Ano 11 | nº 2544 | 03 de setembro de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: alta na cotação do boi e da novilha gordos em São Paulo
O cenário esteve dividido em dois movimentos. De um lado, ficaram os compradores, que anteciparam negócios para suprir as escalas de abate e negociar a preços mais favoráveis.
O cenário esteve dividido em dois movimentos. De um lado, ficaram os compradores, que anteciparam negócios para suprir as escalas de abate e negociar a preços mais favoráveis. De outro, a oferta de gado esteve justa, o que contribuiu para uma melhor margem de negociação para pecuaristas e sustentou os preços. Dessa forma, a arroba do boi gordo e a da novilha subiram R$1,00. Para as demais categorias, a cotação permaneceu estável em relação ao dia anterior. A escala de abate atendeu, em média, a 9 dias. Todos os preços foram brutos e com prazo. Na Bahia, a oferta de bovinos esteve reduzida, a demanda permaneceu firme e os preços ficaram sustentados. Na região Sul, a cotação do boi gordo subiu R$3,00/@ e a das fêmeas se manteve estável. Na região Oeste, não houve alterações nos preços em relação ao dia anterior. Não houve cotação de “boi China” no estado. A escala de abate, em ambas as regiões, atendeu, em média, a 13 dias. Todos os preços foram brutos e com prazo. No Maranhão, região Oeste, a oferta de bovinos esteve reduzida, reflexo da menor disponibilidade de capim e da menor capacidade de suporte das pastagens, havendo alguma oferta de capim apenas em função das chuvas esporádicas registradas em agosto e julho. As escalas de abate ficaram curtas na região. Nesse cenário, a cotação do boi gordo subiu R$3,00/@, enquanto a da novilha avançou R$5,00/@. A cotação da vaca permaneceu estável. Não houve cotação de “boi China” no estado. A escala de abate atendeu, em média, a sete dias úteis. Todos os preços foram brutos e com prazo.
Scot Consultoria
Frigoríficos se mantém abastecidos, mas demanda por exportação não deixa arroba ceder
O mercado físico do boi gordo iniciou a semana sem apresentar mudanças significativas no padrão das negociações, com acomodação nas principais praças pecuárias.
De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos, em especial os de maior porte, ainda dispõem de animais de parceria (contratos a termo), além da utilização de confinamento próprio para suprir suas necessidades, o que mantém uma frente de relativo conforto em suas escalas de abate. “A demanda ainda é um ponto relevante a ser considerado, em especial quando se trata das exportações, em um ritmo acelerado de embarques no decorrer do ano”, disse. Preços médios da arroba do boi. São Paulo: R$ 313,58 — na sexta: R$ 313,00. Goiás: R$ 307,86 — R$ 307,14. Minas Gerais: R$ 303,24 — R$ 304,12. Mato Grosso do Sul: R$ 316,14 — R$ 316,59. Mato Grosso: R$ 313,72 — R$ 313,18. O mercado atacadista teve preços firmes para a carne bovina nesta segunda-feira (1). Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por reajustes dos preços ao longo da primeira quinzena do mês, considerando a entrada dos salários na economia como motivador da reposição entre atacado e varejo. “Por outro lado, a carne de frango ainda dispõe de maior competitividade ante as proteínas concorrentes, em especial se comparado a carne bovina “, ressalta. O quarto traseiro segue cotado a R$ 22,90, por quilo; o quarto dianteiro ainda é precificado a R$ 18,25, por quilo; e a ponta de agulha segue no patamar de R$ 17,25.
Safras News
ECONOMIA
Dólar sobe na esteira de ganhos no exterior com receios fiscais globais
O dólar à vista fechou em alta ante o real na terça-feira, na esteira de fortes ganhos da moeda norte-americana no exterior impulsionados por temores fiscais, enquanto na cena doméstica o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado ficou no radar.
O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, a R$5,4748. Às 17h14, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,64%, a R$5,512 na venda. Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a força do dólar nos mercados globais diante da aversão ao risco provocada pelo acirramento da preocupação dos agentes financeiros com a situação fiscal nas principais economias do mundo, em particular dos Estados Unidos. Na reabertura do mercado norte-americano após feriado na véspera, os investidores reagiram negativamente à decisão de sexta-feira de um tribunal de recursos que considerou ilegal a maioria das tarifas do presidente Donald Trump, ameaçando uma importante fonte de receita para o país. Os receios com a crescente dívida federal dos EUA têm aumentado desde a aprovação de um projeto de lei de cortes de impostos pelo Congresso neste ano, levando membros do governo a defenderem as taxas de importação como uma forma de controlar os déficits por meio da arrecadação. Os temores fiscais também se estenderam pela Europa, onde os investidores demonstraram receios com a situação fiscal de França e Reino Unido, duas fortes economias cujos desempenhos podem impactar o continente como um todo. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,69%, a 98,318. Na cena doméstica, o mercado nacional monitorou o início do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça, exibindo preocupação de que uma condenação do ex-presidente possa levar ao agravamento do impasse comercial entre Brasil e EUA. Quando Trump anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros em julho, ele vinculou a decisão, entre pontos, à suposta “caça às bruxas” de que Bolsonaro seria vítima. A probabilidade de retaliação contra o Brasil também deixou os investidores mais avessos ao risco neste pregão.
Reuters
Ibovespa perde os 141 mil pontos em dia de menor apetite por risco
No fim do dia, o índice recuou 0,67%, aos 140.335 pontos, depois de oscilar entre os 139.625 pontos e os 141.279 pontos
O movimento de maior aversão a risco ao redor do globo empurrou o Ibovespa para o campo negativo desde o começo do pregão desta terça-feira. No fim do dia, o índice recuou 0,67%, aos 140.335 pontos, depois de oscilar entre os 139.625 pontos e os 141.279 pontos. O desempenho local espelhou a performance das principais referências acionárias em Nova York, que registraram queda firme. “Há uma leitura de risco institucional. O nível de inclinação da curva americana e europeia está aumentando. Vemos uma deterioração das instituições americanas [com o debate sobre a credibilidade do Federal Reserve]”, pontua o gestor de renda variável da Western Asset, Guto Leite, ao explicar parte da razão para o movimento de aversão a risco registrado ontem. Temores em torno de novas sanções americanas que poderiam ser tomadas contra o voltaram a balançar as ações da instituição financeira no pregão de ontem, que fecharam com queda de 3,18%, a R$ 20,42, depois de ceder até os R$ 20,08, na mínima intradiária. O dia também foi negativo para outras blue chips do setor bancário, com exceção das units do BTG Pactual, que avançaram 0,18%. Por outro lado, a sessão foi de ganhos para os papéis PN da Petrobras, que subiram 0,51%. Já as ações ON da Vale recuaram 0,38%. O início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) também foi acompanhado de perto pelos investidores no pregão, em meio a receios de que uma eventual condenação possa contribuir para estimular novas sanções americanas contra o Brasil. Para Leite, o julgamento de Bolsonaro é mais um gerador de volatilidade do que um fator determinante para o preço dos ativos. O executivo, porém, não descarta que uma eventual “condenação draconiana”, ou seja, mais dura, do ex-mandatário do país possa disparar uma nova rodada de sanções contra o Brasil. Para ele, é cedo para saber os eventuais efeitos sobre bancos no caso de uma escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos. Leite defende que, antes, o mercado precisa entender se as medidas serão direcionadas a instituições específicas, ou se serão mais generalizadas. O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 16,2 bilhões e de R$ 21,1 bilhões. Em Wall Street, os principais índices encerram em queda: o Nasdaq cedeu 0,82%, o S&P 500 recuou 0,69%, e o Dow Jones teve perda de 0,55%
Valor Econômico
Economia do Brasil desacelera no 2º tri em meio a juros elevados
A atividade econômica do Brasil cresceu 0,4% no segundo trimestre sobre os primeiros três meses do ano, em dado ligeiramente acima do esperado, mas que confirma as expectativas de enfraquecimento em meio à política monetária restritiva e antes do tarifaço dos Estados Unidos. A agropecuária registrou retração de 0,1%, após crescer 12,3% nos três primeiros meses com uma safra recorde de soja
Do lado da produção, o desaquecimento refletiu uma esperada retração do setor agropecuário, mostraram os dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do lado da demanda, o consumo das famílias cresceu novamente, embora tenha perdido força, enquanto o investimento voltou a registrar retração, refletindo um cenário doméstico ainda aquecido, mas em processo de desaceleração. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no período de abril a junho já marca uma forte desaceleração ante a expansão de 1,3% no primeiro trimestre, em dado revisado de 1,4% informado antes. Ainda assim, o dado superou a expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 0,3% e, segundo o IBGE, levou o PIB a atingir o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Na comparação com o segundo trimestre de 2024, o PIB teve avanço de 2,2%, em linha com a expectativa na pesquisa nessa base de comparação. “O efeito mais forte negativo sobre o PIB veio da política monetária, há uma clara desaceleração e isso tem a ver com juros mais altos”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. O enfraquecimento da economia no segundo trimestre já era esperado diante da política monetária restritiva, que inibe o crédito e o consumo. Por outro lado, o mercado de trabalho segue aquecido e deve continuar dando algum suporte à demanda. O impulso dado pela agropecuária no início do ano se dissipou e o setor registrou no segundo trimestre retração de 0,1%, após crescer 12,3% nos três primeiros meses com uma safra recorde de soja. Ainda no lado da produção, o setor de serviços — que responde por cerca de 70% da economia do país — seguiu mostrando resiliência com alta de 0,6%, acima dos 0,4% do primeiro trimestre. A indústria, por sua vez, saiu de uma estagnação nos três primeiros meses do ano para crescer 0,5% de abril a junho, com destaque para o crescimento de 5,4% na atividade Indústrias Extrativas, enquanto as indústrias de Transformação e Construção foram afetadas pelos juros elevados. A expectativa dos economistas é que política monetária restritiva siga impactando a atividade econômica no restante do ano, em linha com a necessidade do Banco Central de estabilizar os preços e as expectativas de inflação. Do lado da demanda, o consumo das famílias aumentou 0,5% no segundo trimestre, perdendo força ante a alta de 1,0% no período anterior em meio às restrições de crédito. O consumo do governo caiu 0,6%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, teve retração de 2,2%, depois de ter expandido 3,2% no primeiro trimestre. No setor externo, as exportações de bens e serviços aumentaram 0,7%, enquanto as importações diminuíram 2,9%.
Reuters
GOVERNO
Governo abre recurso extra para emergências na sanidade agropecuária
Mapa havia pedido R$ 135 milhões, mas montante é menor do que o solicitado; atualmente, existem quatro pedidos de emergência em curso
O Executivo federal autorizou a abertura de um crédito extraordinário destinado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Serão R$ 83,5 milhões extras para atender demandas relacionadas às emergências fitossanitárias e zoosanitária instaladas no Brasil. A medida provisória (MP) que abre o recurso foi publicada nesta terça-feira, 02, no Diário Oficial da União e começa a valer imediatamente. Em junho, em meio à resposta brasileira à gripe aviária, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a pasta tinha encaminhado à Casa Civil uma proposta de MP para abertura de um crédito extraordinário de R$ 135 milhões. O montante seria empregado para o enfrentamento dessas emergências sanitárias. Na ocasião, Fávaro reconheceu que o contingenciamento aos recursos da pasta poderia comprometer o trabalho. Atualmente, o Mapa declarou estado de emergências na sanidade agropecuária para quatros casos e ainda estão em vigor: Gripe aviária; Vassoura de bruxa da mandioca; Monilíase do cacaueiro; Mosca da carambola. De forma geral, uma emergência fitossanitária (em plantas) ou zoosanitária (em animais) é declarada quando é constatado um risco iminente de introdução de uma doença exótica ou praga quarentenária ainda não presente no país ou quando a risco de surto ou epidemia de alguma doença ou praga já existente. O Mapa é autorizado a adotar medidas para responder a esse problema, como a contratação de pessoal para ajudar na defesa agropecuária, por exemplo.
O Estado de São Paulo/Agro
EMPRESAS
Salic faz operação de R$ 3,7 bilhões e estrutura posição na BRF via derivativos, dizem fontes
Fundo de investimentos árabe tem participação também na Minerva Foods
O fundo árabe Saudi Agricultural and Livestock investiment Company (Salic) realizou nesta terça-feira (2/9) uma operação envolvendo R$ 3,7 bilhões na BRF e terá sua posição via derivativos, segundo cinco fontes ouvidas pelo Valor. A operação teve a corretora Citigroup como intermediária. Conforme fontes, o fundo pode reaver a posição via ações e mantém, pelo contrato, os direitos econômicos desses papéis. “Fizeram uma estrutura de derivativo para atender questões internas”, afirmou uma das fontes. Outro interlocutor acrescentou que a operação faz parte de uma otimização fiscal necessária para o Salic. Na prática, o fundo árabe continua a possuir 11% do capital social da BRF, mas não na forma de ações, “mas eles têm um contrato de derivativo que dá direitos econômicos e eles podem reaver as ações”, explicou uma fonte. Além disso, “tecnicamente também, o banco passa a ter o percentual da Salic na BRF”, acrescentou. O fato de o Salic ser acionista da BRF e do frigorífico Minerva, com 25% de participação, levou a Minerva a questionar a fusão entre BRF e sua controlada Marfrig no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) alegando, entre outros pontos, eventual conflito de interesses que o Salic poderia ter. O Valor obteve a informação de que a operação com derivativos não foi feita a pedido da Minerva Foods. Até agora, o posicionamento dos investidores árabes é o de que sua participação na empresa da família Vilela de Queiroz não será prejudicada por sua atuação na companhia que resultará da fusão de Marfrig e BRF. Em junho, o Salic optou por se abster na votação sobre a fusão que, se aprovada pelo Cade, criará a MBRF.
Globo Rural
CARNES
Brasil deve estar entre os cinco maiores consumidores per capita de carnes do mundo em 2033
Estudo desenvolvido conjuntamente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e FAO estima que em 2033 o Brasil estará colocado como o quinto maior consumidor per capita das carnes bovina, suína e de frango, ficando atrás de EUA, Austrália, Argentina e Israel.
O indicador não leva em conta a produção total ou os volumes totais disponíveis em cada país, mas os volumes prontos para o consumo. Daí os resultados serem bastantes inferiores aos divulgados normalmente nas estatísticas. No caso brasileiro, por exemplo, estima-se que o consumo per capita total das três carnes girará em torno dos 64 kg, enquanto o de carne de frango não irá muito além dos 32 kg. São volumes muito inferiores àqueles apontados internamente para 2024 – 45.5 kg para a carne de frango, pela ABPA; mais de 100 kg para as três carnes, pela CONAB. E o que se observa é que em sete desses 10 países a carne mais consumida continuará sendo a de frango. As exceções ficam restritas a dois países asiáticos (Coreia do Sul e Vietnã) e à Rússia. Nos três, a carne suína continuará liderando o consumo. Dessa forma, no consumo per capita estimado para 2033, a carne de frango representará 43% do total, vindo a seguir a carne suína com 30% e, na terceira posição, a carne bovina, com 27% do total.
OCDE/FAO
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