Ano 11 | nº 2534 | 20 de agosto de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo: cotações estáveis nas praças paulistas
As escalas avançaram e o volume de negócios caiu. Com isso, o mercado abriu com cotações estáveis. As escalas de abate atendiam, em média, a nove dias.
Pelos dados da Scot Consultoria, no mercado paulista, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 308/@ e o “boi-China” é negociado por R$ 315/@, ou seja, com ágio de R$ 7/@ sobre o animal sem padrão-exportação. No Espírito Santo, a cotação da vaca subiu R$2,00/@. Para o boi gordo, “boi China” e para a novilha, a cotação não mudou. No Rio Grande do Sul, as cotações não mudaram na região de Pelotas e na região Oeste. Em Goiás, na região Goiânia, a cotação do boi gordo subiu R$5,00/@ e a da vaca R$3,00/@. A cotação da novilha não mudou. Na região Sul, as cotações não mudaram. No estado, a cotação do “boi China” está estável. Na exportação de carne bovina in natura até a terceira semana de agosto, o volume exportado foi de 135,7 mil toneladas – com uma média diária de 12,3 mil toneladas, houve aumento de 24,9% frente ao embarcado por dia em agosto de 2024. A cotação média da tonelada ficou em US$5,6 mil, alta de 26,9% na comparação com o mesmo período de 2024.
Scot Consultoria
Goiás registra mais de 22,8 milhões de bovinos no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Agrodefesa
Levantamento realizado por meio do Sidago, durante a 1ª etapa de Declaração de Rebanho, aponta ainda que existem mais de 130,8 mil propriedades rurais no Estado. Dados contribuem para o trabalho de defesa agropecuária em Goiás
O rebanho bovino goiano alcançou a marca de 22.884.678 cabeças no primeiro semestre de 2025, segundo dados apurados pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). O levantamento ocorreu entre os meses de maio e julho deste ano, durante a 1ª etapa obrigatória da Declaração de Rebanho, com informações fornecidas diretamente pelos pecuaristas por meio do Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). O município com o maior rebanho do estado é Nova Crixás, com 797.484 cabeças, seguido por São Miguel do Araguaia (596.568), Porangatu (458.370), Caiapônia (407.111), Mineiros (380.454), Jussara (372.402), Aruanã (370.750), Crixás (352.787), cidade de Goiás (324.565) e Itarumã (281.286). Segundo o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o resultado representa um avanço em relação à etapa anterior da declaração obrigatória de rebanho, realizada nos meses de novembro e dezembro de 2024. “Na 2ª etapa do ano passado, registramos 22.737.550 cabeças. Esse crescimento mostra a força da pecuária goiana, a confiança dos produtores no trabalho da Agrodefesa e a maior adesão ao Sidago”, informa. “O contato direto com o produtor, levando informações sobre a importância da declaração correta e orientações sobre os programas sanitários, contribui para melhorias em toda a cadeia produtiva. Nossos técnicos atuam tanto na educação sanitária quanto na fiscalização, cuidando da sanidade animal. A defesa agropecuária é uma via de mão dupla, sem a parceria entre produtores e Agrodefesa, não alcançaríamos os resultados que Goiás apresenta”, afirmou Douglas Meyer, coordenador da Unidade Regional Rio Vermelho da Agrodefesa, que atende os municípios de Nova Crixás, Crixás, Goiás e Aruanã.
Agrodefesa
MT: boi gordo tende a manter viés de alta nos próximos meses
Imea aponta queda do EF e pressão sobre o boi gordo
O indicador do Equivalente Físico (EF) em Mato Grosso registrou -5,79% em julho de 2025, segundo a análise semanal do Imea divulgada nesta segunda-feira (18). O índice calcula a diferença entre o preço de comercialização da carne com osso no atacado e o valor da arroba do boi gordo. De acordo com o Imea, houve recuo de 1,43 ponto percentual em comparação com junho de 2025. O resultado foi influenciado pelas pressões baixistas sobre o preço da arroba, que alcançou R$ 295,38/@ no último mês, queda de 2,75% ante junho. O relatório destaca que “a maior desvalorização da carcaça casada, que retraiu 4,23% no mesmo comparativo, resultou no encurtamento das margens da indústria”. Segundo o Imea, no curto prazo, mesmo com o aumento sazonal na demanda externa pela proteína neste segundo semestre, o indicador negativo indica que as indústrias devem atuar para conter altas mais expressivas. O instituto conclui que, diante desse cenário, “os preços do boi gordo tendem a manter o viés de alta nos próximos meses, pressionando o indicador”.
IMEA
Confinamento no Mato Grosso deve subir 3,84% em 2025
Relação de troca favorece confinadores em 2025
Segundo a análise semanal divulgada na segunda-feira (18) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa é de que 926,78 mil animais sejam confinados em Mato Grosso ao longo de 2025. O resultado representa alta anual de 3,84% entre os 116 participantes da pesquisa. De acordo com o Imea, o crescimento é reflexo da melhora na margem da atividade, impulsionada pela recuperação nos preços do boi gordo. No primeiro semestre de 2025, as cotações subiram 47,06% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 209,74/@ para R$ 308,44/@ na média. O levantamento mostra que o custo da diária confinada avançou 11,93%, encerrando em R$ 13,25 por cabeça ao dia. Apesar da elevação no custo alimentar, o instituto destacou que a maior recuperação no preço do boi gordo frente ao milho favoreceu a relação de troca, que alcançou 5,52 sacas por arroba neste ano. O Imea informou ainda que o cenário abriu “uma boa janela de compra de insumos, aproveitada pelos confinadores, que já negociaram cerca de 80,00% do volume necessário”. Por fim, o instituto avaliou que o volume confinado pode crescer além do previsto, em razão da “perspectiva de alta nos preços do boi gordo para o segundo semestre”.
IMEA
ECONOMIA
Dólar tem forte alta com pesquisa eleitoral e tensão entre Brasil e EUA no radar
Operadores entendem que o “bom momento” que os mercados brasileiros viveram nas últimas semanas se quebrou e, agora, uma perspectiva mais cautelosa deve predominar
O dólar à vista encerrou o pregão da terça-feira em forte alta, encerrando bem perto do patamar de R$ 5,50, em meio à maior preocupação dos agentes financeiros com uma possível escalada nas tensões entre Brasil e Estados Unidos. Neste ambiente menos construtivo para os ativos locais, relatos sobre uma possível melhora na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria gerando pressão adicional nos mercados devido à perspectiva de não ocorrer uma reformulação na política fiscal do país. Encerradas as negociações do mercado à vista, o dólar comercial registrou valorização de 1,19%, cotado a R$ 5,4993, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,4305 e ter encostado na máxima de R$ 5,5053. O real encerrou com o pior desempenho entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor. Já o euro comercial teve apreciação de 1,01%, a R$ 6,4048. Na leitura de um gestor estrangeiro, na condição de anonimato, os riscos estão longe de serem benignos, em especial porque as sanções americanas (atreladas a fatores políticos) indicam que o cenário será de escalada no estresse entre os países. Também na terça, houve relatos de operadores de câmbio de que informações sobre uma pesquisa eleitoral a ser divulgada nos próximos dias teria pesado sobre os mercados. Mas a perspectiva mais cética sobre o bom desempenho do real não é unânime. O presidente e economista-chefe do BRP, Nelson Rocha Augusto, diz ver o dólar mais perto de R$ 5,40 ao longo do fim deste ano, ainda que haja oscilações pontuais. “Acredito que há quatro fatores que podem explicar isso: o diferencial de juros deve continuar elevado; o excepcionalismo americano, ainda que se mostre presente, vai erodir; quando a inflação começar a cair, com os juros também em vias de queda, os estrangeiros vão ter mais horizontes para cálculos econômicos e os investimentos diretos no país devem aumentar; e o estresse que há nas relações Brasil-Estados Unidos deve passar depois do julgamento do ex-presidente [Jair Bolsonaro]. No caso do último ponto, a leitura do economista do BRP é de que a tensão de hoje relativa ao estresse entre o Brasil e os EUA tende a acalmar nos próximos 60 a 90 dias. “Não há interesse do governo americano ficar batendo no Brasil o tempo todo. Acho que o Brasil consegue negociar e reduzir tarifas. Não vai ser algo do dia para a noite, mas acho possível mais acordos.” Já em relação às eleições, o executivo diz até ver o tema causando alguma volatilidade em “trades diários”, mas não no médio prazo, até o fim do ano. “Ainda acho muito cedo para esse assunto ditar o rumo do câmbio.”
Valor Econômico
Ibovespa recua mais de 2% com decisão de Dino e pesquisas no radar
Na avaliação de participantes do mercado, a resposta do governo americano à decisão do ministro do STF é sinal de continuidade do impasse
Pressionado por uma queda expressiva de blue chips de bancos, o Ibovespa encerrou a terça-feira com perdas de 2,10%, aos 134.432 pontos, perto da mínima de 133.997 pontos. Na máxima, o índice chegou a alcançar os 137.321 pontos. Desde o início do pregão, a escalada das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos empurrou a principal referência acionária local para o campo negativo. Na avaliação de participantes do mercado, a resposta do governo americano à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino — que determinou que leis estrangeiras não têm validade imediata no país — é sinal de continuidade do impasse. O movimento mais negativo foi amplificado na tarde de hoje, com a circulação de informações, nas mesas de operações, de que uma pesquisa eleitoral a ser divulgada em breve apontaria uma melhora na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No fim do dia, ações de bancos caíram em bloco: os papéis ON do cederam 6,03%, as units do Santander recuaram 4,88%, as units do BTG Pactual tiveram perdas de 3,48%. Da mesma forma, as preferenciais do Bradesco contraíram 3,43%, enquanto as ordinárias recuaram 3,29%. Já as PN do Itaú cederam 3,05%. Com isso, os bancos perderam R$ 40,1 bilhões em valor de mercado na sessão de hoje. O dia também foi negativo para as PN da Petrobras, que perderam 1,05%. Na contramão, as ações da Vale encerraram estáveis, com ganho de 0,08%. O volume financeiro negociado no índice foi de R$ bilhões e de R$ bilhões na B3. Já em Wall Street, os principais índices americanos fecharam mistos: o Nasdaq cedeu 1,46%, o S&P 500 recuou 0,59%, e o Dow Jones fechou estável, com alta de 0,02%.
Valor Econômico
Produtor rural está mais cauteloso para tomar crédito, diz secretário do Mapa
A continuidade dessa cautela vai depender do andamento da safra e das condições do mercado. O primeiro mês do Plano Safra 25/26 teve retração de 25% no total de valores desembolsados pelas instituições financeiras
Em um cenário de juros elevados e custos maiores para tomada de crédito rural, o produtor rural colocou o pé no freio. “O que estamos sentindo nesse início de Plano Safra é uma cautela mais acentuada do que nos anos anteriores (pelos produtores)”, disse Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nesta terça-feira (19/8) durante evento promovido pelo Santander. A continuidade dessa cautela vai depender do andamento da safra e das condições do mercado. “Com um juro base de 15% e o Plano Safra com juros que são altos, o que se vê é uma prudência muito grande. O produtor está fazendo conta”, comentou. No entanto, Campos ressaltou que “não há nada mais barato que o Plano Safra”, em termos de crédito rural. O primeiro mês do Plano Safra 25/26 teve retração de 25% no total de valores desembolsados pelas instituições financeiras. Em julho deste ano, os bancos e as cooperativas de crédito concederam R$ 24,2 bilhões em financiamentos aos produtores pelas linhas tradicionais de crédito rural contra R$ 32,2 bilhões no mesmo período de 2024. A principal queda nos valores desembolsados em julho foi nas operações de investimentos, de R$ 5,5 bilhões para R$ 1,9 bilhão. A diminuição já era esperada pelo governo federal por conta da alta nos juros nesta temporada e de incertezas no mercado. Para médios e grandes produtores, as alíquotas variam de 8,5% a 13,5% ao ano.
Globo Rural
GOVERNO
Indonésia passará a importar carne bovina com osso do Brasil
Esta é a segunda abertura de mercado para esse produto neste mês. O consumo de carne bovina na Indonésia vem crescendo nos últimos anos
Os governos do Brasil e da Indonésia acertaram requisitos sanitários para permitir a exportação de carne bovina com osso, miúdos bovinos, produtos cárneos e preparados de carne brasileiros para o país asiático. Esta é a segunda abertura de mercado para esse produto neste mês de agosto. No início da semana passada, o Ministério da Agricultura anunciou que as Filipinas também passarão a importar carnes brasileiras. Sobre a Indonésia, o ministério disse que com 283 milhões de habitantes, seu mercado é considerado estratégico para a proteína animal. “O consumo de carne bovina no país vem crescendo nos últimos anos, impulsionado pelo aumento da renda da população e pela expansão da classe média urbana”, disse a Pasta. Ainda segundo o ministério, a medida representa uma conquista importante para o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, e fortalece a parceria comercial com a Indonésia, que em 2024 importou US$ 4,2 bilhões em produtos agropecuários brasileiros, especialmente dos complexos sucroalcooleiro e da soja, fibras e produtos têxteis. Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 402 aberturas de mercado desde o início de 2023.
Globo Rural
INTERNACIONAL
Uruguai projeta estabilidade no preço do gado e vê espaço para competir com Brasil em carnes premium
Martín Secco, diretor do Frigorífico San Jacinto, no Uruguai, analisou a situação atual do mercado da carne em diálogo com Martín Olaverry para o programa Valor Agregado, na rádio Carve.
“A cadeia da carne uruguaia transmite muito bem os preços internacionais e, embora poucas vezes tenhamos vivido tanta incerteza política, o mercado internacional segue firme em demanda e preços”, afirmou. Sobre a atividade no Uruguai, disse que se está trabalhando em bom ritmo, com muita demanda e um mercado interno em linha com a oferta, onde os frigoríficos estão absorvendo o gado disponível e aguardando uma melhor oferta de animais terminados a pasto (verdeos). Consultado sobre os preços do gado, Secco foi direto: “não acredito que haverá grandes mudanças no preço do gado se o mercado internacional seguir como está”. A respeito da tensão entre Brasil e Estados Unidos e das oportunidades para países como o Uruguai, o diretor de San Jacinto destacou que os volumes de carne exportável no mundo são previsíveis e o mercado sabe o que o Uruguai pode oferecer. “Essa demanda está sendo paga pelo consumidor americano, porque os importadores repassam esse sobrecusto à cota. Nós vamos continuar exportando cerca de 10% a mais, e nos próximos meses ficaremos sem cota ou ela ficará reservada para cortes de alto valor”, disse, ressaltando que os volumes exportados devem superar os de anos anteriores. Sobre o mercado chinês, Secco afirmou que está comprando a bons preços, enquanto sobre a Europa comentou que está “tracionando bem”, e que, embora o Uruguai participe cada vez menos da cota 481, esse negócio vem sendo substituído pela mesma carne fora da cota. “É um mercado estável e, para esse segmento de alta qualidade, imagino que o Brasil terá dificuldade em competir com o Uruguai e a Argentina.” Em relação ao confinamento, Secco disse não ter dúvidas de que o negócio seguirá atrativo, independentemente da manutenção dos preços. “Hoje estamos no melhor dos mundos, mas mesmo com margens menores, o confinamento veio para ficar. É uma forma eficiente de a indústria manter um abate constante e de o produtor colocar aqueles últimos quilos que faltam”, relatou. Por fim, sobre os ovinos, declarou que em San Jacinto irão abater toda a oferta disponível, em um produto que já teve aumentos de até 40% em seu valor, com demanda presente e “escassez em todo o mundo”.
El País
FRANGOS & SUÍNOS
Embarques de carne de frango evoluem com lentidão
Os embarques de carne de frango in natura da 3ª semana de agosto foram menores que os das semanas anteriores. Entre 1 e 8 de agosto, o volume médio embarcado foi de 18.813 toneladas diárias. Já na semana passada (10 a 16 de agosto, cinco dias úteis) a média diária recuou quase 5,5%, caindo para 17.790 toneladas diárias.
Com isso, a média diária da quinzena inicial de agosto, próxima de 18.350 toneladas/dia continua abaixo da registrada nos quatro primeiros meses do ano, mas já supera o que foi registrado no trimestre maio/julho, além de se encontrar 12,2% e 13,4% acima do que foi embarcado diariamente no mês anterior e no mesmo mês do ano passado. Há um ano, os preços obtidos pela carne de frango in natura alcançaram valor excepcional (US$2.070,62/tonelada, em decorrência de momentâneo embargo das exportações por conta de caso de Newcastle na avicultura gaúcha no mês de julho) e, desde então, permanecem em queda quase contínua, com o que o resultado anual negativo só tem aumentado. O valor de US$1.772,65/tonelada já corresponde a uma redução anual próxima dos 15%. Mantidas, nestas duas últimas semanas de agosto, a média registrada na 1ª quinzena, o volume mensal, da ordem de 385 mil toneladas, ainda será 8% superior ao de um ano atrás. Mas a receita, da ordem de US$683 milhões, ficará mais de 7% abaixo da alcançada em agosto de 2024.
SECEX/MDIC
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