
Ano 11 | nº 2555 | 18 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Queda na cotação do boi gordo em São Paulo
O mercado abriu com queda de R$3,00/@ para todas as categorias.
Assim, o boi gordo sem padrão exportação agora vale R$ 307/@ na praça de São Paulo, enquanto o “boi-China” caiu para R$ 312/@, de acordo com os dados da Scot. Por sua vez, a vaca e a novilha agora são negociadas no mercado paulista por R$ 280/@ e R$ 295/@, respectivamente. O alongamento das escalas, durante a semana passada e retrasada, aproveitando a boa oferta de bovinos, permitiu aos compradores conforto nas compras durante essa semana e que pudessem especular mais. Salienta-se que existem ofertas de compra abaixo da referência, mas com pouca comercialização até agora. No cenário internacional, o preço da tonelada da carne bovina in natura exportada durante a semana passada foi de US$5699,7/t, a segunda melhor semana em preço desde o começo do ano e, no acumulado mensal, o preço médio é de US$5617,4/t. Mesmo com o aumento do preço em dólar, a margem das indústrias com a exportação diminuiu ligeiramente em comparação com o início de agosto, na casa dos R$1,2 mil por tonelada, motivada pela valorização do real frente ao dólar. As escalas de abate estavam, em média, para dez dias. Na região Oeste do Maranhão, A oferta de bovinos aumentou, o que permitiu às indústrias alongarem as escalas e, com isso, a cotação do boi gordo caiu R$3,00/@. A cotação das fêmeas permaneceu estável. As escalas de abate atendiam, em média, a 12 dias. No Sudeste de Rondônia, a oferta de bovinos não estava em bons níveis, embora de ontem para hoje o volume tenha aumentado. Algumas indústrias que conseguiram alongar as escalas foram por conta de contratos a termo. O escoamento de carne não estava dos melhores. Nesse sentido, o preço de todas as categorias permaneceu o mesmo, com exceção do “boi China”, que caiu R$2,00/@. As escalas de abate estavam, em média, para 13 dias.
Scot Consultoria
Pressão da indústria continua, mas exportações em altos níveis segura baixas mais contundentes
O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com pressão baixista no decorrer da semana.
Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curtíssimo prazo. Isso acontece em virtude da posição mais confortável das escalas de abate que, para muitas indústrias, já está definida ao longo do mês. “A incidência de animais de parceria, contratos a termo, é um elemento importantíssimo para entender este comportamento. Como contraponto, mais uma vez precisa ser mencionada as exportações, em um desempenho bastante contundente em 2025, caminhando para um recorde histórico, em volume e principalmente em receita”, disse. Preços médios da arroba do boi: São Paulo: R$ 305,50 — ontem: R$ 306,83. Goiás: R$ 291,43 — R$ 291,79. Minas Gerais: R$ 288,24 — estável. Mato Grosso do Sul: R$ 320,55 — R$ 320,82. Mato Grosso: R$ 299,26 — R$ 300,41. O mercado atacadista se depara com preços acomodados para a carne bovina. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios volta a sugerir pela queda das cotações no curto prazo, considerando o arrefecimento do consumo durante a segunda quinzena do mês, período pautado por menor apelo ao consumo. “Além disso, apesar da recente alta, a carne de frango ainda conta com a preferência da maior parcela da população brasileira, em especial das famílias que contam com menor renda (entre um a dois salários-mínimos)”, diz. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 24,10 por quilo; o traseiro segue cotado a R$ 18,00 por quilo; e a ponta de agulha se mantém no patamar de R$ 17,10, por quilo.
Olhar alerta/Safras News
Abates de bovinos no Brasil vão crescer em 2025 antes de queda em 2026, prevê Datagro
Os abates de bovinos no Brasil em 2025 deverão superar 40,8 milhões de cabeças, crescimento de 2,9% na comparação com o ano passado, projetou nesta quarta-feira a consultoria Datagro, durante evento em São Paulo.
O crescimento está sendo impulsionado pela forte demanda nas exportações, previstas em recordes em 2025, em momento em que o setor direciona mais fêmeas para os abates, o que pode se refletir em uma oferta menor de animais nos próximos anos no maior exportador global de carne bovina. “No ano (2025), deve chegar perto de máximas históricas, mas muito impulsionado pelo abate de fêmeas”, disse o analista da Datagro Guilherme Jank, em apresentação. Para 2026, a projeção da Datagro de abates indica uma queda de mais de 9% na comparação com 2025, a 37,1 milhões de cabeças, após forte crescimento nos últimos anos. Entre 2023 e 2024, os abates de bovinos no Brasil aumentaram 16,4% para cerca de 39,7 milhões de cabeças, segundo números da Datagro. O consumo de carne bovina no Brasil em 2025 deverá cair 3,9% ante 2024 e ter nova queda em 2026, de 9,4%. Já as exportações deverão aumentar 7,7% em 2025 ante 2024. Em 2025, do total líquido da produção brasileira, 37,1% terão como destino a exportação, versus 34,6% em 2024. Em 2026, a parcela prevista para embarques ao exterior é de 39,3%, segundo números da Datagro.
Reuters
ECONOMIA
BC mantém Selic em 15% pela segunda vez consecutiva
Decisão foi unânime
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano na reunião da quarta-feira. É a segunda reunião consecutiva em que o colegiado mantém o patamar da taxa Selic, após ter conduzido um ciclo que elevou a Selic de 10,50% a 15% entre setembro de 2024 e junho deste ano. A decisão foi unânime. Os membros do colegiado têm acompanhado a evolução de indicadores de inflação, expectativas, mercado de trabalho e da economia global para conduzir a política monetária. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, caiu 0,11% em agosto e o resultado do acumulado em 12 meses ficou em 5,13%. A meta de inflação é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo. As expectativas de inflação coletadas no relatório Focus para o ano de 2025 diminuíram desde a reunião anterior do Copom. Na última semana de julho, a mediana estava em 5,10% e passou para 4,83% na edição da Focus desta semana. Já para 2026 passou de 4,45% para 4,30% e para 2027 de 4% para 3,9%. Outro indicador acompanhado pelo Copom é a taxa de desemprego, que caiu para o menor patamar da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa chegou a 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), por outro lado, apontou para um arrefecimento em julho, com o terceiro mês seguido de queda. O indicador mostrou quedas em todas as aberturas: agropecuária, indústria, serviços, impostos e ex-agropecuária. Já no cenário internacional, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) cortou a taxa de juros em 0,25 pontos percentuais (p.p.), levando para a faixa de 4% a 4,25%. A decisão foi por 11 votos a 1. O único diretor a votar diferente foi Stephan Miram, recém-indicador por Trump que votou por um corte de 0,50 p.p.
Valor Econômico
Brasil mantém 2º lugar no ranking dos países com maiores juros reais
Taxa brasileira só não supera a da Turquia e fica à frente de Argentina, África do Sul e Rússia. Número caiu de 9,76% ao ano, dado do levantamento feito em julho, para 9,51% ao ano dê um conteúdo
Com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, o Brasil segue na segunda posição no ranking mundial de juros reais (descontada a inflação), abaixo apenas da Turquia. A taxa real brasileira caiu de 9,76% ao ano, dado do levantamento feito em julho, para 9,51% ao ano. Na Turquia, os juros reais subiram de 10,08% para 12,34% ao ano no mesmo período. Nesta quarta-feira (17), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica em 15% ao ano. O Brasil possui juros reais mais elevados que Rússia (4,79%), Colômbia (4,38%) e México (3,77%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou e pela Lev Intelligence, que estimaram uma taxa média de 1,45% ao ano em 40 países, mais baixa que o 1,66% de julho deste ano. O número brasileiro é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses —de 4,45%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central, no caso do Brasil— e dos juros de mercado de 12 meses à frente. Em termos nominais, a taxa brasileira permaneceu no quarto lugar, abaixo de Turquia (40,5%), Argentina (29%) e Rússia (17%), mas acima de Colômbia (9,25%), México (7,75%) e África do Sul (7%).
Folha de SP
Dólar termina estável após oscilar abaixo dos R$5,28 com corte de juros nos EUA
O dólar chegou a oscilar abaixo dos R$5,28 na tarde da quarta-feira após o Federal Reserve anunciar o aguardado corte de juros nos EUA, mas a divisa recuperou fôlego antes de fechar a sessão praticamente estável, novamente acima dos R$5,30.
A moeda norte-americana à vista fechou com leve alta de 0,06%, aos R$5,3019, interrompendo uma sequência de cinco sessões consecutivas de queda. Em 2025, o dólar acumula baixa de 14,19%. Às 17h03 na B3 o dólar para outubro — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,02%, aos R$5,3145. O dólar teve oscilações contidas no Brasil até a metade da tarde, com investidores mantendo posições antes da decisão do Fed sobre juros. Às 15h a instituição anunciou corte de 25 pontos-base de sua taxa de referência, para o intervalo de 4% a 4,25%, e indicou mais duas reduções de mesma magnitude até o fim deste ano. Mais do que o corte, largamente esperado, a indicação de que as taxas continuarão a cair este ano pesou sobre as cotações do dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Após registrar a cotação máxima intradia de R$5,3145 (+0,30%) às 13h55, antes do anúncio do Fed, o dólar à vista cedeu à mínima de R$5,2762 (-0,42%) às 15h09, logo após a decisão. O movimento, no entanto, não se sustentou e a divisa se reaproximou da estabilidade até o fechamento. Definida a taxa de juros nos EUA, os agentes aguardam agora pela decisão do Banco Central do Brasil sobre a Selic, a ser divulgada após as 18h30. A expectativa é de que o BC mantenha a taxa em 15% ao ano. Mais do que a decisão em si, os agentes estarão atentos à comunicação do colegiado, que poderá dar pistas sobre quando a Selic começará a cair no Brasil. Profissionais ouvidos pela Reuters têm ponderado que o diferencial de juros entre Brasil e EUA — que se alargou com a decisão desta quarta-feira do Fed — tem sido um fator importante para a queda recente do dólar ante o real. “O Fed cortou os juros em linha com as expectativas do mercado, mas certamente foi mais dovish que o esperado, com os membros esperando mais dois cortes de 25 bps esse ano”, disse Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, em comentário escrito. “A tendência de dólar fraco deve continuar com os juros mais baixos à frente, o que é extremamente positivo para os mercados emergentes”, acrescentou.
Reuters
Ibovespa marca 3ª sessão de recorde duplo e encerra acima dos 145mil pontos pela 1ª vez
Segundo participantes do mercado, a perda de tração após a máxima histórica intradiária acima de 146 mil pontos parece ter sido mais um movimento de correção do que uma reação ao discurso de Powell
Embalado pela confirmação do tão esperado corte de 0,25 ponto percentual dos juros americanos hoje, o Ibovespa renovou – pela terceira sessão seguida – recorde duplo. Na máxima intradiária, o índice tocou os 146.331 pontos, mas devolveu parte dos ganhos durante o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell. No fim do dia, o índice encerrou com alta de 1,06%, aos 145.594 pontos, distante da mínima de 143.910 pontos. Segundo participantes do mercado, a perda de tração durante a tarde parece ter sido mais uma correção do que uma reação ao discurso de Powell. Em sua fala, o presidente do Fed definiu o corte como uma “contenção de riscos” e afirmou que não houve apoio amplo para uma redução de 0,50 ponto.
Valor Econômico
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$114 milhões em setembro até dia 12, diz BC
O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$114 milhões em setembro até o dia 12, em movimento puxado pela via comercial, informou nesta quarta-feira o Banco Central.
Os dados mais recentes são preliminares e fazem parte das estatísticas referentes ao câmbio contratado. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$169 milhões em setembro até o dia 12. Por este canal são realizados os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, as remessas de lucro e o pagamento de juros, entre outras operações. Pelo canal comercial, o saldo de setembro até o dia 12 foi positivo em US$282 milhões. Na semana passada, de 8 a 12 de setembro, o fluxo cambial total foi negativo em US$163 milhões. No acumulado do ano até 12 de setembro, o Brasil registra fluxo cambial total negativo de US$17,036 bilhões.
Reuters
Produção agropecuária deve crescer e atingir R$ 1,4 trilhão em 2025
Projeção do Ministério da Agricultura aponta alta de 11,3% sobre 2024, com lavouras respondendo por dois terços do total
O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária em 2025 deve atingir R$ 1,406 trilhão, prevê o Ministério da Agricultura. O número fica acima dos R$ 1,404 trilhão estimado pela pasta no mês passado. Em relação a 2024, há crescimento de 11,3%, destaca a pasta. Para 2024, o ministério também revisou sua projeção de R$ 1,261 trilhão para R$ 1,263 trilhão, aumento de 1,1% ante o ano anterior. As projeções constam de boletim mensal da Secretaria de Política Agrícola do Ministério. Os dados foram compilados pelo Broadcast Agro. O VBP é o faturamento bruto dos estabelecimentos rurais, considerando a produção agrícola e pecuária e a média de preços recebidos pelos produtores rurais de todo o País. Do total previsto para 2025, R$ 928,075 bilhões devem vir das lavouras, equivalente a 66% do total e incremento estimado de 10,8% ante 2024. Outros R$ 478,080 bilhões estão relacionados à produção pecuária, correspondente a 34% do total e alta de 12,3% em comparação com o ano passado. Em 2024, conforme projeções do ministério, o VBP agrícola recuou 3% e o da pecuária cresceu 10,4%. Na agricultura, o maior crescimento de VBP, de 47,2%, é projetado para as lavouras de café, somando R$ 115,278 bilhões neste ano. Entre as principais culturas com participação no VBP, as lavouras de soja devem apresentar faturamento bruto 8,8% maior, para R$ 322,172 bilhões, enquanto o VBP do milho é estimado em R$ 164,681 bilhões, incremento anual de 32,4%. A receita bruta obtida com a produção de trigo deve somar R$ 10,840 bilhões, alta anual de 3,8%. O faturamento das lavouras de cana-de-açúcar, por sua vez, deve cair 1,3%, estima o ministério, para R$ 117,909 bilhões, enquanto o faturamento bruto das lavouras de laranja deve recuar 17,9%, para R$ 23,073 bilhões. O VBP das lavouras de algodão é estimado em R$ 36,639 bilhões, alta anual de 8,4%. As previsões apontam para crescimento de 21,1% do VBP do cacau, para R$ 13,310 bilhões. Já o VBP das lavouras de arroz e feijão deve recuar, respectivamente, 10,2% e 15,9%. O faturamento bruto da produção de arroz deste ano é estimado em R$ 22,215 bilhões. A receita bruta do cultivo de feijão é projetada em R$ 12,367 bilhões. Na pecuária, o maior crescimento deve ser observado na cadeia de bovinos, com aumento estimado de 20,5%, para um VBP projetado em R$ 204,168 bilhões. A produção bovina continua liderando o faturamento bruto da pecuária. O valor bruto da cadeia de suínos deve avançar 9,6%, para R$ 60,932 bilhões, enquanto o faturamento bruto da produção de frangos é projetado 4,7% acima do ano anterior, para R$ 111,096 bilhões. A receita bruta obtida com a produção de leite deve aumentar 5,2%, para R$ 71,514 bilhões. A produção de ovos deve apresentar VBP 14,1% maior, para R$ 30,370 bilhões. O VBP é projetado mensalmente pelo ministério. O número é calculado pelo cruzamento das informações de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos preços coletados nas principais fontes oficiais. O estudo da pasta abrange 19 cadeias da agricultura e cinco atividades pecuárias.
O Estado de São Paulo/Agro
EMPRESAS
“Não viramos as costas para o mercado interno (de carne bovina)”, diz CEO do Frigorífico Estrela
Representantes de frigoríficos brasileiros presentes no 5º Fórum Pecuária Brasil disseram acreditar na continuidade da força da demanda doméstica da proteína
Nos últimos anos, especialmente em 2025, o setor brasileiro de exportação de carne bovina in natura tornou-se a “menina dos olhos” entre os agentes do mercado pecuário, a ponto de ofuscar o brilho do segmento doméstico, para onde ainda é direcionado em torno de 70% de toda a produção. No entanto, executivos de importantes frigoríficos brasileiros presentes no 50 Fórum Pecuária Brasil — promovido pela Datagro e realizado na quarta-feira (17/9) na capital paulista — disseram acreditar na continuidade da força da demanda interna de carne bovina, apesar dos altos e baixos do setor nos últimos anos e, paralelamente, da crescente procura internacional pela proteína nacional. “O Estrela não virou as costas para o mercado interno”, afirmou Pedro Bordon, CEO do Frigorífico Estrela, durante as rodas de conversa promovidas durante o evento — ele ocupou cadeira ao lado de Alisson Navarro (diretor da MBRF), Eduardo Pedroso (diretor do Friboi/JBS) e Mariana Inocente (International Trader da Ramax. Segundo Bordon, o mercado doméstico continuará sendo um canal de escoamento muito importante para as indústrias brasileiras de carne. “O Estrela tem uma participação muito grande no mercado brasileiro, temos uma marca forte aqui, mas também não deixamos de olhar para a exportação, visando capturar oportunidades crescentes de demanda”, destacou. Na avaliação de Alisson Navarro, diretor da “nova” MBRF — fusão entre Marfrig e BRF —, a demanda interna de carne bovina continuará firme em 2026, apoiada pela melhoria de indicadores da economia, como a redução na taxa de desemprego. Navarro acredita que a relação entre demanda doméstica e internacional pela proteína bovina brasileira se manterá próxima da atual proporção de 70%-30%. Segundo o executivo, existe uma correlação entre mercado externo e interno. Ou seja, quando o volume exportado pelo Brasil cresce muito, o mercado interno tende a pagar melhor pela carne bovina, superando os valores oferecidos por outros compradores internacionais — no caso, alguns países do Oriente Médio e do Sudeste Asiático. “A gente vê o mercado interno com poder para seguir comprando e pagando bem nos próximos anos”, afirma Navarro.
Portal DBO
GOVERNO
Mapa anuncia abertura de mercado para bovinos e bubalinos vivos do Brasil para o Togo
Em 2024, o Togo importou US$ 173 milhões em produtos agropecuários brasileiros, informa o Ministério da Agricultura e Pecuária
O governo brasileiro informa que as autoridades sanitárias do Togo concederam autorização para a exportação de bovinos e bubalinos vivos do Brasil para aquele país. Em 2024, o Togo importou US$ 173 milhões em produtos agropecuários brasileiros, com destaque para produtos do complexo sucroalcooleiro, carnes e pescados. A abertura fortalece as relações comerciais bilaterais e amplia a possibilidade de inserção de produtos brasileiros na África Ocidental, uma vez que o Porto de Lomé, capital do país, está entre os 100 maiores do mundo em volume de contêineres e opera como um “hub” logístico na região. O agronegócio brasileiro alcança 437 aberturas de mercado desde 2023, em 72 destinos. Tais resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Mapa
Desembolso de crédito rural caiu 23% no 1º bimestre do Plano Safra
No período, foram concedidos R$ 93,6 bilhões aos produtores, de acordo com dados do Banco Central; redução nas operações de investimento foi de 54%. Segundo ministro Carlos Fávaro, linhas de renegociação de dívidas rurais vão dar novo fôlego para a contratação de crédito no país
O desembolso do crédito rural segue em queda no Plano Safra 25/26. Nos dois primeiros meses da temporada, o acesso caiu 23% na comparação com igual período do ciclo anterior. Foram concedidos R$ 93,6 bilhões, abaixo dos R$ 115,8 bilhões entre julho e agosto de 2024. Os valores consideram a emissão de Cédulas de Produto Rural (CPRs), que cresceram 4% no período, para R$ 33,1 bilhões, segundo análise preliminar do Ministério da Agricultura com base em dados do Banco Central. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, admitiu o desempenho aquém do esperado para o Plano Safra 25/26. Em entrevista ontem ao programa “Bom dia, ministro”, ele disse que as linhas de renegociação de dívidas previstas na Medida Provisória 1.314/2025 vão dar novo fôlego para a contratação de crédito rural no país. Na avaliação do ministro, as instituições financeiras estão mais cautelosas na concessão de financiamentos rurais por conta do cenário de inadimplência e do crescimento do número de pedidos de recuperação judicial. “Uma alta inadimplência de produtores, geradas por variações de preços dos produtos agrícolas aliada a intempéries, uma onda de recuperações judiciais, algumas inconcebíveis (…) O banco só quer emprestar com alienação fiduciária, dificultou muito”, afirmou Carlos Fávaro durante a entrevista. Segundo ele, a inadimplência também afetou a capacidade das instituições financeiras de captarem novos recursos para emprestar. “As instituições tiveram que lançar prejuízo pela inadimplência, diminuindo a capacidade de alavancagem para tomar recursos e emprestar para produtores”, acrescentou. “Com isso [a renegociação], deve voltar à normalidade o Plano Safra. São 10 anos para repactuar e pagar as dívidas que vinham atrapalhando a performance do Plano Safra”, afirmou. No primeiro bimestre da safra 2025/26, o desembolso nas operações de investimento caiu 54%, para R$ 8 bilhões. As quedas mais acentuadas foram entre grandes (63%) e médios produtores (61%). O número de contratos nessa modalidade foi 33% menor do que no mesmo período do ciclo anterior. A aplicação está menor em todas as linhas de investimentos com recursos equalizáveis, com destaque para o Moderfrota, destinado à compra de máquinas e equipamentos. O desembolso caiu 77% entre julho e agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2024. Foram desembolsados apenas R$ 469 milhões — um ano antes, foram R$ 2 bilhões. A programação total para a linha é de R$ 12,5 bilhões nesta temporada. As contratações de custeio recuaram 22%, para R$ 41,6 bilhões, e as de comercialização, 37%, para R$ 4,3 bilhões. Houve alta de 10% nos empréstimos para industrialização (R$ 6,3 bilhões). Ao considerar apenas as linhas de crédito tradicionais do Plano Safra, sem as CPRs, o desempenho foi 28% inferior ao do ano passado nesses dois meses, de R$ 60,4 bilhões contra R$ 83,8 bilhões no início do ciclo 2024/25. O principal recuo foi entre grandes produtores (35%). O financiamento pelas linhas tradicionais do crédito rural para pequenos e médios também caiu 17% e 18%, respectivamente, no período. O número de contratos recuou 28%, para 308,7 mil. Um relatório do Ministério da Agricultura mostra que outros R$ 22,3 bilhões em financiamentos rurais foram contratados entre julho e agosto deste ano, mas ainda não foram liberados, pois há um prazo para o desembolso do dinheiro pelas instituições financeiras. Se confirmados, os valores chegarão a R$ 115,9 bilhões, desempenho semelhante ao consolidado do primeiro bimestre da safra 2024/25. A Pasta também divulgou o balanço definitivo dos dados referentes ao desempenho do crédito rural em julho, por conta da atualização de desembolsos ao longo de agosto. Na análise, a Pasta constatou recuo de 7% nos valores acessados pelos produtores no primeiro mês do Plano Safra 2025/26 pelas linhas tradicionais e por CPRs. A soma ficou em R$ 44,6 bilhões, abaixo dos R$ 48,1 bilhões concedidos em julho de 2024.
Globo Rural
CARNES
Custos de produção de suínos voltam a subir após três meses de queda; frangos de corte registram quarta redução consecutiva
Os custos de produção de suínos voltaram a subir em agosto, depois de três meses de queda, no principal estado produtor do país. Já os custos para produção de frango de corte registraram a quarta redução consecutiva, conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves, por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), disponível em embrapa.br/suínos-e-aves/cias.
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,24 em agosto, alta de 1,82% em relação ao mês anterior. No acumulado de 2025, o ICPSuíno também passou a registrar aumento (0,52%). Em 12 meses, a variação é de 5,69%, com o índice atingindo 356,93 pontos em agosto. A ração, responsável por 70,76% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 2,22% no mês. No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte apresentou leve redução (-0,09%) em agosto frente a julho, passando para R$ 4,59, o menor valor desde agosto de 2024. No acumulado de 2025, a variação é de -4,09%. Já no comparativo de 12 meses o índice registra alta de 1,47%, com o ICPFrango atingindo 355,49 pontos em agosto. A ração, que representa 63,98% do custo total, caiu 0,13% no mês e acumula retração de 8,65% em 2025. Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de GO, MG, MT e RS, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.
Embrapa Suínos e Aves
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