
Ano 11 | nº 2527 | 11 de agosto de 2025
NOTÍCIAS
Dia dos Pais fortalece demanda por carne bovina no mercado interno
Exportação para China mantém alta na arroba
De acordo com análise divulgada na sexta-feira (8) pelo informativo Tem Boi na Linha, da Scot Consultoria, o preço da arroba da novilha gorda em São Paulo registrou nova alta, encerrando a primeira semana de agosto com valorização consecutiva. “O movimento de alta tem sido sustentado pela oferta enxuta de bovinos”, informou a consultoria. No acumulado da semana, a arroba da novilha subiu R$ 10,00, enquanto as demais categorias permaneceram estáveis na comparação diária. A exportação de carne bovina mantém desempenho positivo, com recordes mensais, levando frigoríficos a priorizar bovinos precoces, especialmente os habilitados para atender o mercado chinês. No mercado interno, o início do mês e a proximidade do Dia dos Pais impulsionaram a saída da carne no atacado, fortalecendo a demanda. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (B3), os contratos futuros também refletiram o cenário de firmeza, com ajustes positivos no fechamento do pregão de 7 para 6 de agosto nos vencimentos do segundo semestre. Na Bahia, no estado, o boi gordo também apresentou alta na semana. Na região Sul, a arroba subiu R$ 2,00 e, na região Oeste, R$ 3,00. No acumulado de agosto, a valorização chega a 4,3% no Sul e 2,3% no Oeste. As demais categorias permaneceram com preços estáveis. No Rio de Janeiro, as cotações subiram para todas as categorias nesta sexta-feira (8). O boi gordo avançou R$ 2,00, a novilha R$ 3,00 e a vaca R$ 5,00.
Scot Consultoria
Estatística da pecuária – Arroba do boi reage para todas as categorias em Marabá (PA)
A entressafra de capim limitou a oferta, o consumo interno melhorou e as tarifas dos Estados Unidos passaram a preocupar menos. Com isso, a cotação da arroba subiu região de Marabá (PA).
A cotação para o boi gordo na região de Marabá (PA) voltou a subir, impulsionada por uma combinação de fatores: a oferta reduzida, o fortalecimento da demanda interna por carne bovina com o início do mês e o menor impacto especulativo das tarifas americanas. A entressafra de capim tem limitado a capacidade de suporte das pastagens, reduzindo a disponibilidade de boiadas. Com a menor oferta, os pecuaristas ganham maior poder de barganha, conseguindo melhores margens de negociação. Dessa forma, as cotações do gado na região estão se aproximando dos preços observados antes do anúncio dessas tarifas. Na comparação semanal, a cotação do boi gordo subiu 3,8%, ou R$10,00/@, sendo comercializado a R$276,00/@. A cotação da vaca subiu 3,0%, ou R$7,00/@, e a da novilha subiu 2,6%, ou R$6,50/@, na mesma comparação. A vaca está negociada a R$243,50/@ e a novilha a R$253,00/@. Os preços são a prazo e já descontados os impostos (Senar e Funrural). O diferencial de base do boi gordo na praça, em relação a São Paulo, está 9,6% negativo ou R$26,50/@. Na praça paulista, o boi gordo está cotado a R$302,50/@, preço a prazo e descontados os impostos.
Scot Consultoria
Após semana de altas, preço do boi gordo fica estável na maioria das regiões
Frigoríficos estiveram mais firmes em suas propostas e evitaram conceder novos aumentos. Tendência é de valorização da arroba, que tem sido sustentada pela oferta enxuta de bovinos. Após uma semana marcada por altas consecutivas nas cotações do boi gordo, a sexta-feira (8/8) apresentou uma maior estabilidade no mercado pecuário.
Das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria, 22 permaneceram com os mesmos preços do dia anterior para o boi gordo. Outras nove regiões seguiram a tendência de valorização da arroba, que tem sido sustentada pela oferta enxuta de bovinos. Apenas em Pelotas (RS) houve queda nas cotações. Na quinta-feira, os preços também recuaram no oeste do Rio Grande do Sul. Segundo o analista Felipe Fabbri, da Scot, essas reduções nas praças gaúchas, na contramão da tendência nacional, ocorrem porque pecuaristas locais estão começando a liberar as áreas de pastagens de inverno para começar o preparo da terra para as lavouras de verão. Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), que são referências para o mercado pecuário, as cotações do boi gordo, do “boi China” e da vaca não tiveram alteração nesta sexta-feira. No entanto, o preço da arroba da novilha subiu R$ 10, para R$ 300. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os compradores de gado tentam frear as altas. Nos últimos dias, os frigoríficos estiveram mais firmes em suas propostas e evitaram conceder novos aumentos. “Em São Paulo, pecuaristas têm pedido R$ 310 ou R$ 315, mas muitos negócios continuam próximos a R$ 305”, afirma o Cepea. A oferta é baixa, formada principalmente por animais de semiconfinamento ou de confinamento. A Scot destaca que a exportação continua com bom desempenho, com recordes mês a mês, fazendo com que as indústrias frigoríficas priorizem por bovinos precoces, especialmente aqueles aptos a atender ao mercado chinês. Já no mercado doméstico, o início de mês e a proximidade do Dia dos Pais contribuiu para o escoamento da carne bovina, fortalecendo a demanda no atacado.
Globo Rural
Brasil exporta volume recorde de carne bovina à Argentina
Embarques somaram 6,2 mil toneladas no primeiro semestre deste ano. Argentina enfrenta dificuldades com seu rebanho, diz analista
Em meio a uma crise na pecuária bovina argentina, as exportações brasileiras de carne para o vizinho sul-americano bateram recorde no primeiro semestre deste ano. Os embarques somaram 6,2 mil toneladas no período — um ano antes haviam alcançado 146,4 toneladas. “A Argentina é um grande produtor de carne, mas é um grande produtor de carne que vem enfrentando dificuldades no seu rebanho e deve seguir assim pelo menos pelos próximos dois anos”, afirma o coordenador de Mercados da Safras & Mercado, Fernando Iglesias. De acordo com dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa), o rebanho de bovinos do país apresentou queda de 5% entre os anos de 2017 e 2024, para 51,62 milhões de cabeças, reflexo tanto de problemas climáticos quanto de crises econômicas na Argentina. “Mantendo esse ritmo, o rebanho de bovinos na Argentina vai ficar abaixo de 50 milhões de cabeças este ano”, estima Iglesias. Consequentemente, o volume de abate de bovinos na Argentina também caiu nesse período, atingindo 13,924 milhões de cabeças em 2024. O número foi 4,1% inferior ao registrado no ano precedente, o que levou o consumo per capita de carne bovina na Argentina ao segundo menor patamar da história em 2024 — 47,7 quilos ao ano —, segundo dados da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados (Ciccra). “A seca persistente e intensa que terminou em 2023 acelerou o envio de animais para abate e afetou o ciclo de gestação e parto, o que resultou em menor abate de bezerros em 2024. Ao mesmo tempo, a recuperação das pastagens favoreceu a recria no campo e atrasou a conclusão do rebanho para envio ao abate ao longo do ano”, aponta a Câmara em relatório. A queda na oferta de animais para abate fez os preços da carne bovina subirem na Argentina. Só no primeiro semestre, a alta acumulada foi de 58,8%. A valorização do produto puxou também os preços de outras carnes no mercado argentino. A suína teve alta de 62% e a de frango subiu 48,2% nos seis primeiros meses de 2025, segundo dados do Instituto de Promoção da Carne Bovina Argentina (IPCVA). Diante desse cenário, as exportações das demais proteínas do Brasil para a Argentina também cresceram no acumulado do primeiro semestre deste ano. Foram 28,75 mil toneladas de carne suína (alta de 576,6%), e 10,54 mil toneladas de carne de frango (incremento de 282,6%). “A Argentina está passando por uma melhora do poder de compra da população e vê o Brasil muito competitivo. Por isso, eles estão comprando mais carne brasileira e provavelmente vão continuar comprando porque a carne bovina está com preços muito altos em diversos países do mundo”, avalia Iglesias, da Safras & Mercado.
Globo Rural
ECONOMIA
Dólar tem leve alta após cinco baixas seguidas e com impasse Brasil-EUA em foco
O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira, interrompendo uma sequência de cinco pregões seguidos de perdas, conforme os investidores ajustaram posições vendidas na moeda norte-americana em meio à incertezas sobre o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,2%, a R$5,43415. Na semana, a moeda acumulou baixa de 2%. Às 17h20, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,34%, a R$5,467 na venda. O real oscilou em uma faixa bastante estreita durante a maior parte do dia, ganhando tração somente na última hora de negociação, quando o dólar passou a pressionar a moeda brasileira de forma mais significativa. As perdas da divisa do Brasil ocorreram ao fim de uma semana positiva, com três sessões de altas acentuadas frente ao dólar, conforme investidores mostraram maior alívio diante das tentativas do governo brasileiro de negociar com Washington a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump. As expectativas estão em torno de conversa na próxima semana entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e do anúncio de um plano de contingência para ajudar empresas brasileiras atingidas pela tarifa de Trump. As apostas crescentes de que o Federal Reserve deve cortar a taxa de juros a partir de setembro também têm favorecido o real, além de outras moedas emergentes, principalmente por conta do elevado diferencial de juros entre Brasil e EUA, com a taxa Selic agora em 15%. “Mercado está em um ponto de muita dúvida e os investidores estão reticentes em vender o real por conta do ‘carry trade’. Ainda estão com apetite por risco e dispostos a fazer o dinheiro trabalhar, com o Brasil sendo um atrativo”, disse João Piccioni, CIO da Empiricus Asset. Na cotação máxima do dia, o dólar atingiu R$5,44261 (+0,35%), já na última hora de negociação. A mínima do pregão, a R$5,4152 (-0,35%), foi atingida às 10h37. No cenário externo, os agentes financeiros também acompanham a perspectiva para a guerra entre Ucrânia e Rússia, à medida que Trump e sua equipe trabalham ativamente para tentar alcançar uma resolução ao conflito. Autoridades russas e norte-americanas já indicaram que pode haver um encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, na próxima semana, o que seria um ponto de atenção relevante para os mercados globais. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,32%, a 98,287.
Reuters
Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, após quatro altas seguidas, com Petrobras recuando forte após resultado trimestral e dividendos aquém de previsões do mercado, enquanto Braskem figurou na ponta positiva em meio a expectativas envolvendo venda de ativos na petroquímica.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,45%, a 135.913,25 pontos, tendo marcado 135.658,71 pontos na mínima e 136.761,09 pontos na máxima do dia, em dia de noticiário corporativo intenso. O volume financeiro somou R$25,37 bilhões. Na semana, o Ibovespa ainda acumulou um ganho de 2,62%. Além de Petrobras, uma bateria de balanços — divulgados principalmente após o fechamento do mercado na quinta-feira — e teleconferências sobre os resultados ocupou as atenções e fez preço nas ações nesta sexta-feira. Papéis de empresas como Rumo, Azzas 2154, Lojas Renner e Magazine Luiza tiveram quedas pronunciadas, enquanto outros nomes, como Petz e Vivara, avançaram bem, após divulgarem o desempenho do segundo trimestre e executivos conversarem com analistas e imprensa sobre os números e perspectivas. Ainda no radar dos investidores da bolsa paulista, a MSCI publicou na véspera o rebalanceamento de determinados índices, com as mudanças passando a valer no fechamento do dia 26 de agosto. No MSCI Brazil, entraram os papéis da Porto Seguro e saíram as ações da Natura. Mais uma vez, a bolsa paulista descolou de Wall Street, onde o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,78%, apoiado em expectativas de que o Federal Reserve deve cortar em breve os juros da maior economia do mundo.
Reuters
IPPA/CEPEA: Preço ao produtor agropecuário sobe 18% no 1º semestre
Avanço fica bem acima do registrado para Índice da FAO
Os preços pagos aos produtores agropecuários apresentaram forte avanço no primeiro semestre de 2025. Segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) cresceu 18,4% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período de 2024. O avanço do IPPA/Cepea ficou bem acima do registrado para os preços internacionais dos alimentos (FMI Food & Beverage Index – em US$), que subiram apenas 0,2% no primeiro semestre de 2025. No mesmo período, os industriais (IPA-OG-DI produtos industriais) registraram alta de 5,6% e a taxa de câmbio (R$/US$) se valorizou 13,2%. De acordo com pesquisadores do Cepea, a elevação do IPPA/Cepea no início deste ano está relacionada às fortes altas observadas para o IPPA-Cana-Café/Cepea, de 32,6%, para o IPPA-Pecuária/Cepea, de 27,3%, e para o IPPA-Grãos/Cepea, de 8,9%. Já o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou baixa no primeiro semestre de 2025, de 12,4%. No caso do IPPA-Cana-Café/Cepea, o avanço do Índice se deve especificamente às expressivas altas do café nos três primeiros meses de 2025, já que houve queda de 1,6% no segundo trimestre deste ano. Vale lembrar que levantamento do Cepea mostrou que o café foi negociado no mercado brasileiro a patamares recordes reais no primeiro trimestre de 2025, impulsionados pela oferta limitada do grão, pelos estoques apertados por conta da menor produção no Brasil e no Vietnã, pela demanda internacional firme e por projeções que indicavam uma safra 2025/26 ainda pequena. No caso da cana, houve estabilidade (0,4%) entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2024. Para o IPPA-Pecuária/Cepea, todos os produtos que compõem o Índice subiram no primeiro semestre de 2025: arroba bovina (36%), suíno (29,6%), leite (16,6%), ovos (16,5%) e frango (15%). Quanto ao IPPA-Grãos/Cepea, o Índice foi influenciado pelas valorizações observadas para o algodão (5,6%), milho (27,7%), soja (4,4%) e trigo (13,7%). Já para o arroz, as cotações recuaram com certa força no primeiro semestre, expressivos 26,3%. Já para o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, observa-se queda de 12,4% no Índice, o que se deve às retrações observadas para a batata (de significativos -51,3%), tomate (-20,5%), banana (-20,2%) e uva (-2,7%). Para a laranja, foi registrada estabilidade (0,1%). IPPA X PREÇOS INTERNACIONAIS – Pesquisadores do Cepea indicam que o IPPA/Cepea nominal apresenta expressiva aderência com o FMI Food & Beverage Index (em R$) entre 2001 e 2025, sendo um indicativo forte da vigência da Paridade Preços Internacionais (PPI) entre os preços aos produtores agropecuários do Brasil e a média desses preços praticados no mercado internacional internalizados. Em determinados subperíodos, observam-se desvios moderados entre essas séries, possivelmente causados pela rigidez nos processos de ajuste de mercado. Por exemplo, em 2024, o IPPA/Cepea nominal foi superado pelo FMI Food & Beverage Index (em R$). Após iniciar 2025 em aceleração, o IPPA/Cepea nominal perdeu ritmo no último trimestre, o que se refletiu em queda de 2% entre os dois primeiros trimestres de 2025. Em paralelo, o FMI Food & Beverage Index (em R$) manteve tendência de desaceleração desde o início do ano, com recuo de 7,6% entre os trimestres.
IPPA/CEPEA
Após tombo, produção da agroindústria teve ligeira alta em maio
Segmento de produtos alimentícios registrou sozinho um crescimento de 2,1%. Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo FGV Agro, registrou aumento de 0,1% em maio na base anual
A produção da agroindústria brasileira teve um ligeiro crescimento em maio, depois de sofrer um tombo em abril, sustentada pela maior produção de alimentos e bebidas, enquanto as indústrias de produtos não alimentícios tiveram em geral desempenho negativo. O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo FGV Agro, registrou aumento de 0,1% em maio na base anual. O segmento de produtos alimentícios registrou sozinho um crescimento de 2,1%. A produção da indústria de alimentos de origem animal subiu 3%, apesar das restrições comerciais que ainda estavam em vigor contra a carne de frango brasileira, depois do caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS). Mesmo a indústria nacional de aves não sofreu com a crise sanitária naquele mês. Segundo o FGV Agro, a produção de aves e suínos teve expansão anual de 4,5%. A indústria de alimentos de origem vegetal teve um crescimento mais modesto, de 0,3%, reflexo da queda na produção de conservas e sucos, arroz, trigo, açúcar e, sobretudo, café. No segmento de bebidas, a produção cresceu 3,4%, puxada por bebidas não alcoólicas. A produção do segmento não alimentício recuou de forma agregada 2,4%, refletindo uma retração de 36,7% na produção de biocombustíveis no país. Segundo o FGV Agro, essa queda decorreu da menor produção de etanol de cana-de-açúcar. O volume de colheita e a concentração de sacarose na planta estão menores nesta safra, como resultado da seca e dos incêndios em 2024. Com isso, as usinas ainda estão priorizando a produção de açúcar. De acordo com o centro de estudos, ainda que a produção de etanol de milho tenha crescido, ela não compensou integralmente a redução da fabricação de etanol a partir da cana. Já as outras agroindústrias dentro do segmento não alimentício tiveram um desempenho em geral positivo, com destaque para a indústria de insumos agropecuários, cuja produção subiu 24%, a décima expansão consecutiva. No caso do mês de maio, houve ainda um efeito de uma base de comparação menor no segmento de tratores e máquinas, impactado pelas enchentes no Rio Grande do Sul um ano atrás.
Globo Rural
GOVERNO
Para secretário do Tesouro, bancos podem conseguir juros de um dígito para conversão de pastagens
A expectativa do governo é que os primeiros contratos de financiamento dentro do segundo leilão do EcoInvest ocorram em 30 dias
Com os recursos definidos para financiar a primeira leva de projetos de conversão de pastagens degradadas dentro do programa Caminho Verde Brasil, o desafio agora será garantir que as taxas de juros aos produtores rurais fiquem próxima do almejado pelo Ministério da Agricultura: dentro de um dígito. Para Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, boa parte das instituições financeiras contempladas no segundo leilão do programa EcoInvest, linha de “blended finance” estruturada pelo Tesouro Nacional para apoiar o programa, deverá conseguir oferecer aos produtores rurais taxas de juros de um dígito. “São dez instituições financeiras concorrendo pelo mesmo portfólio de projetos. Isso vai fazer com que as taxas fiquem apertadas. Muitas dessas instituições deve conseguir entregar [a taxa] ainda em dígito para o tomador final”, afirmou Ceron para jornalistas nos bastidores de evento promovido pelo Cubo Itaú, dentro da São Paulo Climate Week. De acordo com o resultado do leilão divulgado na quinta-feira (7/8), foram homologadas dez instituições financeiras que apresentaram propostas de financiamento dentro do EcoInvest. O Tesouro deverá conceder R$ 16,5 bilhões para os empréstimos a uma taxa subsidiada de 1% ao ano, o que deve alavancar até R$ 30,2 bilhões em crédito para os investimentos. No primeiro leilão, as instituições apresentaram uma demanda por R$ 7 bilhões em capital catalítico para ofertar R$ 45 bilhões em crédito final. Diferentemente do primeiro leilão do EcoInvest, neste segundo leilão o governo federal não limitou a taxa de juros para o tomador final, mas reduziu a alavancagem – volume de recursos que as instituições financeiras devem buscar no mercado para complementar o capital catalítico oferecido pelo Tesouro, justamente para reduzir a exposição aos custos financeiros do mercado. “A taxa final [dos projetos do segundo leilão] vai depender da [proposta de] alavancagem do banco. Aquelas alavancagens menores podem sair mais em conta, mas também elas podem fazer projetos mais simples”, observou Ceron. A expectativa do governo é que os primeiros contratos de financiamento dentro do segundo leilão do EcoInvest ocorram em 30 dias, com os primeiros desembolsos ocorrendo entre 45 a 60 dias. Segundo Ceron, o Tesouro deve priorizar as instituições que ofereceram a maior alavancagem de recursos. Para Pedro Fernandes, diretor de agronegócios do Itaú BBA, alguns projetos vão acabar tendo taxas finais acima de um dígito. “Para alavancagens mais elevadas, tem algum desafio de [a taxa] permanecer em um dígito. Para alavancagens menores, a gente acha que eventualmente é possível. A composição que terá que ser feita é a quanto os recursos externos serão captados e a quanto os recursos de tesouraria são utilizados”, afirmou. O executivo do Itaú observou, porém, que há 45 dias, quando o edital do leilão estava em discussão, a taxa de juros pré-fixada de mercado estava maior do que agora. “O leilão possibilitava uma série de ofertas em diferentes níveis de alavancagem. Temos que esperar o resultado oficial”, ressaltou. O custo também dependerá do perfil dos projetos selecionados. “O valor médio por hectare recuperado varia muito entre as instituições. E é natural e saudável que assim seja, porque tem projetos vem estruturantes e levam tempo maior e tem outros que são mais simples”, afirmou Ceron. O secretário do Tesouro adiantou durante debate no evento que mais de 10% dos projetos apresentados pelas instituições referem-se a iniciativas de reflorestamento de áreas degradadas. Também foram apresentados nos portfólios projetos de fomento a cadeias de biocombustíveis, como combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), projetos de integração com pecuária e de intensificação da pecuária. Embora o fomento, nesses casos, possa ser a um grande investimento em biocombustível, o recurso pode chegar mais pulverizado na ponta. “Pode ter um investidor interessado em implantar uma fábrica de biocombustível e fazer uma cadeia de recuperação de áreas degradas com pequenos produtores”, disse. “O que tomamos conhecimento são projetos interessantíssimos, que vão criar cadeias novas”, acrescentou. Ainda segundo Ceron, o Cerrado foi o bioma com a maior quantidade de projetos de recuperação de áreas degradadas apresentados pelas instituições financeiras. A Amazônia, por sua vez, foi alvo de mais de 10% de alocação, houve apresentação de projetos na Mata Atlântica, e a Caatinga cumpriu com o mínimo de 10% de recursos que o governo almejava para esse leilão.
Valor Econômico
INTERNACIONAL
Brasil pode redirecionar a países árabes produtos do agro sob tarifaço dos EUA
Estudo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira mapeou potenciais mercados para carne bovina, café e madeira. Tarifa dos Estados Unidos abre oportunidade para redirecionar parte das exportações de produtos do agronegócio para países árabes
Os países árabes podem ser alternativas para parte das exportações de setores do agronegócio do Brasil atingidos pela tarifa de 50% dos Estados Unidos. É o que aponta um levantamento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), que promove as relações comerciais entre o Brasil e as nações que integram a chamada Liga Árabe. Em 2024, o setor representou 75,67% das exportações do Brasil para a Liga Árabe. Foram US$ 17,92 bilhões, 30,42% a mais que no ano anterior, quando os embarques geraram uma receita de US$ 13,74 bilhões. Em 2019, o valor foi de US$ 8,06 bilhões, com trajetória de crescimento desde então. Nas importações, os fertilizantes são o segundo principal item da lista, atrás apenas de combustíveis, com liderança de ureia e fosfato monoamônico (MAP). Para mapear as opções aos Estados Unidos, o estudo usa dados de 2020 a 2024. Considera os principais produtos que o Brasil vende para os americanos e que estão sob a tarifa de 50%. Dessa lista, seleciona os que têm potencial nos mercados árabes. “Para cada produto, apresentamos a alíquota ad valorem aplicada pelos Estados Unidos para o Brasil (adicionando 50% à atual) e a alíquota ad valorem média cobrada pelos países árabes do Brasil, que, na maioria dos casos, é mais vantajosa”, diz o estudo. Produtos incluídos na lista de exceções ficaram de fora do mapeamento. O estudo da Câmara Árabe indica que o café é um dos produtos que podem ter países árabes como alternativas aos Estados Unidos, ainda que em volumes menores. Os americanos são o principal comprador. No ano passado, importaram mais de 8 milhões de sacas de 60 quilos. Os exportadores brasileiros de café ainda trabalham com a possibilidade de o produto brasileiro entrar na lista de exceções ao tarifaço. Ao mesmo tempo, a presença nos mercados árabes é crescente, informa a Câmara, especialmente na Arábia Saudita, Egito e Argélia. “O Brasil já possui uma presença significativa e crescente em todos, indicando um claro potencial para aumentar as exportações e absorver parte do volume que seria destinado aos Estados Unidos”, avalia a CCAB, ressaltando que, nos países árabes, o café brasileiro entra sem cobrança de tarifa. A carne bovina congelada é outro produto que pode ter parte dos seus volumes redirecionados. Os Estados Unidos são o segundo maior cliente do setor no Brasil, atrás apenas da China. Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita também estão entre os 10 maiores compradores, ocupando as posições 3, 8 e 9, respectivamente. O documento da CCAB destaca que, a depender do destino, a taxa de importação entre os membros da Liga Árabe varia de zero a 6%. Mesmo onde há cobrança, portanto, o mercado é mais atrativo do que o americano para o produto brasileiro. Na região, os Emirados Árabes já são um mercado consolidado, em que o Brasil tem uma ampla liderança e negócios em rápida expansão. A Arábia Saudita é considerada promissora e com crescimento sólido. Já o Egito, apesar de o Brasil ainda ser um importante fornecedor, requer atenção dos exportadores. Entre 2020 e 2022, pelo menos, o país era o terceiro principal destino da carne bovina brasileira. “A recente queda nas importações totais e nas exportações brasileiras sugere a necessidade de reavaliar a estratégia para este mercado”, destaca a Câmara Árabe. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira observa que são necessárias ações de promoção comercial dos produtos brasileiros para aproveitar tais oportunidades. A entidade sugere um trabalho conjunto com autoridades e empresas, para o fortalecimento das relações diplomáticas e adaptação a exigências, como a certificação halal, para a produção que segue os preceitos do islamismo. Na semana, representantes da CCAB apresentaram o estudo aos Ministérios da Agricultura (Mapa) e das Relações Exteriores (MRE). A entidade sugeriu a formação de um grupo de trabalho que inclua os adidos agrícolas nas embaixadas dos países árabes para verificar oportunidades de negócios.
Globo Rural
Índice de Preços de Alimentos da FAO sobe em julho devido ao aumento nos preços da carne e dos óleos vegetais
O Índice de Preços de Alimentos da FAO (FAO Food Price Index – FFPI) registrou média de 130,1 pontos em julho de 2025, um aumento de 2,1 pontos (1,6%) em relação a junho.
Embora os subíndices de cereais, laticínios e açúcar tenham caído, essas quedas foram mais do que compensadas pelas altas nos índices de carne e óleos vegetais. No geral, o FFPI ficou 9,2 pontos (7,6%) acima do nível de julho de 2024, mas ainda 30,1 pontos (18,8%) abaixo do pico registrado em março de 2022. O Índice de Preços da Carne da FAO atingiu média de 127,3 pontos em julho, alta de 1,5 ponto (1,2%) em relação a junho e de 7,3 pontos (6,0%) em relação a julho de 2024, alcançando um novo recorde histórico. O aumento foi impulsionado principalmente pela elevação dos preços da carne bovina e ovina, acompanhada de uma leve alta nas cotações da carne de aves, enquanto os preços da carne suína recuaram. Os preços globais da carne bovina atingiram um novo recorde, sustentados por cotações mais altas na Austrália, impulsionadas por forte demanda de importação — especialmente da China e dos Estados Unidos — que superou a oferta disponível para exportação. A robusta demanda global também contribuiu para preços mais firmes no Brasil. Os preços da carne ovina subiram significativamente pelo quarto mês consecutivo, refletindo a oferta limitada de exportações da Oceania em meio a uma demanda global persistente. Os preços da carne de aves tiveram uma leve alta, apoiados pelo aumento das cotações de exportação do Brasil após a flexibilização de restrições e a retomada gradual das importações por vários parceiros comerciais importantes, depois que o país recuperou o status de livre de influenza aviária de alta patogenicidade (HPAI) em meados de junho. Em contrapartida, os preços da carne suína caíram, principalmente devido à redução das cotações na União Europeia, onde a ampla oferta doméstica coincidiu com um interesse global de compra mais fraco.
FAO
FRANGOS & SUÍNOS
Embarques de carne suína mantém alta de 12,9% em 2025
Receita acumulada no ano cresce 26,7%
As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 848,8 mil toneladas entre janeiro e julho de 2025, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 12,9% o total registrado no mesmo período de 2024, com 752,1 mil toneladas. Em receita, a alta acumulada é de 26,7%, com US$ 2,039 bilhões registrados nos sete primeiros meses de 2025, contra US$ 1,609 bilhão no mesmo período do ano anterior. Considerando apenas o mês de julho, foram exportadas 126,8 mil toneladas, número 8,3% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 138,3 mil toneladas. Já em receita, houve crescimento de 2,2% no comparativo mensal, com US$ 316,1 milhões em julho deste ano, contra US$ 309,4 milhões no sétimo mês de 2024. Principal destino das exportações de carne suína, as Filipinas importaram em julho 31,5 mil toneladas, volume 15,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado, com 27,2 mil toneladas. Em seguida estão o Chile, com 14,5 mil toneladas (+38,2¨%), China, com 11,9 mil toneladas (-39,4%), Japão, com 9,2 mil toneladas (-18,9%), Vietnã, com 6,7 mil toneladas (+20,5%), Singapura, com 6,1 mil toneladas (-45,7%), México, com 6,1 mil toneladas (+8,8%), Hong Kong, com 6,1 mil toneladas (-42,6%), Uruguai, com 5,3 mil toneladas (+6,7%) e Argentina, com 3,2 mil toneladas (+722,1%). Maior exportador de carne suína do Brasil, o estado de Santa Catarina embarcou 64,5 mil toneladas em julho, saldo 14,5% menor em relação ao ano anterior. Em seguida estão o Rio Grande do Sul, com 29,3 mil toneladas (-3%), Paraná, com 18,8 mil toneladas (+1,9%), Minas Gerais, com 3,4 mil toneladas (+4,1%) e Mato Grosso, com 2,8 mil toneladas (-27,3%).
ABPA
Frango/Cepea: Preços iniciam agosto em alta; exportações voltar a crescer
Os preços da carne de frango vêm subindo neste início de agosto, refletindo o aquecimento da demanda, apontam levantamentos do Cepea.
Segundo o Centro de Pesquisas, além do tradicional aumento no poder de compra (devido ao recebimento dos salários), o fim das férias escolares e o Dia dos Pais têm elevado a procura pela carne e, consequentemente, os valores da proteína avícola. Quanto às exportações, após dois meses seguidos em queda, o volume embarcado pelo Brasil voltou a crescer em julho. Dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea mostram que foram enviadas 399,6 mil toneladas de carne de frango (considerando-se produtos in natura e industrializados) em julho, 16,3% a mais que em junho, porém, 13,8% a menos que em julho/24. Pesquisadores ressaltam que este é o melhor resultado desde a confirmação de um caso de Influenza Aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em maio.
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