Ano 11 | nº 2531 | 15 de agosto de 2025
NOTÍCIAS
Mercado do boi gordo se mantém estável em SP
Cotações do boi sobem em Goiás e Mato Grosso do Sul
O mercado do boi gordo apresentou estabilidade em São Paulo, segundo análise divulgada na quinta-feira (14) no informativo Tem Boi na Linha, da Scot Consultoria. A oferta de animais aumentou entre quarta e quinta-feira, enquanto o escoamento de carne manteve bom ritmo no mercado interno e nas exportações. “A cotação de todas as categorias permaneceu estável”, informou o boletim. As escalas de abate no estado estavam, em média, programadas para sete dias. Na região Sul de Goiás, a oferta de bovinos atendeu à demanda sem gerar excedentes. Com a melhora no escoamento da carne, houve estímulo às negociações e valorização em todas as categorias. As escalas de abate também se mantiveram, em média, para sete dias. No Mato Grosso do Sul, o cenário foi de altas em todas as regiões. Em Dourados, os preços do boi gordo, da vaca e da novilha subiram. Em Campo Grande, houve aumento para o boi gordo, enquanto vaca e novilha seguiram estáveis. Já em Três Lagoas, as cotações do boi gordo e da vaca tiveram alta, e a novilha manteve-se estável. A valorização também atingiu o chamado “boi China”, que registrou ágio sobre o boi comum nas três regiões citadas. As escalas de abate no estado, em média, cobriam uma semana de programação.
Scot Consultoria
Boi gordo deve seguir acima de R$ 300 até o fim de 2025, diz Felipe Fabbri
O mercado do boi gordo começou agosto com preços firmes. Em São Paulo, a arroba do boi padrão exportação está entre R$315,00 e R$320,00, frente à mínima do ano de R$295,00.
Segundo Felipe Fabbri, da Scot Consultoria, a oferta controlada e a demanda aquecida (especialmente para exportação) devem manter a arroba acima de R$300,00 até o fim de 2025. O diferencial de base entre praças diminuiu, com valores semelhantes em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Scot Consultoria
ECONOMIA
Dólar fecha em leve alta com dados de inflação dos EUA e tarifa de Trump em foco
O dólar à vista fechou em leve alta ante o real na quinta-feira, na esteira dos fortes ganhos da moeda norte-americana no exterior, mas oscilando em faixa estreita diante da cautela de investidores em meio ao contínuo impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,31%, a R$5,4179.
Às 17h06, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a R$5,439 na venda. Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a força da divisa dos EUA nos mercados globais, depois que dados de inflação ao produtor acima do esperado no país mexeram com as apostas sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve neste ano. O índice de preços ao produtor dos EUA teve alta de 0,9% em julho na base mensal, após registrar estabilidade no mês anterior e bem acima da projeção de ganho de 0,2% em pesquisa da Reuters com economistas. Em 12 meses, a inflação chegou a 3,3%, acelerando ante os 2,4% de junho. O resultado trouxe à tona preocupações de analistas de que as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, possam estar começando a afetar os preços no país, podendo atingir, em breve, os consumidores de forma mais ampla. Com isso, operadores passaram a precificar chance de 93% de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual em setembro, segundo dados da LSEG. Antes do relatório, as apostas indicavam que tal redução estava totalmente precificada. Essa mudança de cenário impulsionou os rendimentos dos Treasuries ao longo do dia, o que, em consequência, valorizou o dólar ante seus pares. Rendimentos mais altos nos EUA tendem a tornar a moeda norte-americana mais atrativa para investidores estrangeiros. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,48%, a 98,188. Na cena doméstica, entretanto, ainda tem permanecido um sentimento de cautela diante das incertezas comerciais desde que Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros na semana passada, mesmo que excluindo uma série de bens. Os agentes financeiros seguem acompanhando as tentativas do governo brasileiro de negociar com Washington para pelo menos ampliar a lista de isenções, mas o Executivo não tem tido sucesso em abrir canais de diálogo com os EUA.
Reuters
Ibovespa recua em dia de tombo de Raízen e salto de Hapvida
No setor de proteínas, a JBS, que é negociada em Nova York, recuou 4,54%, com o resultado do segundo trimestre também no radar, além de anúncio de programa de recompra de ações. A companhia também comprou uma fábrica de alimentos processados em Ankeny, no Estado norte-americano de Iowa, e afirmou que investirá US$100 milhões no local.
O Ibovespa fechou com um declínio modesto na quinta-feira, com a fase final da temporada de resultados ocupando as atenções, tendo Hapvida na ponta positiva após sinalização mais otimista para o segundo semestre, enquanto Raízen desabou com prejuízo bilionário em meio a forte aumento da dívida. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,24%, a 136.355,78 pontos, tendo marcado 135.587,94 pontos na mínima e 137.436,74 pontos na máxima do dia. O volume financeiro do pregão somou R$22,7 bilhões. De acordo com analistas do Itaú BBA, no relatório Diário do Grafista, o Ibovespa saiu da tendência de baixa e encontra certa dificuldade em seguir em direção à sua máxima histórica. “O Ibovespa superou a primeira resistência em 137.000 pontos e devolveu fechando abaixo novamente (na véspera). Esse é um sinal da indefinição do mercado no curto prazo”, afirmaram, destacando que as próximas resistências estão em 139.400 e 141.600 pontos. “Do lado da baixa, o índice encontra suportes em 135.400, 134.400 e a região dos 131.500 pontos.”
Reuters
Setor de serviços avança 1,1% no 2º trimestre de 2025, ante 1º trimestre
Segundo o IBGE, alta ocorreu após recuo de 0,1% no primeiro trimestre, também ante o trimestre anterior
O volume de serviços prestados no país cresceu 1,1% no segundo trimestre de 2025, ante o trimestre anterior, pelos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta ocorre após recuo de 0,1% no primeiro trimestre, também ante o trimestre anterior. Antes dessa retração de 0,1%, o setor vinha de sete taxas trimestrais seguidas, na série que compara com o trimestre imediatamente anterior. Frente ao segundo trimestre de 2024, a expansão dos serviços foi de 2,8%. Esta foi a 17ª alta seguida na taxa trimestral, quando se considera a comparação interanual, ante igual período do ano anterior. Vale destacar que a metodologia da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) é diferente daquela das Contas Nacionais, que calculam o Produto Interno Bruto (PIB). O conceito de serviços é mais restrito na PMS, enquanto no PIB engloba atividades como comércio, educação, saúde e serviços financeiros mais robustos, como os grandes bancos comerciais. Além disso, o cálculo de periodicidade é diferente: o dado é mensal na PMS – e depois adaptado para o trimestre – e trimestral no PIB.
Valor Econômico
Projeção de recorde para a safra 2024/25 aumenta, puxada por soja e milho
Conab estima uma colheita de 345,9 milhões de toneladas de grãos. Colheita de soja é estimada em 169,7 milhões de toneladas, 14,8% a mais que na temporada anterior
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a safra brasileira de grãos 2024/25, que deve ser recorde. A colheita deve chegar a 345,9 milhões de toneladas, 47,7 milhões a mais que na safra passada. Os dados estão no 11º Levantamento de Safra, divulgado nesta quinta-feira (14/8). A previsão anterior, de julho, era de uma produção total de 339,6 milhões de toneladas. Em comunicado, a Conab informa que o aumento na estimativa se deve, em parte, ao aumento da área plantada, de 2,5%, para 81,9 milhões de hectares. E, em parte, ao ganho de produtividade média nas lavouras brasileiras, estimado em 4,214 toneladas por hectare. O crescimento da produção é puxado por milho e soja. Juntas, as duas culturas devem render 43,4 milhões de toneladas a mais do que na safra 2023/24. A companhia calcula a colheita da oleaginosa em 169,7 milhões de toneladas, 14,8% a mais que na temporada anterior. “Os investimentos dos produtores na cultura, a partir da disponibilização de crédito via Plano Safra, aliado às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras, justificam a produção recorde da oleaginosa no país”, avalia a Conab. A colheita de milho deve totalizar 137 milhões de toneladas, somando todos os ciclos anuais da cultura, também um recorde. A segunda safra, a principal do país, deve render 109,6 milhões de toneladas do grão. Até a divulgação do relatório, os técnicos da companhia contabilizavam 83,7% de área colhida. “Em Mato Grosso, principal Estado produtor do cereal, a colheita se encaminha para a finalização com uma produção estimada de 53,55 milhões de toneladas, o que representa 49% da produção total do milho segunda safra no país”, destaca a Conab. Segundo a Conab, a produção brasileira de algodão na safra 2024/25 deve aumentar 6,3% e chegar a 3,934 milhões de toneladas. O crescimento de 7,3% da área plantada, para 2,085 milhões de hectares, será determinante do resultado. A produtividade fica praticamente estável, em 1,88 tonelada por hectares (-0,9%). Até a conclusão do relatório, a Conab registrava aproximadamente 40% da safra colhida. A queda de rendimento no campo ocorre principalmente em Minas Gerais e Bahia. Ainda assim, a colheita nacional deve registrar uma nova marca histórica. “Neste estágio da safra, em que todos os produtores, exceto Mato Grosso, já superaram 50% da área colhida, é possível aproximar as projeções com a produtividade real. A tendência é que a produção total supere a da safra anterior, que já havia sido recorde”, diz o relatório.
Globo Rural
EMPRESAS
Lucro da Marfrig cresceu 13% no segundo trimestre, para R$ 85 milhões
Melhora do resultado refletiu investimentos em ampliação de capacidade de abate na América do Sul
A Marfrig encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 85 milhões, resultado 13% superior ao registrado em igual período do ano passado. Segundo a companhia, “o trimestre foi marcado pelo crescimento na capacidade de abate e desossa decorrente do investimento na expansão de complexos industriais pela América do Sul”. Ao todo, o continente respondeu por 66% das vendas da Marfrig no segundo trimestre. Foram 205 mil toneladas, volume 7,8% acima do registrado no mesmo período de 2024. A receita líquida consolidado total da empresa cresceu 8,6%, para R$ 37,7 bilhões entre abril e junho deste ano. Desse total, 40% se devem ao resultado da BRF, 49% à operação na América do Norte e 11% ao negócio na América do Sul. Já o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Marfrig ficou em R$ 3 bilhões, queda de 10% em relação ao segundo trimestre do ano passado, com margem de 8%, abaixo dos 9,7% de um ano antes. A empresa informou que sua alavancagem (medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda) também caiu — de 3,8 vezes no segundo trimestre de 2024, para 2,7 vezes no último trimestre. “O desempenho da companhia foi impulsionado por decisões estratégicas que incluem a concentração da produção em complexos industriais voltados para produtos com marca e maior valor agregado, com apoio dos confinamentos que garantiram os altos níveis de ocupação”, destacou Rui Mendonça, diretor da Marfrig na América do Sul, em nota. De acordo com o executivo, a companhia aumentou em 26% o volume de gado próprio abatido em sua operação América do Sul no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024, o que permitiu ampliar em 66% os abates de bovinos habilitados para a Europa, região classificada pela direção da Marfrig como “melhor destino para cortes de traseiro”. “Entendemos que os confinamentos estão realmente entregando objetivos que tínhamos. E vamos seguir nessa sequência ao longo dos próximos períodos”, observou Mendonça. Segundo ele, o mercado brasileiro tem se mostrado resiliente nos últimos anos, absorvendo cerca de 75% dos produtos industrializados produzidos na região. Questionado sobre os impactos da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA à carne brasileira, Mendonça afirmou que as vendas do Brasil para os EUA efetivamente atingidas pela medida representam 2,1% da receita consolidada na América do Sul tendo, portanto, pouco impacto sobre a operação da companhia. “Os EUA compram basicamente matéria-prima para a indústria, que é a mesma matéria-prima que nós utilizamos, por exemplo, para produção de hambúrguer. Então, no dia a dia, a gente vai tomando a decisão do melhor resultado: se é o redirecionamento para outros mercados ou a produção de produtos processados”, disse Mendonça, classificando a situação como “solucionada de imediato”. Quando considerada apenas a operação da Marfrig na América do Norte, a companhia registrou receita líquida de US$ 3,26 bilhões no último trimestre, aumento de 5,3% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. O resultado, conforma Marfrig, refletiu o maior preço médio dos produtos vendidos no continente, que passa por uma fase de baixa oferta no ciclo pecuário. “Apesar do cenário adverso de baixa disponibilidade animal e aumento de custo de matéria-prima que afetou o setor como todo, a National Beef se manteve resiliente, focada na excelência operacional”, disse, em nota, o diretor da Marfrig na América do Norte, Tim Klein. Segundo o executivo, “o reflexo disso foi um total de vendas de 468 mil toneladas e a performance da empresa ficando acima da média, com 88% do volume vendido no mercado doméstico”.
Valor Econômico
Gripe aviária pesa sobre o lucro da BRF, que cai 32,8%
Caso da doença no país reduziu ganhos no segundo trimestre, mas companhia ainda teve o seu melhor primeiro semestre da história. Miguel Gularte, da BRF: otimismo com a conclusão do processo de fusão da empresa com sua controladora, a Marfrig
Os efeitos do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, em junho, pesaram sobre os resultados da BRF no segundo trimestre. A empresa de alimentos fechou com lucro líquido de R$ 735 milhões, o que representou uma queda de 32,8% em relação ao mesmo intervalo de 2024, segundo balanço que a companhia divulgou nesta quinta-feira (14/8). A descoberta da doença ocorreu em granja de outra empresa, mas o caso afetou as exportações de carne de frango de todo o país, já que diversos importadores suspenderam as compras temporariamente. No entanto, os desdobramentos da gripe aviária não impediram a companhia de registrar seu melhor primeiro semestre da história. Segundo a BRF, o forte desempenho no intervalo de janeiro a junho deveu-se, em grande parte, a seu programa de melhoria na eficiência operacional e à estratégia de diversificação de exportações, que a empresa já vinha adotando. No primeiro semestre, o Ebitda da empresa cresceu 11% em comparação com o mesmo período de 2024, para alcançou R$ 5,3 bilhões. O lucro líquido, por sua vez, aumentou 14%, para R$ 1,9 bilhão. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, chegou a 0,43 vez, seu menor nível. “Quando você perde um mercado da relevância de Europa, China e Chile, e tem metade do trimestre sem as habilitações da maioria dos mercados, mais de 100 mercados (suspensos), olhamos como foi importante a diversificação”, disse o CEO da BRF, Miguel Gularte, a jornalistas. No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 4,5%, para R$ 2,5 bilhões. A receita líquida, porém, aumentou 2,9%, para R$ 15,36 bilhões. Sem detalhar qual foi o exato impacto da gripe aviária sobre o resultado operacional da empresa, o diretor de finanças e relações com investidores, Fábio Mariano, admitiu que, “certamente, a performance de Ebitda seria muito maior no segmento internacional”, não fosse a ocorrência da doença, causada pelo vírus H5N1. De acordo com os dados do balanço, que a empresa divulgou na quinta-feira (14/8), o Ebitda ajustado do segmento internacional caiu 21,4%, para R$ 1,17 bilhão. Já receita dessa unidade de negócios recuou 4,7%, para R$ 6,74 bilhões. “A maior explicação para a queda na receita do segmento internacional foi a redução de 10% no volume [do segmento]”, disse Mariano. O executivo ponderou, com base em dados do governo federal, que o Brasil perdeu 15% em volume de exportações em virtude dos embargos decorrentes da gripe aviária. Na BRF, segundo ele, a diminuição foi de 5%. Para lidar com o momento adverso, não houve redução nos níveis de alojamento de pintos da empresa, um movimento que diminuiria a oferta. “Houve situações em que preferimos segurar os estoques, e a estratégia deu certo”, avaliou Mariano. Além de segurar o estoque, a BRF optou por redirecionar a venda para mercados alternativos ou para o consumo doméstico, a depender das condições de preço e dos cortes de frango. Alguns itens de menor valor agregado que a companhia exportaria para a China foram enviados para graxarias para fabricação de farinhas. No caso dos pés de frango, item pelo qual a demanda chinesa costuma ser bastante elevada, a companhia conseguiu enviar lotes para Hong Kong e países da África, entre outras regiões. O Brasil voltou a ser considerado livre do vírus H5N1 em granjas comerciais no fim de junho, mas China, Chile e União Europeia ainda não retomaram as compras. Outros importadores relevantes, como a Arábia Saudita, já normalizaram as importações. “Ainda estamos fora do mercado chinês e do chileno. O chinês é relevante por preços e volume, e o chileno, por preço”, disse Gularte. Por outro lado, ainda de acordo com o balanço da BRF sobre o segundo trimestre, no segmento Brasil, que abarca o mercado interno, o Ebitda ajustado cresceu 23,1%, para R$ 1,32 bilhão. Já a receita aumentou 17,6%, para R$ 8,08 bilhões. Questionado sobre a fusão da empresa com sua controladora, a Marfrig, que criará a MBRF, Gularte disse que a previsão é de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) defina o caso no dia 20. “Estamos otimistas de que esse processo se conclua”, afirmou.
Valor Econômico
JBS prevê bons resultados para área de bovinos no Brasil apesar de tarifas dos EUA
Empresa espera melhora na operação de suínos nos Estados Unidos após impacto da China. CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, ressaltou que apenas algumas unidades específicas da Friboi, que exportavam mais para o mercado americano, sofreram impacto devido à nova taxa
O CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, acredita que as operações de bovinos da companhia no Brasil, com a Friboi, devem obter desempenho positivo no decorrer deste ano, mesmo em meio ao aumento de tarifas dos Estados Unidos contra produtos do Brasil, país que até o mês passado era o segundo maior comprador de carne bovina brasileira. “Para o próximo tri (3º trimestre do ano), as nossas operações de bovinos no Brasil vão continuar entregando bons resultados”, estimou o executivo em teleconferência para comentar o balanço financeiro da empresa, realizada na quinta-feira (14/8). Tomazoni ressaltou que apenas algumas unidades específicas da Friboi, que exportavam mais para o mercado americano, sofreram impacto devido à nova taxa que chegou a 76,4%. No entanto, de maneira geral, a percepção do CEO é de que as tarifas não terão efeito relevante para a companhia como um todo, visto que há possibilidade de redirecionar cargas e o grupo conta com uma plataforma de diversificação geográfica. “A Friboi está com um crescimento forte em volume e dividendos”, enfatizou. No segundo trimestre deste ano, a JBS Brasil, operação de bovinos do grupo no país, viu uma elevação de 20,2% na receita líquida em relação ao mesmo período de 2024, para US$ 3,58 bilhões. Os dados foram divulgados em balanço na noite de ontem (13/8). O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado subiu 1% no período, para US$ 228,6 milhões. A margem Ebitda, porém, caiu 1,2 ponto percentual para 6,4%. “Nós perdemos um pouco em relação às margens, mas conseguimos compensar isso com um volume maior”, pontuou Tomazoni. Em relação ao ciclo do gado no Brasil, o executivo afirmou que a perspectiva é otimista para a pecuária neste ano e em 2026 também, em função das melhorias de produtividade e índices de confinamento que vêm sendo praticados no mercado. À medida que a guerra comercial se intensificou entre Estados Unidos e China, a operação americana da JBS sentiu um impacto negativo pela redução na venda de carne suína do país ao mercado chinês. Agora, a perspectiva da companhia é de recuperação para o decorrer do ano, com impulso vindo da demanda local. “Produtos que iam mais para a China precisaram retornar. Esperamos que a partir do terceiro trimestre de 2025 a gente volte ao normal”, disse o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho. Segundo o executivo, com a alta nos preços do gado e da carne bovina nos Estados Unidos, o suíno se tornou uma boa opção para a população doméstica. Com um consumo maior, ele acredita que as margens serão melhores para a JBS USA Pork. No segundo trimestre deste ano, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da unidade americana de suínos aumentou 5,6% na variação anual, para US$ 253,6 milhões. A receita líquida, porém, caiu 4,8% para US$ 2,06 bilhões. O segmento de linguiças e produtos preparados de suínos é, inclusive, uma das apostas da companhia nos EUA. Wesley Filho comentou que a empresa fez um mapeamento sobre onde estava a demanda e, ao perceber essa oportunidade, decidiu investir em novas plantas no país. Na quarta-feira (13/8), a JBS USA anunciou a compra de uma unidade em Iowa, por US$ 100 milhões, que será ampliada e deverá se tornar a maior fábrica de linguiças e bacon da companhia naquele país.
Globo Rural
Câmara Árabe vê espaço para produtos alvo de tarifaço em países árabes
A carne bovina congelada teria espaço, segundo a entidade, no Egito, Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, que fomenta negócios entre o Brasil e os países árabes, apresentou ao governo federal um plano para redirecionar a mercados árabes as exportações brasileiras atingidas pelo tarifaço americano. O plano propõe ações conjuntas como visitas oficiais à região, missões empresariais a feiras de negócios, a organização de rodadas de negócios entre empresas brasileiras e árabes, a retomada ou a aceleração de acordos de livre comércio, além da facilitação de vistos para empresários dos dois lados. “Queremos trabalhar junto com governo, parlamentares, embaixadas, entidades e empresas para minimizar o tarifaço. Vemos os países árabes como uma região que pode absorver parte dos produtos sobretaxados. Na região, há demanda, e o Brasil pode ter uma inserção maior”, avalia, em nota, Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe, destacando que as exportações brasileiras aos 22 países árabes foram recorde em 2024: US$ 23,68 bilhões. O plano apresentado ao governo foi orientado por um estudo da entidade, que identificou 13 produtos da pauta com os Estados Unidos com potencial de inserção nos países árabes. Os produtos são semimanufaturados de aço e ferro, café, petróleo refinado, carne bovina congelada, ligas de aço, bulldozers, pás-carregadeiras, açúcar, madeiras de coníferas, portas, niveladores de solo, compensados de madeira e peças de madeira serrada. O estudo não especifica as quantidades que os árabes poderiam adquirir de cada item, mas lista os países do bloco que mais vêm ampliando as importações totais desses produtos. O café, por exemplo, segundo o estudo, poderia ser em parte absorvido por Arábia Saudita, Egito e Argélia. A carne bovina congelada também teria espaço, segundo a entidade, no Egito, Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita, que compraram US$ 2,26 bilhões em 2024, 42,78% de tudo isso do Brasil. A entidade, no entanto, ainda vê espaço nesses mercados, que são grandes consumidores e reexportadores regionais da carne brasileira. O estudo da Câmara Árabe destaca também o fato de os países árabes apresentarem alíquotas de importação de zero a 30%, com a maioria dos produtos sendo taxada entre 5% e 6%. Na avaliação da entidade, essas alíquotas poderiam, inclusive, ser reduzidas com novos acordos de livre comércio, além do Mercosul-Egito, o único em vigor na região. A Câmara Árabe lista como prioritária as negociações já existentes com os Emirados Árabes Unidos, este em fase final, e com o Conselho de Cooperação do Golfo, Marrocos, Palestina e Líbano, que precisam ser retomadas ou ter aprovação acelerada.
Ascom CCAB
GOVERNO
Filipinas abrem mercado para carne bovina com osso e miúdos do Brasil
Os governos do Brasil e das Filipinas concluíram negociação sobre os requisitos sanitários para a exportação de carne bovina com osso e miúdos bovinos brasileiros para o país asiático.
Com mais de 118 milhões de habitantes e consumo crescente de proteína animal, as Filipinas são um mercado estratégico para o agronegócio nacional. Em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários para o país, entre os quais se destacam carnes, cereais, farinhas e produtos do complexo sucroalcooleiro. A ampliação dos produtos autorizados a ingressar no mercado filipino fortalece a relação comercial bilateral e abre novas oportunidades para a cadeia produtiva da bovinocultura brasileira. Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 400 aberturas de mercado desde o início de 2023, sendo 100 apenas em 2025. Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
MAPA
INTERNACIONAL
JBS prevê melhora no ciclo pecuário nos EUA a partir do final de 2027
Os frigoríficos de carne bovina dos Estados Unidos continuarão a lidar com a baixa disponibilidade de gado por cerca de três ou quatro trimestres, com melhorias graduais no rebanho norte-americano ocorrendo gradualmente a partir do final de 2027, disseram executivos da JBS na quinta-feira.
Em comentários feitos após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, a maior empresa de carnes do mundo afirmou que outros fatores que afetam sua operação de carne bovina nos EUA, que representa cerca de um terço de suas vendas líquidas, incluem o fechamento da fronteira com o México em maio, devido à ocorrência da bicheira-do-Novo Mundo, um parasita. “A situação mexicana é obviamente relevante”, disse Wesley Batista Jr., que lidera as operações da JBS nos EUA. Os governos mexicano e americano estão em negociações para a possível reabertura da fronteira, disse ele, estimando que cerca de 1,1 milhão de cabeças de gado bovino não podem passar neste momento. Outros desafios operacionais da empresa nos EUA incluem o negócio de carne suína, que foi fortemente afetado desde que o presidente Donald Trump iniciou uma guerra comercial com Pequim. As restrições às exportações de frango brasileiro da China e da União Europeia, aplicadas desde maio após um surto de gripe aviária no maior exportador de aves do mundo, também estão pesando sobre a JBS, que recentemente passou a ter ações listadas nos EUA. O CEO Gilberto Tomazoni estimou que, se as barreiras comerciais sanitárias não forem removidas, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da sua divisão de alimentos preparados Seara no Brasil poderá ser impactado em cerca de 1,5%. As margens da Seara, no entanto, permaneceram na casa dos dois dígitos, apesar das interrupções relacionadas à gripe aviária no segundo trimestre. Impulsionada também pelos fortes resultados da processadora de aves Pilgrims Pride, a empresa registrou vendas líquidas recordes de US$21 bilhões, enquanto o lucro líquido aumentou quase 61%, para US$528,1 milhões no segundo trimestre.
Reuters
FRANGOS & SUÍNOS
Preços do suíno vivo e da carne sobem com demanda aquecida em agosto
Maior consumo nesta segunda semana do mês tem elevado a liquidez dos negócios. Suínos tiveram valorização em todas as regiões produtoras
Os preços do suíno vivo e da carne têm registrado novas altas em todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na quarta-feira (13/8), no Paraná, o indicador Cepea/Esalq para o suíno vivo registrou a cotação de R$ 8,16 o quilo, uma alta de 8,37% desde o início de agosto. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça suína especial estava cotada a R$ 12,88 o quilo, um aumento de 10,84% no acumulado do mês. Segundo agentes do mercado, o impulso neste início de agosto veio do aumento na procura pela proteína suína devido ao Dia dos Pais, além da típica elevação na demanda motivada pelo recebimento de salários da população. No mercado da carne, pesquisadores explicam que, depois de registrar baixo ritmo de vendas em julho, o maior consumo nesta segunda semana de agosto tem elevado a liquidez envolvendo produtos suinícolas.
Globo Rural
Suinocultura Independente: mercado aquecido
De acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o preço dos suínos no estado de São Paulo teve valorização de 4,89% e está em R$ 8,80/kg, sendo que na semana passada estava em R$ 9,23/kg vivo.
No mercado mineiro, o valor do animal também apresentou valorização de 4,71% em que passou de R$ 08,50/kg vivo visto na semana anterior para R$ 8,90/kg no fechamento desta semana, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg). Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal também registrou avanço de 4,60% nesta semana, em que os preços passaram de R$ 8,05/kg para R$ 8,42/kg.
APCS/ Asemg/ ACCS
Arábia Saudita vai reabrir exportação à carne de aves do Rio Grande do Sul
País, que era o segundo maior importador do produto brasileiro, retoma negociações após conclusão do foco de influenza aviária.
A Arábia Saudita anunciou que vai retirar as restrições temporárias impostas à importação de carne de aves do Rio Grande do Sul, após a conclusão do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrado no município de Montenegro. A confirmação foi dada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ao governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), na quarta-feira (13/8). “Aos poucos estamos reabrindo mercados importantes e estratégicos para o Rio Grande do Sul. Isso também mostra a credibilidade que temos junto aos países e a qualificação do trabalho do Serviço Veterinário Oficial gaúcho”, enfatizou o secretário da Agricultura, Edivilson Brum. Dados da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) mostram que a Arábia Saudita foi responsável por 21% das exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul entre janeiro e outubro de 2024, ficando atrás apenas dos Emirados Árabes. Entre abril e janeiro deste ano, a Arábia Saudita era o 2º maior importador do produto brasileiro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, destacou que é uma notícia importante, tendo em vista o potencial de compra da Arábia Saudita. “É mais um passo rumo a normalização do comércio exterior para a avicultura do Rio Grande do Sul. Hoje os países do Oriente Médio importam cerca de 30% do que o Brasil exporta, e automaticamente, o Estado se enquadra nesse número porque somos o 3º maior exportador do Brasil”, afirmou. Na última semana, em missão ao Rio Grande do Sul, o Chile também havia anunciado a reabertura do mercado avícola. Faltando agora dois importantes países que é são a China e a União Europeia. “A reabertura da Arábia Saudita é extremamente importante por se tratar de um parceiro comercial fundamental para a avicultura do Rio Grande do Sul e isso simboliza o reconhecimento das garantias que o Estado e que o país tem dado à proteína animal, em especial à avicultura”, destacou o secretário-adjunto da Seapi, Márcio Madalena.
Ascom Seapi
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