Ano 11 | nº 2549 | 10 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Quedas nas cotações do boi gordo em São Paulo
Com as altas registradas no final de agosto e início de setembro, a ponta vendedora ganhou espaço e aumentou a oferta. Com isso, os frigoríficos alongaram suas escalas e se posicionaram de forma confortável.
Após a queda de preço na segunda-feira (8/9), o mercado paulista abriu com baixa de R$ 3/@ para a novilha gorda e recuou R$ 2/@ para o “boi-China”, agora negociados em R$ 300/@ e R$ 315/@ (valores brutos, no prazo), respectivamente, de acordo com o levantamento da Scot. Por sua vez, a cotação do boi gordo “comum” segue em R$ 312/@ nos balcões de São Paulo, enquanto a vaca gorda é vendida por R$ 285/@. Entre as indústrias paulistas, a escala de abate está atendendo, em média, a 11 dias, acrescentou a Scot. Com as altas registradas no final de agosto e início de setembro, a ponta vendedora ganhou espaço e aumentou a oferta. Com isso, os frigoríficos alongaram suas escalas e se posicionaram de forma confortável. Além disso, o escoamento de carne melhorou, mas não foi suficiente para sustentar o mercado. Diante desse cenário, o mercado abriu em queda para a novilha e para o “boi China”. A escala de abate atendia, em média, a 11 dias. Em Roraima, o estado passou a integrar o monitoramento diário do Tem Boi na Linha. O rebanho local supera 1,1 milhão de cabeças, sendo que a maior parte da produção é destinada ao abastecimento do próprio estado. Contudo, existe uma parcela da produção que é exportada para estados vizinhos, como o Amazonas, e destinada ao mercado externo, com destino quase exclusivo para a Guiana. No Espírito Santo, com escalas de abate mais curtas e menor oferta de bovinos jovens, o mercado havia iniciado o dia com valorização para o “boi China”, enquanto as demais categorias permaneceram estáveis na comparação diária. Na exportação de carne bovina in natura até a primeira semana de setembro, o volume exportado foi de 78,3 mil toneladas, com uma média diária de 15,6 mil toneladas, aumento de 30,8% frente ao embarcado por dia no mesmo período de 2024. A cotação média da tonelada ficou em US$5,6 mil, alta de 23,1% na comparação feita ano a ano.
Scot Consultoria
Boi gordo: exportações de carne impactaram a arroba
Embarques em alto nível têm sustentado cotações mesmo em ambiente de escalas de abate cheias
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com preços acomodados, com manutenção do padrão dos negócios em grande parte do país. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos de maior porte ainda dispõem de boa incidência de animais de parceria (contratos a termo), além da utilização de confinamentos próprios. “Exportações seguem como o grande destaque da atual temporada, com forte ritmo de embarques nas últimas semanas, e destaque para as vendas com destino ao México e para a China”, diz. Preços da arroba do boi: São Paulo: R$ 311,42. Goiás: R$ 303,57. Minas Gerais: R$ 298,24. Mato Grosso do Sul: R$ 319,89. Mato Grosso: R$ 309,66. O mercado atacadista iniciou a semana com preços firmes e perspectiva positiva para a primeira quinzena do mês, com a entrada da massa salarial na economia impulsionando o consumo. O quarto traseiro do boi ainda é precificado a R$ 24 por quilo; o dianteiro a R$ 18,10 por quilo; e a ponta de agulha cotada a R$ 17,10 por quilo. As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 435,206 milhões em setembro até o momento (5 dias úteis), com média diária de US$ 87,041 milhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A quantidade total exportada pelo país chegou a 78,338 mil toneladas, com média diária de 15,667 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.555,40. Em relação a setembro de 2024, houve alta de 60,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 30,8% na quantidade média diária exportada e avanço de 23,1% no preço médio da carne do boi.
Safras News
Abates em plantas SIF recuam em agosto/25, puxados pelas fêmeas
Frigoríficos brasileiros receberam, no mês passado, a menor quantidade de vacas e novilhas desde dezembro de 2024, informou a Agrifatto
O número de abates de bovinos em plantas brasileiras com selo SIF (Serviço de Inspeção Federal) voltou a recuar em agosto de 2025, puxado pelas fêmeas, informou a Agrifatto, referindo-se ao comparativo mensal. Foram abatidas 2,58 milhões de cabeças no mês passado, com queda de 7,2% em relação ao desempenho de julho de 2025, de 2,28 milhões de cabeças. Separadamente, as fêmeas tiveram, em termos percentuais, a maior retração nos abates de agosto/25, somando 993 mil cabeças, com queda de 11,16% sobre julho/25 (1,118 milhão de cabeças). Trata-se do menor patamar no abate de fêmeas em unidades SIF desde dezembro de 2024, destacou a Agrifatto. Com isso, a participação das fêmeas no total abatido em agosto/25 no Brasil ficou em 38,5%, uma retração de 1,72 ponto percentual em relação ao quadro registrado em julho/25, e a menor fatia desde dezembro/24. No entanto, no comparativo anual, os abates de fêmeas registraram um avanço de 20,7% no mês passado e atingiram um recorde histórico para um oitavo mês do ano. Segundo a Agrifatto, o histórico do setor mostra que os primeiros meses do ano concentram os maiores percentuais de fêmeas nos abates, com tendência de queda nos meses seguintes até os níveis mais baixos observados entre setembro e outubro, período em que os machos ganham maior representatividade. Os abates de machos também apresentaram recuo mensal, totalizando 1,58 milhão de cabeças em agosto/25, uma queda de 4,5% sobre julho/25 (1,661 milhão de cabeças). Na comparação com o resultado de agosto de 2024, de 1,732 milhão de cabeças, os abates de machos do mês passado tiveram retração de 8,4%, apontam os números da Agrifatto. No acumulado de 2025, os abates de bovinos nas plantas sob inspeção federal (SIF) somaram 19,9 milhões de cabeças, um acréscimo de 2,70% em relação ao mesmo período de 2024 e um novo recorde histórico para o intervalo. Desse total, os abates de fêmeas atingiram 8,50 milhões de animais, alta de 14,14% frente ao ano anterior, enquanto o número de machos recuou 4,48%, totalizando 11,34 milhões de cabeças.
Portal DBO
Com safra recorde de grãos, custo de confinamento recua no Brasil
Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) mostra queda de 3,02% no Centro-Oeste e de 1,18% no Sudeste. No Centro-Oeste a queda foi puxada pelo custo 14,75% menor entre os alimentos proteicos
A maior oferta de grãos após uma safra recorde em 2024/25 contribuiu para reduzir os custos de confinamento no Brasil em agosto. De acordo com o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP), a queda foi de 3,02% na região Centro-Oeste, com média de R$ 14,14 cabeça/dia, e de 1,18% no Sudeste, a R$ 12,53 cabeça/dia. “Na safra 2024/2025, o Brasil consolidou recordes de produção em soja e milho, além de forte desempenho em sorgo, arroz e algodão. Essa expansão, sustentada por clima favorável, ganhos de produtividade e investimentos agrícolas, ampliou a oferta de grãos e pressionou os preços para baixo”, explica a Ponta Agro, responsável pelo ICAP, em boletim. No Centro-Oeste a queda foi puxada pelo custo 14,75% menor entre os alimentos proteicos, com destaque para a desvalorização do milho grão seco e do farelo de soja, que caíram 12,59% e 7,62%, respectivamente. Com isso, o custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação ficou em R$ 1.146,25, queda de 11,41%, segundo a Ponta Agro. No Sudeste, o preço médio dos insumos energéticos foi determinante para reduzir os custos de confinamento, com queda de 1,43%, com destaque para desvalorização de 9,84% do caroço de algodão e de 8,9% da polpa cítrica. Com isso, o custo da dieta de terminação foi de R$ R$ 1.183,40 por tonelada de matéria seca no Sudeste em agosto, queda de 3% em relação a julho. Na comparação com o mesmo período do ano passado, os custos de confinamento acumulam alta de 12,98% na região Sudeste e de 3,21% no Centro-Oeste. Considerando os valores apontados pelo indicador, a Ponta Agro estima um custo total de R$ 207,50 por arroba no Centro-Oeste e de R$ 198,90 no Sudeste, com margem de lucro superior a R$ 780 e R$ 840 por cabeça, respectivamente.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar fecha em alta com cenário político no radar
Real se descola de pares da América Latina, que apresentam leve valorização frente à divisa americana
O dólar à vista exibiu valorização frente ao real na terça-feira, em um movimento semelhante ao que ocorreu na maioria dos mercados mais líquidos, mas descolado do observado nas praças da América Latina, onde moedas apresentaram leve valorização frente à divisa americana. Operadores disseram que o cenário político e eleitoral brasileiro, com foco no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pode estar mantendo o investidor estrangeiro mais cauteloso com os ativos locais, daí mais uma sessão de enfraquecimento do câmbio na semana. Encerradas as negociações do mercado à vista, o dólar registrou valorização de 0,35%, cotado a R$ 5,4358, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,4135 e encostado na máxima de R$ 5,4394. Já o euro comercial recuou 0,13%, a R$ 6,3634. No exterior, perto das 17h10, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,27%, aos 97,714 pontos. O dólar, porém, recuava 0,17% ante o peso mexicano, 0,19% ante o peso argentino, 0,26% contra o peso chileno e 0,46% ante o peso colombiano. O dólar teve viés de valorização desde a manhã. Operadores entenderam que há muita incerteza no radar para o real continuar a boa performance registrada até agora, enquanto, por outro lado, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos continua elevado (e deve abrir mais), deixando apostas contra o real caras. Um operador de câmbio apontou, na condição de anonimato, que no último fim de semana houve uma virada de chave na questão eleitoral. Sobre a parte mais técnica, estrategistas do Morgan Stanley dizem, em nota, que o posicionamento “limpo” (poucas apostas) no real marcam as negociações, apesar do interesse pela estratégia do carry trade com a moeda brasileira. Por conta dos ruídos no julgamento de Bolsonaro e do debate sobre o Orçamento de 2026, o banco americano optou por ficar neutro no real, tendo apenas posições em juros. O executivo de produtos de renda fixa e moedas do Scotiabank Brasil, Hiroshi Ogawa, diz que, de forma global, o dólar tende a perder mais força, já que a economia americana deve enfraquecer ao longo deste ano, mas especialmente no ano que vem. “Os dados de emprego que têm saído nos Estados Unidos estão piores e as revisões estão sendo feitas para baixo, então é um cenário de enfraquecimento [da economia e, por consequência, do dólar]. Fora que há toda uma discussão sobre distorções nos dados por conta do temor do imigrante ilegal em procurar emprego”, diz, apontando que talvez o mercado de trabalho americano esteja até mais fraco do aquilo que é mostrado pelos dados, que não estariam contabilizando esses imigrantes. “Talvez o corte de juros nos Estados Unidos venha mais forte do que as pessoas estão imaginando.” Apesar da dinâmica global ser de dólar fraco, Ogawa diz que não necessariamente isso vai significar câmbio mais apreciado no Brasil.
Valor Econômico
Ibovespa fecha em leve queda com julgamento de Bolsonaro no radar
Há incertezas em torno de novas sanções americanas que podem ser impostas após o término do julgamento do ex-presidente
Diante das incertezas acerca de novas sanções americanas que podem ser impostas após o término do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Ibovespa não conseguiu suporte para adotar uma tendência mais positiva na terça-feira. O índice oscilou entre os 141.605 pontos e os 142.286 pontos, até encerrar em queda de 0,12%, aos 141.618 pontos. Embora a condenação do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) seja bastante provável, participantes do mercado apontam que há incertezas em torno das possíveis sanções do governo de Donald Trump contra ministros da Corte e ao Brasil. “Estamos aguardando se mais retaliações virão e qual será o nível. Fora isso, o julgamento do Bolsonaro trava toda a agenda política no Congresso, o que demanda cautela”, ressaltou um gestor, sob condição de anonimato. Outro executivo, pontuou que a condenação de Bolsonaro é amplamente aguardada pelo mercado, mas que ainda há dúvidas sobre como Trump deve reagir e como o tema da anistia deve caminhar no Congresso. “De resto, o julgamento parece um ‘não evento’, que termina na sexta-feira”, diz. As perdas do Ibovespa só não foram maiores porque a escalada das tensões no Oriente Médio ajudou a elevar os preços do petróleo, o que teve reflexo direto sobre as ações da Petrobras. As preferenciais da petroleira subiram 0,78%. Já os papéis ordinários da fecharam em queda de 0,30%, mesmo em um pregão em que os analistas do Bank of America (BofA) elevaram o preço-alvo das ações, de R$ 60 para R$ 68, reiterando a recomendação de compra. Em relatório assinado pela chefe de pesquisa e estratégia de ações do Santander, Aline Cardoso, e pelo estrategista sênior do banco Guilherme Bellizzi Motta, os especialistas concluíram que o Brasil segue firme no radar dos alocadores globais. Porém, eles ponderaram que a conversa mudou para o momento do ciclo de afrouxamento monetário, a resiliência do consumo doméstico e quais empresas poderão oferecer vetores peculiares de valorização para além da simples sensibilidade à taxa de juros. O volume financeiro negociado no índice foi de R$ 13,9 bilhões e chegou a R$ 18,4 bilhões na B3. Já em Wall Street, os sinais de um enfraquecimento mais “gradual” da atividade afastaram a possibilidade de um corte de 0,50 ponto percentual nos juros na reunião deste mês do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Apesar da divulgação de números que mostraram uma deterioração do mercado de trabalho nos EUA, os principais índices americanos encerraram no campo positivo: o Dow Jones avançou 0,43%, o Nasdaq subiu 0,37%, e S&P 500 teve alta de 0,27%.
Valor Econômico
EMPRESAS
À espera de integração, ações de Marfrig e BRF se valorizam
No primeiro dia de negociações depois do anúncio da integração, as ações da Marfrig subiram 4,49% e as da BRF, 4,12%
“Essa reação boa do mercado vem ocorrendo há algum tempo, desde que começaram a avançar as negociações da aquisição da BRF pela Marfrig’, diz estrategista chefe da RB Investimentos. A consolidação da fusão entre Marfrig e BRF, após as duas empresas divulgarem, na última segunda-feira, o cronograma de integração de suas ações na B3 foi bem recebida pelo mercado. No primeiro dia de negociações depois do anúncio, as ações da Marfrig subiram 4,49% e as da BRF, 4,12%, com os investidores atentos aos desdobramentos da operação divulgada em maio deste ano. “Essa reação boa do mercado vem ocorrendo há algum tempo, desde que começaram a avançar as negociações da aquisição da BRF pela Marfrig. Com o anúncio final de negociação dos ativos separados e de pagamento de dividendos, é natural esse movimento de valorização”, observou o estrategista chefe da RB Investimentos, Gustavo da Cruz. Segundo comunicado divulgado na segunda pelas empresas, a BRF distribuirá R$ 3,32 bilhões, sendo R$ 2,92 bilhões em dividendos (R$ 1,83 por ação) e R$ 400 milhões em juros sobre capital próprio (R$ 0,25 por ação). A Marfrig, por sua vez, distribuirá R$ 2,35 bilhões em dividendos (R$ 2,81 por ação). Os pagamentos a acionistas da BRF ocorrerão em 29 de setembro e no dia seguinte aos acionistas da Marfrig, com base na posição acionária de 18 de setembro. Em relatório divulgado ontem, o banco Goldman Sachs recomendou a compra de ações da Marfrig. O preço-alvo para as ações no prazo de 12 meses é de R$ 26,50, com uma relação entre valor da companhia e seus lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da ordem de 6,8 vezes, segundo o banco. Embora tenha recomendado compra, o Goldman Sachs menciona como pontos de alerta o elevado nível de alavancagem da nova companhia, a desaceleração do mercado de carne bovina nos EUA, potenciais embargos comerciais e o cenário macro negativo para a demanda global por carne. Já o Santander manteve a recomendação neutra para as ações de Marfrig diante do alto nível de alavancagem da nova empresa após a fusão, “apesar do aumento da diversificação” da operação. Atualmente, a Marfrig, tem uma dívida líquida 2,7 vezes superior ao seu Ebitda, segundo dados do balanço divulgado em agosto referente ao segundo trimestre deste ano.
Globo Rural
GOVERNO
Brasil consolida mercado de sêmen e embriões bovinos para Indonésia
O governo brasileiro recebeu das autoridades sanitárias da Indonésia o aceite para os modelos de Certificado Zoossanitário Internacional que irão amparar as exportações de sêmen e de embriões bovinos do Brasil para o país.
A abertura representa importante oportunidade para a pecuária brasileira, que se destaca pela excelência genética, pela qualidade sanitária e pelo uso de biotecnologias avançadas em reprodução animal. O envio de material genético permite à Indonésia fortalecer o seu rebanho, aumentar a produtividade local e reduzir custos de importação de animais vivos, ao mesmo tempo que abre novas frentes de negócios para empresas brasileiras do setor. A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, com mais de 270 milhões de habitantes, vem ampliando sua demanda por proteínas animais e investindo em melhoramento genético para atender à crescente necessidade de abastecimento interno. Nesse contexto, o Brasil se posiciona como parceiro confiável, oferecendo tecnologia de ponta e de qualidade. Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 428 aberturas de mercado desde o início de 2023.
MAPA
Primeira fase do programa de recuperação de pastagens deve atender até três milhões de hectares
Governo busca parcerias internacionais para a continuidade da iniciativa que tem o objetivo de recuperar 40 milhões de hectares. Segundo leilão do Eco Invest Brasil destinou R$ 30,2 bilhões para o programa
A primeira fase do Programa Caminho Verde Brasil, de recuperação de áreas degradadas, deve atender entre 1,4 milhão e 3 milhões de hectares. A estimativa é do assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Augustin, que apresentou nesta segunda (8/9) os resultados do segundo leilão do Eco Invest Brasil, que destinou R$ 30,2 bilhões para a iniciativa. “Os recursos do leilão vão custear a primeira fase do programa, em que serão recuperados de 1,4 milhão a 3 milhões de hectares de terras degradadas. Para a continuidade do Caminho Verde Brasil, estamos buscando parcerias internacionais. Uma das possibilidades é a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), com quem estamos em fase final de negociação para trazer mais US$ 1 bilhão para o programa”, destacou Augustin em comunicado divulgado pela Pasta. A iniciativa do governo tem como objetivo recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens degradadas pelos próximos dez anos. Durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), realizada na sede da Fiesp, em São Paulo, Augustin detalhou como serão distribuídos os investimentos. “O Cerrado vai receber R$ 17,2 bilhões e a Mata Atlântica será contemplada com R$ 4 bilhões em investimentos para restauração de terras degradadas que passarão a ser usadas de forma sustentável”. Dos R$ 30,2 bilhões, a Amazônia vai receber R$ 3,5 bilhões e a Caatinga, R$ 3 bilhões. Completando a lista, os biomas Pampa e Pantanal foram contemplados com R$ 1,2 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente. As propostas homologadas indicaram maior interesse em projetos voltados para culturas perenes (33%), como fruticultura e cana-de-açúcar, seguidos por abordagens integradas (29%), como sistemas agroflorestais e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Também há projetos com foco em lavouras anuais ou pecuária de forma isolada (27%), além de atividades de floresta e restauração (11%).
Globo Rural
INTERNACIONAL
Estoque de carne dos EUA importado do Brasil determinará mercado
Para o Rabobank, pressão será maior no semestre, se a carne já foi ao mercado
As tarifas impostas pelos Estados Unidos para o Brasil nas exportações de carne bovina terão impactos relevantes entre os dois países. O Brasil fez exportações recordes para os Estados Unidos neste ano, e a questão é se esse volume entrou nos estoques americanos e serão consumidos nos próximos meses ou se haverá escassez de carne bovina no mercado americano neste segundo semestre. Essas questões vão determinar a necessidade de compras dos Estados Unidos em outros mercados fornecedores. Além disso, resta saber como o menor volume colocado nos Estados Unidos vai afetar o mercado interno. Essa avaliação é dos analistas do Rabobank, feita no relatório global do terceiro trimestre deste ano de carne bovina. Isso ocorre em um momento de preços recordes do gado e, consequentemente, da carne para o consumidor. Segundo o Rabobank, os países do hemisfério Norte estão com os preços aquecidos, o mesmo ocorrendo no hemisfério Sul. Os preços ficam ainda mais aquecidos devido à menor oferta de carne nos Estados Unidos e a um aumento da demanda pelos chineses. A elevação dos preços no hemisfério Norte respinga nos preços dos países sul-americanos, que também estão em alta. Na avaliação dos analistas do banco, os americanos vão continuar importando a carne brasileira, mas em volume menor. O volume deverá cair de 10 mil a 15 mil toneladas por mês até o final do ano. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), indicam que as exportações nacionais de agosto para os Estados Unidos recuaram para 9.382 toneladas, um volume 48,5% inferior aos 18,2 mil de julho. O setor acredita que as exportações para os americanos devam ficar próximas de 5.000 toneladas por mês nos próximos meses. Diante desse cenário, a perda de receita poderá ficar entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões neste ano, devido ao tarifaço. O Brasil vendeu 200 mil toneladas de carne para os Estados Unidos no primeiro semestre, e a estimativa era de que esse volume ficasse entre 400 mil e 500 mil no ano. Devido à diminuição do volume mensal nos quatro meses finais deste ano, a perda de receita será de US$ 750 milhões. O país pode colocar essa carne em outros mercados, mas provavelmente com um preço menor. O setor acredita que, mesmo com o tarifaço, haverá uma evolução de 12% no volume a ser exportado nesse ano, com aumento de 16% nas receitas. A produção nacional manterá o patamar de 11,8 milhões de toneladas de 2024, podendo ficar ligeiramente acima ou um pouco abaixo desse volume.
Folha de SP
FRANGOS & SUÍNOS
China desacelera e Filipinas sustentam exportações de carne suína
Inversão de mercado ocorre devido à recuperação do plantel de suínos chinês, após quase ser dizimado pela Peste Suína Africana. Embarques de carne suína ao mercado filipense cresceram 101,84%, enquanto para a China recuaram 37,99%.
Para a suinocultura brasileira, as Filipinas vêm se consolidando como a nova China. A comparação não se deve ao tamanho da população, visto que o arquipélago soma cerca de 116 milhões de habitantes, contra 1,4 bilhão de chineses — número, aproximadamente, 12 vezes maior, segundo a Organização das Nações Unidas. A relação, contudo, é feita pelo papel estratégico que os filipenses têm assumido como destino da carne suína do Brasil. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mostram que no último ano, os embarques do produto ao mercado filipense cresceram 101,84%, enquanto para a China recuaram 37,99%. O mesmo movimento foi observado nos primeiros oito meses deste ano, com as exportações às Filipinas crescendo 62,4%, ante a queda de 27,8% para Pequim. Essa inversão de mercado ocorre devido à recuperação do plantel de suínos chinês, após quase ser dizimado pela Peste Suína Africana. Hoje, entretanto, o cenário se mostra mais promissor. “As Filipinas vêm impulsionando bastante o setor. Temos plantas aprovadas, e essa situação vem acompanhada de aumento na oferta e demanda por parte deles, o que tem ajudado bastante”, disse Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos. “É um país com população elevada, não chega a ser a China, mas representa uma situação bastante favorável para nós”, acrescentou. Lopes destaca ainda que, além das Filipinas, a diversificação de mercado foi conquistada pelo setor. Segundo ele, problemas sanitários na Europa têm impulsionado os embarques do produto para lá, apesar de nenhum país do continente aparecer entre os principais destinos das exportações de carne suína do Brasil, em volume. Essa lista é composta majoritariamente por países da Ásia e Américas. “O Brasil tem se posicionado de uma forma bastante agressiva e competitiva para fazer essas exportações e abrir novos mercados mais exigentes a nível sanitário”, destacou. O Brasil ocupa, atualmente, a quarta posição no ranking mundial de produção e exportação de carne suína. As Filipinas seguem como principais destinos, com 33,4 mil toneladas registradas em agosto, saldo 19,5% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado. Em seguida estão o Chile, com 13,3 mil toneladas (+8,3%), China, com 10,3 mil toneladas (-36,3%) e Japão, com 8,5 mil toneladas (+5,4%).
O Estado de São Paulo/Agro
imprensaabrafrigo@abrafrigo.com.br
POWERED BY NORBERTO STAVISKI EDITORA LTDA
041 3289 7122
041 996978868