Ano 11 | nº 2547 | 08 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo encerra semana com preços estáveis
Exportações de carne bovina in natura somaram 268,5 mil toneladas em agosto. Pelos dados da Scot Consultoria, o boi gordo “comum” continua cotado em R$ 315/@ na praça paulista, enquanto o “boi-China”, a vaca gorda e a novilha terminada são vendidos por R$ 320/@, R$ 285 e R$ 303/@, respectivamente (valores brutos, no prazo).
De acordo com o informativo Tem Boi na Linha, divulgado pela Scot Consultoria na sexta-feira (5), o mercado do boi gordo em São Paulo encerrou a semana sem alterações nas cotações. O levantamento aponta que as indústrias se dividiram em dois perfis. Algumas alongaram suas escalas de abate para cerca de dez dias e, por cautela, se retiraram das compras na sexta-feira. Outras, que atuaram no período da manhã, mantiveram-se pouco dispostas a negociar em valores diferentes dos praticados no dia anterior, projetando um mercado mais pressionado na próxima semana. Com esse cenário, a cotação de todas as categorias permaneceu inalterada em relação à quinta-feira. No Mato Grosso, parte das indústrias, já com escalas preenchidas para a próxima semana, não participou das compras nesta sexta-feira. Na região Sudeste do estado, houve redução de R$ 3,00 por arroba nas ofertas de compra da novilha, após 12 dias úteis de estabilidade. Para as demais categorias e regiões, os preços seguiram estáveis. Em relação ao comércio exterior, as exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 268,5 mil toneladas em agosto, com média diária de 12,8 mil toneladas. O resultado representa crescimento de 23,5% em relação ao mesmo mês de 2024. O preço médio da tonelada foi de US$ 5,6 mil, alta de 26,3% no comparativo anual. Apesar de o volume total embarcado em agosto ter ficado 3% abaixo do registrado em julho, o resultado consolidou o melhor desempenho da história para o mês, estabelecendo um recorde nas exportações brasileiras de carne bovina.
Scot Consultoria
Arroba do boi gordo: veja como as cotações encerraram a semana
Demanda aquecida, com embarques principalmente para México e China, sustentam patamares mesmo com escalas confortáveis
O mercado físico do boi gordo encerra a semana apresentando predominante acomodação dos preços, com manutenção do padrão dos negócios em grande parte do país. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, Mato Grosso pode ser apontado como uma exceção, com tentativas de compra em patamares mais baixos. “Os frigoríficos de maior porte ainda dispõem de boa incidência de animais de parceria (contratos a termo), além da utilização de confinamentos próprios”, diz. De acordo com ele, as exportações seguem como o grande destaque da atual temporada, com forte ritmo de embarques nas últimas semanas. O destaque segue para as vendas com destino ao México e a China. Média da arroba do boi: São Paulo: R$ 311,42 — ontem: R$ 312,17. Goiás: R$ 303,57 — inalterado. Minas Gerais: R$ 298,24 — R$ 299,12. Mato Grosso do Sul: R$ 319,89 — R$ 319,66. Mato Grosso: R$ 309,66 — R$ 311,69. O mercado atacadista encerrou a semana apresentando firmeza dos preços em grande parte do país. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela alta das cotações no curto prazo, considerando o efeito da entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo. “Vale o destaque de a carne de frango ainda dispor de maior competitividade frente às demais proteínas de origem animal, em especial se comparado com a carne bovina”, ressalta. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 24 por quilo, o dianteiro a R$ 18,10 e a ponta de agulha segue no patamar de R$ 17,10 por quilo.
Safras News
Alta nas cotações das fêmeas na região Sudeste de Rondônia
A menor disponibilidade de bovinos sustentou os preços da arroba
O mercado do boi gordo segue enxuto, com a oferta de bovinos restrita. As chuvas fora de época em algumas regiões trouxeram alívio pontual à capacidade de suporte das pastagens, mas não foram suficientes para recompor os lotes nem alongar as escalas de abate. A menor disponibilidade de boiadas sustenta a firmeza das cotações e fortalece os preços da reposição. Somado ao cenário de menor disponibilidade de bovinos, há uma demanda aquecida pela carne bovina no mercado externo e expectativa de melhora no escoamento interno, favorecida pelo início do mês e pelo recebimento dos salários. Na comparação semanal, a cotação da arroba do boi gordo manteve-se estável, sendo comercializada em R$276,00. A cotação da novilha subiu 1,9%, ou R$5,00/@, apregoada em R$263,00/@, e a vaca aumentou 1,6%, ou R$4,00/@, cotada em R$266,00/@. Todos os preços são a prazo e descontados o Senar e o Funrural. O diferencial de base do boi gordo é de R$34,50/@, ou menos 12,5%, com a arroba nas praças paulistas cotada em R$310,50, considerando o preço a prazo e livre dos impostos.
Scot Consultoria
ECONOMIA
Dólar cai pelo terceiro dia seguido, com perspectiva de corte de juros nos EUA
O dólar emplacou na sexta-feira a terceira sessão consecutiva de queda ante o real, após dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos reforçarem as apostas no corte de juros pelo Federal Reserve neste mês.
A moeda norte-americana à vista fechou a sessão com queda de 0,61%, aos R$5,4139, acumulando baixa de 1,11% nos últimos três dias. Na semana a divisa dos EUA recuou 0,15% e, no acumulado do ano, 12,38%. Às 17h04 na B3 o dólar para outubro – atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,68%, aos R$5,4440. A baixa do dólar ante o real esteve em sintonia com o recuo quase generalizado da moeda norte-americana ante as demais divisas no exterior, na esteira da divulgação do relatório de empregos payroll. O Departamento do Trabalho dos EUA informou pela manhã que a economia do país criou 22 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 75 mil postos da mediana de pesquisa da Reuters com economistas. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,3%, em linha com o projetado. Os números do payroll, considerados fracos, reforçaram as apostas de corte de juros pelo Fed já este mês. “Mesmo com a inflação ainda elevada… a probabilidade de corte das Fed Funds está em praticamente 100%, com parte do mercado apostando inclusive em um corte mais forte, de 0,5 ponto”, afirmou Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, em comentário escrito. Em reação, o dólar à vista chegou a oscilar abaixo dos R$5,40 em diferentes momentos da sessão. Por trás do movimento estava a visão de que, com uma taxa básica Selic de 15% e a perspectiva de cortes nos juros norte-americanos (hoje na faixa de 4,25% a 4,50%), o Brasil torna-se ainda mais atrativo para o capital internacional. Operador ouvido pela Reuters pontuou que, caso o Fed opte por cortar os juros em 50 pontos-base este mês, e não em apenas 25 pontos-base, haveria espaço para um dólar abaixo dos R$5,40. Pela manhã, sem efeitos para o câmbio, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, falou à imprensa sobre o endurecimento das medidas de segurança para o Pix e o TED. O BC limitou em R$15 mil as operações destas ferramentas feitas por meio de algumas instituições.
Reuters
Ibovespa renova máximas com perspectiva de corte de juros nos EUA
O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira, renovando máximas históricas, embora não tenha conseguido sustentar o patamar dos 143 mil pontos registrado no melhor momento, após dados dos Estados Unidos reforçarem as apostas de queda nos juros ainda em setembro na maior economia do mundo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,17%, a 142.640,14 pontos, chegando a marcar 143.408,64 pontos na máxima do dia. Na mínima, registrou 141.003,45 pontos. Com tal desempenho, encerrou a semana com acréscimo de 0,86%.
O volume financeiro somou R$21,8 bilhões, de uma média diária de R$23,8 bilhões no ano. O Escritório de Estatísticas do Trabalho do Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que foram abertas apenas 22.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em agosto, contra previsão de criação de 75.000 postos, enquanto a taxa de desemprego aumentou de 4,2% para 4,3%. Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 0,32% após também renovar máxima histórica intradia. De acordo com a equipe de economia do C6 Bank, os dados são consistentes com um mercado de trabalho desacelerando gradualmente. A equipe do C6 ponderou que a persistência da inflação acima da meta do banco central norte-americano e o risco de uma pressão maior sobre os preços à frente em razão das tarifas comerciais deveriam manter o Federal Reserve cauteloso em relação aos próximos passos de política monetária. “No entanto, reconhecemos que um corte de juros na reunião deste mês é o cenário mais provável, considerando que o presidente do Fed, Jerome Powell, demonstrou mais preocupação com uma possível deterioração do mercado de trabalho do que com a inflação”, pontuaram em relatório enviado a clientes. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed reúne-se nos dias 16 e 17 de setembro para decidir sobre os juros, atualmente na faixa de 4,25% a 4,50%, com o desfecho da reunião sendo conhecido na tarde do dia 17.
Reuters
Índice de preços ao produtor do Brasil cai 0,3% em julho sob influência de alimentos, diz IBGE
Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,3% em julho sob influência do setor de alimentos, marcando a sexta taxa negativa consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira.
A queda, no entanto, perdeu força após deflação de 1,27% em junho, levando o Índice de Preços ao Produtor (IPP) a acumular em 12 meses avanço de 1,36%. Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram quedas de preços na comparação mensal. As maiores influências no resultado geral de julho foram exercidas por alimentos (-0,33 ponto percentual), metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.). “A influência mais intensa, do setor de alimentos, foi negativa e ajuda a explicar o resultado geral da indústria. Excluindo os alimentos, as demais atividades tiveram, somadas, uma influência positiva, de 0,03 ponto, ou seja, grande parte dos motivos para o IPP permanecer no campo negativo em julho vem da queda dos alimentos”, explicou Murilo Alvim, gerente do IPP. Em termos de variação, os destaques foram indústrias extrativas (+2,42%), metalurgia (-1,65%), produtos de metal (-1,54%) e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (+1,41%). O setor de alimentos teve queda de 1,33%, a sexta no ano, mas também menos intensa do que a taxa de junho (-3,42%). “… podemos destacar os menores preços dos açúcares, recuo que está em linha com a queda dos preços internacionais, muito por conta de um aumento da oferta em grandes países produtores, como a Índia, a Tailândia e o Brasil. Isso fez com que o grupo de fabricação e refino de açúcar apresentasse uma retração de 4,31% em julho e fosse a principal influência no resultado setorial”, explicou Alvim. Ele também ressaltou a redução dos preços do café diante de custos de produção mais baixos, “em grande parte pelo início da colheita de novas safras no país, que fez com que o grupo de torrefação e moagem de café apresentasse a maior queda no indicador mensal em toda a sua série histórica, com um recuo de 6,20% em julho”, completou. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Reuters
EMPRESAS
Cade aprova acordo entre Marfrig e BRF sem restrições
O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta sexta-feira, sem restrições, o acordo de incorporação da BRF pela Marfrig <MRFG3.SA>. O negócio cria a MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, com receita de R$152 bilhões por ano. A previsão é de que a operação seja concluída ainda em setembro, disseram as empresas.
A BRF, uma das maiores companhias de carnes de frango e suína e processados, será incorporada pela Marfrig, do setor de carne bovina, em acordo que envolveu troca de ações (0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF). A Marfrig, que já era majoritária entre os acionistas da BRF, vai incorporar todas as ações da BRF que ainda não estavam sob seu controle, enquanto os acionistas da BRF receberão papéis da Marfrig, notou o Cade, em comunicado sobre a aprovação do acordo. “A decisão, tomada de forma unânime (no Cade) ratifica as análises anteriores do órgão antitruste reafirmando que as empresas já integravam o mesmo grupo econômico, sem apresentar riscos concorrenciais”, disseram as empresas. Segundo análise do Cade, a participação conjunta das empresas nos mercados com sobreposição horizontal, em que ambas ofertam produtos semelhantes e concorrentes, é inferior a 20%, percentual abaixo do patamar presumido como posição dominante, o que justificou a aprovação do acordo. A MBRF estará presente em 117 países com marcas como Sadia, Perdigão e Bassi, entre outras, e tem produção estimada em 8 milhões de toneladas de produtos anualmente, com 38% do portfólio composto por produtos de valor agregado. A empresa poderá acirrar a concorrência com a JBS, maior produtora global de carnes. Quando anunciaram o acordo, Marfrig e BRF projetaram sinergias de R$805 milhões por ano, sendo entre R$400 milhões e R$500 milhões previstos para os primeiros 12 meses e o restante nos médio e longo prazos.
Reuters
Do boi ao frango: a nova gigante MBRF vai mudar a indústria de carnes?
Especialistas comentam os efeitos no mercado após a criação da nova controladora da Sadia e Perdigão que também lidera o mundo dos hambúrgueres
A fusão entre BRF e Marfrig, aprovada nesta sexta-feira, 5, que deu origem à MBRF Global Foods, não apenas cria a maior companhia multissetorial de proteínas animais do mundo, mas também mexe com a dinâmica da pecuária brasileira. O movimento levanta debates sobre os efeitos futuros dessa nova configuração para o equilíbrio da cadeia. O diretor da HN Agro, Hyberville Neto, não vê, neste primeiro momento, implicações aos criadores. “A nossa leitura é de que para o produtor não vai mudar nada. Marfrig tem atuação no mercado de bovinos e BRF no mercado de aves e suínos, pensando no início da cadeia. Então, não estamos falando em alterações que nós acreditamos que sejam relevantes”, disse. A visão da HN Agro se alinha com a do economista e analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias. Para ele, a concentração não significa necessariamente prejuízo para o produtor, já que o foco da fusão ficará na MBRF, especialmente no processamento de alimentos, como produtos congelados, pratos prontos e hambúrgueres. “Que também faz parte do DNA e do core business da companhia nos últimos anos”, lembra o especialista. Em relação ao mercado de bovinos, Iglesias reconhece que há preocupações em algumas regiões, mas lembra que quanto maior a demanda internacional por carne brasileira, maior a necessidade das indústrias em abater animais e exportar volumes crescentes. “Como que o pecuarista vai ganhar dinheiro nessa situação? Investindo em genética, investindo na precocidade dos animais que estão indo para o abate e em performance, fazendo boas estratégias de comercialização”, afirma Iglesias. Para ele, quem conseguir se alinhar a esse padrão de eficiência terá condições de ser rentável mesmo diante dos desafios impostos pela concentração da indústria. Já o CEO da Scot Consultoria, Alcides Torres, lembra que o setor já opera em regime de oligopsônio — estrutura de mercado com poucos compradores e muitos vendedores. Isso, na visão dele, gera um impacto contraditório: por um lado, fortalece a competitividade global das empresas brasileiras e, por outro, reduz o poder de negociação do produtor. Por isso, para Torres, o ponto mais sensível da mudança está na tendência de os próprios frigoríficos ampliarem sua atuação no confinamento de bovinos, pressionando os pecuaristas. “Você começa a assistir uma coisa preocupante, que é o confinamento de bovinos pelos próprios frigoríficos. Isso já acontece. Mas, nós poderíamos ter uma legislação de defesa da diversidade econômica que impedisse esse exercício, o poder econômico verticalizando tudo”, argumenta. Além disso, Neto destaca que, na distribuição, há uma certa sobreposição entre BRF e Marfrig, embora cada uma atue em segmentos distintos. “A Marfrig trabalha mais no B2B, com clientes corporativos, enquanto a BRF tem forte presença no varejo, com suas marcas reconhecidas pelo consumidor final. Então, mesmo que haja sobreposição de produtos, eles não necessariamente competem nos mesmos elos da cadeia”, explica. Apesar disso, ele ressalta que a fusão gera um ganho de força significativo para a nova empresa no escoamento de produtos, ampliando sua capacidade de atuação tanto no mercado interno quanto no externo.
O Estado de São Paulo/Agro
GOVERNO
Governo Federal anuncia R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais
Medida deve alcançar até 100 mil produtores afetados por secas e enchentes nos últimos cinco anos
O Governo Federal editou Medida Provisória que libera R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais em condições especiais, alcançando até 100 mil produtores afetados por secas e enchentes nos últimos cinco anos. Não é perdão das dívidas: é crédito novo para pagar operações antigas, alongando em até 9 anos (8 anos de prazo + 1 de carência; pagamento a partir de 2027). As taxas são abaixo do mercado e variam por público: Pronaf até R$ 250 mil (6% a.a.); Pronamp até R$ 1,5 milhão (8% a.a.); demais produtores até R$ 3 milhões (10% a.a.); acima disso, juros livres. A medida abrange dívidas inadimplentes, inclusive renegociadas, prorrogadas e CPR. Para aderir, o produtor deve estar em município com emergência decretada em pelo menos duas safras (de 2021 a 2025) e comprovar perdas acima de 30% com laudo agronômico. Os bancos públicos, privados e cooperativas poderão operar após a regulamentação pelo CMN e circular do BNDES.
MAPA
INTERNACIONAL
Índice de preços da FAO indica novo recorde para a carne bovina
O Índice de Preços de Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) ficou praticamente estável em agosto em comparação a julho, registrando uma média de 130,1 pontos. As perdas nos subíndices de cereais e lácteos foram compensadas por ganhos em carnes, açúcar e óleos vegetais. O índice superou em 8,4 pontos (6,9%) o número registrado em agosto de 2024, mas permaneceu 30,1 pontos (18,8%) abaixo do pico de março de 2022.
O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de 128 pontos em agosto, avanço de 0,7 ponto (0,6%) em relação ao valor de julho, e 5,9 pontos (4,9%) superior ao nível de agosto de 2024, marcando um novo recorde. O índice foi impulsionado pela continuidade dos preços altos da carne bovina e ovina, que compensaram as cotações estáveis da carne suína e os preços mais baixos da carne de aves, disse a FAO. Os preços da carne bovina atingiram um novo recorde, sustentados pela forte demanda dos EUA – o que impulsionou as cotações australianas – e pela firme demanda da China, que manteve os preços de exportação do Brasil em patamar elevado, apesar da redução das vendas para os EUA após a imposição de tarifas adicionais. Os preços da carne ovina subiram pelo quinto mês consecutivo, refletindo a oferta restrita na Oceania. Para carne suína, os preços permaneceram amplamente estáveis, diante do equilíbrio entre oferta e demanda globais. Em contraste, as cotações da carne de frango recuaram, pressionadas pela ampla oferta exportável do Brasil. “Embora o País tenha declarado, em meados de junho, que suas granjas comerciais estavam livres de influenza aviária de alta patogenicidade, as restrições de importação mantidas por alguns parceiros comerciais importantes continuaram a afetar a demanda”, afirmou a FAO em relatório. Segundo a FAO, o preço do trigo segue em queda com a ampla oferta global e a demanda moderada, especialmente de grandes compradores na Ásia e no Norte da África. Colheitas maiores na União Europeia e na Rússia também pesaram. Contudo, os preços do milho subiram pelo terceiro mês consecutivo, sustentados por preocupações com as ondas de calor na União Europeia e o aumento da demanda para ração e etanol, especialmente nos Estados Unidos. Enquanto isso, o Índice de Preços de Arroz da FAO caiu 2% em agosto. O levantamento da FAO também mostrou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 169,1 pontos em agosto, alta de 2,3 pontos (1,4%) ante julho, e atingindo o maior valor desde julho de 2022. O aumento foi atribuído às cotações mais altas dos óleos de palma, girassol e canola, que compensaram as ligeiras perdas do óleo de soja. Os preços do óleo de palma subiram pelo terceiro mês seguido, em grande parte sustentados pela demanda global robusta e pelas notícias sobre a intenção da Indonésia de aumentar ainda mais seu mandato de mistura de biodiesel em 2026, disse a FAO. Em contrapartida, os preços do óleo de soja caíram ligeiramente, refletindo principalmente as perspectivas de ampla oferta global de soja na safra 2025/26.
O Estado de São Paulo/Agro
FRANGOS & SUÍNOS
Exportações de carne de frango crescem 3,9% em agosto
México assume liderança entre os principais destinos dos embarques no mês
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 394,6 mil toneladas em agosto, volume 3,9% maior que o total registrado no mesmo período do ano passado, com 379,8 mil toneladas. A receita registrada no período chegou a US$ 699,4 milhões, saldo 11,9% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 793,6 milhões. No ano (janeiro a agosto), as exportações de carne de frango totalizam 3,394 milhões de toneladas, saldo 1,1% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 3,432 milhões de toneladas. A receita acumulada nos oito primeiros meses do ano chegou a US$ 6,308 bilhões, saldo 0,2% menor em relação ao registrado em 2024, com US$ 6,319 bilhões. “O desempenho do mês de agosto manteve a estabilidade de embarques notada desde a reconquista do status de Livre de Influenza Aviária, pelo Brasil, o que deve se alterar positivamente com as recentes retomadas das importações pelo Chile e a oficialização da reabertura da União Europeia”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Em forte retomada nos embarques, o México – que recentemente recebeu uma ação da ABPA voltada para a preservação do fluxo comercial – liderou pela primeira vez o ranking dos principais destinos de carne de frango, com 37,5 mil toneladas embarcadas em agosto, número 873,3% superior ao registrado no ano passado. Em seguida estão Emirados Árabes Unidos, com 32,5 mil toneladas (-16,9%), Japão, com 30,3 mil toneladas (-22,2%), Arábia Saudita, com 27 mil toneladas (+0,6%), África do Sul, com 25,7 mil toneladas (-8,4%), Filipinas, com 19,7 mil toneladas (+27,2%), Coreia do Sul, com 15,3 mil toneladas (+65,7%), Iraque, com 12,7 mil toneladas (+15,0%), Reino Unido, com 11,3 mil toneladas (+130,2%) e Singapura, com 10,9 mil toneladas (+14%). Entre os principais estados exportadores, Paraná liderou o mês de agosto com 158,7 mil toneladas exportadas (-1,6%), seguido por Santa Catarina, com 89,7 mil toneladas (+6,5%), Rio Grande do Sul, com 44,1 mil toneladas (16,6%), São Paulo, com 24,5 mil toneladas (+3%) e Goiás, com 21,5 mil toneladas (+20,8%).
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