
Ano 11 | nº 2589 | 05 de novembro de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo estável em São Paulo
Poucas indústrias encontravam-se fora de compras e, as que estavam ativas, possuíam ofertas de compras dentro das referências.
Poucas indústrias encontravam-se fora de compras e, as que estavam ativas, possuíam ofertas de compras dentro das referências. Entretanto, alguns negócios esporádicos aconteceram acima delas. A oferta de bovinos continuava relativamente escassa e as escalas seguiam curtas. Mesmo assim, a cotação de todas as categorias permaneceu estável. As escalas de abate estavam, em média, para sete dias. Em Rondônia, a oferta estava enxuta, mas ainda atendia a demanda por conta de um mercado interno que estava mais fraco, embora a exportação seguisse ajudando. Nesse sentido, a cotação do boi gordo e do “boi China” subiu R$5,00/@, enquanto para as fêmeas a alta foi de R$8,00/@. As escalas de abate atendiam, em média, a 11 dias. No Noroeste do Paraná, a oferta estava escassa e as escalas curtas, o que pressionou a cotação de todas as categorias. A arroba do boi gordo subiu R$3,00, a da vaca e a do “boi China” R$5,00 e a da novilha R$2,00. As escalas de abate estavam, em média, para sete dias. No Oeste do Maranhão, sem alteração no preço de todas as categorias na comparação diária. As escalas de abate estavam, em média, para oito dias.
SCOT CONSULTORIA
Encurtamento das escalas de abate mantém mercado do boi gordo aquecido
Segundo consultoria Safras & Mercado, mercado atacadista do boi gordo mostra firmeza nos preços neste início de semana
O mercado físico do boi gordo abriu a semana novamente em alta, com negócios acima da referência média. Os frigoríficos, em especial os de menor porte, ainda se depararam com encurtamento de suas escalas de abate. A demanda permanece aquecida, com exportações representativas em 2025, da mesma maneira que a demanda interna está no auge. O ambiente de negócios sugere a continuidade do movimento de alta no curto prazo, apontou o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Confira as cotações do boi gordo: Em São Paulo (SP), a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 323,83 (a prazo). Em Goiás (GO), a indicação média foi de R$ 314,64 para a arroba do boi gordo. Em Minas Gerais (MG), a arroba teve preço médio de R$ 309,41. Em Mato Grosso do Sul (MS), a arroba foi indicada em R$ 331,02. Em Mato Grosso (MT), a arroba ficou indicada em R$ 305,07. O mercado atacadista abriu a semana apresentando firmeza em seus preços. Prevalece a perspectiva de alta no curto prazo, considerando o auge do consumo no mercado doméstico durante o último bimestre, com a incidência do décimo terceiro salário, a criação de postos temporários de emprego e as confraternizações de final de ano proporcionando esse ambiente favorável, apontou Iglesias. Quarto dianteiro segue no patamar de R$ 18,50 por quilo. Ponta de agulha ainda é cotada a R$ 17,50 por quilo. Quarto traseiro ainda é cotado a R$ 25,00, por quilo.
Safras & Mercado
Arroba do boi gordo registra alta de 1,62% em Mato Grosso na última semana, aponta IMEA
Cenário de avanço nas cotações vem ganhando força devido à menor oferta de fêmeas
Os preços da arroba do boi gordo tiveram um acréscimo de 1,62% na última semana no estado do Mato Grosso, conforme o levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Esse cenário de avanço nas cotações vem ganhando força devido à menor oferta de fêmeas e as cotações do boi gordo estão em média de R$ 300,74/@. Ainda de acordo com o Instituto, as escalas de abate na semana passada ficaram na média de 14,48 dias úteis, aumento de 3,13% entre as semanas, resultado da menor oferta de animais terminados no estado. Diante desse cenário de valorização nos preços, a relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de ano recuou para 1,88 cab/cab em out/25, ante 2,03 cab/cab no mesmo período de 2024, refletindo a maior valorização do bezerro frente ao boi gordo. “No comparativo anual, o bezerro passou de R$ 11,33/kg para R$ 13,24/kg, aumento de 16,85%, enquanto a @ do boi gordo apresentou avanço mais moderado, de 8,17%”, destacou o IMEA. Essa diferença de ritmo elevou o custo de reposição e reduziu a relação de troca, indicando maior rentabilidade na cria e menor poder de compra para recriadores e invernistas. O IMEA acredita que no curto prazo a menor oferta de bovinos de reposição tende a valorizar os preços do bezerro, o que deve acontecer de forma menos expressiva com os preços do boi gordo, por ainda apresentar um elevado volume de fêmeas terminadas, mantendo a relação de troca em baixos patamares.
IMEA
ECONOMIA
Dólar sobe para perto dos R$5,40 em meio à aversão global a ativos de risco
A aversão a ativos de risco ao redor do mundo, em meio aos receios de uma correção de preços mais profunda no mercado de ações dos Estados Unidos, deu força ao dólar ante o real na terça-feira, com a moeda norte-americana se reaproximando dos R$5,40.
O dólar à vista fechou com alta de 0,77%, aos R$5,3991. No ano, porém, a divisa acumula queda de 12,62%. Às 17h03, na B3, o dólar para dezembro — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,70%, aos R$5,4325. A sessão desta terça-feira foi marcada pela aversão aos ativos de risco ao redor do mundo, em meio aos receios de que possa haver uma correção intensa no mercado de ações norte-americano, impulsionado nos últimos meses pela euforia em torno da inteligência artificial. Durante evento em Hong Kong, o presidente-executivo do Morgan Stanley, Ted Pick, citou a possibilidade de “haver reduções de 10% a 15%” nos preços das ações, sem que isso decorra de algum colapso macroeconômico. Neste cenário, os índices de ações foram pressionados na Europa e nos Estados Unidos, enquanto o dólar ganhou força ante boa parte das demais divisas, incluindo o real. “Vínhamos em uma toada mais favorável, com os ativos de risco performando super bem no último mês, puxados pelos ativos de tecnologia”, afirmou o superintendente de Tesouraria do Daycoval, Luiz Fernando Gênova. “Mas, depois do Fed, com a indefinição sobre os juros nos Estados Unidos, começamos a ter um gatilho mais intenso de correção”, acrescentou, em referência ao fato de o Federal Reserve, após a reunião da semana passada, ter dado indicações de que os juros podem não cair novamente em dezembro nos EUA. No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou durante evento em São Paulo que por mais que o Banco Central seja pressionado a não baixar os juros, as taxas terão que cair. “Vão ter que cair, vão ter que cair. Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar juros, elas vão ter que cair”, disse Haddad. A expectativa do mercado é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC mantenha a Selic em 15% ao ano na noite de quarta-feira, mas os agentes buscarão pistas no comunicado da decisão sobre quando os cortes começarão. As reuniões seguintes do colegiado ocorrem em dezembro, janeiro e março.
REUTERS
Ibovespa oscila perto da estabilidade, mas sustenta os 150 mil pontos após renovar recorde
Bolsa brasileira tem reação contida ao mau humor externo, sustentada pelo otimismo com os resultados corporativos locais
Mesmo com a aversão a risco em Wall Street devido às incertezas com as empresas de inteligência artificial e ao corte de juros nos Estados Unidos, a bolsa brasileira tem uma reação contida ao mau humor externo, sustentada pelo otimismo com os resultados corporativos locais. Na véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá manter a Selic em 15%, os juros futuros operam em leve alta e pressionam algumas ações ligadas à economia doméstica. Por volta das 13h, o Ibovespa subia 0,07%, aos 150.554 pontos, com máxima em 150.888 pontos, novo recorde, enquanto a mínima foi de 149.979 pontos. O volume financeiro projetado para o índice na sessão é de R$ 13,3 bilhões. Em Nova York, o Dow Jones caía 0,29%; o S&P 500 perdia 0,72%; e o Nasdaq tinha queda de 1,20%. O índice apresenta dificuldade em adotar uma tendência única no pregão, em meio ao momento mais negativo do petróleo e do minério de ferro. Assim, a ON recuava 1,25% e as ações ordinárias e preferenciais da cediam 0,28% e 0,20%, respectivamente. Entre às maiores perdas, ON caía 2,04%. Os investidores também reagem aos balanços das companhias no terceiro trimestre. Embora a tenha apresentado resultados em linha com o esperado, o Itaú BBA aponta que a empresa pode ter frustrado alguns investidores ao não aumentar suas metas para o ano. A ação ordinária recuava 2,45% e liderava as baixas da sessão. O Citi, por sua vez, destaca que a empresa apresentou um terceiro trimestre positivo e segue no caminho para cumprir sua meta de receita. Para alcançar o “guidance” (projeções), seria necessário um crescimento de 11% no quarto trimestre, ritmo considerado confortável, dado o avanço de 20% da receita nos primeiros nove meses de 2025. O desempenho abaixo do esperado na divisão de celulose foi compensado pelos resultados resilientes nos segmentos de papel e embalagem, avalia o Itaú BBA. Mais cedo, os mercados globais apresentam forte aversão a risco, após a decepção com os resultados da Palantir Technologies, uma das principais referências em inteligência artificial. As declarações conservadoras de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que colocaram em dúvida a queda dos juros americanos em dezembro, também reforçaram a postura mais cautelosa dos investidores. Para a Eleven Financial, o potencial de valorização do Ibovespa segue elevado, impulsionado pelo crescimento dos lucros, especialmente entre as companhias fora do setor de commodities, e por um valuation ainda bem abaixo das médias histórica e global. Em relatório assinado pelo chefe de pesquisa da casa, Fernando Siqueira, a Eleven avalia que o início do ciclo de cortes de juros em 2026 deve contribuir para a valorização do índice. A casa de análise lembra que o preço-alvo do Ibovespa para 2025, de 150 mil pontos, já foi atingido. Para 2026, a projeção é de que o índice avance a 175 mil pontos.
VALOR ECONÔMICO
EMPRESAS
FriGol registra receita recorde no terceiro trimestre
A receita bruta atingiu R$ 1,25 bilhão, avanço de 31,9%, em relação ao mesmo período de 2024. As exportações representaram 62,1% da receita bruta do FriGol
O frigorífico FriGol reportou lucro líquido de R$ 55,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor quatro vezes superior aos R$ 13,1 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. “Foi um dos melhores trimestres de nossa história, sustentado pelo aumento dos volumes embarcados e pela valorização dos preços no mercado internacional, especialmente na China”, afirmou, em nota, Luciano Pascon, CEO da FriGol. A receita bruta atingiu R$ 1,25 bilhão, avanço de 31,9%, enquanto a receita líquida foi de R$ 1,20 bilhão, melhor resultado da história da companhia. O Ebitda totalizou R$ 109,4 milhões, aumento de 121,6%, com margem de 9,1%. Nos nove primeiros meses do ano, o Ebitda acumulado soma R$ 276 milhões, indicando um resultado anual recorde. As exportações representaram 62,1% da receita bruta, com a China respondendo por 81% desse total. Em seguida vieram Israel (8%), Europa (3%), Hong Kong (2%) e demais destinos (6%). Os embarques para a Europa, por sua vez, cresceram 140% em relação ao mesmo período de 2024. No mercado interno, responsável por 37,9% da receita, os produtos de maior valor agregado tiveram crescimento de 3,3% em volume. Ao todo, a empresa abateu 173.142 bovinos no trimestre, leve recuo de 0,6% em relação ao ano anterior. A queda é atribuída à menor oferta de gado e a uma alta de cerca de 35% no preço da arroba. “O ano de 2025 tem sido marcado pela geração operacional consistente, com eficiência industrial, disciplina financeira e mercado externo favorável. Nos nove primeiros meses, o Ebitda acumulado alcançou R$ 276 milhões, indicando perspectiva de encerrarmos o ano com resultado anual recorde”, observou, também em nota, o diretor financeiro e sustentabilidade da companhia, Carlos Corrêa.
VALOR ECONÔMICO
GOVERNO
Japão fará nova auditoria para liberar carne bovina do Brasil
Fávaro espera a abertura do mercado ainda neste ano, mas fontes do setor avaliam que as negociações podem demorar mais. Japão pode liberar pré-listing e facilitar exportações do Brasil
A abertura do mercado do Japão para a carne bovina brasileira está cada vez mais próxima. Essa é a expectativa do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que confirmou que o Brasil deve receber, ainda neste mês, uma nova visita de autoridades japonesas. “Com essa auditoria final nas plantas frigoríficas, acho que o protocolo fica pronto e devemos ter o anúncio, se Deus quiser, ainda este ano”, destacou o ministro. Em junho, uma comitiva esteve no Brasil para fazer inspeção em estabelecimentos de vigilância sanitária como parte de um processo de avaliação do país após o reconhecimento, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), como livre de febre aftosa sem vacinação. Com base nessas auditorias, o Japão poderá autorizar o Brasil a operar no modelo de pré-listing, o que facilitaria a exportação para todo o território japonês.
AGRO ESTADÃO
MEIO AMBIENTE
Frigoríficos buscam envolver os produtores na pecuária de baixo carbono
Empresas mantêm programas para reduzir as emissões de metano ao longo da cadeia. Paulo Pianez: “Mais da metade das fazendas já opera com sistemas integrados”
De olho nas metas climáticas e nas exigências do mercado internacional, os maiores frigoríficos do país buscam acelerar a transição para uma pecuária de baixo carbono. MBRF, Minerva Foods e JBS lançaram programas que combinam ciência, tecnologia e incentivos financeiros para reduzir as emissões de metano ao longo da cadeia produtiva e envolver produtores em práticas mais sustentáveis, com metas verificáveis de redução e neutralidade climática ao longo da próxima década. A MBRF vem intensificando os investimentos em descarbonização da pecuária com o Programa Verde+, criado em 2020 para apoiar produtores na adoção de boas práticas ambientais. Desde então destinou US$ 500 milhões em títulos de transição, e firmou parceria de US$ 37 milhões com o &Green Fund. O programa atua em quatro frentes: manejo e recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), melhoramento genético e uso de aditivos alimentares que reduzem de 9% a 12% as emissões entéricas. Segundo Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade e relações institucionais, a MBRF mantém cerca de 8 mil produtores parceiros, com 100% de fornecedores diretos monitorados e rastreabilidade de 90,8% na Amazônia e 88,1% no Cerrado. A meta é alcançar 100% até o fim deste ano, cobrindo toda a cadeia produtiva, da cria ao abate. “Mais da metade das fazendas fornecedoras já opera com sistemas integrados e confinamento sustentável”, diz. Entre 2021 e o primeiro trimestre de 2024, mais de 4,2 mil fazendas foram reincluídas na base de fornecimento após processos de regularização e adoção de boas práticas. A idade média de abate caiu de 33 para 29 meses, com rendimento de carcaça 17% maior em relação a 2019. “O Verde+ muda a lógica da pecuária: em vez de excluir quem tem problema, a gente inclui e ajuda a resolver”, afirma. A Minerva Foods aposta em incentivos financeiros para engajar produtores. Criado em 2021, o Programa Renove remunera fazendas certificadas pela FoodChain ID por ganhos ambientais como menor liberação de metano e maior sequestro de carbono. Com custos entre R$ 1.200 e R$ 12.500 por hectare, o programa reúne 145 propriedades, sendo 31 no Brasil, 108 no Uruguai e 6 no Paraguai. Segundo Marta Giannichi, diretora global de sustentabilidade, a meta é alcançar 50% dos animais adquiridos até 2030 e neutralizar toda a cadeia até 2040. “Um bovino abatido aos 24 meses representa um potencial de redução de 74,4% nas emissões de metano em relação a 36 meses.” As fazendas participantes registraram aumento de 160% a 915% na produtividade e de 500% a 1.700% na renda operacional líquida por hectare. O peso médio de abate é 12,5% superior à média da empresa, e a idade de abate chega a ser até seis meses menor, o que reduz as emissões. A JBS aposta em tecnologia e assistência técnica para acelerar a descarbonização. O modelo Escritórios Verdes 2.0 reúne iniciativas como Fazenda Nota 10 e Selo Combustível Social e oferece suporte aos produtores. A companhia investiu R$ 1,2 bilhão em sustentabilidade entre 2021 e 2023 e mantém 23 escritórios regionais que já atenderam mais de 7 mil produtores. Segundo Fábio Dias, diretor de relações com pecuaristas, cada propriedade pode reduzir até 30% das emissões de metano e sequestrar 3,5 toneladas de carbono por hectare ao ano. A empresa também cofinancia o NeuTroPec, centro de pesquisa do governo paulista que desenvolve tecnologias para reduzir e neutralizar emissões da pecuária tropical. “O foco é mostrar que sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas. Quando o produtor melhora a eficiência, emite menos e ganha mais”, afirma Dias. A JBS pretende zerar as emissões líquidas até 2040 e estima que a expansão do modelo possa mitigar 20 milhões de toneladas de CO2 e até 2035. “O grande desafio é dar escala e viabilidade econômica às soluções de baixo carbono. Nossa missão é levar conhecimento técnico e tecnologia ao campo.” Os avanços dos frigoríficos apontam um caminho possível, mas os desafios de escala e mensuração ainda limitam o impacto da pecuária de baixo carbono. Para Renata Potenza, coordenadora sênior de clima do Imaflora, o setor privado tem papel decisivo na mitigação do metano, mas as ações ainda são limitadas. “O país precisa de métricas comparáveis e sistemas robustos de monitoramento, reporte e verificação [MRV] para comprovar resultados. O que hoje é projeto precisa virar política setorial”, afirma. Apesar do compromisso firmado na COP26 de reduzir em 30% as emissões até 2030, o metano segue em alta, segundo o SEEG/Observatório do Clima. Potenza aponta barreiras como resistência cultural dos pecuaristas, falta de assistência técnica e crédito, que ainda travam o avanço de soluções no campo. “O Brasil tem potencial técnico para cortar até 36% das emissões até 2030, sendo 28% apenas da agropecuária, o que permitiria superar o compromisso internacional. Mas para isso é preciso conectar inovação com política pública e crédito rural”, afirma. O Imaflora apoia o Ministério da Agricultura na elaboração de um plano de aceleração para a agenda de metano, a ser apresentado na COP30.
VALOR ECONÔMICO
INTERNACIONAL
Com exportações em alta, a carne argentina agora busca elevar a qualidade na China
O Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA), junto com 13 empresas e grupos de produtores exportadores de carne bovina, se prepara para participar, entre 5 e 10 de novembro, da 8ª edição da China International Import Expo (CIIE).
O objetivo é buscar novos negócios no gigante asiático, que atualmente já absorve 70% do volume total exportado pelos frigoríficos argentinos, mas ainda oferece margem para crescimento, especialmente nos nichos chamados de “qualidade”. Paralelamente, o IPCVA — que financia o escritório de advocacia responsável por defender a posição argentina — dará destaque às mais recentes apresentações no âmbito do processo de salvaguarda iniciado pelo governo chinês, cuja resolução é esperada para o fim deste mês. Nesse contexto, o IPCVA divulgou declarações de empresários que expressam as expectativas dos frigoríficos em relação a essa nova visita à China. Para Facundo Secco, do Frigorífico Forres Baltrán, “os chineses estão com intenção de adquirir estoque argentino, talvez não com tanto ímpeto como em outras ocasiões, mas bem firmes quanto aos valores”. Sobre os preços, o empresário observou que, embora “continuem bons”, a Argentina “atravessa uma situação particular com valores de gado que fazem com que, mesmo nesses níveis de preço de mercado, seja difícil equilibrar o custo da matéria-prima”. Por fim, Secco afirmou que sua empresa pretende começar a diversificar o abate destinado à China, buscando nichos de cortes de alto valor, já que “a situação tarifária entre China, Estados Unidos e Brasil abre muitas alternativas”. Jorge Romero, da APEA (Urien Loza), lembrou que “o mercado chinês continua sendo o mais importante para a Argentina”, e que “nós vendemos todo o novilho, carne especial”. Nesse cenário, acrescentou: “Estamos na expectativa pela resolução do processo de salvaguarda e pelas consequências que isso possa ter em relação a tarifas ou cotas”. Carlos Riusech, do Frigorífico Gorina, também manifestou preocupação com a evolução e as possíveis medidas decorrentes do processo de salvaguarda.
Mesmo assim, destacou que “a China continua se comportando muito bem em termos de volume, talvez com um pouco mais de volatilidade nos preços”. Por isso, explicou que sua empresa vem analisando canais de nicho, “como o grain fed, no qual avançamos bastante neste ano”. Já Patricio Casiraghi, do Frigorífico Pico, afirmou que, apesar do crescimento do mercado norte-americano, a China continua sendo o principal destino da carne argentina e sempre apresenta novas oportunidades. Sobre a CIIE, Casiraghi comentou que “por ser uma feira organizada pelo governo, há muitas fábricas do interior da China e importadores menores que a visitam”. Por fim, Hugo Borrel, do Arrebeef, concordou que a China “é um mercado que hoje continua sendo insubstituível”.
INFOCAMPO
CARNES
2026 será marcado por oferta de frango e forte crescimento para exportação de carne suína no Brasil
O ano que vem será marcado por uma maior oferta global de carne de frango, com crescimentos de 1,6% nos EUA, entre 1,5% – 2% na União Europeia e de 2% no Brasil, segundo o Rabobank.
O cenário pressiona as margens dos frigoríficos. Na visão da Safras & Mercado, o Brasil deve exportar 5,5 milhões de toneladas em 2026, com um ambiente mais estável. “A gripe aviária trouxe impactos, mas setembro foi o melhor resultado da exportação de carne de frango do ano. Os preços estavam mais deprimidos, um sinal de que o Brasil está exportando bastante para aliviar a pressão no mercado doméstico”, vê o analista de proteína animal, Fernando Iglesias. No mercado interno, as projeções de menor oferta interna de carne bovina, deve representar um maior consumo de proteínas como carne de frango e suína. O potencial para suínos até 2030 A Safras & Mercado enxerga a carne suína como o maior potencial de crescimento até o final da década, com exportações avançando entre 3,5% e 7% ao ano. “É o mercado com maior potencial para abrir novos mercados e se consolidar como um dos maiores fornecedores do mundo. O Brasil deve terminar 2025 como o 3º maior exportador global de carne suína e tem potencial para ganhar ainda mais mercado”.
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