
Ano 11 | nº 2588 | 04 de novembro de 2025
NOTÍCIAS
Estabilidade nas cotações no mercado do boi gordo nas praças paulistas
O primeiro dia útil do mês começou com poucos negócios. A oferta contida e a expectativa de melhora no escoamento da carne neste período têm mantido o mercado firme.
Na praça paulista, de acordo com dados apurados pela Scot Consultoria, o boi gordo sem padrão-exportação segue em R$ 317/@, o “boi-China” em R$ 322/@, a vaca gorda em R$ 295/@ e a novilha terminada em R$ 310/@ (todos os preços são brutos, no prazo). O primeiro dia útil do mês começou com poucos negócios. A oferta contida e a expectativa de melhora no escoamento da carne neste período têm mantido o mercado firme. A escala de abate estava, em média, para sete dias. No Rio de Janeiro, o cenário era de pouca oferta e escalas curtas, em média, para cinco dias. No entanto, após as altas registradas nos últimos dias, os preços permaneceram estáveis na comparação diária. No atacado da carne com osso, apesar da desaceleração nas vendas do varejo na última semana e do menor giro nos estoques no atacado, a alta na arroba do boi gordo e a redução na oferta de bovinos reduziram os estoques, o que favoreceu a cotação das carcaças casadas. A cotação da carcaça casada do boi capão subiu 2,6%, ou R$0,55/kg. A do boi inteiro subiu 2,7%, ou R$0,55/kg. Entre as fêmeas, a alta na cotação da carcaça casada da vaca foi de 2,6%, ou R$0,50/kg, enquanto a da novilha subiu 3,3%, ou R$0,65/kg. No mercado de carnes alternativas, a cotação do frango médio* caiu 1,4%, ou R$0,10/kg. A cotação do suíno especial** não mudou. *Ave que leva em consideração o peso médio da linhagem para um lote misto, com rendimento de carcaça estimado em 74,0%. **Animal abatido, sem vísceras, patas, rabo e gargantilha. No vencimento do contrato futuro do boi gordo (B3) em outubro/25, no último dia útil de outubro (31/10), na B3, aconteceu a liquidação do contrato futuro do boi gordo, cujo código é BGIV25. A cotação da arroba nesse vencimento, segundo o indicador da B3, ficou em R$317,44. O indicador do Cepea ficou em R$316,72/@. O indicador do boi gordo da Scot Consultoria ficou em R$317,32/@.
SCOT CONSULTORIA
Com demanda externa aquecida, boi gordo teve reação nos preços em outubro
Escalas menores de abate e procura internacional aquecida impulsionam valorização do boi gordo no Brasil
O mercado brasileiro de boi gordo encerrou outubro com valorização na arroba, impulsionado por um cenário promissor nas exportações. Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o menor posicionamento das escalas de abate e a demanda aquecida contribuíram para a alta, especialmente no Centro-Norte. Em São Paulo, a arroba reagiu apenas na última semana do mês, após período de estabilidade. Para novembro, com os embarques ainda aquecidos e a expectativa de melhora na demanda doméstica, há perspectiva de continuidade da alta. No entanto, Iglesias alerta para a investigação conduzida pela China, que pode resultar em salvaguardas sobre os embarques de carne bovina. Preços do boi gordo em 30 de outubro: São Paulo (SP): R$ 320,00, alta de 6,67% frente a R$ 300,00 em setembro. Goiânia (GO): R$ 310,00, avanço de 6,9% sobre R$ 290,00. Uberaba (MG): R$ 305,00, aumento de 5,17% ante R$ 290,00. Dourados (MS): R$ 330,00, alta de 2,17% frente a R$ 323,00. Cuiabá (MT): R$ 305,00, acréscimo de 3,39% em relação a R$ 295,00. Vilhena (RO): R$ 290,00, valorização de 6,23% ante R$ 273,00. No atacado, os preços se mantiveram firmes ao longo de outubro, beneficiados pela reposição entre atacado e varejo, além do aumento de circulação de dinheiro devido ao décimo terceiro salário, postos temporários de emprego e confraternizações de fim de ano. Quarto do traseiro: R$ 25,05/kg, alta de 8,91% sobre R$ 23,00/kg em setembro. Quarto do dianteiro: R$ 18,20/kg, avanço de 7,06% ante R$ 17,00/kg
Safras News
Bezerro de desmama lidera altas de até 6,9% e reforça firmeza do mercado de reposição em São Paulo
Com oferta restrita e demanda firme, todas as categorias de bovinos anelorados registraram alta na semana, com destaque para o bezerro de desmama, que valorizou 6,9%.
O mercado de reposição em São Paulo manteve o ritmo aquecido na última semana, com valorização em todas as oito categorias de bovinos anelorados acompanhadas pela Scot Consultoria. A firme demanda e a menor oferta de animais sustentam o movimento de alta. O destaque ficou para o bezerro de desmama, cuja cotação subiu 6,9% em relação à semana anterior, seguido pelo garrote (6,5%), bezerro de ano (4,1%) e boi magro (0,1%). O Indicador do Bezerro no Mato Grosso do Sul acompanhado pelo Cepea registrou um leve ganho na última semana de 0,07%, em que saiu de R$ 2.932,31/kg na segunda-feira (27) para o valor de R$ 2.934,47/kg. É importante destacar que as referências tiveram uma queda ao longo da semana, mas conseguiram recuperar os valores. De acordo com a Scot Consultoria, apesar de a menor valorização ter sido registrada para o boi magro, essa é a categoria mais procurada no momento. “A alta moderada reflete a queda de braço entre os preços pedidos pelos vendedores e os que os compradores estão dispostos a pagar”, destacou a Scot em seu boletim semanal. A Scot consultoria ainda destacou que muitos compradores têm buscado essa categoria em outros estados, para reposição de seus lotes. Para as fêmeas aneloradas, na comparação semana a semana, a cotação da vaca boiadeira foi a que apresentou a maior alta (5,2%), seguida pela novilha (2,3%), pela bezerra de desmama (1,8%) e pela bezerra de ano (0,3%). A compra do boi magro (12,5@) abaixo de R$350,00/@ tem se tornado cada vez mais difícil, com pedidos podendo superar esse valor. Nesta semana, a maior parte das negociações foi fechada em torno de R$345,00/@. O ágio entre o boi gordo e o bezerro de desmama alcançou um dos maiores patamares já agora em 2025. Ou seja, está ficando cada vez mais difícil para o recriador, para essa reposição. “O cenário deve ficar firme e quando analisamos já vemos uma reposição com um avanço médio de 30% no comparativo anual” destacou a analista da Scot Consultoria, Juliana Pila. Segundo Alcides Torres, da Scot Consultoria, é importante que o pecuarista acompanhe de perto o mercado de cria, já que as cotações estão em alta. Com o retorno das chuvas e a recuperação das pastagens, a tendência é de que a negociação dessas categorias se torne mais difícil nas próximas semanas. “Tanto para quem precisa comprar bezerro como boi gordo, pois tem como deixar o boi no pasto e engordar. Porém, o que vai estimular esse movimento vai ser a cotação da arroba do boi gordo”, informou Torres.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar acompanha exterior e fecha em baixa ante o real
Em uma sessão de noticiário esvaziado, o dólar oscilou em margens estreitas no Brasil e fechou a segunda-feira em baixa, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes, como o México e o Chile.
O dólar à vista fechou com baixa de 0,40%, aos R$5,3579. No ano, a divisa acumula queda de 13,29%. Às 17h02, na B3 o dólar para dezembro — atualmente o mais transacionado no Brasil — cedia 0,42%, aos R$5,3915, mas a liquidez era menor que o normal, com 167 mil contratos negociados até este fim de tarde. Sem gatilhos que pudessem influenciar de forma decisiva as cotações, o dólar se apegou ao exterior nesta segunda-feira, onde a moeda norte-americana caía ante divisas pares do real como o peso mexicano e o peso chileno. No Brasil, após marcar a cotação máxima intradia de R$5,3835 (+0,07%) às 9h07, pouco depois da abertura, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,3456 (-0,63%) às 12h. Durante a tarde, o real, o peso mexicano e o peso chileno eram as moedas globais que mais ganhavam força ante o dólar. O recuo do dólar ante o real ocorreu em paralelo à alta do Ibovespa, que atingiu novo nível recorde nesta segunda-feira, acima dos 150 mil pontos. Na agenda da semana, o destaque é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na noite de quarta-feira. A expectativa é de que a taxa básica Selic seja mantida em 15% ao ano, mas os agentes estarão atentos a possíveis indicações do BC sobre quando o ciclo de cortes começará. O fato de a Selic estar em nível elevado no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o Federal Reserve cortou juros nas últimas reuniões, tem sido apontado como um fator favorável à atração de investimentos ao país, com impacto de baixa sobre o dólar. Pela manhã, o boletim Focus revelou que a mediana das projeções dos economistas do mercado brasileiro para o dólar no fim de 2025 seguiu em R$5,41 e no final de 2026 permaneceu em R$5,50.
REUTERS
Ibovespa renova recorde e fecha acima dos 150 mil pontos pela 1ª vez
O Ibovespa fechou em alta na segunda-feira, em mais uma sessão de quebra de recordes, com o índice encerrando o dia acima dos 150 mil pontos pela primeira vez. No setor de proteínas MINERVA subiu 2,79%, liderando os ganhos, diante da expectativa pelos resultados da companhia, que serão divulgados na quarta-feira, após o fechamento do mercado.
A leitura positiva da temporada de balanços, tanto no exterior quanto no plano doméstico, impulsionou os ganhos da bolsa, que também tiveram sustentação com a alta das ações da Petrobras – que publica resultados nesta semana. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em alta de 0,61%, a 150.454,24 pontos, sendo este o nono pregão seguido de alta. Na máxima do dia, o Ibovespa alcançou 150.761,29 pontos. Na mínima, registrou 149.550,84. O volume financeiro no pregão desta segunda-feira somou R$21,3 bilhões. A temporada de balanços vem favorecendo a bolsa brasileira, diante do “forte desempenho de diversas companhias”, destacou Nicolas Gass, head de alocação de investimentos e sócio da GT Capital. “As empresas estão batendo recortes de receita, principalmente as que compõem o índice do Ibovespa”, disse. Após o fechamento dos negócios desta segunda, BBSeguridade e TIM publicam seus resultados do terceiro trimestre. O destaque da semana, contudo, fica com a Petrobras, que divulga seus dados na quinta-feira. A agenda dos próximos dias também inclui Embraer, que divulga seus resultados na terça-feira, mesmo dia que o Itaú Unibanco, além de varejistas como Lojas Renner e Magazine Luiza, ambas com divulgação programada para quinta-feira. A dinâmica externa também dá fôlego ao índice. “A leitura predominante no mercado segue positiva, sustentada pelo início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, ‘valuations’ descontados na bolsa brasileira e fluxo estrangeiro robusto”, disse Eduardo Rahal, analista chefe da Levante Inside Corp. Na leitura do analista, ainda há espaço para novos recordes. “O Ibovespa negocia a aproximadamente 8,6 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, abaixo de pares latino-americanos, indicando espaço para continuidade do movimento caso o ambiente global permaneça favorável”, destacou. O Banco Central também esteve no radar dos agentes. Pela manhã, o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino, disse que as novas regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional para funcionamento de instituições financeiras devem impactar cerca de 500 entidades, que deverão ter o capital exigido elevado para R$9 bilhões. O foco, porém, é a decisão de juros do Copom, que será divulgada quarta-feira. O mercado precifica quase 100% de probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano, mas estará atento às indicações do BC para os encontros seguintes, em dezembro e janeiro.
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Analistas reduzem projeção para inflação este ano pela 6ª semana
Analistas consultados pelo Banco Central ajustaram para baixo a projeção de inflação este ano pela sexta semana seguida, aproximando-se ainda mais do teto da meta, mostrou a pesquisa Focus divulgada pela autoridade monetária na segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2025 agora é de 4,55%, de 4,56% na semana anterior. O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para 2026 a expectativa para a inflação permaneceu em 4,20%, mas para os dois anos seguintes as projeções também foram reduzidas — 3,80% em 2027 e 3,50% em 2028, de 3,82% e 3,54% respectivamente antes. Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados seguem vendo crescimento de 2,16% este ano e de 1,78% no próximo. Também não houve alterações na pesquisa semanal com uma centena de economistas para a política monetária, com a taxa Selic calculada em 15,0% ao final de 2025 e em 12,25% ao fim de 2026.
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Retração da indústria do Brasil perde força em outubro, mas setor tem maior perda de empregos em 2,5 anos, mostra PMI
A contração da atividade industrial no Brasil perdeu força em outubro em meio a uma pressão menor de custos, mas a demanda fraca e as tarifas dos Estados Unidos pesaram sobre o setor, que teve a maior perda do emprego em dois anos e meio, mostrou uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) para a indústria brasileira, compilado pela S&P Global, subiu a 48,2 em outubro de 46,5 em setembro, seguindo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo sexto mês seguido. Tanto as novas encomendas quanto a produção diminuíram de forma mais lenta em outubro. Segundo a pesquisa, a taxa de contração da produção foi a menos intensa no atual período de seis meses de redução, enquanto a queda nas vendas foi a mais fraca desde maio. Foram citadas, de um lado, tendências adversas de demanda e a política tarifária dos Estados Unidos, enquanto de outro houve reposições entre alguns clientes, investimentos nos departamentos de venda e demanda maior por uma pequena gama de produtos. Mas a demanda internacional por bens brasileiros registrou o ritmo mais forte de piora em três meses, com os entrevistados citando os EUA como a principal fonte de fraqueza. “Houve uma combinação de pontos positivos e negativos no último resultado. Entre os principais obstáculos estava o impacto adverso das tarifas dos EUA, que se manifestou em uma aceleração significativa da contração nas encomendas internacionais”, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima. “Apesar da contínua queda nos novos pedidos e na produção, foi encorajador ver ao menos uma retração no ritmo da desaceleração em outubro”, completou. As quedas nas novas encomendas e medidas de cortes de custos provocaram uma contração substancial no emprego nas fábricas brasileiras em outubro, com o ritmo de cortes mais forte desde abril de 2023. Algumas empresas, no entanto, citaram a falta de mão de obra especializada para preencher vagas existentes. Em relação aos preços, um aumento irrisório nos custos de insumos, depois da primeira queda em quase dois anos em setembro, ajudou o setor a registrar a segunda redução sucessiva nos preços cobrados. Alguns participantes da pesquisa informaram preços mais altos de commodities, mas outros destacaram uma taxa de câmbio mais favorável. Em relação ao futuro, os produtores mostraram-se confiantes em um aumento da produção nos próximos 12 meses em meio a expectativas de demanda melhor, aquisições, investimentos e lançamentos planejados de novos produtos. Isso levou o nível de sentimento positivo ao maior patamar em quatro meses em outubro.
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EMPRESAS
MBRF vê demanda halal crescer fora da região do Golfo Pérsico
Pelo menos 10% das vendas de alimentos islâmicos da companhia já são feitas fora da região, inclusive em países onde muçulmanos são minoria
A MBRF – empresa resultante da fusão entre Marfrig e BRF – tem observado um crescimento gradual na demanda por alimentos de padrão islâmico fora da região do Golfo, inclusive países onde muçulmanos são minoria na população. De acordo com Alisson Navarro, vice-presidente global de bovinos da companhia, esse movimento vem sendo percebido há alguns anos e tem se intensificado, sugerindo que os produtos halal, de produção conforme as normas religiosas do islã, da MBRF pode estar conquistando a preferência de consumidores não muçulmanos, inclusive. “A demanda por proteína halal vem crescendo em países não islâmicos nos últimos anos. A China [que tem aproximadamente 20 milhões de muçulmanos] é um exemplo que vem demandando mais produtos certificados halal a cada ano que passa”, afirmou o executivo durante o Global Halal Brazil Business Forum 2025, em São Paulo. Segundo Navarro, cerca de 20% da receita total da MBRF correspondem à exportação de derivados bovinos e de aves com certificação halal para os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) — que reúne Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos e Omã. Nesses mercados, a MBRF está presente há 50, e sua marca Sadia lidera com 36% de share. “Outros 10% ou 15% [das receitas] são geradas [com a venda de produtos halal] em outros mercados [fora dos limites do CCG, majoritariamente muçulmanos ou não]. Isso quando a gente olha a receita consolidada do grupo. A receita consolidada considera tanto o mercado interno quanto o mercado internacional”, explicou Navarro. O executivo comentou o anúncio pela empresa acerca da ampliação da joint-venture com a saudita Halal Products Development Company (HPDC) — empresa que tem entre seus acionistas o Public Investment Fund (PIF), fundo soberano do governo saudita. A joint-venture seguirá atuando com derivados de frango e bovinos no Golfo, mas também em outras regiões do mundo, conservando gestão sobre questões de distribuição, produção e investimento na região.
Câmara de Comércio Árabe-Brasileira
MEIO AMBIENTE
Emissões da agropecuária no Brasil estabilizam depois de sucessivos aumentos
Cenário indica caminhos para o setor contribuir para o cumprimento dos compromissos climáticos brasileiros.
A produção agropecuária registrou uma pequena diminuição de 0,7% nas emissões dos gases de efeito estufa resultantes de suas atividades em 2024, de acordo com o SEEG, o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, que apresentou hoje (3/11) os dados da 13ª edição. “O resultado das emissões de gases de efeito estufa em 2024 sucede um ciclo de cinco anos de altas contínuas e reflete o comportamento do setor, influenciado pela variação dos preços das commodities agrícolas e pelo aumento da produtividade – a exemplo da bovinocultura leiteira – e pelas condições climáticas que afetam as produções agrícolas, explica Priscila Alves, analista de Ciência do Clima do Imaflora, instituição que faz as estimativas da produção agropecuária no SEEG. Responsável por 29% das emissões do país no ano passado, o setor emitiu 626 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO₂e), das quais grande parte está associada à pecuária e menor parte à agricultura. A queda registrada frente a 2023 – quando se registrou cerca de 631 milhões de toneladas de CO₂e – foi influenciada por fatores conjunturais e produtivos. Em parte, deveu-se à redução de 0,2% no efetivo do rebanho bovino. É importante salientar que a redução do gado leiteiro foi mais expressiva em comparação à do gado de corte. Ao mesmo tempo, houve recorde da produção de leite em 2024, o que sugere avanços nas práticas empregadas na produção. Para o gado de corte, a redução deveu-se a um recorde de abates, inclusive de fêmeas e novilhas, como apontado pelo IBGE. Adicionalmente, registrou-se aumento de 11% no confinamento, prática que contribui para uma diminuição da emissão de metano, em função de uma dieta mais eficiente e de melhor digestibilidade. O metano é o principal gás de efeito estufa da agropecuária, impactando 28 vezes mais em comparação ao CO2, em um horizonte de cem anos. “O melhoramento genético, aliado a uma dieta eficaz, corrobora para o ganho de peso animal, tanto a pasto quanto em sistemas intensivos. Isso permite encurtar seu ciclo de vida, com consequente redução das emissões associadas à fermentação entérica, portanto, emissões de metano”, esclarece Priscila. Na agricultura, múltiplos fatores contribuíram para a variação negativa observada no subsetor de Solos Manejados, em que são consideradas, principalmente, as emissões provenientes de fertilizantes sintéticos nitrogenados, corretivos agrícolas, decomposição de restos culturais e deposição de dejetos em pastagem. Houve redução de 3,8% no uso de fertilizantes sintéticos nitrogenados e de 3,3% no uso de calcário. Ademais, algumas produções agrícolas ficaram abaixo do esperado, impactando as emissões oriundas da decomposição dos restos culturais, a exemplo da produção de milho. Há sinais de mudanças positivas, mas o setor agropecuário ainda precisa alavancar seu potencial de contribuição para a mitigação das mudanças climáticas. É fundamental dar escala às boas práticas e iniciativas existentes”, diz Priscila.
IMAFLORA
FRANGOS & SUÍNOS
CONAB: preços do frango vivo em outubro no Sul, Sudeste e Centro-Oeste
O acompanhamento mensal da CONAB em relação aos preços pagos em outubro passado aos produtores de frango informa que, graças a uma valorização de mais de 14% nos últimos dois meses, o valor recebido pelos avicultores do Centro-Oeste (R$6,40/kg) ficou muito próximo do registrado na Região Sudeste, onde o preço médio evoluiu no bimestre menos da metade (6,7%), ficando em R$6,48/kg e fazendo com que a diferença entre as duas regiões ficasse em apenas 1%.
Na Região Sul, onde o predomínio absoluto é das integrações, o valor pago ao produtor ficou em R$4,36/kg, totalmente estável pelo oitavo mês consecutivo. A diferença a menos em relação às outras duas regiões fizeram cair a média nacional, estimada pela CONAB em R$5,93/kg. No ano (isto é, comparativamente a dezembro/24) a média nacional evoluiu 12,35%, índice que apenas o Centro-Oeste superou, visto que, localmente, os preços recebidos pelos avicultores aumentaram 14,29%. No Sudeste a evolução, embora mais moderada, também foi positiva, de 9,56%. Já no Sul o preço registrado em outubro passado ficou 2,68% abaixo do registrado em dezembro do ano passado.
CONAB
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