Ano 11 | nº 2567 | 06 de outubro de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi fecha semana dividido entre exportação e consumo
Cotação da novilha gorda apresentou reação em São Paulo
De acordo com análise publicada na sexta-feira (3) no informativo Tem Boi na Linha, da Scot Consultoria, a cotação da novilha gorda apresentou reação em São Paulo. O levantamento apontou dois cenários distintos no mercado. “As indústrias frigoríficas voltadas ao mercado externo trabalharam com escalas mais alongadas. Algumas delas optaram por ficar fora das compras nesta manhã, enquanto as que atuaram mantiveram os preços nos mesmos patamares de ontem, mesmo com a menor oferta de bovinos hoje e ao longo da semana”, destacou o boletim. Já no mercado interno, a retração dos pecuaristas em negociar nos preços atuais resultou em escalas mais curtas. Apesar da divisão, a análise observa que “o escoamento de carne bovina permanece travado, o que limita grandes alterações nas cotações”. Com isso, apenas a cotação da arroba da novilha registrou variação, subindo R$ 2,00 nesta manhã. Para as demais categorias, os preços permaneceram estáveis em relação ao dia anterior. No Rio Grande do Sul, a retirada de bovinos das pastagens para abertura das áreas de semeadura das culturas de verão aumentou a oferta, impactando os preços. Na região de Pelotas, o valor do boi caiu R$ 0,05/kg, enquanto na região Oeste houve queda de R$ 0,05/kg na cotação da novilha. As demais categorias não sofreram alterações. Em Rondônia, o retorno das chuvas favoreceu a retenção de boiadas na expectativa de preços mais altos. No entanto, após a alta registrada na quinta-feira (2) para todas as categorias, o mercado encerrou a semana com estabilidade nas cotações.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo começa a reagir
Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins apresentam tendência de alta graças ao encurtamento das escalas
O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com negociações acima da referência média em diversos estados brasileiros. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a alta acontece de maneira comedida, “sem movimentos explosivos”. “Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins já apresentam esse tipo de ambiente, mais propenso à alta. O encurtamento das escalas de abate é elemento chave a ser considerado.” Segundo ele, neste momento os frigoríficos de menor porte estão apontando para uma posição de menor conforto. “Já os de maior porte ainda contam com escalas de abate mais alongadas, ainda contando com a incidência de animais de parceria”, disse. Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 307,92 — ontem: R$ 305,93. Goiás: R$ 292,32 — R$ 289,82. Minas Gerais: R$ 290,29 — R$ 289,41. Mato Grosso do Sul: R$ 319,55 — R$ 318,75. Mato Grosso: R$ 293,19 — R$ 293,38. O mercado atacadista encerrou a semana apresentando preços firmes, ainda em perspectiva de alta no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo.
Safras News
Preço do boi gordo encerrou a semana com estabilidade após altas
Escoamento de carne bovina permanece travado, o que limita grandes alterações nas cotações. Valor do bezerro alcançou o maior patamar desde abril de 2022
Após uma semana com altas nas cotações em diversas praças, o mercado pecuário encerrou esta sexta-feira (3/10) com estabilidade na maior parte do Brasil. Das 33 regiões monitoradas pela Scot Consultoria, 27 não tiveram alterações nos preços do boi gordo. Os valores subiram em Belo Horizonte, Goiânia, Marabá (PA), sul do Tocantins e Rio de Janeiro. Apenas em Pelotas (RS) houve queda. Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, o preço do boi gordo permaneceu em R$ 303 a arroba para o pagamento a prazo. Já a cotação da novilha teve alta de R$ 2, para R$ 294 a arroba.
Globo Rural
Alta nas cotações em todas as categorias no Acre
A oferta de bovinos disponíveis para a compra diminuiu, trazendo assim maior sustentação às cotações. A oferta de bovinos disponíveis para a compra diminuiu, trazendo assim maior sustentação às cotações.
O final de setembro e o começo de outubro trouxeram melhorias nas condições hídricas do estado, com as chuvas dando fôlego às pastagens. Com isso, os pecuaristas tiveram maior capacidade de suporte em suas áreas, reduzindo a pressão de venda. Neste período, a arroba do boi gordo teve alta de 2,1%, ou R$5,00, negociada em R$241,50. Entre as fêmeas, as cotações da vaca e da novilha subiram 2,2%, ou R$5,00/@, apregoadas em R$231,50/@. Todos os preços são a prazo e descontados o Senar e o Funrural. O diferencial de base do boi gordo é o maior entre os estados brasileiros monitorados, sendo de R$57,00/@, ou menos 23,6%, com a arroba nas praças paulistas cotada em R$298,50, considerando o preço a prazo e livre dos impostos. No curto prazo, a tendência é de estabilidade a alta, com eventual melhora na demanda no decorrer da primeira quinzena de outubro.
Scot Consultoria
Fêmeas superaram 50% do abate nos frigoríficos
Este cenário deve reduzir a oferta e contribuir para a valorização da arroba em 2026. A disponibilidade da oferta de fêmeas no mercado ajudou a segurar os preços da arroba neste ano
O abate de fêmeas atingiu níveis históricos neste ano de 2025 e está contribuindo para a mudança de ciclo pecuário. Esse cenário contribuiu para os preços da arroba neste ano, mas a expectativa é que a redução do plantel reprodutivo deve gerar menor oferta de animais e valorização da carne a partir de 2026. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o abate de fêmeas atingiu patamares históricos em 2025, ultrapassando a marca de 50% da participação nos frigoríficos e, em alguns meses, superando o volume de machos. Esse movimento, que já vinha sendo observado desde 2023, ganhou força neste ano e agora levanta alertas sobre os efeitos no médio prazo. No curto prazo, a disponibilidade da oferta de fêmeas no mercado ajudou a segurar os preços da arroba em São Paulo, que oscilaram entre R$ 305,00 e R$ 310,00 depois de sucessivas quedas em setembro.
O analista de mercado Pedro Gonçalves, da Scot Consultoria, explica que o volume elevado de fêmeas abatidas ajudou a manter a arroba do boi gordo pressionada neste ano. “Esse descarte elevado de fêmeas sustenta preços mais baixos agora, mas compromete a produção de bezerros nos próximos anos. A reposição já subiu 30% a 35% em relação a 2024, e a tendência é de valorizações ainda maiores em 2026 e 2027”, afirma. Entre as fêmeas abatidas, as novilhas tiveram participação expressiva. Frigoríficos voltados a programas de carne premium ampliaram a procura por esses animais, considerados de melhor acabamento. Para o pecuarista de corte e fundador da comunidade Balcão do Boi, Lorenzo Junqueira, os dados mais recentes mostram que a queda no descarte de vacas e novilhas já começa a refletir na valorização do animal pronto para o abate. “Com a redução do abate de fêmeas, assim como já vimos em ciclos anteriores, a oferta de animais tende a diminuir consideravelmente. Esse é um movimento que dá sustentação para preços mais firmes à frente”, explica Junqueira. Segundo ele, não se pode esquecer que o descarte recorde de fêmeas nos últimos anos ainda terá efeitos diretos sobre o mercado. “Essa redução no plantel reprodutivo certamente vai impactar a disponibilidade de animais prontos para o abate nos próximos ciclos”, acrescenta. Mesmo diante de momentos pontuais de queda nas cotações, o pecuarista reforça que os fundamentos seguem indicando um cenário de alta. “Os números estão aí: a oferta futura tende a ficar mais restrita. O produtor precisa ficar atento a esses sinais e se preparar para os próximos movimentos do mercado”, completa. Para a indústria, o abate recorde de fêmeas foi uma forma de manter a engrenagem girando em 2025, num cenário de margens estreitas e consumo retraído. “A pecuária está num ponto de inflexão. O excesso de oferta segurou preços agora, mas estamos construindo uma escassez para o futuro. Quem se preparar terá a chance de colher os melhores resultados do ciclo”, concluiu o analista da Scot Consultoria. O momento, segundo Junqueira, é de atenção e estratégia. Quem tiver condição deve antecipar a reposição, especialmente com animais mais jovens. A lógica é clara: um bezerro de 12 meses comprado agora estará pronto para abate em 2026, período em que a oferta pode ser ainda mais restrita.
Scot Consultoria
Relação de troca boi gordo/bezerro recua 1,5% em set/25, na média Brasil
Com avanço de 2,18% no mês passado, preço médio do animal de 200 kg alcançou R$ 2.798,56/cab, maior patamar desde abril/22, informou a Agrifatto
Enquanto o preço médio do boi gordo perdeu valor em setembro/25, a cotação média do bezerro (indicador Cepea/Esalq) atingiu o maior patamar desde abril/22, com valorização de 2,18% sobre agosto/25, ficando precificado a R$ 2.798,56/cabeça, na média Brasil, de acordo com dados levantados pela Agrifatto. Diante de tal conjuntura, a relação de troca entre boi gordo de 20 arrobas e o bezerro de 200 kg finalizou setembro/25 em 2,13 cab./cab., na média nacional, um recuo de 1,5% no comparativo mensal, acrescenta a consultoria. “A relação de troca permaneceu abaixo da média histórica em 6,62%”, apontam os analistas. O maior recuo regional foi registrado em Mato Grosso, onde a troca encerrou setembro/25 em 2,12 cab./cab., com retração mensal de 4,23%, destacou a Agrifatto. Na avaliação dos analistas da consultoria, porém, ainda é um momento estratégico para adquirir animais para reposição, “pois as projeções indicam uma demanda externa bastante aquecida ao longo dos meses finais de 2025 e uma oferta reduzida de carne bovina para 2026, fatores que tendem a valorizar o boi gordo”.
Portal DBO
Economia
Após oscilar em alta, dólar terminou praticamente estável
Após oscilar em alta durante boa parte da sessão, descolado do exterior, o dólar perdeu força no Brasil e fechou a sexta-feira próximo da estabilidade, com investidores ponderando por um lado o recuo das cotações da moeda norte-americana ante outras divisas e por outro preocupações com o equilíbrio fiscal no Brasil.
O dólar à vista encerrou a sessão em leve baixa de 0,10%, aos R$5,3345. Na semana, a divisa acumulou baixa de 0,08% e, no ano, queda de 13,67%. Às 17h44 na B3 o dólar para novembro – atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,01%, aos R$5,3785. Na quinta-feira, especulações de que o governo Lula estaria estudando a possibilidade de um programa federal para implementar a tarifa zero no transporte coletivo deram força às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e ao dólar ante o real. Nesta sexta-feira, até o início da tarde o dólar se manteve em alta no Brasil, ainda que contida, com investidores mantendo a cautela já vista na véspera em relação à política fiscal. O movimento ocorria a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana estar em queda ante boa parte das demais divisas, em meio à paralisação parcial do governo norte-americano, que congelou as divulgações de dados econômicos — como o relatório de empregos payroll, previsto para a manhã desta sexta. Às 12h10, o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$5,3625 (+0,42%). Durante a tarde, porém, as cotações se firmaram mais perto da estabilidade no Brasil, em um ambiente de liquidez reduzida e sem gatilhos para o mercado operar. Às 17h43 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,10%, a 97,724.
Reuters
Ibovespa fechou com alta discreta
O Ibovespa fechou com uma alta discreta na sexta-feira, com Embraer entre os suportes, após dados de entregas do terceiro trimestre, assim como WEG, que prevê começar a vender na Europa no início do próximo ano recarregadores de bateria de veículos elétricos fabricados naquela região.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,19%, a 144.217,59 pontos, de acordo com dados preliminares, chegando a 144.518,29 pontos na máxima do dia. Na mínima, registrou 143.675,62 pontos, pressionado por realização de lucros. Na semana, caiu 0,85%. O volume financeiro no pregão da sexta-feira somava R$14,4 bilhões antes dos ajustes finais.
Reuters
Produção da indústria do Brasil cresce mais que o esperado em agosto
A produção industrial brasileira cresceu mais do que o esperado em agosto depois de quatro meses de fraqueza, mesmo com a entrada em vigor das tarifas dos Estados Unidos e em meio a um cenário de juros elevados no país.
Em agosto, a indústria nacional registrou avanço de 0,8% em relação ao mês anterior, resultado que ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,3%. Esse foi o maior avanço mensal desde março, quando a produção das fábricas cresceu 1,7%. Nos quatro meses seguintes o setor apresentou queda da produção em três deles, sendo que em junho expandiu apenas 0,1%, e acumulou nesse período perda de 1,2%, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção teve recuo de 0,7%, contra expectativa de queda de 0,8%. De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a base de comparação depreciada é um fator importante para entender o resultado positivo na comparação com julho, bem como o perfil disseminado de taxas positivas. Macedo destacou ainda que houve menções nos questionários da pesquisa a impactos sobre a produção de alguns setores das tarifas norte-americanas sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor no início de agosto. “Isso a gente vê em madeira, estética, móveis e outros”, disse ele, afirmando, no entanto, que não é possível quantificar isso no resultado. “Como o setor industrial vai se comportar até o fim do ano temos que ver”, completou. Analistas consideram que os impactos do tarifaço sobre a atividade econômica brasileira como um todo devem ser moderados. Mas o setor industrial brasileiro, segundo economistas, tende a seguir mostrando falta de tração este ano diante dos efeitos da política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 15%, que dificulta o crédito e afeta decisões de investimentos. O levantamento do IBGE mostrou que 16 das 25 atividades industriais pesquisadas tiveram aumento de produção em agosto, maior espalhamento também desde março deste ano. As influências positivas de maior destaque foram exercidas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%). Entre as nove atividades que apontaram queda na produção, produtos químicos exerceram o principal impacto, com queda de 1,6%, interrompendo três meses consecutivos de crescimento. Entre as categorias econômicas, três das quatro apresentaram expansão em agosto — bens intermediários (1,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,6%). Bens de capital registraram recuo de 1,4%.
Reuters
EMPRESAS
Demanda em alta faz EUA importar cada vez mais carne, apesar de tarifas, diz dono da JBS
Um dos irmãos bilionários por trás da maior empresa de carnes do mundo disse que os EUA não estão produzindo carne bovina suficiente para satisfazer o apetite crescente do país por dietas ricas em proteínas, tornando-o mais dependente de proteínas.
“Os EUA enfrentam o maior preço da carne bovina da história e, portanto, é preciso importar cada vez mais porque a produção não é suficiente para atender à demanda”, disse Wesley Batista, cuja família fundou e controla a JBS do Brasil. O preço médio de meio quilo de carne moída atingiu o recorde de US$ 6,32 nas cidades dos EUA em agosto, um aumento de 13% em relação ao ano passado, de acordo com dados do Departamento do Trabalho. Apesar das tarifas abrangentes do “dia da libertação” anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, os EUA importaram 30% mais carne bovina no primeiro semestre do ano, em comparação com o ano anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. As importações de carne bovina brasileira aumentaram 91% no mesmo período, antes de cair novamente em agosto, depois que os EUA aumentaram as tarifas sobre produtos brasileiros de 10% para 50%. A JBS é a maior produtora de carne bovina dos EUA, com novas unidades no país. Os negócios mais amplos de carnes e alimentos do grupo nos EUA representaram metade de sua receita de US$ 77 bilhões em 2024. Batista, falando na conferência de consumidores da Rothschild em Londres no mês passado, disse que o uso crescente de medicamentos para perda de peso com GLP1 pode estar impulsionando uma demanda crescente por proteína. Usuários de GLP-1 são aconselhados a consumir bastante proteína para manter a densidade muscular. “Ninguém sabe exatamente qual é o impacto desses novos medicamentos, Ozempic ou Mounjaro…, mas algo está acontecendo porque a proteína em geral virou tendência”, disse Batista. “No passado… o médico disse que você não deveria comer [muitos] ovos, você não deveria comer muita proteína. Agora é o contrário.” Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Conselho Internacional de Informação Alimentar, uma organização sem fins lucrativos financiada pela indústria, descobriu que 71% dos entrevistados estavam tentando comer mais proteína, em comparação com 67% em 2023 e 59% em 2022. Batista, que foi presidente-executivo da JBS e agora faz parte do conselho, disse que as tarifas não estavam prejudicando a JBS porque a empresa produz a maior parte de sua carne bovina para o mercado americano internamente. “É claro que os produtos ainda estão ficando mais caros em alguns mercados, mas a demanda ainda é muito forte, especialmente nos EUA”, acrescentou. Larissa Alvarez, analista da empresa de serviços financeiros e comerciais StoneX, disse que o aumento nos preços da carne bovina nos EUA “é impulsionado principalmente pela redução da oferta de gado, com o menor rebanho desde a década de 1950”. As secas do oeste no sudeste dos Estados Unidos secaram as pastagens e forçaram os pecuaristas americanos a reduzirem seus rebanhos. Os preços recordes dos bezerros também levaram os pecuaristas a lucrarem em vez de criá-los. “[Isso] se combina com uma demanda internacional estruturalmente forte, dado o alto consumo per capita, já que o país é um dos maiores consumidores do mundo”, disse Alvarez. Controlada por Wesley e Joesley Batista, cujo pai fundou uma empresa há mais de 70 anos, a JBS cresceu de um matadouro provinciano para um titã da indústria global de alimentos. A empresa, que também é a segunda maior produtora de frango e carne suína dos EUA, começou a diversificar seus produtos para ovos, peixes, refeições prontas e produtos à base de plantas nos últimos anos. Os irmãos, que detêm um pouco menos da metade das ações da JBS, mas uma maioria significativa de seus direitos de voto, realizaram um sonho antigo de abrir o capital nos EUA ao transferir a principal plataforma de negociação da JBS de São Paulo para Nova York em junho, superando a forte oposição de ativistas ambientais. Desde então, as ações do grupo com sede em São Paulo subiram 3,5%, avaliando-o em US$ 15,9 bilhões. “Estamos trabalhando com produtores rurais em todos os lugares… para ajudá-los a produzir mais… com a mesma quantidade de terra, com a mesma quantidade de recursos”, disse Batista. Ele acrescentou que os produtores rurais americanos poderiam produzir a mesma quantidade de carne bovina com metade do rebanho que seus colegas brasileiros, graças à criação seletiva e à nutrição superior.
Financial Times/Valor Econômico
Seara lança emissão de até R$ 3 bilhões em CRA com garantia da JBS
Os recursos obtidos com a emissão serão destinados para aquisição de produtos agropecuários, principalmente milho
A Seara Alimentos, subsidiária da JBS, deu início a nova emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), em cinco séries, com valor unitário de R$ 1 mil, totalizando inicialmente R$ 3 bilhões. A operação foi estruturada pela Eco Securitizadora e está sujeita a lote adicional de até 25% do montante. Os CRA são lastreados em cinco Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPR-Financeiras) emitidas pela Seara, com garantia fidejussória da JBS S.A. e da JBS N.V. Segundo prospecto, os recursos obtidos com a emissão serão destinados integralmente à Seara para aquisição de produtos agropecuários, principalmente milho. As cinco séries apresentam prazos de vencimento distintos, que vão de sete a 13 anos, com remuneração que varia de 5,30% a 8% ao ano, conforme cada série. O CRA 1ª Série terá juros pagos semestralmente, enquanto a 3ª série prevê um período de carência de 192 meses, com pagamento da amortização em cinco parcelas anuais. As demais séries terão pagamento integral no vencimento, com remuneração semestral até a data final. A oferta é destinada a investidores qualificados e profissionais, com valor mínimo de investimento de R$ 1 mil por CRA. A negociação ocorrerá no mercado de balcão organizado da B3, sem formador de mercado contratado. A revenda dos papéis será restrita, podendo ser feita ao público em geral apenas seis meses após o término da oferta. O calendário prevê período de reservas entre 6 e 30 de outubro, fixação de preços em 31 de outubro, divulgação do resultado do rateio em 3 de novembro e liquidação em 5 de novembro, quando os investidores receberão a confirmação da compra e poderão iniciar a negociação dos títulos. A agência Moody’s atribuiu classificação preliminar “AAA.br(sf)” aos CRA em 29 de setembro, refletindo o perfil da oferta e o lastro fornecido pela Seara e garantido pela JBS. Os coordenadores da oferta são XP Investimentos, Itaú BBA, Bradesco BBI, BTG Pactual, BB-BI, Daycoval, Banco Safra e Genial, que atuarão sob o regime de “melhores esforços”.
Valor Econômico
Agtech lança programa com foco na produção sustentável de carnes e couro
Consórcio de Pecuária Intensiva Sustentável pode gerar bonificação de R$ 14 por animal
A agtech Produzindo Certo, que atua na estruturação de cadeias agropecuárias sustentáveis, acaba de lançar o Bov.IS, Consórcio de Pecuária Intensiva Sustentável. O programa vai ligar os elos das cadeias de carne bovina e do couro, com foco nas boas práticas de produção. O programa inclui módulos integrados à cadeia dos frigoríficos e rastreabilidade total dos animais, que podem gerar ganhos aos pecuaristas. Além da premiação que pode chegar a R$ 14 por animal, há melhoria nos indicadores de produtividade, redução da pegada de carbono e evolução genética e nutricional dos rebanhos. Inicialmente, o Bov.IS será implementado em Mato Grosso e Pará, com 15 propriedades e 50 mil animais por módulo, ampliando gradualmente. “Após a fase inicial, que compreende os três primeiros anos de validação da metodologia, a expectativa é expandir para diferentes regiões do Brasil, respondendo à crescente demanda global por carne e couro com origem rastreada e sustentável”, destacou, em nota Charton Locks, Diretor de Operações da Produzindo Certo. Entre as principais metas, o Bov.IS espera alcançar 45 pecuaristas no primeiro ano e 125 mil hectares de pastagens sob gestão do programa, com a recuperação e intensificação de pelo menos 5 mil hectares. Ao fim de três anos, a expectativa é que os pecuaristas tenham aumento de 25% na taxa de lotação das propriedades e redução de 50% na pegada de carbono por cada arroba produzida. Para participar da iniciativa, o pecuarista deve se comprometer a adotar três práticas obrigatórias do programa. São elas: rastreabilidade de 100% do rebanho, realização de checagens do status socioambiental na comercialização do animal e desmatamento zero na propriedade a partir de 31 de dezembro de 2020, conforme estabelece a lei antidesmatamento da União Europeia. De acordo com a Produzindo Certo, o produtor não terá custo para implementar as boas práticas. Elas serão financiadas pelo consórcio de acordo com a necessidade de cada propriedade, e o valor será descontado da bonificação a ser recebida. A meta é que, após o primeiro ano, os créditos de carne e couro estejam disponíveis para redes varejistas e marcas que utilizam couro brasileiro, integrando-os às suas políticas ESG e garantindo repasse de valor aos produtores.
Globo Rural
CLIMA
Resfriamento no Pacífico avança, mas fenômeno La Niña ainda não está configurado
Os levantamentos mais recentes da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) indicam um avanço nas condições para a formação do fenômeno La Niña.
Desde o início do ano, a agência americana aponta o predomínio de uma fase de neutralidade, ou seja, sem a atuação do El Niño (aquecimento do Pacífico) ou do La Niña (resfriamento). Como resultado, as estações do ano se manifestaram de forma mais definida no Brasil. O inverno, por exemplo, foi rigoroso, com registros de neve na região Sul e múltiplas ocorrências de geadas no Sul e Sudeste do país. Contudo, ao longo dos últimos meses, observou-se uma evolução em direção a uma condição de La Niña. Essa situação, no entanto, ainda não se concretizou e não demonstra uma atuação clara sobre o clima do Brasil. As probabilidades de ocorrência do fenômeno, que eram de pouco mais de 50% em setembro, aumentaram para cerca de 60% em outubro, devendo se manter nesse patamar até dezembro. “O Pacífico Equatorial está esfriando, mas são necessários cinco meses móveis para o fenômeno se concretizar. O que vemos, neste momento, é a formação de um La Niña, uma condição que, se ocorrer, terá maior atuação durante o verão. Por enquanto, a previsão indica que será de baixa intensidade e de forma rápida”, comenta Barbara Sentelhas, meteorologista e CEO da Agrymet. A meteorologista acrescenta que, além do Pacífico, outro oceano influencia o cenário: o Índico. Ele está em fase de Dipolo Negativo, condição em que a água mais quente se concentra no Leste e a mais fria no Oeste. Segundo ela, a combinação dessas duas condições tende a atrasar o regime de chuvas no Brasil. Denis Garcia, meteorologista da Meteored, complementa a análise, apontando que as temperaturas do Oceano Atlântico também contribuem para o menor volume de precipitações neste início de outubro. “As áreas mais próximas da costa do Nordeste estão com temperaturas dentro da média, o que dificulta a chegada de umidade para a região e para parte do Norte do país. Por outro lado, na região Sul, o oceano está mais quente, o que favorece a formação de um corredor de umidade nos estados sulistas. Portanto, ainda não temos uma influência clara do La Niña, e se ela vier a ocorrer, seus efeitos serão mais sentidos no final de dezembro e início de janeiro”, analisa o especialista. De forma geral, o consenso entre os meteorologistas é que a ausência de chuvas significativas, especialmente no Brasil Central, deve persistir até a segunda quinzena de outubro. A partir desse período, espera-se que as chuvas retornem de forma mais generalizada, criando condições favoráveis para o plantio da soja. Contudo, mapas de anomalia de precipitação do Inmet alertam que, mesmo com a regularização das chuvas, algumas localidades ainda poderão registrar volumes abaixo da média histórica.
Notícias Agrícolas
INTERNACIONAL
Índice de Preços de Alimentos da FAO cai 0,69% em setembro
Milho, arroz e trigo tiveram redução nos preços, enquanto as carnes têm alta recorde
O Índice de Preços de Alimentos da FAO registrou média de 128,8 pontos em setembro de 2025, ligeiramente abaixo do nível de agosto, de 129,7 pontos. A queda, de 0,69%, refletiu recuos nos subíndices de cereais, lácteos, açúcar e óleos vegetais, que superaram a alta observada na carne. Apesar da retração mensal, o índice segue 3,4% acima de setembro de 2024, mas ainda está 19,6% abaixo do pico alcançado em março de 2022. Nos cereais, o indicador ficou em 105 pontos, 0,6% menor que em agosto e 7,5% inferior ao de um ano antes. O trigo recuou pelo terceiro mês consecutivo, pressionado pela fraca demanda internacional e pelas colheitas abundantes na Rússia, Europa e América do Norte. O milho também perdeu força diante das projeções de oferta elevada no Brasil e nos Estados Unidos, além da suspensão temporária do imposto de exportação na Argentina. Em contrapartida, cevada e sorgo registraram altas, enquanto o arroz cedeu 0,5%, pressionado pela ampla oferta exportável e pela menor demanda de países como Filipinas e mercados africanos. No caso dos óleos vegetais, o índice ficou em 167,9 pontos, queda de 0,7% no mês, mas ainda 18% acima do registrado em setembro de 2024. O recuo foi puxado por menores cotações de óleo de palma e de soja, que superaram as altas nos óleos de girassol e colza. O óleo de palma caiu diante do aumento inesperado dos estoques da Malásia, no maior nível em 20 meses, enquanto o óleo de soja recuou pela segunda vez consecutiva, refletindo maior disponibilidade da Argentina após a suspensão temporária dos tributos de exportação. Já o índice do açúcar caiu para 99,4 pontos, retração de 4,1% em relação a agosto e de 21,3% na comparação anual, atingindo o menor patamar desde março de 2021. A queda foi impulsionada pela produção acima do esperado no Brasil, com moagem robusta e maior destinação da cana ao açúcar nas regiões produtoras do Sul. Colheitas promissoras na Índia e na Tailândia também aumentaram a pressão baixista, após chuvas favoráveis de monção e expansão da área plantada. Na contramão, o índice de carnes avançou para 127,8 pontos, alta de 0,7% no mês e de 6,6% em relação a setembro de 2024, atingindo um recorde. A valorização foi puxada pelas carnes bovina e ovina. Nos Estados Unidos, a forte demanda e a limitação da oferta doméstica impulsionaram as importações, sobretudo da Austrália, onde os preços também subiram. O Brasil registrou alta nas cotações da carne bovina, sustentada pelo apetite externo, apesar das tarifas adicionais impostas pelo mercado norte-americano. Já os preços da carne ovina dispararam, apoiados na forte procura global e na oferta restrita da Oceania. As carnes suína e de frango permaneceram estáveis, mesmo diante de tarifas chinesas sobre a carne suína europeia e de restrições pontuais ligadas à gripe aviária. O índice de lácteos recuou 2,6% em setembro, para 148,3 pontos, na terceira baixa mensal consecutiva, embora ainda esteja quase 9% acima do registrado em 2024. O declínio foi puxado pela manteiga, que caiu 7%, pelo leite em pó desnatado, com queda de 4,3%, e pelo leite em pó integral, que recuou 3,1%, enquanto o queijo cedeu apenas de forma marginal. A redução da manteiga refletiu o aumento sazonal da oferta de creme com o fim da temporada de sorvetes no Hemisfério Norte e expectativas de maior produção na Nova Zelândia.
O Estado de São Paulo/Agro
FRANGOS & SUÍNOS
Frango/Cepea: Setor segue à espera de um possível retorno dos envios à China
A China ainda não retomou as compras de carne de frango brasileira – as aquisições estão suspensas desde meados de maio, quando foi registrado um caso de gripe aviária em uma granja comercial do RS –, mas o setor avícola nacional está otimista e à espera de boas notícias nas próximas semanas, apontam pesquisadores do Cepea.
Vale lembrar que representantes chineses estiveram no Brasil na segunda quinzena de setembro avaliando a forma que o País administrou a ocorrência do caso da gripe aviária. Dados da Secex mostram que, de janeiro a maio, a média mensal de exportação de carne à China era de 45,65 mil de toneladas, quantidade que representava, em média, 10% do total escoado pelo Brasil. Já em junho, julho e agosto, a média de escoamento ao país asiático caiu para 191 toneladas, passando a representar apenas 0,05% dos embarques nacionais nesse período. Pesquisadores do Cepea indicam que, caso a China – único país que mantém o embargo sobre a proteína brasileira – retome as compras por aqui, o Brasil está preparado para ofertar carne de frango o suficiente para atender ao país asiático sem comprometer a disponibilidade doméstica e nem impulsionar os valores internos da proteína.
Cepea
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