início em 22 de maio, logo após a conclusão da desinfecção da granja localizada em Montenegro (RS), onde foi registrado, em 16 de maio, o primeiro e único foco da doença em granja comercial no país. Com o encerramento desse prazo e sem novas ocorrências, o Brasil concluiu todas as ações sanitárias exigidas, recuperando novamente o status de livre da doença. “Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência. Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. O processo de notificação à OMSA é conduzido de forma técnica e transparente pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Todas as etapas, desde a notificação do foco, o início do vazio sanitário até a autodeclaração do fim da ocorrência, foram registradas, compondo uma base técnica robusta que subsidiará as decisões das autoridades sanitárias de outros países. Além disso, o Mapa também está notificando diretamente os países que impuseram restrições temporárias às exportações brasileiras de produtos avícolas, com o objetivo de restabelecer o comércio internacional o mais rapidamente possível. “Chegamos hoje ao fim do vazio sanitário com a conclusão do foco e a emissão da autodeclaração pelo país de que está livre de gripe aviária em granjas comerciais. Isso não apenas fortalece a credibilidade do nosso sistema sanitário, como também representa um passo fundamental para a reabertura de mercados e a normalização das exportações”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.
MAPA
África do Sul limita embargo à carne de frango brasileira ao Rio Grande do Sul
A África do Sul reduziu sua restrição à carne de frango brasileira, antes imposta para todo o país, para o Estado do Rio Grande do Sul, afirmou Ministério da Agricultura, em nota na quarta-feira.
A flexibilização aconteceu após o Brasil se declarar, na quarta-feira, livre do vírus da gripe aviária, depois de nenhum novo surto da doença ter sido detectado em granjas comerciais de aves desde o primeiro caso, em maio, de acordo com um comunicado do Ministério da Agricultura. Dezenas de importadores colocaram proibições totais ou parciais à carne de frango do Brasil, o maior exportador global de carne de frango. A suspensão dos embargos depende de cada país, embora a autodeclaração seja um passo para as flexibilizações. O ministério afirmou mais cedo estar notificando os países que impuseram restrições temporárias às exportações brasileiras de produtos avícolas, com o objetivo de restabelecer o comércio internacional.
MAPA
Brasil investiga 12 suspeitas de gripe aviária em oito estados
País se declarou livre da doença nesta semana, mas mantém monitoramento para evitar novos casos. A maior parte das suspeitas de gripe aviária sob investigação no Brasil está em criações domésticas ou de subsistências
O Brasil investiga 12 suspeitas de gripe aviária de alta patogenicidade em oito estados. Todas são em animais silvestres e criações de subsistência. O monitoramento de possíveis casos permanece mesmo depois que o país encerrou o período de vazio sanitário e se declarou livre da doença, nesta semana. A maior parte das amostras em análise é de plantéis domésticos ou de subsistência. São três em Minas Gerais (Sacramento, São Joaquim de Bicas e Novo Cruzeiro). Roraima (Alto Alegre), Pará (Parauapebas), Ceará (Cedro), Pernambuco (Palmeirina), Goiás (Nova Aurora) e Mato Grosso (General Carneiro) têm uma cada. Das suspeitas em aves silvestres, duas estão no Estado de São Paulo (Jaboticabal e Lençóis Paulista) e outra na Bahia (Morro do Chapéu). Caso se confirme algum desses casos, não há mudança de status sanitário do Brasil em relação à doença. Restrições à produção avícola só ocorrem se houver contaminação de plantéis comerciais, como aconteceu em Montenegro (RS). Desde o dia 15 de maio de 2023, quando houve o primeiro registro de influenza aviária e alta patogenicidade no país, são 174 casos confirmados: 168 em animais silvestres, cinco em criações domésticas e apenas um em granja comercial. Em nota, o Ministério informou que está notificando também todos os países que impuseram restrições a produtos da avicultura brasileira. A expectativa é recuperar o espaço nos mercados internacionais quanto antes for possível. “Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no comunicado.
Globo Rural
Gripe aviária: Exportações podem ser retomadas antes de 60 dias
Preços globais do frango devem subir, afirma ABPA. Exportações de carne de frango podem ser retomadas antes de 60 dias. Apesar do protocolo sanitário de alguns países, como a China, prever um bloqueio de 60 dias em casos de gripe aviária nas regiões afetadas, esse prazo pode ser revisto.
Se houver satisfação com as informações prestadas e o surto for considerado controlado, os importadores podem antecipar a retomada das compras de carne de frango brasileira, informou ao Valor/Globo Rural Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Enquanto os desdobramentos sanitários ainda se definem, os efeitos nos preços podem aparecer mais rapidamente. Segundo Santin, a expectativa é de alta momentânea nas cotações internacionais, já que o Brasil responde por cerca de 40% do market share global. Já no mercado interno, o impacto pode ser o oposto: com a capacidade de estocagem das empresas e casos pontuais de suspensão, os preços podem recuar ainda que de forma localizada. “Com o redirecionamento da produção entre plantas e o rearranjo logístico, parte das exportações pode ser mantida, mesmo com o bloqueio de algumas unidades. Na segunda-feira, o Brasil deve receber novos comunicados de países importadores solicitando informações adicionais sobre o controle da doença”, acrescentou. A regionalização das restrições também é uma possibilidade, caso os importadores considerem as evidências apresentadas pelo Brasil como suficientes para isolar o problema. “Cada país tomará decisões com base em suas próprias avaliações sanitárias. O Japão, por exemplo, já definiu que não aceitará cargas apenas da região de Montenegro [cidade afetada pelo foco de gripe aviária]”, afirmou Santin. A maioria das zonas de produção segue um protocolo de raio de 10 quilômetros em torno dos focos identificados, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Fora dessas áreas, a produção segue considerada segura, e o surto está contido. Essa política de restrições diferentes para cada destino e a rapidez das respostas brasileiras impedem, neste momento, que o setor calcule os prejuízos com exatidão. Para efeito de comparação, os Estados Unidos exportaram 3,3 milhões de toneladas de carne de frango no ano passado, mesmo com episódios de gripe aviária registrados em diversos estados. A expectativa é que o país possa recuperar o status sanitário entre 30 e 40 dias após a conclusão dos trabalhos de desinfecção — prazo considerado médio para esse tipo de situação. A região afetada já passou por um processo de isolamento, com barreiras de acesso, mapeamento de propriedades, eliminação de ovos incubáveis e preparação para a desinfecção em ciclos. Todo o trabalho é supervisionado pelo Ministério da Agricultura e pelo Departamento de Sanidade Animal. A repopulação das granjas deverá ocorrer somente após a troca de equipamentos e a realização de novos testes.
Globo Rural
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