
Ano 11 | nº 2587 | 03 de novembro de 2025
NOTÍCIAS
Cotações do boi gordo encerram outubro em alta
Bahia registra avanço nas cotações do boi gordo e vaca
O mercado do boi gordo encerrou outubro em alta, sustentado pela demanda internacional e pela oferta restrita. De acordo com o informativo “Tem Boi na Linha”, divulgado na sexta-feira (31) pela Scot Consultoria, as cotações do boi gordo, do “boi China” e da vaca gorda subiram R$ 15,00 por arroba no mês, enquanto a novilha teve aumento de R$ 20,00/@. Na análise diária, a Scot registrou avanços de R$ 2,00/@ para o boi gordo e o “boi China”, R$ 4,00/@ para a vaca e R$ 5,00/@ para a novilha. Segundo a consultoria, “a escala de abate atendia, em média, sete dias”, o que indica equilíbrio entre oferta e demanda no mercado paulista. A instituição avalia que a virada do mês tende a manter a firmeza dos preços, impulsionada pelo pagamento de salários, da primeira parcela do 13º e pelas contratações temporárias de novembro. “Esses fatores aumentam o poder de compra do consumidor e podem sustentar o consumo interno de carne bovina”, destacou a Scot Consultoria. Na Bahia, o mercado também apresentou estabilidade diante da oferta limitada. Na região Sul do estado, a cotação do boi gordo manteve-se estável, enquanto os preços das fêmeas subiram R$ 3,00/@. Já na região Oeste, houve alta de R$ 5,00/@ para o boi gordo e para a vaca, sem alteração para a novilha. As escalas de abate, segundo o informativo, seguiam em torno de sete dias.
SCOT CONSULTORIA
Demanda firme e escalas curtas sustentam valorização das cotações do boi gordo
O mercado do boi gordo registrou novos avanços nos preços, impulsionado por um ambiente de negócios favorável
O mercado físico do boi gordo registrou novos avanços nos preços na sexta-feira (31), impulsionado por um ambiente de negócios ainda favorável à continuidade das altas no curto prazo. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as escalas de abate curtas, especialmente entre frigoríficos de menor porte, e o aquecimento da demanda doméstica seguem dando suporte às cotações. Preços do boi gordo por região: São Paulo: R$ 321,83 (a prazo). Goiás: R$ 314,29. Minas Gerais: R$ 308,53. Mato Grosso do Sul: R$ 330,57. Mato Grosso: R$ 304,05. Iglesias destaca que o auge do consumo interno, somado ao bom ritmo das exportações, reforça o cenário de firmeza neste final de mês. O mercado atacadista também apresentou valorização na sexta-feira, com tendência de novas altas no curto prazo. A demanda deve seguir aquecida no último bimestre, favorecida pelo pagamento do 13º salário, abertura de vagas temporárias e aumento das confraternizações de fim de ano. Quarto dianteiro: R$ 18,50/kg (+R$ 0,30). Ponta de agulha: R$ 17,50/kg (+R$ 0,30). Quarto traseiro: R$ 25,00/kg (estável).
SAFRA NEWS
Preço do boi gordo encerra outubro com alta de quase 5% no mês
Cotações são sustentadas pela exportação e pela oferta limitada. Compradores que precisam cumprir as escalas de abate acabam cedendo à pressão de vendedores e pagando valores mais altos pelas boiadas
Outubro terminou com a cotação do boi gordo firme e em alta, sustentada pela exportação e pela oferta limitada. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destaca que compradores que precisam cumprir as escalas de abate – na maioria dos casos, de sete dias – acabam cedendo à pressão de vendedores e pagando valores mais altos pela arroba. Nesta sexta-feira (31/10), o indicador do boi gordo do Cepea registrou a cotação de R$ 318,85 a arroba, uma alta de 4,85% no acumulado de outubro. Ao longo do mês, os preços tiveram aumentos em todas as regiões pecuárias, com reajustes que variaram de 2% a 5%, conforme a praça. Segundo a Scot Consultoria, na sexta-feira, nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, a cotação do boi gordo e do “boi China” subiram R$ 2, respectivamente para R$ 317 e R$ 322 a arroba no pagamento a prazo. O preço da vaca subiu R$ 4, para R$ 295 a arroba, e o da novilha aumentou R$ 5, para R$ 310 a arroba. No mês, as cotações da arroba nas praças paulistas subiram R$ 15 para o boi gordo, o “boi China” e a vaca gorda. Já a cotação da novilha aumentou R$ 20 por arroba. Das 33 regiões monitoradas pela Scot, 27 tiveram estabilidade na sexta-feira. Além das duas praças paulistas, também foram registradas altas em Goiânia (GO), oeste da Bahia, Redenção (PA) e norte do Tocantins. Com a virada do mês – marcada pelo recebimento de salários, do pagamento da primeira parcela do 13º, além das esperadas contratações temporárias em novembro -, o mercado deverá ser de firmeza, destaca a Scot. Além da oferta limitada, valorizações da carne com osso no atacado também tem favorecido as altas observadas no boi. Em São Paulo, segundo o Cepea, a cotação da carcaça casada bovina teve aumento de 5% no acumulado de outubro, motivada principalmente pelo traseiro.
GLOBO RURAL
Agrifatto identifica encurtamento nas escalas de abate em sete praças pecuárias
Entre os frigoríficos paulistas, as programações sofreram redução de 2 dias úteis no comparativo semanal, encerrando a sexta-feira (31/10) em apenas 6 dias úteis
Ao longo desta semana encerrada em 31/10, as escalas de abate dos frigoríficos sofreram encurtamento em sete das nove praças pecuárias monitoradas semanalmente pela Agrifatto. No entanto, na média nacional, as programações ainda seguem em sete dias úteis, o mesmo quadro apresentado no fechamento da semana anterior (24/10), de acordo com a apuração da consultoria. Considerando os nove Estados acompanhados pela Agrifatto, São Paulo se destacou nesta semana, apresentando redução nas escalas em dois dias úteis no comparativo semanal, encerrando a sexta-feira (31/10) em apenas seis dias úteis. Segundo o levantamento da Agrifatto, as praças do Paraná e de Mato Grosso registraram estabilidade nas programações de abate, em relação ao quadro da semana anterior (encerrada em 24/10), mantendo os mesmos sete dias úteis. Nas praças paraense, sul-mato-grossense e goiana, a consultoria identificou redução em um dia útil nas escalas de abate, finalizando a semana em seis dias de programação cada. Em Tocantins e de Minas Gerais também houve recuo semanal de um dia útil, com ambas finalizando a semana em sete dias de programação. Rondônia terminou a semana com queda de um dia útil nas escalas, fechando em 9 dias.
PORTAL DBO
Mercado do boi gordo manteve o ritmo de valorização ao longo de outubro, encerrando o mês com preços firmes
Exportações em ritmo recorde, oferta restrita de animais e expectativa de maior consumo interno mantêm o mercado do boi gordo aquecido no fechamento de outubro
O mercado do boi gordo manteve o ritmo de valorização ao longo de outubro, encerrando o mês com preços firmes em praticamente todas as praças pecuárias do país. Em São Paulo, o boi gordo destinado ao mercado interno foi negociado a R$ 315,00/@, enquanto o “boi China” alcançou R$ 320,00/@, segundo a Scot Consultoria, altas de R$ 4,00/@ na comparação semanal. No fechamento do mês, as cotações subiram R$ 15,00/@ para o boi gordo, o “boi China” e a vaca gorda, e R$ 20,00/@ para a novilha. De acordo com levantamento do Cepea, os preços da arroba do boi seguem em alta em todas as 28 regiões pesquisadas, impulsionados pela oferta restrita e pela necessidade de frigoríficos em alongar as escalas de abate. Em praças como Araçatuba, São José do Rio Preto, Triângulo Mineiro, Pará e Oeste da Bahia, as valorizações chegam a 3%; em Goiânia, Rio Verde e Tocantins, até 5%. Nesta semana, os principais indicadores do boi gordo registraram valorizações, sendo que o indicador da Agrobrazil teve uma alta de 2,13%, em que passou de R$ 312,46/@ na segunda-feira (27) para R$ 319,11/@ no fechamento da quinta-feira (30). Já o indicador do Cepea teve um avanço de 1,76% nesta semana, em que saiu de R$ 313,35/@ no início da semana para R$ 318,85/@ no fechamento da quinta-feira (30). O indicador do boi gordo Datagro teve uma alta de 1,37%, em que saiu de R$ 314,26/@ na segunda-feira (27) para R$ 318,52/@ no fechamento desta quinta-feira (30). A média nacional das escalas de abate está em torno de sete dias úteis, o que reforça o cenário de firmeza. O Cepea também destaca que frigoríficos têm pagado mais pela arroba para garantir o cumprimento dos compromissos de exportação. A Scot Consultoria ainda reporta que com a chegada de novembro e o fortalecimento do consumo interno, o mercado tende a seguir firme no curto prazo. O equilíbrio entre a boa demanda externa, o dólar favorável e a oferta restrita de animais terminados devem sustentar as cotações da arroba nas próximas semanas. “A combinação de exportações recordes, dólar valorizado e oferta curta cria um cenário positivo para o pecuarista neste final de ano”, avalia a Scot Consultoria. Na Bolsa Brasileira (B3), os vencimentos futuros finalizaram na sexta-feira (31) em campo positivo. O contrato novembro/25 registrou estabilidade e está precificado em R$ 329,20/@, já o vencimento dezembro/25 teve ganho de 0,06% e está precificado em R$ 334,20/@. Já o vencimento Janeiro/25 teve alta de 0,25% e está cotado em R$ 335,50/@. Já na semana, os principais contratos também tiveram avanços significativos. Em que o contrato novembro/25 teve um ganho de 1,23%, saindo de R$ 325,20/@ para R$ 329,20/@. Já o vencimento dezembro/25 registrou alta de 1,90%, em que passou de R$ 329,25/@ para R$ 334,20/@. O janeiro/25 registrou incremento de 1,62%, saindo de R$ 330,15/@ para R$ 335,50/@.
NOTÍCIAS AGRÍCOLAS
Alta na cotação do boi gordo e da novilha na região de Goiânia, Goiás
Início do período das águas na região reduz a oferta e aumenta o preço do boi e da novilha.
As cotações da arroba do boi gordo e da novilha subiram na região de Goiânia, Goiás. Para a vaca, houve estabilidade. O início das chuvas na região goiana estimulou o pecuarista a manter o gado na propriedade, resultando em uma menor oferta. Consequentemente, a cotação subiu. Na comparação semana a semana, a arroba do boi gordo e da novilha subiu 1,0%, ou R$3,00, cotada em R$298,50 e R$285,50, respectivamente. Não houve variação para a cotação da arroba da vaca, que está negociada em R$276,00. Todos os preços são a prazo e descontados o Senar e o Funrural. O diferencial de base do boi gordo é R$12,00/@, ou menos 4,0%, menor para Goiânia quando em comparação a São Paulo, com a arroba nas praças paulistas cotada em R$310,50, considerando o preço a prazo e livre dos impostos. No curto prazo, a tendência é de estabilidade a alta nos preços, com a oferta sem expectativa de melhora para as próximas semanas.
SCOT CONSULTORIA
ECONOMIA
Dólar fecha dia estável, mas encerra mês com avanço
O dólar teve variações modestas durante toda a sessão e encerrou a sexta-feira quase estável, em meio à definição da Ptax de fim de mês e à alta da moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista fechou com leve baixa de 0,04%, aos R$5,3795. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,25%, mas no mês contabilizou alta de 1,07%. Às 17h05, na B3 o dólar para dezembro – que na sexta-feira se tornou o mais líquido no Brasil — cedia 0,15%, aos R$5,4140.
Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). A Ptax foi definida no início da tarde, em R$5,3843 na venda, mas depois disso o dólar à vista pouco se afastou da estabilidade. “O dólar se valorizou ontem com as indicações do Federal Reserve de que não há tanta confiança para um novo corte de juros em dezembro nos Estados Unidos”, pontuou Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “Hoje, até o horário de fechamento da Ptax, o dólar até se valorizou um pouco, mas depois caiu”, acrescentou. De fato, às 12h25, quando a Ptax ainda não havia sido determinada, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$5,4005 (+0,35%). Definida a Ptax, o dólar à vista se reaproximou da estabilidade. No exterior, após registrar sinais mistos no início do dia, o dólar se fortaleceu ante divisas pares do real, como o rand sul-africano e o peso mexicano, mas os movimentos também eram contidos em função da agenda fraca de indicadores e eventos.
REUTERS
Ibovespa fecha acima dos 149 mil pontos pela 1ª vez com ajuda de Vale
O Ibovespa fechou acima dos 149 mil pontos pela primeira vez na sexta-feira, renovando máximas em todos os pregões da semana e confirmando o terceiro ganho mensal, com a performance no dia apoiada principalmente nas ações da Vale, após resultado e com expectativas sobre dividendo extraordinário.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,51%, a 149.540,43 pontos, nova máxima de fechamento, completando oito pregões seguidos de alta. A última série de oito ganhos aconteceu em agosto de 2024. Uma sequência maior, apenas em julho do ano passado, com 11 altas. Na máxima do dia, o Ibovespa alcançou 149.635,9 pontos, novo pico intradia. Na mínima, registrou 148.773,79 pontos. Na semana, acumulou uma valorização de 2,3%, assegurando um avanço de 2,26% em outubro — após alta de 3,40% em setembro e de 6,28% em agosto. Em 2025, sobe 24,32%. O volume financeiro na bolsa paulista somou R$23,57 bilhões nesta sexta-feira. Na visão do analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, o movimento reflete uma confiança na resiliência do mercado local, sustentado por lucros corporativos sólidos e por uma visão de que o ciclo de cortes de juros no Brasil e no mundo deve ganhar fôlego nos próximos meses. “Ainda assim, é um momento que exige atenção: quanto mais o índice se aproxima de patamares recordes, maior é a sensibilidade a revisões de expectativa e movimentos abruptos de correção”, ponderou. Em meio a balanços corporativos, agentes financeiros também repercutiram dados mostrando que a taxa de desemprego no Brasil encerrou o terceiro trimestre em 5,6% e que a dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou setembro em 78,1%, contra 77,5% no mês anterior.
REUTERS
Desemprego segue em 5,6% no 3º trimestre e repete menor patamar da história
A taxa de desemprego do Brasil manteve o ritmo de estabilidade e fechou o terceiro trimestre em 5,6%, mostram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O percentual é o mesmo registrado nos dois meses anteriores e reforça a manutenção do desemprego no menor patamar da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012.
Desemprego encerrou o terceiro trimestre no menor nível da história. O resultado apurado mostra que 5,6% dos brasileiros buscaram, sem sucesso, uma colocação profissional entre julho e setembro. A taxa repete, pelo terceiro mês consecutivo, o menor volume de desocupados da série do IBGE. No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era de 6,4%. Cerca de 6,04 milhões de brasileiros procuram emprego. O total representa uma renovação do menor patamar da série histórica ao aparecer abaixo do número alcançado em agosto, quando 6,08 milhões de trabalhadores procuravam emprego. Em setembro do ano passado, 6,85 milhões buscavam por uma colocação profissional. Total de trabalhadores se estabiliza no patamar recorde de 102,4 milhões. Ao mesmo tempo, o nível de ocupação, indicador formado pelo percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi de 58,7% no intervalo entre os meses de julho e setembro. Número de empregados com carteira de trabalho assinada também renova recorde. Segundo a Pnad, o número de profissionais formais no setor privado alcançou 39,229 milhões. Apesar da leve estabilidade no trimestre, o total cresceu 2,7% (mais 1 milhão de pessoas) em um ano. Taxa de informalidade do mercado de trabalho equivale a 37,8% da população ocupada. O percentual é o mesmo registrado no período entre abril e junho e corresponde a 38,7 milhões de trabalhadores. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o percentual caiu 1 ponto percentual, o equivalente a 39,2 milhões de profissionais. Força de trabalho potencial recuou para 5,2 milhões, menor nível desde dezembro de 2015. O IBGE ressalta que, durante a pandemia, no trimestre de maio a julho de 2020, esse indicador havia chegado ao seu auge de 13,8 milhões. O dado é sustentado pela queda da população desalentada, que caiu para 2,637 milhões, depois de ter atingido seu maior valor 5,829 milhões no trimestre finalizado em março de 2021. O número é referente àqueles que haviam desistido de procurar uma colocação. O nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025> Remuneração dos trabalhadores é a maior da história para o trimestre. O salário médio habitual dos trabalhadores no Brasil foi de R$ 3.507, valor mais alto da série para todos os períodos. O rendimento supera em 0,3% o resultado do segundo trimestre deste ano (R$ 3.497) e é 4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado (R$ 3.373).
UOL ECONOMIA
Indústria brasileira perde fôlego e despenca em ranking global
País perde 21 postos em lista e cai para a 59ª posição no 2º trimestre, em cenário de juros altos e endividamento das famílias
O Brasil caiu da 38ª posição do primeiro trimestre para 59ª no segundo trimestre em ranking de desempenho da indústria de transformação, em comparação entre 79 países, segundo estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) antecipado com exclusividade ao Valor. O trabalho foi produzido a partir de dados da Unido (United Nations Industrial Development Organization, agência da ONU para promover o desenvolvimento industrial). O juro é, sem qualquer surpresa, a principal razão citada por economistas para a mudança do posicionamento do Brasil na classificação a curto prazo, além do maior nível de endividamento das famílias. A diferença de desempenho da atividade industrial do país e de outras nações, no entanto, também é explicada por fatores mais estruturais que tradicionalmente afetam o setor no país, como baixa produtividade, burocracia, problemas de infraestrutura e carga tributária elevada e complexa, apontam. Os dados mostram o desempenho até o segundo trimestre, mas dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a trajetória de desaceleração se manteve nos últimos meses. Para especialistas, o fim de 2025 e o começo de 2026 ainda são de apreensão. E, mesmo que expectativas mais otimistas sobre redução de juros nos primeiros meses de 2026 se confirmem, o efeito positivo ainda deve demorar a aparecer na atividade industrial. “A indústria estava em um bom momento, favorecida pelo crescimento da renda e do emprego, que vinha mobilizando a atividade industrial. Só que foi uma puxada grande do juro, de 10,50% para 15% em alguns meses, e deu esse freio na atividade”, afirma o diretor-executivo do Iedi e responsável pelo estudo, Rafael Cagnin. Pelos dados da Unido, a indústria de transformação global cresceu 1,1% no segundo trimestre, ante o primeiro, já descontados os efeitos sazonais. A variação vai na contramão do resultado do Brasil, de queda de 0,6%. Como comparação, houve aumento médio de 0,5% em América Latina e Caribe. Esse contraste também aparece na comparação anual. No segundo trimestre, ante igual período de 2024, também com ajuste sazonal, a taxa foi de 4% no mundo e de 0,4% no Brasil. Na média de América Latina e Caribe, houve expansão de 2,4%. A taxa para o Brasil é diferente daquela do IBGE porque a Unido faz ajuste sazonal também na comparação anual.
VALOR ECONÔMICO
GOVERNO
Brasil abre mercado de farinha de sangue bovino para Colômbia
Com o anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 471 aberturas de mercado desde o início de 2023
O governo brasileiro e o governo da Colômbia concluíram negociação sanitária para que o Brasil exporte farinha de sangue bovino para aquele país. Trata-se de insumo com alto teor proteico, utilizado na produção de ração para animais. A Colômbia tem cerca de 52 milhões de habitantes e estima-se que mais da metade das famílias têm pelo menos um animal de estimação, o que representa importante mercado para produtores brasileiros do setor. Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 863 milhões em produtos agropecuários para a Colômbia, com destaque para papel e celulose, açúcar refinado, café e rações para animais. Com o anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 471 aberturas de mercado desde o início de 2023.
MAPA
MEIO AMBIENTE
Brasil pode adicionar até R$ 94,8 bilhões ao PIB por ano até 2030 com tecnologias sustentáveis no agro, aponta estudo da FGV
Práticas agrícolas e pecuárias de baixo carbono têm potencial de impulsionar a economia nacional, gerar centenas de milhares de empregos e reduzir emissões significativas de CO₂ até 2030.
Um novo estudo realizado pelo Observatório de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), com apoio do Instituto Equilíbrio e da Agni, revela que a adoção de tecnologias sustentáveis no campo pode se tornar um dos motores mais relevantes para o crescimento econômico do Brasil nos próximos anos. De acordo com as estimativas do levantamento “Potencial Econômico das Práticas Sustentáveis na Agricultura e Pecuária”, o aumento da adoção de quatro tecnologias agrícolas e pecuárias de baixa emissão de carbono — biocombustíveis, bioinsumos, sistema de plantio direto e terminação intensiva de gado — pode gerar, isoladamente, um impacto potencial de até R$ 94,8 bilhões por ano no PIB brasileiro até 2030, considerando um PIB de referência de 2024 (R$ 11,7 trilhões). A análise foca no impacto isolado de cada uma dessas tecnologias, sem sobrepor seus efeitos, o que reforça a robustez dos resultados. Sozinhos, os biocombustíveis podem gerar R$ 71,4 bilhões adicionais ao ano, seguidos por R$ 15,2 bilhões com bioinsumos, R$ 4,7 bilhões com a ampliação do plantio direto e R$ 3,5 bilhões com a intensificação da terminação bovina. “O estudo mostra que uma única tecnologia, como os bioinsumos, pode adicionar até 0,13% ao PIB por ano. Em um país que cresce a 2%, isso é mais de 6% do crescimento total vindo só de uma prática de baixo carbono”, explica Cícero Lima, pesquisador responsável pelo estudo. “Este estudo mostra com clareza que a adoção de tecnologias sustentáveis gera valor real para o produtor rural e para a sociedade como um todo. Não se trata apenas de preservar o meio ambiente — é uma agenda de produtividade, renda e geração de oportunidades. Para transformar esse potencial em realidade, o Brasil precisa de políticas públicas consistentes e mecanismos de financiamento que incentivem essa transição no campo”, afirma Eduardo Bastos, CEO do Instituto Equilíbrio. Além do impacto macroeconômico, as tecnologias analisadas também têm efeitos expressivos na geração de emprego. A adoção em larga escala pode criar mais de 700 mil ocupações diretas até o fim da década, com destaque para os setores ligados à bioenergia e à produção agrícola de alta eficiência. No caso da pecuária, a expansão da terminação intensiva — sistema que antecipa o abate e aumenta o ganho de peso do rebanho — também pode gerar efeitos relevantes. Se a adoção crescer conforme projetado, o número de animais em manejo intensivo deve passar de 8 para 13,5 milhões de cabeças até 2030. Essa mudança contribuiria para uma redução de 19,3 MtCO₂ e nas emissões da pecuária bovina, associada ao menor tempo de permanência dos animais no sistema. “A intensificação da pecuária reduz emissões sem reduzir produção. Pelo contrário: torna o sistema mais eficiente, mais rentável e mais sustentável”, reforça Cícero Lima. “Os dados mostram que o crescimento verde é, sim, possível. Mas mais do que isso, ele é desejável e economicamente vantajoso. O desafio agora é transformar esse potencial em política pública, financiamento e escala”, conclui Eduardo Bastos, CEO do Instituto Equilíbrio.
EG8 COMUNICAÇÃO
FRANGOS & SUÍNOS
Indústria não consegue repasses e preços da carne suína caem em outubro
O mês de outubro foi negativo para os preços da suinocultura brasileira. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Allan Maia, o ritmo de negócios ao longo da cadeia evoluiu de maneira truncada.
O analista aponta que o cenário da carne foi desafiador e a indústria não conseguiu repassar preços, o que acabou impactando também a dinâmica do vivo. “A indústria atuou com cautela nas compras, então por mais que o suinicultor sinalizou que a oferta de animais esteve sob controle, os preços do vivo não conseguiram encontrar espaço para altas”, explicou. Outro ponto positivo, de acordo com Maia, é a exportação. “Os trabalhos continuam apresentando números robustos, favorecendo enxugamento da disponibilidade doméstica”, disse. Maia explica que, olhando para frente, o início de novembro traz uma perspectiva mais otimista. A entrada dos salários na economia, somada ao pagamento do 13o e à aproximação das festividades de fim de ano – período tradicionalmente marcado pelo aumento no consumo de carne suína – tende a favorecer a recuperação da demanda interna. O analista conclui afirmando que o movimento pode contribuir para uma melhora nos preços e para um equilíbrio do mercado no curto prazo. Levantamento de Safras & Mercado apontou que o mercado de suíno vivo no Brasil registrou queda nos preços em outubro nas principais praças do país. A média de preços do Centro-Sul caiu 1,11%, passando de R$ 7,97 para R$ 7,89 por quilo. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu 0,79%, passando de R$ 13,51 para R$ 13,40. A carcaça teve desvalorização de 1,78%, passando de R$ 12,61 para R$ 12,38. A análise mensal de preços de Safras & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo foi de R$ 168,00 para R$ 166,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo continuou em R$ 6,75 e no interior do estado foi de R$ 8,45 para R$ 8,40. Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração seguiu em R$ 6,70 e no interior catarinense de R$ 8,45 para R$ 8,30. No Paraná, o preço do quilo vivo registrou baixa de R$ 8,60 para R$ 8,40 no mercado livre e, na integração, permaneceu em R$ 6,90. No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve decréscimo de R$ 8,10 para R$ 8,00 e, na integração, estabilidade de R$ 6,70. Em Goiânia, os preços recuaram de R$ 8,10 para R$ 8,00. No interior de Minas Gerais, os preços tiveram desvalorização de R$ 8,40 para R$ 8,30 e, no mercado independente, de R$ 8,60 para R$ 8,50. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve perda de R$ 8,20 para R$ 8,00 e, na integração do estado, continuou em R$ 7,20. As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 272,360 milhões em outubro (18 dias úteis), com média diária de US$ 15,131 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 106,487 mil toneladas, com média diária de 5,916 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.557,7.
Em relação a outubro de 2024, houve avanço de 13% no valor médio diário, alta de 11,9% na quantidade média diária e elevação de 1% no preço médio. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
AGÊNCIA SAFRAS & MERCADO
Preço médio do suíno cai em outubro, diz Cepea
Após atingir a máxima do ano em setembro, o preço médio do suíno vivo caiu em outubro, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem da demanda doméstica enfraquecida, sobretudo nesta segunda quinzena do mês.
A retração da procura de frigoríficos por novos lotes para abate, por sua vez, pode estar atrelada à maior competitividade das carnes concorrentes, como boi e frango. Para novembro, parte dos agentes consultados pelo Cepea acredita em alta na cotação do suíno vivo, fundamentada na menor disponibilidade interna e no tradicional aquecimento da demanda em final de ano. Por outro lado, alguns agentes estão receosos de que os valores elevados do animal em setembro sejam repassados à carne, podendo reduzir a procura final por parte da população. De acordo com apuração do Centro de Pesquisas, os preços de comercialização do suíno geralmente apresentam avanços no último trimestre do ano.
Cepea
Boa reposição ajusta oferta de carne de frango em outubro
A avicultura de corte apresentou um mês de preços positivos no atacado e mercados independentes do vivo. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, no decorrer de outubro foi observado uma oferta ajustada, com boa reposição ao longo da cadeia.
“No atacado, preços em alta. Houve boa evolução da demanda, com cortes do frango competitivos frente a produtos concorrentes, principalmente em relação a carne bovina”, disse o analista. Ele explica também que a exportação vem melhorando bem, o que contribui para o ajuste da disponibilidade no interior do país. Além disso, os agentes ainda estão na expectativa da China nas compras, o que pode acontecer em breve e que ajudaria ainda mais nos resultados. “O último bimestre tende a ser positivo para carne de frango, pelos mesmas variáveis citadas para carne suína. Teremos festividades e décimo terceiro, turbinando a economia”, concluiu Iglesias. Segundo levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo, os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo do mês. O preço do quilo do peito teve alta de R$ 10,00 para R$ 11,00, o quilo da coxa de R$ 7,60 para R$ 8,10 e o quilo da asa de R$ 11,00 para R$ 11,10. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve avanço de R$ 10,10 para R$ 11,20, o quilo da coxa de R$ 7,80 para R$ 8,30 e o quilo da asa de R$ 11,20 para R$ 11,30. Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou alterações nas cotações durante o mês. No atacado, o preço do quilo do peito valorizou de R$ 10,10 para R$ 11,10, o quilo da coxa de R$ 7,70 para R$ 8,20 e o quilo da asa de R$ 11,10 para R$ 11,20. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve ganho de R$ 10,20 para R$ 11,30, o quilo da coxa de R$ 7,90 para R$ 8,40 e o quilo da asa de R$ 11,30 para R$ 11,40. O levantamento mensal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo seguiu em R$ 5,60 e, em São Paulo, em R$ 6,40. Na integração catarinense a cotação do frango continuou em R$ 4,75. Na integração do oeste do Paraná, a cotação permaneceu em R$ 4,90 e, na integração do Rio Grande do Sul, em R$ 4,75. No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango teve estabilidade de R$ 5,55. Em Goiás, a cotação seguiu em R$ 5,55 e, no Distrito Federal, em R$ 5,60. Em Pernambuco, o quilo vivo subiu de R$ 7,00 para R$ 8,00, no Ceará de R$ 7,50 para R$ 8,30 e, no Pará, de R$ 7,25 para R$ 8,50. As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 664,259 milhões em outubro (18 dias úteis), com média diária de US$ 36,903 milhões. A quantidade total exportada pelo país chega a 395,074 mil toneladas, com média diária de 21,948 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.681,4. Em relação a outubro de 2024, há recuo de 2% no valor médio diário, alta de 11,1% na quantidade média diária e baixa de 11,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
AGÊNCIA SAFRAS & MERCADO
Avicultor paulista atinge poder de compra recorde para o farelo de soja
Cenário está atrelado à forte reação das cotações do frango vivo e à desvalorização do farelo. Farelo de soja é um dos principais insumos da avicultura
O poder de compra de avicultores paulistas em relação ao farelo de soja, um dos principais insumos da atividade, atingiu recorde em outubro. Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que, neste mês, com a venda de um quilo de frango vivo no Estado de São Paulo, foi possível adquirir 3,85 quilos de farelo, volume 10% superior ao de setembro e expressivos 49,3% acima do registrado em outubro de 2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). Essa foi a maior taxa desde o início da série histórica do Cepea, em julho de 2004. Segundo o Cepea, esse resultado evidencia que, apesar dos desafios trazidos pelo caso de gripe aviária em maio deste ano em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o setor avícola nacional se mostrou eficaz, cumprindo todos os protocolos exigidos pelo momento e garantindo uma recuperação rápida. Pesquisadores explicam que esse cenário mais favorável ao avicultor está atrelado, sobretudo, à forte reação das cotações do frango vivo no mercado interno, que já operam em patamares pré-gripe aviária, e à desvalorização do farelo de soja.
GLOBO RURAL
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