CLIPPING DA ABRAFRIGO Nº 2518 DE 29 DE JULHO DE 2025

clipping

Ano 11 | nº 2518 | 29 de julho de 2025

 

NOTÍCIAS

A semana começou com o mercado do boi gordo frouxo em São Paulo

Com poucos negócios, o mercado começou a semana pressionado, com queda na cotação do boi gordo e na da novilha.

A cotação do boi gordo caiu R$3,00/@, e a da novilha caiu R$2,00/@. A cotação da vaca e a do “boi China” não mudou. A escala de abate estava, em média, para nove dias. Em Goiá, na região de Goiânia, a cotação da vaca caiu R$2,00/@. A escala de abate estava, em média, para dez dias. Na região Sul, a cotação da novilha teve queda de R$3,00/@. A escala de abate estava atendendo, em média, oito dias. A cotação do “boi China” caiu R$5,00/@. No mercado atacadista de carne com osso, a semana foi de escoamento melhor. As cotações das carcaças casadas subiram, exceto a da carcaça casada do boi inteiro, que caiu. A cotação da carcaça casada do boi capão subiu 0,5% ou R$0,10/kg. Enquanto a cotação da carcaça do boi inteiro caiu 0,3% ou R$0,05/kg. Para a vaca, a cotação subiu 1,4% ou R$0,25/kg, e subiu 0,8% ou R$0,15/kg para a novilha. No mercado de carnes alternativas, a cotação do frango médio* caiu 3,0% ou R$0,20/kg. Já a cotação no mercado atacadista do suíno especial** caiu 1,6% ou R$0,20/kg.

Scot Consultoria

Mercado do boi gordo em Redenção-PA: oferta de bovinos na região diminuiu, porém, escoamento de carne bovina segue lento

Mercado interno frouxo e cenário internacional de incertezas pressionaram o mercado na semana.

O escoamento lento da carne bovina no mercado interno, somado ao anúncio da imposição de tarifas de 50,0%, impactou a cotação do boi gordo na região de Redenção, no Pará. Mesmo com a oferta reduzida, os fatores de baixa prevaleceram, resultando na queda dos preços em todas as categorias. Com isso, na comparação semanal, a cotação do boi gordo recuou 1,8%, ou R$5,00/@, sendo comercializado a R$264,00/@. A cotação da vaca recuou 4,0%, ou R$10,00/@, e a da novilha caiu 4,8%, ou R$12,50/@, na mesma comparação. A vaca está negociada a R$236,50/@ e a novilha a R$243,50/@, segundo levantamento da Scot Consultoria. Os preços são a prazo e já descontados os impostos (Senar e Funrural). O diferencial de base do boi gordo na praça, em relação a São Paulo, está 10,8% negativo ou R$6,00. Na praça paulista, o boi gordo está cotado a R$292,50/@, preço a prazo e descontados os impostos. A expectativa para o curto prazo é de estabilidade a queda nas cotações.

Scot Consultoria

Apesar das preocupações com as tarifas dos EUA, exportações de carne bovina in natura disparam em julho e superam volume de 2024

Com embarques acima de 243 mil toneladas até a 4ª semana do mês, média diária cresce 24,5% e receita em dólar salta 56% na comparação anual

O volume exportado de carne bovina in natura chegou em 243,9 mil toneladas até a quarta semana de julho/25, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic. O volume exportado já é superior ao volume embarcado no mês de julho foi de 237,2 mil toneladas em 23 dias úteis. No comparativo anual, o avanço representa alta de 2,82%. O volume exportado até a quarta semana de julho também já é superior ao volume total embarcado em junho deste ano, que ficou em 241,09 mil toneladas.  Na média diária exportada, ela está em 12,8 mil toneladas, avanço de 24,5% frente a média diária do ano anterior, com 10,3 mil toneladas. O mercado segue apreensivo com a tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos ao mercado brasileiro e com o andamento dos embarques de carne bovina. “O Brasil aumentou a sua participação no fornecimento de carne bovina ao EUA, ocupando, em 2024, o posto de terceiro maior fornecedor. Os Estados Unidos são o segundo principal destino da carne bovina brasileira, com um total de 156,0 mil toneladas de carne in natura adquiridas no primeiro semestre”, reportou a Scot Consultoria. De acordo com as a HN Agro, o aumento nos embarques pode ser reflexo de um aumento nas compras por parte de outros países. “O que eu acredito que possa estar ocorrendo, apesar de ainda não ter os dados consolidados, pode estar havendo uma busca de carnes por outros clientes”, informou o Médico veterinário e Diretor da HN AGRO, Hyberville Neto. O especialista em mercados agrícolas da Terra Investimentos, Geraldo Isoldi, disse que as indústrias estavam conseguindo remanejar as carnes que seriam destinadas aos Estados Unidos para outros países. Os preços médios pagos pela carne bovina ficaram em US$ 5.545 por tonelada na quarta semana de julho/25, e isso representa um ganho anual de 25,8%, quando se compara com os valores de julho de 2024, em com US$ 4.409 por tonelada.  O valor negociado para a carne bovina na quarta semana de julho ficou em US$ 1,352 bilhão, sendo que em julho do ano anterior a receita total foi de US$ 1,045 bilhão. A média diária do faturamento na quarta semana de julho ficou em US$ 71.1 milhões, ganho de 56,5% frente ao observado no mês de julho do ano passado, com US$ 45,4 milhões.

SECEX/MDIC

ECONOMIA

Dólar se reaproxima dos R$5,60 impulsionado pelo exterior após acordo entre EUA e UE

O acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia fez o dólar subir nesta segunda-feira ante todas as demais divisas ao redor do mundo, incluindo o real, com investidores no Brasil também dando preferência a posições defensivas na moeda norte-americana, a poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre os produtos brasileiros.

O dólar à vista fechou o dia com alta de 0,54%, aos R$ 5,5925, no maior valor desde 4 de junho, quando encerrou a R$ 5,645. No ano, porém, o dólar acumula baixa de 9,49%. Às 17h22 na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,47%, aos R$5,5935.

No fim de semana, EUA e União Europeia fecharam um acordo prevendo tarifa de 15% sobre os produtos europeus, em um entendimento que foi bem recebido pelo mercado. Isso deu força ao dólar ante as demais divisas e aos rendimentos dos Treasuries, em meio à percepção de que a guerra comercial foi em parte amenizada pelos acordos recentes dos EUA. No Brasil, após registrar uma cotação mínima de R$5,5686 (+0,12%) às 10h04, o dólar à vista marcou a máxima de R$5,6069 (+0,80%) às 10h47, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante as demais divisas. Internamente, a cautela antes do início da cobrança, pelos EUA, de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, no dia 1º de agosto, também favorecia o posicionamento de parte dos investidores no dólar. A segunda-feira foi mais um dia sem novidades sobre possível negociação comercial entre Brasil e EUA. “Mesmo diante das valorizações das commodities, como minério de ferro e petróleo, a cautela prevaleceu nos mercados emergentes, aumentando a demanda por proteção cambial”, pontuou no fim da tarde Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad. Às 17h15, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 1,07%, a 98,652, com ganhos fortes da moeda norte-americana ante o iene, o euro e a libra.

Reuters

Ibovespa recua e fecha na mínima em mais de três meses com tarifas dos EUA

O Ibovespa fechou em queda pela terceira sessão seguida na segunda-feira, marcando uma mínima em mais de três meses em novo pregão com volume financeiro reduzido, sem sinais de mudanças nos planos dos Estados Unidos de adotar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir da sexta-feira.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,04%, a 132.129,26 pontos, menor patamar de fechamento desde 22 de abril, tendo marcado 131.550,39 pontos na mínima e 133.901,70 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$17,64 bilhões, novamente abaixo das médias diárias do mês (R$20,58 bilhões) e do ano (R$24,26 bilhões). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta segunda-feira ao presidente norte-americano, Donald Trump, que reflita sobre a importância do Brasil e negocie a imposição de tarifas comerciais ao país. Mas, diferentemente de outras nações com quem Washington tem negociado e fechado acordos, não há qualquer sinal de conversa. Na visão de analistas do BB Investimentos, o Ibovespa deve definir um rumo quando houver mais clareza em relação às tarifas, com o cenário atual também elevando no curto prazo a volatilidade de ações de empresas que exportam mais aos EUA, conforme relatório a clientes. Com o desempenho desta segunda-feira, o Ibovespa agora acumula uma queda de 4,84% no mês, distanciando-se dos recordes registrados no começo de julho, quando chegou a ultrapassar 141 mil pontos durante o pregão. Em Wall Street, o S&P 500 e o Nasdaq renovaram máximas após um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, com agentes também se preparando para uma semana decisiva com balanços, decisão do Federal Reserve e um prazo iminente para a imposição de tarifas. De acordo com a equipe do BB Investimentos, a temporada de resultados do segundo trimestre no Brasil também deve seguir influenciando as expectativas. Nesta semana, Bradesco, Santander Brasil, CSN, Vale, Ambev, entre outros, divulgam balanços.

Reuters

Dias antes do Copom, mercado ainda vê Selic em 15% até o fim do ano e reduz projeções de inflação

Dias antes da próxima decisão de política monetária do Banco Central, analistas consultados pela autarquia mantiveram a projeção de que a taxa Selic permanecerá no atual patamar de 15,00% até o fim deste ano, enquanto reduziram ligeiramente as expectativas para a inflação brasileira em 2025 e 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das projeções para a Selic em 2025 permaneceu em 15,00% pela 5ª semana consecutiva, enquanto para 2026 a previsão ainda é de que a taxa atingirá 12,50%, na 26ª semana consecutiva que a expectativa se mantém nesse nível. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) voltam a se reunir na terça e quartas-feiras para a próxima decisão de juros, após sinalizarem na reunião anterior que devem optar pela pausa no ciclo de aperto monetário, depois de elevarem a Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do mês anterior, chegando a 15%. Na curva de juros, as apostas na manutenção são quase unânimes, com probabilidade de 97%, com 3% de chance de que a autarquia eleve novamente a Selic em 0,25 ponto percentual, de acordo com dados da LSEG. A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o IPCA terá alta de 5,09% ao fim deste ano, ligeiramente abaixo da projeção de avanço de 5,10% na pesquisa anterior, no que foi a 9ª semana consecutiva de redução da expectativa. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi a 4,44%, ante 4,45% na semana anterior. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em relação ao crescimento da economia brasileira, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,23% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento subiu para 1,89%, ante 1,88% há uma semana. No Focus desta segunda, houve ainda redução na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$5,60, de R$5,65 anteriormente, e manutenção na projeção para 2026, a R$5,70. A divisa norte-americana acumula queda ante o real de cerca de 10% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos. Mas em meio às tensões comerciais recentes entre Brasil e EUA, após Trump ameaçar impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, os analistas do Focus reduziram a expectativa para o superávit da balança comercial neste ano pela 3ª semana consecutiva, a US$66,70 bilhões, de US$69,25 bilhões na semana passada. Há quatro semanas, a projeção era de saldo positivo de US$73,00 bilhões. Para 2026, a previsão para a balança caiu para um superávit de US$70,04 bilhões, de US$75,20 bilhões anteriormente. Há quatro semanas, a projeção indicava saldo positivo de US$78 bilhões no ano que vem.

Reuters 

Dívida Pública Federal atinge R$ 7,883 tri em junho, alta de 2,77% em relação a maio

Considerando os números do Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida encerrou o mês passado fora dos limites

A Dívida Pública Federal (DPF) terminou junho em R$ 7,883 trilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional no Relatório Mensal da Dívida. O número representa alta de 2,77%, sempre em relação ao mês anterior. Considerando os números do Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF encerrou o mês passado fora dos limites, que variam entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões no ano. Já a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) alcançou R$ 7,581 trilhões, alta de 2,99%. Por sua vez, a Dívida Federal Externa (DFE) somou R$ 302,12 bilhões, queda de 2,28%. As emissões da DPF em junho corresponderam a R$ 177,09 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 17,91 bilhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 159,19 bilhões. Desse total líquido, R$ 154,62 bilhões referem-se a emissão líquida da DPMFi e R$ 4,57 bilhões à emissão líquida da DFE. O percentual vincendo em 12 meses da DPF ficou em 15,68%, contra 16,02% no mês anterior. Por fim, o prazo médio ficou em 4,14 anos, contra 4,20 anos. Considerando a metodologia “Average Term to Maturity”, que permite melhor comparação do Brasil com outros países, a vida média da DPF passou de 5,79 anos para 5,74 anos. A participação dos papéis pós-fixados na DPF variou de 48,25% em maio para 48,16% em junho. Pelos limites do PAF, essa participação deve variar entre 48% e 52% em 2025. Já os títulos prefixados representaram 21,57% da DPF em junho (contra 21,10% em maio). Os papéis ligados a índices de preços representaram 26,45% do total (26,64%). Já aqueles ligados a câmbio ficaram em 3,82% (4,02%). Pelos parâmetros do PAF, a participação dos papéis prefixados deve ficar entre 19% e 23% da DPF em 2025. Já os atrelados a índice de preços devem variar de 24% a 28% e os papéis ligados ao câmbio devem ficar entre 3% e 7%. Participação de não residentes A participação de investidores não residentes na DPMFi variou de 9,88% em maio para 9,84% em junho deste ano. Em valores absolutos, a fatia saiu de R$ 727,13 bilhões para R$ 745,90 bilhões. Os fundos de investimento ficaram com participação de 22,14% em junho (contra 22,40% em maio). As instituições de previdência fecharam em 23,09% (23,60%). As instituições financeiras encerraram o mês respondendo por 31,30% (30,14%). O governo respondeu por 3,00% (3,07%). Já as seguradoras ficaram com 3,67% (3,81%). O custo médio acumulado em 12 meses do estoque da DPF fechou junho em 11,41%, contra 11,73% ao ano registrado no mês imediatamente anterior. Já o custo médio da DPMFi ficou em 11,70%, depois de marcar 11,55% em maio. No caso das emissões, o custo médio em oferta pública da DPMFi acumulado em 12 meses foi de 13,52% em junho (13,38% em maio). Nesse caso, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) tiveram custo médio de 13,89% (13,78%), enquanto o custo para colocação de Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) fechou o mês em 14,10% (14,08%). As NTN-B tiveram custo de 13,66% (14,11%) e as LFTs saíram a 13,17% (12,80%). O colchão de liquidez da dívida pública terminou junho em R$ 1,030 trilhão, contra R$ 861,30 bilhões registrados em maio. O colchão é suficiente para cobrir 8,44 meses de vencimentos de títulos à frente. Em maio, o colchão era suficiente para cobrir 8,77 meses de vencimentos à frente.

Valor Econômico

GOVERNO 

MAPA deve anunciar novo modelo de seguro rural ainda este ano

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está preparando um novo modelo de seguro rural, que deve ser lançado ainda este ano. A confirmação foi feita pelo secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos Júnior, na segunda-feira (28), durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), da Fiesp. 

“O seguro rural é cada vez mais necessário. Os eventos ocorridos no Rio Grande do Sul mostram isso”, afirmou o secretário ao ser questionado pelo ex-ministro Roberto Rodrigues sobre a ausência de informações relacionadas ao seguro rural no Plano Safra 2025/2026. Segundo Campos Júnior, a proposta envolve uma nova organização orçamentária entre o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Como já noticiado pelo AgroEstadão, uma das medidas trabalhadas pelo governo é tornar o seguro uma exigência para o acesso a crédito subsidiado, além da implementação de um seguro paramétrico, que permitiria ao produtor definir coberturas específicas diretamente com a seguradora. O secretário também citou o modelo de seguro aplicado nos Estados Unidos para reforçar a necessidade de revisão da modalidade brasileira. “Quando comparamos EUA e Brasil, vemos que lá a maior parte da subvenção governamental está voltada ao seguro, enquanto o financiamento é feito pela iniciativa privada. Aqui, é ao contrário. Mas se o Brasil não ajudar, ninguém vai conseguir acesso ao financiamento”, explicou. Campos Júnior ainda mencionou o contingenciamento do orçamento do seguro rural. Ele pediu apoio do setor para articular politicamente, junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a derrubada do veto do presidente Lula ao trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que previa recursos para o PSR. O texto aprovado por deputados e senadores classificava a verba para o Seguro Rural como despesa obrigatória, mas essa previsão foi retirada na sanção presidencial. Outro pleito antigo do setor que está em estudo pelo Ministério da Agricultura é transformar o Plano Safra em plurianual, ou seja, que se estende por mais de um ano.

O Estado de São Paulo/Agro

FAO retira o Brasil do Mapa da Fome

País termina triênio com menos de 2,5% da população sem acesso a dieta suficiente

O Brasil não figura mais no Mapa da Fome. O país saiu do indicador após apresentar, durante o último triênio, uma média abaixo de 2,5% da população em situação de subnutrição ou sem acesso regular à alimentação suficiente, requisito estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para retirar um país da categoria de insegurança alimentar grave. Especialistas, contudo, apontam que ainda há insegurança alimentar entre grupos mais vulneráveis. Os dados foram divulgados na segunda-feira (28), durante a cúpula da entidade em Adis Abeba, Etiópia, e constam do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” (Sofi, na sigla em inglês), que analisa a média de 2022, 2023 e 2024. O Brasil conseguiu reduzir nos últimos dois anos o percentual de pessoas em situação de insegurança alimentar grave abaixo do limite técnico que caracteriza a fome estrutural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou o resultado, que representa o cumprimento de uma de suas promessas de campanha, quando prometeu tirar o país do Brasil do Mapa da Fome até 2026. Lula disse que os dados brasileiros só não estão melhores porque foram contabilizados junto dos números de 2022, quando o presidente era Jair Bolsonaro. “Para que a gente acabe com fome e pobreza, é preciso colocar o povo pobre no Orçamento do país, do Estado e do município. Quando forem divulgados os dados da fome ano que vem, posso te garantir que os dados estarão muito melhores. No balanço divulgado segunda tivemos que carregar o ano de 2022, que foi muito ruim”, disse Lula. O presidente tratou do assunto em conversa com o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, que foi transmitida ao vivo em seu perfil nas redes sociais. “Não tem sentido alguns governantes estarem gastando US$ 2 trilhões em armas e não gastarem a mesma quantia em comida e com preservação ambiental.” O Brasil havia deixado o Mapa da Fome pela primeira vez em 2014, mas voltou a apresentar indicadores piores no triênio de 2019 a 2021, impactado pela pandemia de covid-19. Nesse período, o percentual de subnutrição no país era de 4,1% da população, cerca de 8,6 milhões de pessoas. O governo federal atribui a saída do mapa à retomada e criação de políticas públicas voltadas à proteção social, segurança alimentar e combate à pobreza, como o plano Brasil Sem Fome, lançado em agosto de 2023. A estratégia, segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, engloba políticas de transferência de renda, como Bolsa Família, e incentivos em várias frentes, como na qualificação profissional. “Essa vitória é fruto de políticas públicas eficazes, como o plano Brasil Sem Fome, que engloba o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o programa Cozinha Solidária, a valorização do salário-mínimo, crédito para a produção de alimentos pela agricultura familiar (Pronaf), incentivo à qualificação profissional, ao emprego e ao empreendedorismo, além do incremento da alimentação escolar”, afirmou Dias.

Valor Econômico 

INTERNACIONAL

Carne bovina: Argentina exporta menos, mas tem o melhor preço

O ótimo cenário de preços da carne argentina não foi totalmente aproveitado pelos frigoríficos locais

No primeiro semestre de 2025, o preço médio da carne bovina exportada pela Argentina subiu 34% no comparativo anual, o que significou o maior percentual de aumento entre os parceiros do Mercosul, informa a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). Considerando a mesma base de comparação, a cotação média da carne bovina do Brasil registrou elevação de 13%, enquanto os preços da proteína exportada pelo Uruguai e Paraguai tiveram acréscimo de 18%, acrescenta a BCR. No entanto, o ótimo cenário de preços da carne argentina não foi totalmente aproveitado pelos frigoríficos locais devido ao fraco desempenho registrado até o momento em termos de volumes de exportação. Em comparação com o restante da região (Mercosul), a Argentina foi o único país cujas vendas externas registraram, até o momento, volumes inferiores aos dos últimos dois anos”, observa a BCR. Segundo o INDEC (Instituto Nacional de Estatística e Censos), as exportações de carne bovina resfriada e congelada da Argentina totalizam 312.600 toneladas no primeiro semestre de 2025, uma queda de 16,4% sobre igual período de 2024 e abaixo dos níveis registrados em 2023. Em contrapartida, na mesma base de comparação, o Brasil apresentou um notável crescimento de 13% na comparação anual, atingindo um recorde de 1.287.000 toneladas embarcadas. Por sua vez, os embarques do Paraguai cresceram 12% nos primeiros seis meses do ano (sobre igual período de 2024), para 182.000 toneladas, enquanto as exportações do Uruguai subiram 4% em relação ao ano anterior, atingindo 196.000 toneladas — superando os recordes dos dois últimos ciclos anuais. Segundo a BCR, os números de junho/25 mostraram um crescimento nos embarques de carne bovina da Argentina, quebrando a tendência observada nos meses anteriores, quando os volumes foram menores em relação ao ano anterior. “Após um início de ano fraco, as exportações de junho totalizaram 61.500 toneladas, um aumento de 12,7% em relação ao resultado de maio/25 e avanço de 4,5% sobre os embarques de junho do ano passado”, informa a BCR. Em receita, as vendas externas de carne bovina argentina efetuadas no mês passado (excluindo carnes processadas e miúdos) renderam cerca de US$ 320,5 milhões, refletindo uma melhora nos preços médios por tonelada embarcada de quase 40% em comparação a junho/25. Olhando para o segundo semestre de 2025, as perspectivas são incertas quanto às novas regras do jogo do mercado global de carne bovina, antecipam os analistas da BCR. “Agosto se configura como um mês-chave para a definição de diversas medidas estratégicas, que poderão ser moldadas pelas políticas comerciais adotadas tanto pelos Estados Unidos — em nível global — quanto pela China, com impacto direto no mercado de carne bovina”, observam os economistas. No entanto, acrescentam eles, independentemente das tensões que possam surgir no comércio mundial, “os fundamentos do mercado de carnes continuam fortes, com uma procura que continua a surpreender, atingindo níveis recordes de comercialização pelo segundo ano consecutivo, e enfrentando uma oferta que continuará limitada pelo menos nos próximos anos”.

Bolsa de Comércio de Rosário (BCR)

FRANGOS & SUÍNOS

Exportações de carne suína recuam em volume e receita diária, mas preço por tonelada sobe 9% em julho/25

Até a quarta semana do mês, embarques somam 91,7 mil toneladas. Apesar do recuo nos envios, valor médio por tonelada exportada se valoriza e chega a US$ 2.630

O volume exportado de carne suína in natura alcançou 91,7 mil toneladas até a quarta semana de julho/25, segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Mdic. No ano anterior, o volume exportado chegou em 119,2 mil toneladas em 23 dias úteis de julho/24. A média diária exportada até a quarta semana de julho/25 ficou em 4,8 mil toneladas e registrou uma queda de 6,8% frente a média diária embarcada em julho do ano passado, que ficou em 5,1 mil toneladas. A receita obtida ficou em US$ 241,3 milhões, sendo que o faturamento de julho do ano anterior, que foi de US$ 287,2 milhões. A média diária do faturamento até a quarta semana de julho ficou em US$ 12,7 milhões e teve uma redução de 1,7% frente a média diária do ano anterior, que ficou em US$ 12,4 milhões. Já o preço pago por tonelada ficou em US$ 2.630, avanço de 9,1% frente ao observado em julho do ano passado, que estava sendo negociado em US$ 2.409 por tonelada.

SECEX/MDIC

Exportações de carne de frango caem em volume, receita e preço médio até a quarta semana de julho/25

Até a quarta semana do mês, embarques somaram 329 mil toneladas, com queda de 12,1% na média diária e retração de 4% no preço por tonelada frente a julho de 2024

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Mdic, o volume exportado de carne de aves in natura alcançou 329.030 toneladas até a quarta semana de julho/25.  No ano passado, o volume exportado em julho alcançou 435.658 mil toneladas em 23 dias úteis em 2024. A média diária na quarta semana de julho/25 ficou em 17,3 mil toneladas, sendo que isso representa uma queda de 12,1% frente à média diária exportada do ano anterior, que ficou em 18,9 mil toneladas. O preço pago pelo produto ficou em US$ 1.814 por tonelada, isso representa um recuo de 4% se comparado com os valores praticados em julho do ano anterior, que estavam em US$ 1.890 por tonelada. No faturamento, a receita obtida até a quarta semana de julho ficou em US$ 597 milhões, enquanto em julho do ano anterior o valor ficou em US$ 823,4 milhões. Já a média diária do faturamento está em US$ 31,4 milhões, baixa de 12,1% frente a média diária observada em julho do ano anterior, que ficou em US$ 35 milhões.

SECEX/MDIC

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